Transmitindo Visão Missionária às Crianças – 1

“Deus tinha um único Filho e fez dele um missionário” – escreveu David Livingstone (1813-1873), missionário britânico, um dos pioneiros na África.


No primeiro livro da Bíblia lemos que Deus, ao chamar Abraão, lhe disse: “Em você serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12.3).

Então, no último livro da Bíblia lemos: “…olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro” (Apocalipse 7.9, 10).

A obra missionária acontece neste intervalo de tempo, entre a chamada de Abraão e a visão de Apocalipse, em que pessoas de todas as etnias estão louvando ao Eterno Deus. O apóstolo Pedro dirige-se aos que já nasceram de novo dizendo: “…vocês devem ser pessoas que vivem de maneira santa e piedosa, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus”! (2 Pedro 3.11, 12). Anote as palavras esperando e apressando. Vamos nos referir a elas mais tarde.

Parte 1 – A TRAGÉDIA DOS SÉCULOS

Ao longo dos séculos, pode ser assustador verificar a negligência e a irresponsabilidade da geração adulta para com a nova geração, quanto à urgência e a importância de transmitir-lhes o conhecimento de Deus, conforme Ele mesmo havia determinado. Este foi o mandamento de Deus, dado por intermédio de Moisés:

“Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força. Estas palavras que hoje lhe ordeno estarão no seu coração. Você as inculcará a seus filhos, e delas falará quando estiver sentado em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se” (Deuteronômio 6.4-7).

O livro de Deuteronômio apresenta as últimas palavras de Moisés, após os 40 anos em que o povo de Israel andou pelo deserto. Moisés não teve permissão para entrar na Terra prometida e Josué foi o seu sucessor, como líder do povo. Praticamente dois séculos depois, o livro de Juízes relata esta tragédia:

“O povo serviu o Senhor todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram por muito tempo depois de Josué e que viram todas as grandes obras que o Senhor tinha feito por Israel. Josué, filho de Num, servo do Senhor, morreu com a idade de cento e dez anos. Foi sepultado em sua própria herança, em Timnate-Heres, na região montanhosa de Efraim, ao norte do monte Gaás. Toda aquela geração também morreu e foi reunida aos seus pais.

“E, depois dela, se levantou uma nova geração, que não conhecia o Senhor, nem as obras que ele havia feito por Israel. Então os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, servindo os baalins. Deixaram o Senhor, Deus de seus pais, que os havia tirado da terra do Egito, e seguiram outros deuses, os deuses dos povos que havia ao redor deles, e os adoraram, e provocaram o Senhor à ira” (Juízes 2.7-12).

A nova geração de israelitas não conhecia o Senhor. Que tragédia!

Outro texto do Antigo Testamento, muito especial e bem didático, tratando desta negligência e irresponsabilidade da geração adulta para com a nova geração, é o Salmo 78, escrito por Asafe. Ele descreve como surgem, em cada época, dois tipos de pessoas:

  • Aquelas que ele chama de geração fiel. São pessoas que colocam em Deus a sua confiança e esperança, que não se esquecem dos feitos de Deus e que obedecem aos preceitos do Senhor (vers. 7).
  • Aquelas que ele chama de geração obstinada e rebelde. São pessoas que têm um coração inconstante e um espírito infiel para com Deus (vers. 8).

Para que surja uma geração fiel, basta os pais obedecerem às ordens claras de Deus e se empenharem em levar as crianças ao conhecimento de Deus, do poder de Deus e das maravilhas que Ele realiza. É o que está registrado os versos 3 e 4 do Salmo 78: “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez”.

Sem dúvida, é o Espírito Santo que convence uma criança – e qualquer pessoa – do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8-11), mas nada acontecerá sem que cumpramos a nossa parte, que consiste em contar, sem encobrir nada a respeito da Pessoa de Deus e do plano eterno que Ele preparou para nossa salvação. No Novo Testamento, Deus nos diz em Romanos 10.14: “Como crerão naquele de quem nada ouviram?”

Para que surja uma geração rebelde, basta a negligência em transmitir aos pequeninos as grandezas de Deus, o Seu poder e as Suas obras maravilhosas.

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O tema continua. Este é o primeiro artigo de uma série de doze. No espaço abaixo dedicado para comentários, pode também deixar sua sugestão ou mesmo pergunta.

Pr. Gilberto Celeti
Missionário na APEC, professor, palestrante e escritor

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CONSTRUTORES DE MUROS – 16: CONCLUSÃO

Iniciamos esta série fazendo algumas considerações sobre o significado da palavra “geração” e registramos esta súplica: Capacita-nos, ó Deus, para que sejamos instrumentos do Senhor levando muitos, independentemente da idade, a abandonarem os seus maus caminhos, deixando de ser uma geração obstinada e rebelde, a fim de se tornarem parte da geração que busca o Senhor”.


Uma geração passa rapidamente. Comunicar a verdade de Deus à geração seguinte continua sendo uma ação de máxima urgência e máxima prioridade. Concluindo esta série, há ainda uma última consideração a ser feita:

Esta ação, de comunicar a verdade de Deus à nova geração, por si só, não é garantia de resultado. Não significa que, de maneira automática, pelo fato de haver a transmissão do ensino à criança, essa criança seguirá no caminho do Senhor.

AS ESCOLHAS QUE CADA UM FAZ

            Há crianças de um mesmo lar, que receberam o mesmo ensino, entretanto seguiram caminhos opostos. Talvez o exemplo mais significativo seja o dos dois primeiros meninos mencionados na Bíblia: Caim e Abel. Eles viveram numa época em que as influências externas eram quase zero, convivendo apenas com os seus pais e os demais irmãos e irmãs mais novos. Tudo o que sabiam aprenderam diretamente de seus pais.

O que você imagina que Adão e Eva conversavam com os seus filhos? Eles provavelmente lhes contaram do período de tempo em que viveram no Éden, como fracassaram diante de Deus, como foram vestidos por Deus com peles de animais, como foram expulsos do jardim, como esperavam a promessa de Deus de que um dia um descendente esmagaria a cabeça da serpente, e tantas outras coisas.

            As vidas de Caim e Abel tomaram rumos distintos. De certa forma, eles representam os dois tipos de caminhos que as pessoas podem escolher, em qualquer época e em qualquer lugar. Há pessoas que seguem o caminho de Caim, afastando-se de Deus. Há pessoas que seguem o caminho de Abel, isto é, o caminho da verdade de Deus.

Devemos transmitir a verdade de Deus à nova geração, com toda a fidelidade, na expectativa de que o Espírito Santo de Deus fale ao coração de nossas crianças. Contudo, é preciso compreender que não é apenas a nossa ação que produzirá o resultado. Quem entenderá o que leva um coração a se voltar para Deus e outro coração a resistir ao Senhor? Quem entenderá o toque do Espírito de Deus que leva a criança a crer?

            Hoje, há muitos pais que choram por ver os seus filhos longe do caminho do Senhor. Às vezes, tais pais chegam a pensar que a Palavra de Deus “não funcionou”, quando consideram o texto de Provérbios 22.6: “Ensine a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele”. Com certeza, não foi a Palavra de Deus que falhou.

Quem sabe, um exame sincero pode indicar algumas falhas da parte dos pais, que precisam ser corrigidas (por exemplo: faltou constância, faltou dar exemplo etc.). Eles podem buscar ao Senhor, arrependidos e dispostos a fazer as correções e os ajustes necessários. No entanto, jamais devem acreditar que a sua ação é que produzirá o resultado. Tal ação, seja ela qual for, será somente um meio que o Senhor usará, “porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11.36).

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO INTERCESSÓRIA

            Àqueles, cujos filhos estão longe do caminho do Senhor, recomendo o recurso da oração intercessória. Sejamos como aquele pai que trouxe o seu filho possesso de um espírito mudo, dizendo a Jesus: “Se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos”. A história continua com a resposta de Jesus: “Se podes! Tudo é possível ao que crê”. Então, aquele pai exclamou com lágrimas: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” (Marcos 9.22-24).

No final da história se vê uma família abençoada com a libertação do filho das garras de Satanás.

            Conheço vários servos de Deus que testemunham ter sido criados e ensinados na Palavra de Deus desde a mais tenra infância, mas que, durante anos, andaram por caminhos que desagradavam a Deus. Como se voltaram para o Senhor? Tiveram pais que intercederam por eles. Em suas vidas cumpriu-se literalmente a realidade do texto de Isaías 55.11: “assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.”

Ainda é tempo: 

  • De buscar o Senhor e a sua graça, em favor dos nossos filhos e netos! “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hebreus 3.7, 8).
  • De fazer escolhas sábias: “Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram os vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao Senhor. Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24.14, 15).
  • De orar como o salmista: “Não me desampares, pois, ó Deus, até a minha velhice e às cãs; até que eu tenha declarado à presente geração a tua força e às vindouras o teu poder” (Salmos 71.18).

As crianças são importantes para Deus. Elas têm uma alma imortal e uma vida inteira pela frente. Elas ouvem e atendem à mensagem do evangelho mais prontamente do que qualquer outro grupo de pessoas. Construir um muro de proteção às crianças com as pedras da verdade de Deus, como vimos nesta série de estudos, é um dever que precisa ser encarado com muita responsabilidade.

Pr. Gilberto Celeti
Missionário na APEC, professor, palestrante e escritor
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AS CRIANÇAS PARA DEUS

Vamos, servos do Senhor, esta é hora!
As crianças alcancemos pra Jesus!
O evangelho anunciemos, sem demora!
Brilhe nesta escuridão a nossa luz!

Há investimento forte do inimigo,
Para dominar a mente das crianças;
Esta nova geração corre perigo,
O pecado tudo estraga e o mal avança.

E os meninos e as meninas alcançados
Ficarão alicerçados na verdade,
Serão homens e mulheres consagrados,
Uma bênção para toda a humanidade.

As crianças para Deus! Esta é nossa missão!
Norte, sul, leste, oeste, em cada estado,
Uniremos nossas mãos e coração
Pra Jesus, entre as crianças, ser pregado.

Gilberto Celeti

Esta poesia foi musicada e usada como hino oficial no 17º Congresso Nacional da Aliança Pró Evangelização das Crianças (APEC) em 2011.

Espero que estes 16 estudos, com o tema “Construtores de Muros”, tenham abençoado a sua vida, sua família e sua igreja.

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CONSTRUTORES DE MUROS – 15

Temos considerado o avanço do misticismo, que busca atrair a nova geração, e falamos que existem mais três pedras que precisam ser colocadas no muro de proteção às crianças. No estudo anterior, abordamos a primeira delas: Reconhecimento do poder sobrenatural de Deus.


Neste estudo, vamos tratar das outras duas pedras.

2ª PEDRA – RECONHECIMENTO DO PODER DA PALAVRA DE DEUS

Tristemente, observamos que a Palavra de Deus tem sido deixada de lado por milhões e milhões de pessoas. Apesar de ser um dos livros mais vendidos em todo o mundo, poucas pessoas leem a Bíblia diariamente e nela meditam.

Consideremos a respeito da vinda do anticristo, que ocorrerá em uma “onda de eventos sobrenaturais e milagrosos”, como está registrado em 2 Tessalonicenses 2.9: “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a ação de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira”. Na sequência, lemos que a característica principal dos que serão enganados e perecerão será o fato de rejeitarem abertamente a Palavra de Deus. Diz o texto que eles “não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo que Deus lhes envia a operação do erro, para darem crédito à mentira” (2 Tessalonicenses 2.10, 11).

Por esta razão, a Palavra de Deus precisa ser amada, meditada, estudada, vivida e pregada. É para dias como os nossos que se aplica a recomendação do apóstolo Paulo: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2 Timóteo 4.2-4).

Se analisarmos, com bastante cuidado, as mensagens que ouvimos hoje em dia, vamos perceber como é raro o tipo de pregação que expõe e segue exatamente o texto e o contexto lido. É verdade que algumas mensagens têm conteúdo bíblico, embora não sigam exatamente um determinado texto da Bíblia. Entretanto, uma boa parte do que se prega nem pode ser classificada como uma mensagem, de fato, bíblica; o que se expõe são muito mais mensagens cheias de conselhos psicológicos, estimulando a autoestima e a autoajuda. As pessoas, hoje, querem ouvir mensagens confortadoras, que produzam alegria, bem-estar, satisfação, uma sensação agradável, um senso de triunfo, algo sensacional.

Por outro lado, quando a Bíblia é fielmente anunciada, destacando a verdade de Deus, então a Palavra, qual espada de dois gumes (como lemos em Hebreus 4.12, 13), penetra no mais íntimo da personalidade para mostrar o erro. E “não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as cousas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.”

A Palavra de Deus expõe com clareza aquilo que o homem é, não deixando nada encoberto. A Bíblia aponta o mal, desde a sua raiz. Mensagens não bíblicas acobertam o pecado, ao passo que mensagens bíblicas o expõe. E a Bíblia é, também, a única maneira de corrigir o que está errado. É um espelho que mostra o defeito, mas também tem o poder de corrigi-lo, de purificar o coração. O próprio Senhor Jesus foi quem disse: “Vós já estais limpos pela Palavra que vos tenho falado”. Que poder!

Em Tiago 1.21 lemos: “Despojando-vos de toda a impureza e acúmulo de maldade, acolhei com mansidão a palavra em vós implantada”. A Palavra acolhida no íntimo vai produzindo uma transformação total. É escondendo a palavra do Senhor no coração que podemos ter vitória sobre o pecado (Salmos 119.11-ARC). É também o poder da Palavra que produz a própria regeneração: “a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus” (Romanos 10.17-ARC).

No ministério com as crianças, infelizmente, o tempo é gasto com muito teatrinho, filminho, historinha, musiquinha, lanchinho, fantochinho, mas falta ensino bíblico sério que inclua a memorização de versículos. É urgente que se levantem, em cada igreja, professores de crianças com visão e responsabilidade, que saibam transmitir lições bíblicas, com conteúdo, aos pequenos.

Só o conhecimento mais profundo da Palavra de Deus e a prática diária de seus ensinos podem nos preservar dos erros religiosos que assolam nossa época.

Outra pedra para ser bem colocada é:

3ª PEDRA – RECONHECIMENTO DO PODER DA GRAÇA DE DEUS

Nenhum de nós pode entender, com clareza e perfeição, o que significa a graça de Deus. “Pela graça vocês são salvos”, diz Efésios 2.8-NAA. Deus concede o seu favor tão imenso a pessoas que nada podem merecer.

Temos, da parte do Senhor, não somente a salvação pela graça, mas toda sorte de bênçãos em todas as áreas da vida. É pela graça que podemos viver uma vida santa e também ter vitória sobre as tentações, sobre os sofrimentos e sobre as dificuldades.

O apóstolo Paulo escreveu: “Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2 Coríntios 12.9).

Se olharmos para o capítulo 11 desta mesma carta, veremos uma lista dos sofrimentos pelos quais o apóstolo Paulo havia passado, por amor ao evangelho. É surpreendente: “…em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez apedrejado, em naufrágio três vezes, uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias muitas vezes; em fome e sede, em jejuns muitas vezes; em frio e nudez. Além das cousas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas” (1 Coríntios 11.23-28).

Observamos ainda, no capítulo 12, que Paulo menciona o espinho na carne, pelo qual ele orou três vezes ao Senhor, pedindo que lhe fosse tirado. Talvez esse “espinho” fosse um problema de saúde, não sabemos com certeza. No entanto, para o apóstolo, o poder de desfrutar da graça de Deus era muito melhor do que o poder de simplesmente tirar o “espinho”.

Reconhecer o poder da graça de Deus é o caminho para que sejamos humildes e totalmente dependentes do Senhor.

Por causa do poder da graça do Senhor, podemos ainda encontrar razões para agradecer e louvar a Deus, quando as situações adversas e contrárias surgem, pois são nestas situações que o poder de Deus se manifesta em nossas vidas.

Em uma época em que o apelo é para se conseguir saúde, riqueza, prosperidade, curas, milagres, sinais e maravilhas, há um “pequenino rebanho” (Lucas 12.32) que se contenta com a maravilhosa graça de Deus e pode assim suportar as mais variadas tribulações.

Finalmente, nesta época de tanto misticismo e ocultismo, como Construtores de Muros necessitamos reconhecer:

  • O poder sobrenatural de Deus.
  • O poder da Palavra de Deus.
  • O poder da graça de Deus.

Que o Eterno Deus nos ajude a construir esses muros, de maneira que nossas crianças sejam conduzidas a estes mesmos reconhecimentos, na plena certeza de que o Senhor “é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós”; e nossa oração de louvor seja como a de Paulo: “a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém” (Efésios 3.20, 21).

No próximo estudo concluiremos esta série. Não perca.

Pr. Gilberto Celeti
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CONSTRUTORES DE MUROS – 14

No artigo anterior consideramos o avanço do misticismo na sociedade atual e o interesse tão acentuado que os seus adeptos demonstram pelas crianças, buscando atraí-las para as práticas do ocultismo. No final do texto, diante de um quadro tão assustador, surgiu a pergunta: O que fazer? Destacamos, então, a necessidade de orarmos confiantemente ao Senhor para que pais, tios, avós, professores e líderes, todos nós, nos tornemos modelo para as crianças.


Existem mais três pedras que precisam ser colocadas no muro de proteção às crianças. Consideremos a primeira delas:

1ª PEDRA – RECONHECIMENTO DO PODER SOBRENATURAL DE DEUS.

O poder de Deus não está sujeito a nenhum tipo de lei ou esquema que alguém possa pretender descobrir ou encontrar. Não é possível alguém alegar conhecer uma fórmula mágica, um ritual, uma oração, uma determinação positiva, ou seja lá o que for, que infalivelmente possa “manipular” Deus para que Ele produza algum tipo de milagre.

Os filhos de Deus reconhecem que o nosso Deus transcendente, revelado pela Bíblia, está separado de tudo e de todos e age sempre de acordo com Sua vontade, que é soberana. A oração submissa dos filhos de Deus deve ser: Que Deus, em Sua infinita graça e bondade, desperte cristãos para viver cada dia, deste ano e desta década, não no aqui e agora, mas na perspectiva da eternidade. Prezado leitor, que você e eu sejamos cristãos que vivam dia a dia extasiados e gratos por contemplar os milagres de Deus, que enchem o coração de regozijo, de gratidão, de louvor e de adoração. Eis os milagres que deixam os cristãos maravilhados:

1 – O MILAGRE DA CRIAÇÃO“Pela fé, entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não são visíveis” (Hebreus 11.3).

Contemplemos, admirados, o espaço infinito com as suas galáxias e também o nosso planeta Terra com as mais variadas formas de vida, dentre as quais a mais extraordinária é o ser humano, criado à imagem de Deus. Contemplemos, com deleite, a maneira perfeitamente ordeira como Deus mantém e sustenta tudo quanto existe. Que milagre pode ser comparado a este? Adoremos ao Criador e Sustentador do Universo!

Felizes são as crianças, cujos pais e educadores as conduzem a experiências de contatos com a criação, por exemplo fazendo um piquenique ao ar livre. O gramado, as flores, as árvores, os pássaros e até pequeninas formigas, tudo ao redor, sendo observado e mostrado como obra das mãos de Deus, leva as crianças a perceber a maravilha que é a criação.

Em algumas cidades, as crianças podem ser levadas até o planetário, para conhecer algo do magnífico espaço sideral, onde estrelas, cometas, planetas e satélites orbitam. Ou apenas aponte para um lindo céu estrelado e converse sobre a grandeza infinita das incontáveis galáxias.

Felizes são as crianças, cujos pais e educadores lhes transmitem os ensinos dos primeiros capítulos da Bíblia Sagrada, com entusiasmo, com sublimidade, mostrando-lhes como tudo veio a existir, pela vontade e pelo poder do Eterno Deus Criador. E que tenham sabedoria para mostrar a falácia, o engano, a mentira do ensino que supõe, sem qualquer fundamentação plausível, que todas as coisas surgiram por acaso.

2 – O MILAGRE DA ENCARNAÇÃO “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. … E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1.1-3, 14).

Contemplemos, extasiados, o significado do Natal, o “grande mistério da piedade”, o Criador fazendo-se homem para nos redimir com o Seu precioso sangue. Que milagre pode ser comparado a este? Adoremos Àquele que recebeu o nome de Jesus, pois veio para salvar o seu povo dos pecados deles, e cujo nome é Emanuel, que significa Deus conosco!

A vida perfeita do Senhor Jesus é evidenciada por uma série de milagres:

a) o milagre de Seu nascimento virginal“O Verbo se fez carne”.(João 1.14).

b) o milagre de Sua humanidade perfeita“E habitou entre nós”; “Jesus andou por toda parte fazendo o bem …”; “Ele não cometeu pecado, nem foi encontrado engano em sua boca”. (João 1.14; Atos 10.38; 1 Pedro 2.22).

c) o milagre de Sua morte vicária – “Àquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós” (2 Coríntios 5.21). Jesus foi nosso substituto, pagou o preço para a redenção, derramando o Seu precioso sangue.

d) o milagre de Sua ressurreição gloriosa – Era impossível que Ele fosse detido pela morte. A suprema força da grandeza do Poder de Deus foi exercida em Cristo, levantando-o dentre os mortos (conf. Atos 2.24; Efésios 1.19, 20).

e) o milagre de Sua ascensão, para assentar-Se à destra da Majestade nas alturas. Lá no trono, no comando deste universo, está Aquele que sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder (conf. Hebreus 1.3).

f) o milagre de Seu cuidado para conosco. Ele é o Advogado e o Sumo Sacerdote do crente, e faz todas as coisas contribuírem para o bem daqueles que amam a Deus e que são chamados segundo o Seu propósito (conf. 1 João 2.1; Romanos 8.28).

Felizes são as crianças, cujos pais e educadores as conduzem ao aprendizado sobre o nascimento do Senhor Jesus Cristo. Seu nascimento foi o cumprimento de dezenas de profecias escritas muitos séculos antes, que evidenciam que a própria Escritura é um verdadeiro milagre, e também a autenticam como a revelação de Deus aos homens. Desde o início, no terceiro capitulo do Gênesis, já é feita referência Àquele que nasceria para se tornar o Redentor. E esta promessa do seu nascimento foi repetidas vezes pronunciada. Conte a história do nascimento de Jesus, mostrando como ele cumpre literalmente todas estas promessas, de modo simplesmente maravilhoso e miraculoso.

3 – O MILAGRE DA REDENÇÃO“Mas quando se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor por todos, ele nos salvou, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia. Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tito 3.4-7).

Contemplemos, com o coração contrito, a ação do Espírito Santo que nos leva a crer na realidade da Criação, na realidade da Encarnação do Filho de Deus e na realidade da Obra de Jesus Cristo na cruz, derramando Seu sangue que nos purifica de todo pecado. Jesus, tendo sido sepultado, ao terceiro dia ressuscitou triunfantemente! E, enfim, nos enviou o Espírito Santo, que opera em nós o Novo Nascimento. Que milagre pode ser comparado a este? Adoremos Àquele que produz em nosso coração o fruto precioso do amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.

O milagre da nossa redenção compreende uma série de milagres simultâneos:

a) o milagre da justificação pela fé, que é a salvação da penalidade do pecado – o perdão dos pecados com base na Obra perfeita realizada por Jesus Cristo na cruz do Calvário;

b) o milagre da santificação, que é a salvação do poder do pecado – a presença do Espírito Santo realizando Sua obra no coração do crente;

c) o milagre da glorificação, que é a salvação da presença do pecado – a transformação deste corpo corruptível, que ocorrerá na segunda vinda de Cristo. Os salvos que estiverem na sepultura ressuscitarão e os salvos que estiverem vivos serão arrebatados para encontrar com o Senhor, nos ares.

Felizes são as crianças, cujos pais e educadores as conduzem ao conhecimento de histórias reais sobre pessoas que tiveram suas vidas transformadas pela redenção que há em Cristo. Por exemplo, as histórias e lições que podem ser extraídas da vida de Zaqueu e de Saulo, que experimentaram milagres reais. Zaqueu foi transformado, passando de ladrão e avarento para ser um homem generoso. Saulo foi transformado de um perseguidor dos cristãos em um pregador, que passou até a ser perseguido. Estas vidas foram radicalmente transformadas pelo evangelho, isto é, as boas novas da salvação que há em Cristo Jesus.

Felizes são as crianças que também podem ter contato com pessoas de sua própria localidade, que tiveram suas vidas milagrosamente transformadas. É importante que elas conheçam os testemunhos de pessoas que viviam longe de Deus e se converteram. Mas é preciso aqui deixar um alerta. Não estou falando de um tipo de “milagre” que está na moda hoje: o milagre da cura de uma doença, o milagre de conseguir um bom emprego, o milagre de ter uma casa própria, o milagre de ter mais de um carro na garagem, o milagre da prosperidade, e vai por aí afora. Este tipo de milagre me causa “Milagrefobia”. É bom ser curado ou ter prosperidade, mas isto não acontece com todos os filhos de Deus. Muitas vezes, acontece com os ímpios. Estou falando do milagre da vida transformada, que leva o pecador perdido a ser justificado e a andar em santidade de vida, sendo testemunha de Cristo e aguardando com alegria a volta de Cristo.

Numa época de misticismo “milagreiro” como a nossa, é necessário reconhecer e anunciar às nossas crianças o poder sobrenatural de Deus. Enfrentemos este tempo de misticismo reconhecendo e anunciando que o Deus Triúno deve ser adorado por estes milagres tão reais em nossas vidas: a Criação, a Encarnação e a Redenção!

No próximo artigo mostraremos mais pedras para proteção das crianças, em uma época de misticismo como a nossa. Não perca.

Pr. Gilberto Celeti
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CONSTRUTORES DE MUROS – 13

Já falamos que os construtores de muros, isto é, os pais e os cristãos que atuam como professores de crianças, devem conhecer as boas pedras que precisam ser colocadas no muro de proteção que estão erguendo: o poder sobrenatural de Deus, o poder da Palavra de Deus e o poder da graça de Deus.

Até aqui verificamos como as crianças estão crescendo em uma sociedade marcada pelo egoísmo e pelo hedonismo. Tratamos neste artigo sobre mais uma marca de nossa sociedade: o misticismo.


1. A INFLUÊNCIA DO MISTICISMO

A partir da última década do século XX e continuando até nossos dias, temos observado que, em todas as nações, as pessoas estão crendo, com extrema facilidade, em tudo o que se apresenta como misterioso e sobrenatural.

Há também uma tendência muito acentuada ao sincretismo, que nada mais é do que a fusão de diferentes elementos das mais variadas religiões. Inclusive, colocam novamente em evidência os antigos cultos do paganismo: dos povos bárbaros do norte da Europa, dos romanos, dos gregos e das religiões africanas, indígenas e orientais.

Este sincretismo é percebido na atitude das pessoas que buscam o que há de melhor em cada experiência religiosa, e vão juntando para formar algo que funcione, que dê certo, que promova uma determinada “experiência”.

Não há o mínimo interesse com a Verdade. Afirmam que a verdade é algo relativo. Para eles, o que importa é ter uma experiência agradável. E anunciam que alguém pode ter esta experiência agradável de diversas maneiras: visões esotéricas, êxtases fascinantes, maravilhas, sinais, meditações transcendentais, buscas mais profundas de espiritualidade, contatos com seres angelicais, contatos com seres extraterrestres, experiências paranormais, desenvolvimento intuitivo, percepções divinas, revelações especiais etc.

Neste contexto, vemos uma enxurrada de “influencers” atuando com mensagens recheadas de autoajuda com jeito de espiritualidade. Os serviços de Coaching e Mentoria estão atraindo seguidores de maneira espantosa.

O uso dos meios de comunicação disponíveis facilita um intercâmbio cada vez maior de práticas religiosas entre os povos. Por meio da televisão, do rádio, dos jornais, das revistas e da internet são divulgados os mais variados cultos e tradições religiosas de todas as partes do mundo. Além de divulgação, também há um esforço em promover o proselitismo. Muitos grupos estão lançando suas redes para conseguir o maior número de adeptos. Pelo desejo de crescer, e de não perder os seus próprios membros, alguns grupos lançam mão de práticas místicas. O que se observa, então, é que há multidões caindo no misticismo.

É muito comum hoje vermos líderes religiosos se apresentarem como aqueles que trazem a palavra diretamente de Deus; como aqueles que têm uma intimidade com Deus superior aos demais; como aqueles que têm a força da oração mais poderosa; como aqueles que podem identificar os que estão doentes e administrar a necessária cura; como aqueles que sabem lidar com os demônios. Apresentam-se como seres quase sobrenaturais, que podem ministrar a cura, o perdão, a prosperidade, a libertação etc. Esta auréola de misticismo impressiona e atrai as multidões. Este neo-esoterismo está presente de forma cada vez mais patente, em toda parte, de muitas maneiras: venda de produtos místicos, viagens a lugares religiosos e místicos, palestras espiritualistas, rituais coletivos, medicinas alternativas e outras.

2. O INTERESSE DO MISTICISMO PELAS CRIANÇAS

As crianças são envolvidas pelo ambiente do misticismo por meio dos desenhos animados, dos games, dos jogos, das músicas, da literatura e do folclore, quando estes apresentam temas ligados ao sobrenatural, tais como comunicação com os mortos, reencarnação e satanismo mesmo!

No início deste século, os esotéricos apresentaram o conceito de crianças índigo, por meio de literatura, filmes e até novelas. O nome “criança índigo” tem a ver, conforme a compreensão deles, com a cor da aura dessas crianças, que desde então estão nascendo.

Baseados na doutrina da reencarnação, estes místicos afirmam que essas crianças são seres que estão em uma esfera de evolução mais elevada e que estão reencarnando a fim de fazer mudanças para a melhoria da vida aqui na terra. São crianças superiores, fascinantes, fantásticas, fabulosas e que têm percepções de realidades tais como: ver anjos, prever acontecimentos e viver em um mundo paralelo em contato com fadas, duendes e bruxas.

É interessante notar a facilidade com que tantas pessoas aceitam e acreditam nestes discursos confusos, ilusórios e nocivos. Como alguém pode assimilar mensagens mirabolantes e ilusórias, virando as costas para a realidade e a verdade, deixando-se dominar por uma fantasia? Essa atitude nos leva a concordar com uma frase de G. K. Chesterton: “Quando as pessoas não acreditam em Deus, não é que elas não acreditam em nada, elas acreditam em qualquer coisa.”

Ao aceitarem essa teoria da criança índigo, os pais – que supõem ter uma ou mais dessas crianças em casa – acabam contemplando os filhos como uma espécie de “deuses”, a quem precisam considerar como seus instrutores. É uma completa loucura achar que:

  • os filhos é que devem ensinar os pais;
  • os filhos é que devem abençoar os pais;
  • os filhos são os portadores de uma sabedoria superior à qual os pais devem se submeter.

Trata-se de um insano delírio. “Criança índigo” é um conceito que deveria nos encher de indignação, como disse o salmista: “De mim se apoderou a indignação, por causa dos pecadores que abandonaram a tua lei” (Salmos 119.53).

3. A QUESTÃO DA CRIANÇA ÍNDIGO E AS ESCRITURAS

Aquele que crê que a Palavra de Deus é “lâmpada para os seus pés” e “luz para os seus caminhos” (Salmos 119.105) busca pautar sua vida pelo que Deus diz e não pela sabedoria humana. Vamos comparar com a Palavra de Deus algumas das ideias, acima expostas, a respeito de crianças índigo.

Em relação à aura humana, apesar da disponibilidade de detectores de alta sensibilidade para campos eletromagnéticos e radiação eletromagnética, propriedades comumente atribuídas à aura, não existe nenhum estudo que demonstre empiricamente a sua existência. Ninguém, até o momento, conseguiu demonstrar essa habilidade de detectar auras, apesar do enorme número de pessoas que dizem ser capazes de tal feito. Uma das características da aura, de acordo com os seguidores dessa ideia, seria sua luminosidade. Mas a Bíblia diz que o homem ímpio, sem Deus, está no escuro. Em Colossenses 1.13, 14 lemos sobre Deus Pai: “Ele nos libertou do poder das trevas e nos transportou para o reino do Filho amado, em quem temos a redenção, a remissão dos pecados”.

Em relação à reencarnação, que talvez seja uma das mais antigas ilusões religiosas, a verdade sobre o assunto está claramente estabelecida em uma preciosa passagem bíblica que afirma: “Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hebreus 9:27). A reencarnação, segundo os que nela acreditam, visa ao aperfeiçoamento ou evolução da pessoa. Mas a Bíblia afirma, em Efésios 2.8, 9, que o homem será salvo somente pela graça e não por obras. “Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”.

4. A MANEIRA CORRETA DE OLHAR AS CRIANÇAS

Diferentemente dos místicos, a Palavra de Deus afirma que os filhos são “herança do Senhor” e precisam ser criados para Deus e na dependência dEle. Este foco no valor das crianças é importante, especialmente numa época em que pais, em alguns contextos, estão “terceirizando” a educação de seus filhos e, em outros contextos, estão literalmente “abusando” de seus filhos, que são vítimas de maus tratos, espancamentos e toques com as mãos sujas da pedofilia.

Jesus, em certa ocasião, colocou uma criança no centro das atenções dos seus discípulos, mostrando-lhes a necessidade de aprenderem a lição da humildade. Mostrou também a importância da criança, que deve ser bem recebida, como se recebêssemos o próprio Jesus. A criança deve ser tratada com respeito e dignidade, sem colocarmos tropeços na sua caminhada; não deve ser desprezada e deve ser alvo de cuidados especiais, assim como um cordeiro é alvo do cuidado de um pastor, porque não é da vontade de Deus que nenhum pequenino se perca.

O que deve ser buscado, portanto, é um equilíbrio entre valorizar a criança, tal como o Senhor a valoriza, ao mesmo tempo em que reconhecemos a imaturidade da criança e a necessidade que ela tem de receber orientação. “Ensine a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele” (Provérbios 22.6).

Além de orientação, a criança necessita de disciplina, porque “a tolice está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Provérbios 22.15). A negligência na correção demonstra falta de amor pela criança, pois “o que retém a vara odeia o seu filho; quem o ama, este o disciplina desde cedo” (Provérbios 13.24).

A criança não é reencarnação de alguém que já tenha vivido no passado. Cada criança é formada e tecida no útero de sua mãe, tendo seu corpo e alma formados, de modo assombrosamente maravilhoso, por Deus. Nenhuma criança vem de alguma estrela distante ou de uma suposta vida passada. Elas vêm diretamente do poder criador de Deus, que as conhece plenamente desde quando eram ainda uma substância informe, enquanto seus membros, veias e ossos iam sendo formados. Leia o Salmo 139, versos 13 a 17.

Olhar da perspectiva da Palavra de Deus nos ajuda a ter os pensamentos corretos a fim de criar, ensinar, disciplinar e guiar as nossas crianças. É especialmente importante reconhecer que cada uma delas nasce com uma natureza pecaminosa, herança que trazem de seus pais (Salmos 51.5). Só uma criança nasceu neste mundo sem esta natureza pecaminosa, Jesus, porque Ele não foi gerado no ventre de Maria por um homem, mas pelo Espírito Santo de Deus.

Visto que a criança é pecadora, ela necessita ser evangelizada, isto é, ela precisa saber que Jesus é o Filho de Deus que veio a este mundo para nos libertar do pecado, o que de fato Ele fez ao morrer na cruz como substituto do pecador que nEle confia. Esta mensagem, como diz o conhecido cântico, “é fácil de entender, tão clara como a luz: em meu lugar pra me salvar Jesus morreu na cruz”. É tão singela que “mesmo uma criança pode crer”. Jesus disse: “Em verdade, em verdade lhes digo: quem crê em mim tem a vida eterna” (João 6.47).

Leve suas crianças, o mais cedo possível, a crer em Deus, colocando sua fé no Salvador Jesus, para que não sejam, como disse Chesterton, pessoas que venham no futuro a crer em “qualquer coisa”. Levar crianças à salvação em Cristo é o que garante a elas um abençoado futuro.

Nunca é demais repetir que é necessário, com urgência, ganhar para Jesus a geração que vem chegando. Lembremo-nos de que Deus mesmo foi quem ordenou aos pais que ensinassem aos seus filhos sobre o Seu poder e as Suas maravilhas, a fim de que a nova geração pudesse confiar no Senhor, sem jamais se esquecer de Suas obras e ser obediente à Sua Palavra. Pois, se não for assim, essa nova geração corre o risco de vir a se tornar uma geração rebelde e andar de maneira contrária à orientação do Senhor (conf. Salmos 78.4-8).

5. O PERIGO DA “MILAGREFOBIA”

Misticismo, neo-esoterismo, nova era, movimento holístico – são os nomes que marcam esta época. Há uma verdadeira sedução em todos os níveis da sociedade, como se toda a humanidade estivesse sendo preparada para uma só finalidade: participar de uma religião mundial, e adorar “o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou ó objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, apresentando-se como se fosse o próprio Deus” (2 Tessalonicenses 2.3-5).

Jamais devemos esquecer as palavras do próprio Senhor Jesus: “Então, se alguém disser a vocês: ‘Olhem! Aqui está o Cristo!’ ou: ‘Ali está ele!’, não acreditem. Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando grandes sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos. Eis que tenho predito isso a vocês” (Mateus 24.23-25).

Hoje, mais do que nunca, é necessário ter medo de milagres. O termo “milagrefobia” foi sugerido pelo Rev. Elben M. Lenz César, fundador da Editora Ultimato, em um artigo no qual registrou: “Quanto mais falsa é uma crença religiosa, mais milagres anuncia”. Por isso, ele afirmava ter medo de milagres.

A Palavra de Deus afirma, de maneira a não deixar nenhuma dúvida, que a manifestação desta pessoa, o iníquo, será “segundo a ação de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que estão perecendo, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos” (2 Tessalonicenses 2.9, 10).

O que fazer? Oremos, confiemos no Senhor e sejamos encontrados entre aqueles que amam a Verdade, a fim de que nossas vidas sirvam de exemplo para as crianças e que elas sejam protegidas do misticismo.

No próximo artigo mostraremos as pedras para proteção das crianças, em uma época de misticismo como a nossa. Não perca.

Pr. Gilberto Celeti
Missionário na APEC, professor, palestrante e escritor

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CONSTRUTORES DE MUROS – 12

Pais e educadores sábios se empenharão em levantar um muro bem construído para proteger a nova geração do hedonismo!


No artigo anterior, apontamos o hedonismo como uma das marcas bem nítidas de nossa época. O hedonismo desafia sobremaneira os cristãos, especialmente os pais e os educadores a ser fortes e aprender a “remar contra a maré”. Isso implica num estilo de vida, em que se praticam e se ensinam pelo menos três princípios, os quais, sendo observados e absorvidos pela nova geração, formarão uma verdadeira e poderosa muralha de proteção contra a tragédia do hedonismo.

Naquele texto, destacamos uma pedra de proteção, que é o 1º Princípio na luta contra o hedonismo:

1) AMAR A DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS

Coloquemos agora mais uma pedra, queridos construtores e construtoras – o 2º Princípio nesta luta contra o hedonismo:

2) CRER E PREGAR O EVANGELHO DE DEUS

A realidade, inegável e universal, é que o homem, por causa do pecado, separou-se de Deus, virou as costas para o Seu Criador e seguiu seu próprio caminho, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; um caminho de independência e de desobediência. Esta atitude é uma gravíssima ofensa ao Deus Santo e leva o homem à morte eterna, pois “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23).

A mensagem do Evangelho é exatamente a boa nova de que Deus tomou a iniciativa para livrar o homem da perdição: “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

O apóstolo João deixou um registro maravilhoso a respeito do Senhor Jesus Cristo quando afirmou: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (João 1.1-3). O Verbo de Deus é Jesus Cristo. E o apóstolo prossegue: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1.14).

Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio dos céus a este mundo dos homens para tirar o pecado. Ele pagou o preço, derramando o Seu sangue, e possibilitando a reconciliação do pecador com Deus. Isto nos é garantido tão somente por Sua morte na cruz e Sua retumbante ressurreição dentre os mortos.

“Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Coríntios 15.1-4).

O Evangelho genuíno, quando anunciado no poder o Espírito Santo de Deus, leva o pecador a arrepender-se dos seus pecados, suplicar o perdão de Deus e confiar no sacrifício de Jesus Cristo realizado na cruz, crendo nEle e recebendo-O como seu Salvador. De posse, agora, de uma nova vida, esta pessoa, seja adulta ou criança – não importa a idade! – pode desfrutar de comunhão com Deus e recebe uma nova identidade: passa a ser filho de Deus, como fica evidente também no registro feito pelo apóstolo João: “O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.10-13).

Este Evangelho deve ser anunciado com fidelidade às crianças que, ao crerem em Jesus e O receberem como Salvador, tornam-se filhas de Deus. Muitas vezes, no trabalho que é desenvolvido com os pequeninos, a ênfase está nas brincadeiras, nos desenhos, nas experiências lúdicas, nos fantoches, nos painéis supercoloridos e nas festividades. É claro que estas coisas têm o seu lugar e podem ser utilizadas, mas sempre com equilíbrio e bom senso e nunca em detrimento da apresentação da Mensagem do Evangelho e do convite de Jesus: “Vinde a Mim”.

Trabalhemos com toda dedicação para conduzir as crianças à fé na Pessoa do Senhor Jesus Cristo, e à confiança em Sua obra de salvação do pecado. Deixe claro para as crianças que elas podem falar com Jesus em oração, dizendo que reconhecem que pecaram, que acreditam que Jesus morreu em seu lugar e pedindo que Ele venha viver em suas vidas, para que recebam o perdão dos pecados e tenham suas vidas transformadas. Semeemos a semente do Evangelho, com a certeza e a esperança do fruto enquanto ainda as crianças são crianças, e não apenas como uma perspectiva de que num futuro poderão vir a crer.

Agora está na hora de acrescentarmos mais uma pedra fundamental neste muro de proteção – o 3º Princípio na luta contra o hedonismo:

3) VIVER PARA SEGUIR E SERVIR AO SENHOR

Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho, salvá-la-á. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um homem em troca de sua alma? Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos” (Marcos 8.34-38).

Há uma grande multidão religiosa que se interessa pela palavra de Deus tão somente por causa das bênçãos que almeja alcançar. Muitas igrejas estão superlotadas, pois os cultos atraem cada vez mais as pessoas que desejam saúde, emprego, casamento, riquezas e felicidade.

Infelizmente, muita gente quer as bênçãos de Deus, mas não um compromisso com o Deus que, de fato, abençoa. Torna-se evidente a ausência desta atitude não hedonista de vir após Jesus, em renúncia, em sacrifício, negando-se a si próprio, tomando a cruz, com disposição de seguir ao Senhor e servi-lO.

No caminho do serviço fiel dentro do Reino de Deus há muito a realizar. Para uma época como a atual o Senhor convoca os seus a ser Suas testemunhas (mártires), “tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” (Atos 1.8). Ainda há muito povo, língua e nação sem conhecer a salvação que só Jesus Cristo pode conceder. O trabalho missionário carece de obreiros, pois “a seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Mateus 9.37).

Onde estão os obreiros? Quem irá anunciar as boas novas? Somente homens e mulheres dispostos a negar-se a si mesmos e dispostos a seguir ao Senhor é que poderão anunciar este precioso Evangelho até aos confins da terra. Estaremos dispostos a ensinar isto aos nossos filhos e a dedicá-los para tomarem parte nesta gloriosa tarefa?

Vamos compartilhar com a nova geração as histórias de servos de Deus que se dedicaram para tornar o Evangelho conhecido nas terras mais distantes: Hudson Taylor, William Carey, Amy Carmichael, Charles Studd, John Patton¸ Jim Elliot e tantos outros. (A APEC dispõe destas histórias missionárias, e muitas mais, para o trabalho com as crianças.) Vamos apresentar heróis de verdade para as nossas crianças!

Nesta época de hedonismo, vamos mostrar à nova geração:
1) Que amamos a Deus acima de todas as coisas;
2) Que cremos e pregamos o Evangelho de Deus;
3) Que vivemos para seguir e servir ao Senhor.

Nesta época de hedonismo, precisamos viver de tal maneira que a nova geração perceba: que o Senhor e a Sua Palavra são as nossas fontes de excelso prazer, que também nos gloriamos na cruz de Cristo, e que no serviço do nosso Rei é que somos felizes. Oremos e confiemos que nossas vidas sirvam de exemplo para as crianças e que, assim, elas sejam protegidas do hedonismo.

No próximo artigo continuaremos reforçando e colocando pedras para a construção do muro de proteção para a nova geração. Não perca.

Pr. Gilberto Celeti
Missionário na APEC, professor, palestrante e escritor

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CONSTRUTORES DE MUROS – 11

Há muitas pedras importantes a utilizar quando desejamos erguer muros seguros para a proteção da nova geração. Sejamos pais e educadores construtores de muros.


Vivemos em uma época nitidamente marcada pelo hedonismo. O hedonismo é a busca do máximo de prazer e deleite; o desejo de alcançar a felicidade, custe o que custar; a luta para evitar a dor e o sofrimento; a busca de entretenimento, acima de qualquer outra coisa. O lema desta época é: “Aproveite a vida!”; “Relaxe!”; “Pare de sofrer!”.

São inumeráveis as possibilidades e os convites para as mais variadas experiências: academias com suas ginásticas e artes marciais; áreas de lazer para esportes, caminhadas e exercícios; clubes, teatros, shows, música, dança, cinema, compras, restaurantes, lanchonetes, passeios, viagens, e até religiões.

Nesta era da informação, a tecnologia tem ampliado os recursos para as mais diversas atividades de entretenimento, como nunca se viu outrora: televisão, vídeos, canais a cabo, computadores, telecomunicações etc. Investe-se, pesadamente, em marketing, para que os produtos e serviços cheguem aos ávidos consumidores e ganhem a sua preferência. É uma verdadeira guerra, na qual o que vale é tentar fazer cada um pensar que pode se sentir bem, “legal” e feliz com aquela joia belíssima, com aquele perfume irresistível, com aquele refrigerante descolado, com aquela roupa de grife, com aquele carro importado, com aquele cartão especial. Os shopping centers (os templos da nossa época), as lanchonetes e os restaurantes estão cheios. As rodoviárias e aeroportos também estão lotados.

Parece que o que as pessoas querem não é nada mais nada menos do que “pão e circo” – aquela antiga fórmula adotada na época da decadência do império romano, quando ser cristão envolvia ser mártir (verdadeira testemunha de Cristo).

O povo de Israel, ao sair do Egito, caminhava pelo deserto em direção à terra prometida. No exato momento em que Moisés, no alto do monte, recebia as tábuas da lei das mãos do Senhor, o povo lá embaixo caiu na prática da idolatria, entregando-se a festividades onde a bebida, a sensualidade e a música despertavam as paixões mais vis. Naquela ocasião, a diversão acabou descambando para a imoralidade. Lemos em Êxodo 32:6b que “o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se”. Já valia a velha regra do “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”.

Este hedonismo (palavra que tem raiz na língua grega, significando prazer e deleite) invadiu também o meio evangélico. Em muitos lugares, o nome de Jesus tem sido apresentado como um talismã para que as pessoas evitem o sofrimento e “curtam” o máximo que puderem dos deleites desta vida. O evangelho está adulterado. A “nova” mensagem afirma que o que importa é ajudar a pessoa a resolver os seus problemas, melhorar sua autoestima, lidar com seus traumas, escapar de suas maldições, suprir suas necessidades materiais, alcançar sua prosperidade, obter sua saúde, conseguir ser influente e poderoso, melhorar sua aparência, eliminar suas mágoas; enfim, se sentir bem e realizada e parar de sofrer.

Agradar e atrair as pessoas é o lema deste evangelho de entretenimento, que se esmera em fazer o espectador desfrutar de uma experiência agradável com a música, a dança, o show de luzes, a curta e breve mensagem, a cor, o perfume, a pompa, o humor e o teatro, como em um programa de auditório.

Pais e cristãos construtores de muros precisam aprender a “remar contra a maré” e ensinar a suas crianças pelo menos três princípios que, sendo praticados e vividos, tornam-se uma muralha de proteção contra a tragédia do hedonismo. Recordemos o primeiro deles, uma pedra maravilhosa neste muro de proteção, que já estabelecemos no início desta série de estudos:

1) AMAR A DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento” (Mateus 22.37, 38). A questão primordial não é a felicidade humana pura e simples e, sim, o relacionamento do homem com Deus, o seu Criador Excelso e Soberano! Esse relacionamento traz verdadeira felicidade.

Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração” (Salmo 37.4). Vale a pena destacar, neste versículo, que aquele que se agrada do Senhor, amando-O de todo coração, alma e entendimento, tem, no próprio Senhor, a fonte completa de satisfação. É Ele que satisfaz todos os desejos do coração e nada mais precisa ser acrescentado.

O homem não foi criado simplesmente para ser feliz, mas para amar e buscar a Deus, para desfrutar de comunhão com Ele para sempre, o que vai produzir a verdadeira felicidade. E é nesta busca, em primeiro lugar, do Seu reino e de Sua justiça, que todas as coisas necessárias à existência humana são acrescentadas, como lemos em Mateus 6.33.

Qualquer pessoa, que procurar a felicidade em coisas independentemente de Deus, viverá uma vida frustrada, mesquinha e infeliz, e jamais encontrará a razão para viver. O sentimento de vazio e de solidão jamais será abafado, por mais que se multipliquem as experiências de lazer e de entretenimento.

No próximo artigo continuaremos reforçando e colocando novas pedras para a construção do muro de proteção para a nova geração. Não perca.

Pr. Gilberto Celeti
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