salmo 119 – verso 99

 “Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.” (Salmo 119:99).

É sempre necessário nos aproximarmos da Palavra de Deus tendo em mente que “tudo o que no passado foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15:4) e também que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16,17).

Qual ensino, repreensão e educação na justiça, podemos extrair do Salmo 119:99? Longe de imaginarmos uma atitude de orgulho por parte do salmista, consideremos que há situações quando realmente o discípulo vem a superar o seu mestre e vale a pena descobrir como isto acontece.

Há certos líderes, cujas vidas tanto nos inspiram como, por exemplo, José, Moisés e Daniel, que tiveram seus mestres, orientadores, instrutores e que poderiam muito bem dizer como o salmista: “Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.” Todos eles tiveram um período de instrução prolongado e privilegiado.

José no que chamaríamos “escola da vida”, conduzido por circunstâncias tão adversas entre seus próprios irmãos, depois como escravo no Egito até chegar a uma posição de proeminência extraordinária.

A respeito de Moisés lemos que ele “foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras.” (Atos 7:22). Tornou-se um mestre insuperável.


Daniel, juntamente com Hananias, Misael e Azarias, que eram da tribo de Judá, estavam entre tantos outros que foram considerados pelo império da Babilônia, como “jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, sábios, instruídos, versados no conhecimento e que fossem competentes para servirem no palácio real.” E todos eles deveriam passar por um período de instrução para aprenderem “a cultura e a língua dos caldeus.” (Daniel 1:3,4). Após o período de treinamento lemos que estes quatro jovens, “em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais sábios do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino. Daniel continuou ali até o primeiro ano do reinado de Ciro.” (Daniel 1:20,21). Há estudiosos que consideram ter sido o salmo 119 escrito por Daniel.

Nos discursos que Moisés fez ao povo de Israel, após os quarenta anos de jornadas pelo deserto, quando estavam para, finalmente, entrar na Canaã prometida por Deus, no último destes discursos, orientando sobre o dever de ensinar a Lei do Senhor, Moisés estabeleceu um princípio que estabelece, de fato, as etapas para que uma pessoa obtenha o verdadeiro aprendizado:

“Reúnam o povo, os homens, as mulheres, as crianças e os estrangeiros que se encontram nas cidades onde vocês moram, para que ouçam, aprendam e temam o Senhor, o Deus de vocês, e cuidem de cumprir todas as palavras desta Lei, e para que os seus filhos que não a souberem ouçam e aprendam a temer o Senhor, seu Deus, todos os dias que viverem na terra em que, passando o Jordão, vocês vão entrar e da qual tomarão posse.” (Deuteronômio 31:10-13)

As etapas estabelecidas são: 1. Ouvir – 2. Aprender – 3. Temer a Deus – 4. Cumprir. O que foi notório nas vidas de José, de Moisés e de Daniel, que mencionamos acima, foi que eles vivenciaram estas etapas todas, especialmente a última: o cuidado para cumprir todas as palavras. Este “cuidado” que se alcança por exatamente meditar na Palavra, como fica claramente estabelecido no Salmo 1:1-3, onde lemos: “Bem-aventurado é aquele que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Pelo contrário, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a uma corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo o que ele faz será bem-sucedido.” Trata-se de uma atitude de obediência à Palavra. Perceba que é isto que diz o salmista: “Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.”

Há um exemplo triste de fracasso nesta área de cumprir a Palavra, quando examinamos a vida de Salomão, que embora fosse tão sábio, não alcançou a mesma posição dos outros três exemplos já mencionados: José, Moisés e Daniel. A razão disso podemos encontrar nesta porção da Escritura Sagrada, num dos discursos também dados por Moisés ao povo de Israel, transmitindo-lhes as instruções do Senhor:

“Quando vocês entrarem na terra que o Senhor, seu Deus, está dando a vocês para que dela tomem posse, e estiverem morando nela, e disserem: ‘Poremos sobre nós um rei, tal como todas as nações que estão ao nosso redor’, vocês certamente porão como rei sobre vocês aquele que o Senhor, seu Deus, escolher. Homem estranho, que não seja do meio dos seus compatriotas, vocês não devem pôr como rei sobre vocês, e sim um do meio dos seus compatriotas. Porém esse rei NÃO DEVE MULTIPLICAR PARA SI CAVALOS, nem fazer o povo voltar ao Egito, para multiplicar cavalos, pois o Senhor já lhes disse: ‘Nunca mais vocês devem voltar por este caminho.’ Esse rei também NÃO DEVE TOMAR PARA SI MUITAS MULHERES, para que o seu coração não se desvie; NEM DEVE ACUMULAR MUITA PRATA E MUITO OURO.” (Deuteronômio 17:14-17).

Salomão fez exatamente o que não deveria fazer:

  • Não devia multiplicar para si cavalos – “Os cavalos de Salomão vinham do Egito e da Cilícia, e comerciantes do rei os importavam da Cilícia por certo preço. Importava-se do Egito um carro de guerra por seiscentas moedas de prata e um cavalo por cento e cinquenta. Nas mesmas condições, as caravanas os traziam e os exportavam para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria.” (1 Reis 10:28,29)
  • Não devia tomar para si muitas mulheres – “Além da filha de Faraó, Salomão amou muitas mulheres estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias, mulheres das nações de que o Senhor tinha dito aos filhos de Israel: “Não casem com elas, nem casem elas com vocês, pois perverteriam o coração de vocês, para seguirem os seus deuses.” A estas Salomão se apegou pelo amor. Tinha setecentas mulheres que eram princesas e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses, e o coração dele não era fiel ao Senhor, seu Deus, como havia sido fiel o coração de Davi, seu pai.” (1 Reis 11:1-4)
  • Não devia acumular muita prata e muito ouro – “O rei Salomão também construiu uma frota de navios em Eziom-Geber, que fica perto de Elate, na praia do mar Vermelho, na terra de Edom. Hirão enviou, com aquela frota, os seus servos, marinheiros conhecedores do mar, para acompanharem os servos de Salomão. Chegaram a Ofir e de lá trouxeram para o rei Salomão mais de catorze toneladas de ouro.” (1 Reis 9:26-28). “O rei fez com que, em Jerusalém, a prata fosse tão comum como as pedras e os cedros fossem tão numerosos como os sicômoros que estão na Sefelá.” (1 Reis 10:27).

E aquilo que ele deveria fazer, lamentavelmente não fez: “Também, quando se assentar no trono do seu reino, mandará escrever num livro uma cópia desta lei, feita a partir do livro que está com os sacerdotes levitas. O rei terá esse livro consigo e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer o Senhor, seu Deus, a fim de guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos, para os cumprir.” (Deuteronômio 17:18,19).

Será que Salomão mandou fazer uma cópia do livro da lei? Se chegou a pedir que esta cópia fosse feita, será que dedicou-se a ler todos os dias de sua vida? Ele aprendeu a temer o Senhor? Ele cuidou em guardar todas as palavras e estatutos para os cumprir? O seu descaso para com a Palavra de Deus foi a razão do seu fracasso, embora tivesse sido abençoado por Deus com tanta sabedoria, mais do que qualquer outra pessoa.

Todo o ministério de Jesus foi marcado pela oposição contínua que recebeu da parte dos mestres religiosos, que foram completamente desmascarados por Jesus quando ensinou:

“Na cadeira de Moisés se assentaram os escribas e os fariseus. Portanto, façam e observem tudo o que eles disserem a vocês, mas não os imitem em suas obras; porque dizem e não fazem. Atam fardos pesados, difíceis de carregar, e os põem sobre os ombros dos outros, mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los. Praticam todas as suas obras a fim de serem vistos pelos outros; pois alargam os seus filactérios e alongam as franjas de suas capas. Gostam do primeiro lugar nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas, das saudações nas praças e de serem chamados de ‘mestre’.” (Mateus 23:2-7). Compreenderá mais do que estes ‘mestres’ todo aquele que meditar na Palavra do Senhor e cuidar de fazer tudo quanto nela está escrito.

Jesus também orientou aos seus discípulos, orientação válida também aos discípulos de todas as épocas: “Mas vocês não serão chamados de ‘mestre’, porque um só é Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. Aqui na terra, não chamem ninguém de ‘pai’, porque só um é o Pai de vocês, aquele que está nos céus. Nem queiram ser chamados de ‘guias’, porque um só é o Guia de vocês, o Cristo. Mas o maior entre vocês será o servo de vocês. Quem se exaltar será humilhado; e quem se humilhar será exaltado.” (Mateus 23:8-12).

Na continuação do ensino de Cristo, neste capítulo 23 de Mateus, encontramos oito vezes a expressão: “Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas”, que não iremos considerar aqui, mas que vale a pena ler e meditar, o grande equívoco que se comete em não seguir pelas quatro etapas estabelecidas: 1. Ouvir – 2. Aprender – 3. Temer a Deus – 4. Cumprir. Examinemos rapidamente estas quatro etapas:

  • OUVIR – Uma das palavras mais utilizadas pelo Senhor Jesus, não só quando do seu ministério terreno, como também nas cartas às sete igrejas nos capítulos 2 e 3 do Apocalipse: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Apocalipse 3:22). E nunca nos esqueçamos que “a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo.” (Romanos 10:17)
  • APRENDER – Este é um dos maiores desafios que encontramos na Palavra de Deus e as exortações para que haja diligência e dedicação para aprender é um dos maiores temas, tanto no Antigo como no Novo Testamento. O autor aos Hebreus menciona uma realidade que se observa em todas as épocas, quando escreveu àqueles crentes:  “A esse respeito temos muitas coisas a dizer, coisas difíceis de explicar, porque vocês ficaram com preguiça de ouvir. Pois, quando já deviam ser mestres, levando em conta o tempo decorrido, vocês têm, novamente, necessidade de alguém que lhes ensine quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus. Passaram a ter necessidade de leite e não de alimento sólido.” (Hebreus 5:11,12). Há um estado de infância espiritual muito prolongado entre os crentes, por não se dedicarem com afinco ao aprendizado.
  • TEMER A DEUS – Aqui estamos diante de uma realidade espiritual de quem vive consciente de que não há nada que faça, pensa, escute, fale, veja que DEUS não veja. Há muitos que conhecem muito e são mestres até no ensino, mas a semelhança dos fariseus, o que fazem tem como objetivo apenas o de mostrar que sabem. Jesus no sermão da montanha, mencionou três áreas de uma certa aparência de espiritualidade, como o dar esmolas, fazer orações, praticar o jejum, sem nenhuma sintonia com Deus, apenas uma aparência religiosa. Que tristeza. E isso sonda o nosso próprio coração. Como tudo fica diferente quando temos a consciência de estarmos na presença de Deus. Lembremos sempre que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria; conhecer o Santo é ter entendimento.” (Provérbios 9:10).
  • CUIDAR DE CUMPRIR A PALAVRA – Aqui está o grande divisor de águas na vida de um discípulo – a prática do aprendizado. Já mencionamos o sermão da montanha. Se examinarmos cada um dos ensinos de Jesus e o que ele coloca como padrão para os que são seus, verificamos como temos dificuldade na obediência. O fato é que não há quem possa atingir este alto padrão. E na conclusão do sermão do monte O Senhor Jesus mostra exatamente dois tipos de alunos: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela não desabou, porque tinha sido construída sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína. Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, as multidões estavam maravilhadas com a sua doutrina, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas.” (Mateus 7:24-29).

A realidade é que há muitos que são considerados ‘mestres’, sem ter passado por estas quatro etapas, pois permanecem apenas como ouvintes, mesmo sendo até ensinadores; e acabam ultrapassados por aqueles que avançam para ser realmente praticantes da Palavra. Estes bem podem afirmar: “Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.” (Salmo 119:99).

O apóstolo Tiago deixou isto muito claro ao escrever, da parte do Senhor:  “Sejam praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando a vocês mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se àquele que contempla o seu rosto natural num espelho; pois contempla a si mesmo, se retira e logo esquece como era a sua aparência. Mas aquele que atenta bem para a lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte que logo se esquece, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tiago 1:22-25).

Agora, entre aqueles que têm como mestre o Senhor Jesus Cristo, o Mestre dos mestres, nunca, jamais, haverá alguém que possa fazer uma tal afirmação como a do salmista no Salmo 119:99. O desafio que Jesus Cristo deixa é este: “O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem-instruído será como o seu mestre.” (Lucas 6:40). Lemos também que “antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai” (João 13:1), após ter lavado os pés de seus discípulos, Jesus lhes disse: “Vocês me chamam de Mestre e de Senhor e fazem bem, porque eu o sou. Ora, se eu, sendo Senhor e Mestre, lavei os pés de vocês, também vocês devem lavar os pés uns dos outros. Porque eu lhes dei o exemplo, para que, como eu fiz, vocês façam também. Em verdade, em verdade lhes digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Se vocês sabem estas coisas, bem-aventurados serão se as praticarem.” (João 13:13-17).

Na conversa com os discípulos, nesta mesma ocasião, Jesus lhes disse: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e o meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês estão ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou. Tenho dito isso enquanto ainda estou com vocês. Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse ensinará a vocês todas as coisas e fará com que se lembrem de tudo o que eu lhes disse.” (João 14:23-26).

Que precioso ter o Espírito Santo a nos conduzir, levando-nos a amar ao Senhor e a guardar a Sua Palavra, ensinando todas as coisas, para que possamos ser mais parecidos com Jesus! Que aprendamos com o Salmo 119:99, que o meditar na Palavra deve ser nossa prioridade: Ouvir, aprender, temer ao Senhor e cuidar de guardar e obedecer às injunções da Sua Palavra, podem nos levar a compreender mais do que nossos mestres humanos, mas nunca acima do nosso amado Senhor e Salvador.

E que a semelhança do apóstolo Paulo que, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, queria crescer no conhecimento de Cristo e vivia para esta finalidade, vivamos também desta forma, afirmando bem conscientes, como ele: “Não que eu já tenha recebido isso ou já tenha obtido a perfeição, mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficam para trás e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3:8-14). Ainda temos muito, e muito, e muito a percorrer, portanto cresçamos “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.” (2 Pedro 3:18).

JESUS NO CENTRO

Só falta uma coisa
No centro do ser:
Ser cheio de Cristo,
E ao Pai conhecer!

Que Cristo ocupe
A parte suprema,
E do pensamento
Ele seja o tema!

Jesus é o centro
De toda a Escritura,
Só vivendo nEle
Se alcança alma pura
.

Jesus é o Centro
De toda história,
Só andando nEle
Teremos vitória.

Jesus é o centro
E o cabeça da Igreja
Firmada só nEle
Minha vida esteja!

Jesus é o centro
O mestre e o modelo,
Que eu viva pra Ele
Com todo o desvelo!

Salmo 119 – verso 74

“Aqueles que te temem se alegram quando me veem, porque na tua palavra tenho esperado.” (Salmo 119:74).

Quem poderia avaliar que alegria é esta entre os que têm como elo de amizade o fato de temerem o nome do Senhor?

A amizade fala de um relacionamento de estima, de compreensão e de dedicação entre as pessoas. Evidentemente que estes relacionamento tem um centro que atrai e une as pessoas, e tanto pode ser algo benéfico como maléfico. O livro de Provérbios adverte inúmeras vezes quanto ao perigo fatal de união com pessoas em torno daquilo que não está de acordo com a Palavra de Deus, ao mesmo tempo que orienta para que busquemos a companhia certa, daqueles que podem nos conduzir no caminho do “temor ao Senhor” que é o princípio da sabedoria. Veja só este texto: “Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal.” (Provérbios 13:20).

Davi ao escrever o salmo 101, magistralmente mostra o que seria uma “cidade de Deus”, limpa “dos que praticam a iniquidade” (Salmo 101:8b). Ele fala em atentar “sabiamente no caminho da perfeição” (Salmo 101:2). E há uma pérola preciosa neste salmo quando ele registra: “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda em reto caminho, esse me servirá.” (Salmo 101:6). Quem é que nós mesmos buscamos para o cultivo de uma amizade saudável?

O salmista, como já temos considerado em versículos anteriores, vem sofrendo oposição e experimentando aflição da parte de pessoas soberbas que não têm nenhuma consideração para com Deus e Sua palavra, no entanto, sua fidelidade e firmeza confiando e esperando nas promessas e na Palavra do Senhor, acabaram impactando seus amigos que também andam no temor do Senhor, gerando neles profunda simpatia e amor; seus amigos se alegraram ao vê-lo. O seu exemplo se tornou uma fonte de inspiração para os seus amigos, e mutuamente são consolados.

No livro apócrifo, o Eclesiástico, encontramos uma passagem muita rica sobre este tipo de amizade tão preciosa: “Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel, o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade de sua fé. Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme o Senhor, achará esse amigo. Quem teme o Senhor terá também uma excelente amizade, pois seu amigo lhe será semelhante.” (Eclesiástico 6:14-17).

Foi no entanto, na vinda do Senhor e Salvador Jesus Cristo que a verdadeira definição de amizade ficou estabelecida, quando após três anos andando com os seus discípulos, pouco tempo de ser preso, condenado e crucificado, Jesus lhes disse: “Ninguém tem maior amor do que aquele que DÁ A SUA VIDA POR SEUS AMIGOS. Vós SOIS MEUS AMIGOS, se fazeis o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas CHAMEI-VOS AMIGOS, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros.” (João 15:13-17).

Todos quantos têm em Jesus seu verdadeiro amigo, porque sabem que Ele os resgatou do pecado, da morte eterna e das garras de Satanás, por ter entregado a Sua vida na Cruz como Cordeiro de Deus, são chamados de amigos por Cristo e demostram esta amizade fazendo o que Jesus ordena: “amai-vos uns aos outros”!

Logo após a descida do Espírito Santo, o “Outro Consolador” prometido por Jesus para estar com os seus “amigos”, encontramos esta preciosa descrição a respeito dos que se arrependeram de seus pecados e creram em Cristo como Seu Senhor e Salvador: “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações.” (Atos 2:42).

Todos os crentes podem fazer a declaração do chamado Credo Apostólico:
“CREIO EM DEUS PAI, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra. CREIO EM JESUS CRISTO, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. CREIO NO ESPÍRITO SANTO; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.”

Que bênção preciosa é a crer também na “comunhão dos santos”. No final de sua última longa conversa com os discípulos como registrado pelo apóstolo João nos capítulos 13 a 17 do seu evangelho, temos o registro de sua oração em favor dos seus “amigos”, onde entre outras coisas Jesus pediu: “Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim.” (João 17:20-23).

As instruções sobre a realidade de sermos um só corpo, foi claramente estabelecida no ensino apostólico, como podemos ver de maneira especial no capítulo doze da primeira carta de Paulo aos coríntios, de onde destacamos esta passagem: “Deus dispôs o corpo de tal modo que deu maior honra aos membros que não a têm, para que não haja dissensões no corpo e que os membros tenham o mesmo cuidado uns para com os outros. Se um membro sofre, todos os membros padecem com ele; e se um membro é tratado com carinho, todos os outros se congratulam por ele. Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros.” (1 Coríntios 12:24-27). E há outros textos da Palavra de Deus que corroboram para estabelecer esta mesma verdade:

  • Romanos 12:15,16 – “Alegrem-se com os que se alegram e chorem com os que choram. Tenham o mesmo modo de pensar de uns para com os outros.”
  • Filipenses 2:1-5 – “Se me é possível, pois, alguma consolação em Cristo, algum caridoso estímulo, alguma comunhão no Espírito, alguma ternura e compaixão, completai a minha alegria, permanecendo unidos. Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos. Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros. Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus.”
  • Salmo 133:1-3 – “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce pela barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali o Senhor ordena a sua bênção e a vida para sempre.”

Sem dúvida, podemos lamentar, e muito, o fato da nossa falha em manter a unidade e a comunhão, mas se há algo para apreciarmos e bendizermos ao Senhor foi que no início da história da igreja, apesar da ação do inimigo infiltrando-se para criar partidarismo, desconfiança e confusão, é preciso destacar que sempre existiram alguns que a semelhança do salmista assim se expressavam: “Aqueles que te temem se alegram quando me veem, porque na tua palavra tenho esperado.” (Salmo 119:74).

Paulo mesmo chega ao final praticamente só, e assim se dirige a Timóteo: “Procura vir ter comigo quanto antes. Demas me abandonou, por amor das coisas do século presente, e se foi para Tessalônica. Crescente, para a Galácia; Tito, para a Dalmácia. Só Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o, porque me é bem útil para o ministério.” (2 Timóteo 4:9-11). Sim, Paulo que relacionou os vários sofrimentos pelos quais havia passado, cintando entre eles: “perigos entre falsos irmãos!” (2 Coríntios 11:26), faz um registro maravilhoso no final de sua carta aos Romanos, mencionando amigos que não podiam ser esquecidos e aos quais ele envia a sua saudação:

Febe, que tem ajudado a muitos e também a mim.
Prisca e Áquila, pela minha vida eles expuseram as suas cabeças.
Epêneto, que foi as primícias da Ásia para Cristo.
Maria, que muito trabalhou por vós.
Andrônico e Júnias, companheiros de prisão, muito estimados entre os apóstolos
Ampliato, amicíssimo meu no Senhor.
Urbano, colaborador em Cristo
Estáquis, meu amigo
Apeles, provado em Cristo.
Aristóbulo, Herodião, Narciso e sua família.
Trifena e Trifosa, que trabalham para o Senhor.
Pérside, que muito trabalhou para o Senhor.
Rufo e sua mãe, que considero como minha.
Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas e os irmãos que estão com eles.
Filólogo e Júlia, Nereu e sua irmã, Olímpio e todos os irmãos que estão com eles.

Todos estes nome estão mencionados no capítulo 16 de Romanos. Quais seriam os nomes que o salmista mencionaria ao falar de seus amigos que também temiam ao Senhor e que se alegraram quando o viram, por que ele esperava na Palavra do Senhor?

Mas finalizando, Paulo ao citar cerca de 30 nomes de homens e mulheres dignos, em Romanos 16, deixou também um alerta, para o qual também devemos estar atentos: “Rogo-vos, irmãos, que desconfieis daqueles que causam divisões e escândalos, apartando-se da doutrina que recebestes. Evitai-os! Esses tais não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao próprio ventre. E com palavras adocicadas e linguagem lisonjeira enganam os corações simples. A vossa obediência se tornou notória em toda parte, razão por que eu me alegro a vosso respeito. Mas quero que sejais prudentes no tocante ao bem, e simples no tocante ao mal. O Deus da paz em breve não tardará a esmagar Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja convosco!” (Romanos 16:17-20).

Paulo conclui citando ainda mais outros amigos:

Timóteo, meu cooperador,
Lúcio, Jasão e Sosípatro, meus parentes.
Tércio, que inclusive foi quem escrevei a carta que estava sendo ditada por Paulo.
Gaio, meu hospedeiro, e de toda a Igreja.
Erasto, tesoureiro da cidade
Quarto, nosso irmão.

E ao terminar esta carta enviada aos crentes romanos Paulo dá toda glória “Àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu Evangelho, na pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério, guardado em segredo durante séculos, mas agora manifestado por ordem do eterno Deus e, por meio das Escrituras proféticas, dado a conhecer a todas as nações, a fim de levá-las à obediência da fé, a Deus, único, sábio, por Jesus Cristo, glória por toda a eternidade! Amém.” (Romanos 16:25-27).

“Aqueles que te temem se alegram quando me veem, porque na tua palavra tenho esperado.” (Salmo 119:74). O salmista e seus amigos esperavam o cumprimento da Palavra do Senhor. O cristãos do início da história da Igreja, entre eles Paulo e seus amigos, também esperavam o cumprimento da Palavra do Senhor. Que hoje, séculos depois destes acontecimentos, estejamos nós também esperando o cumprimento da Palavra do Senhor, e buscando como nossos amigos todos quantos obedecem ao que recomenda a Palavra de Deus: “Siga a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.” (2 Timóteo 2:2).

Salmo 119 – verso 73

“As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me entendimento para que eu aprenda os teus mandamentos.” (Salmo 119:73).

No dia 01/07/2021 iniciamos uma caminhada diária no Salmo 119, que contém 22 blocos de 8 versículos, fazendo um total de 176 versículos. Estes blocos seguem o alfabeto hebraico sequencialmente e os 8 versículos de cada bloco iniciam com a respectiva letra.

Chegamos agora ao versículo 73, que dá início ao bloco de 8 versículos, (73 a 80) todos eles começando com a letra “YUD”, a 10ª letra do alfabeto hebraico, que é a menor das letras, bem pequenina mesmo e que também é uma das letras mais frequentes. Jesus fez referência a esta letra, quando ensinou: “Não pensem que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, mas para cumprir. Porque em verdade lhes digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.” (Mateus 5:17,18). Que impressionante! Nem um i…..que é a letra “YUD”.

Por ser uma letra pequenina está ligada ao conceito de humildade e mansidão, inclusive porque o seu formato traz a ideia de uma pessoa em oração com a cabeça inclinada, parecendo indicar alguém que ora humildemente buscando o favor de Deus. Embora seja a menor das letras, alguns estudiosos afirmam ser esta letra a mais poderosa, pelo fato de ser a primeira letra do nome do Senhor, no Antigo Testamento, Yahweh (Jeová). Por esta razão se associa a esta letra a sabedoria e o entendimento.

Esta oração feita pelo salmista neste verso 73 é maravilhosa e pouquíssimos são os que a fazem: “As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me entendimento para que eu aprenda os teus mandamentos.” Será que eu e você já oramos assim? Sinceramente, ao examinar as nossas orações, comparando-as com as que o salmista faz ao longo deste salmo 119, temos muitíssimo ainda a aprender. Ainda não aprendemos nem um “YUD”.

Esta oração, do salmista, revela um coração que se vê a si mesmo como um ser que existe porque foi feito e formado por Alguém, infinitamente grande e poderoso. Pensemos em Jó, que sendo um homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal (Jó 1:1), passou por profunda dor e aflição, tinha o mesmo sentimento, chegando a dizer estas palavras:

“As tuas mãos me plasmaram e me fizeram, porém, agora, queres destruir-me. Lembra-te de que me formaste como em barro. E, agora, queres reduzir-me a pó? Por acaso, não me derramaste como leite e não me coalhaste como queijo? De pele e carne me vestiste e de ossos e tendões me teceste. Tu me deste vida e bondade, e o teu cuidado guardou o meu espírito. Mas ocultaste estas coisas no teu coração; e agora sei que este era o teu plano. Se eu pecar, tu me observas; e da minha iniquidade não me perdoarás. Se for iníquo, ai de mim! E, se for justo, não ouso levantar a cabeça, pois estou envergonhado e olho para a minha miséria.” (Jó 10:8-15). Esta consciência da própria pequenez, insuficiência e miséria pessoal, diante do Criador, é impressionante. Revela profunda humildade.

E o que dizer de Davi, considerado um homem segundo o coração de Deus, que pode deixar registrada esta sua oração, reconhecendo ser tão simplesmente uma criatura tão pequenina, diante de Deus que é Onipotente, Onisciente e Onipresente. Veja só como Davi orou:

“Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe conheces os meus pensamentos. Observas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. A palavra ainda nem chegou à minha língua, e tu, Senhor, já a conheces toda. Tu me cercas por todos os lados e pões a tua mão sobre mim. Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é tão elevado, que não o posso atingir. Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda ali a tua mão me guiará, e a tua mão direita me susterá. Se eu digo: “As trevas, com certeza, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite”, até as próprias trevas não te serão escuras, e a noite é tão clara como o dia. Para ti, as trevas e a luz são a mesma coisa. Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no ventre de minha mãe. Graças te dou, visto que de modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles ainda existia. Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles! Se os contasse, seriam mais do que os grãos de areia; quando acordo, ainda estou contigo.” (Salmo 139:1-18).

Esta clara compreensão: “As tuas mãos me fizeram e me formaram”, é que leva o salmista a fazer esta súplica humildemente: “dá-me entendimento para que eu aprenda os teus mandamentos.” Esta mesma compreensão foi que levou Davi também a clamar: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.” (Salmo 139:23,24).

Para nós que, diferentemente do salmista, já conhecemos o Senhor Jesus Cristo, que afirmou: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.” (João 8:12), temos privilégios extraordinários, como a bênção de ter ouvido a palavra da verdade, o evangelho da salvação e, tendo crido em Jesus Cristo, ter nascido de novo pela operação do Espirito Santo de Deus. Isto é maravilhoso. E como lemos em Efésios, recebemos o selo do Espírito Santo da promessa. (Efésios 1:13,14).

Diante desta realidade, ficamos admirados da oração feita pelo apóstolo Paulo em relação aos crentes de Éfeso. Precisamos também aprender a orar da mesma maneira. Trata-se de um pedido por iluminação, por discernimento, para que tenhamos entendimento e aprendamos a Vontade de Deus, conforme revelada em Sua Palavra. E qual é esta oração?

Peço ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, que conceda a vocês espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele. Peço que ele ilumine os olhos do coração de vocês, para que saibam qual é a esperança da vocação de vocês, qual é a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual é a suprema grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder.” (Efésios 1:18-19). Ah! Se soubéssemos um “YUD”, um i ou um til desta preciosa realidade, já seria maravilhoso! Vamos pedir que o Senhor nos ajude a orar, porque, de fato, não sabemos orar como convém.

Quem eu sou? Qual o meu pedido para o Senhor? A resposta está, de certa forma, neste versículo de hoje: “As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me entendimento para que eu aprenda os teus mandamentos.” (Salmo 119:73). Vamos orar assim também?

salmo 119 – verso 66

Ensina-me bom juízo e conhecimento, pois creio nos teus mandamentos.” (Salmo 119:66).

Esta oração do salmista me leva a fazer duas perguntas:

  1. Creio nos Seus mandamentos, na Sua Palavra, que é verdadeira, ontem, hoje e sempre? Foi exatamente isso que afirmou o Senhor Jesus Cristo: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.” (Mateus 24:35).
  2.  Se creio nos mandamentos e na Palavra de Deus, já fiz, de todo coração, esta oração ao Eterno Deus: “Ensina-me bom juízo e conhecimento”?

Trata-se de uma oração para ter “bom juízo”, que significa aprender a julgar corretamente, examinando demorada e atentamente todos os lados de uma determinada questão, com toda prudência, ponderação e de forma criteriosa. Interessante verificar que algumas pessoas, que residiam na cidade de Bereia, foram consideradas “nobres”, por procederem exatamente assim ao ouvirem a mensagem anunciada pelo apóstolo Paulo, como está escrito: “Ora, estes de Bereia eram mais nobres do que os de Tessalônica, pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. Com isso, muitos deles creram, mulheres gregas de alta posição social e muitos homens.” (Atos 17:11,12). Que bênção é ter “bom juízo”!

Senhor Deus, “ensina-me bom juízo e conhecimento”, é o pedido a ser feito, para atravessar todo o ciclo da vida, desde o nascimento. Trata-se de pedir também “bom conhecimento”, que significa receber as ideias, as informações com discernimento. Provavelmente o salmista fazia sua oração atendendo a orientação sábia que se encontra no Livro de Provérbios 2:1-15:

“Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no seu coração os meus mandamentos; se você der ouvidos à sabedoria e inclinar o seu coração ao entendimento; sim, se você pedir inteligência e gritar por entendimento; se buscar a sabedoria como a prata e a procurar como se procuram tesouros escondidos, então você entenderá o temor do Senhor e achará o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e a inteligência. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo para os que andam com integridade, guardando as veredas da justiça e conservando o caminho dos seus santos. Então você entenderá a justiça, o juízo e a equidade — todas as boas veredas. Porque a sabedoria entrará no seu coração, e o conhecimento será agradável à sua alma. O discernimento o guardará e o entendimento o protegerá. A sabedoria o livrará do caminho do mal e do homem que diz coisas perversas; dos que abandonam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas; dos que têm prazer em fazer o mal e se alegram com as perversidades dos maus, cujas veredas são tortuosas e que se desviam em seus caminhos.” (Provérbios 2:1-15).

O discernimento, esta faculdade de julgar as coisas de maneira clara e sensata, é imprescindível para todos os ciclos da vida. O discernimento que conduz uma pessoa a ter cautela e prudência em toda e qualquer circunstância. O discernimento que conduz uma pessoa a ter bom senso, com habilidade para discernir entre o verdadeiro e o falso, e que lamentavelmente está ausente no dia a dia das pessoas, que tão facilmente são enganadas e ficam sujeitas a seguir por caminhos tortuosos, em vez de andar na vereda da retidão. Este aprendizado do bom juízo e do conhecimento é eminentemente prático e não teórico. Leva a um viver de obediência ao Senhor, concordando com o que Deus concorda, aprovando o que Deus aprova. A grande falha dos líderes do povo de Deus no Antigo Testamento foi a falta de obediência. O profeta Ezequiel ao anunciar a futura restauração de Israel, refere-se a reformas que aconteceriam e menciona, entre tantas outras que: “os sacerdotes ensinarão o meu povo a distinguir entre o santo e o profano e lhe darão entendimento quanto à diferença entre o impuro e o puro.” (Ezequiel 44:23). Finalmente chegaria um tempo de ministério com discernimento.

Já nos tempos do Novo Testamento, o autor da carta aos Hebreus falou da incapacidade de muitos, para compreenderem a verdade da Palavra de Deus, por terem preguiça de ouvir. Nos dias de hoje, observamos não só a preguiça de ouvir como também de pensar e raciocinar. Muitos não se desenvolvem e nem buscam terem “bom juízo e conhecimento”. Talvez nunca tenham pedido a Deus por isto. Para estes fica a exortação: “Pois, quando já deviam ser mestres, levando em conta o tempo decorrido, vocês têm, novamente, necessidade de alguém que lhes ensine quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus. Passaram a ter necessidade de leite e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.” (Hebreus 5:11-14).

Senhor Deus, “ensina-me bom juízo e conhecimento”, é o pedido a ser feito, para que deixemos de ser crianças, avancemos na vida de fé e saibamos diferenciar cada vez mais claramente a diferença entre o santo e o profano, entre o puro e o impuro, entre bem e o mal, entre o certo e o errado, entre o justo e o injusto; no meio de uma sociedade madura para o juízo de Deus, e que não sabe “distinguir entre a mão direita e a mão esquerda.” (Jonas 4:11).

Há um passagem do apóstolo João muita elucidativa, onde ele refere-se aos crentes como sendo “filhinhos”, “jovens” e “pais”. Pensemos por uns instantes neste texto, perguntando-nos a nós mesmos, em qual destas categorias nos encontramos? Diz o texto: “FILHINHOS, escrevo a vocês, porque os seus pecados são perdoados por causa do nome de Jesus. PAIS, escrevo a vocês, porque conhecem aquele que existe desde o princípio. JOVENS, escrevo a vocês, porque vocês têm vencido o Maligno. FILHINHOS, escrevi a vocês, porque conhecem o Pai. PAIS, escrevi a vocês, porque conhecem aquele que existe desde o princípio. JOVENS, escrevi a vocês, porque são fortes, e a palavra de Deus permanece em vocês, e vocês já venceram o Maligno.” (1 João 2:12-14). Resumindo temos:

  • FILHINHOS – porque os seus pecados são perdoados por causa do nome de Jesus e porque conhecem o Pai
  • PAIS – porque conhecem aquele que existe desde o princípio.
  • JOVENS – porque vocês têm vencido o Maligno e porque são fortes, e a palavra de Deus permanece em vocês, e vocês já venceram o Maligno.

A continuação deste capítulo dois de João é de uma preciosidade sem igual, quanto a este tema de alcançarmos o discernimento, o “bom juízo e conhecimento”. Leia com atenção 1 João 2:15-29.  Veja só os alertas dados por João:

  • 1 João 2:18-19 – “…esta é a última hora. E, como vocês ouviram que o anticristo vem, também agora muitos anticristos têm surgido; por isso sabemos que é a última hora. Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos.”
  • 1 João 1:21,22 – …nenhuma mentira procede da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho.”
  • 1 João 2:26 – “Isto que acabo de escrever para vocês é a respeito dos que estão tentando enganá-los.”

O espaço não permite considerar de forma completa este texto de João, mas veja só as fontes de conhecimento que estão à nossa disposição:

  • 1 João 2:20,21 – “Mas vocês têm a unção que vem do Santo e todos têm conhecimento. Não escrevi a vocês porque não conhecem a verdade, mas porque vocês a conhecem, e porque nenhuma mentira procede da verdade.”
  • 1 João 2:24 – “Permaneça em vocês o que vocês ouviram desde o princípio. Se o que ouviram desde o princípio permanecer em vocês, também vocês permanecerão no Filho e no Pai.”
  • 1 João 2:27 – “Quanto a vocês, a unção que receberam dele permanece em vocês, e não precisam que alguém os ensine. Mas, como a unção dele os ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permaneçam nele, como também ela ensinou a vocês.”

É necessário lembrar que todos os que se tornaram cristãos, “foram regenerados não de semente corruptível, mas de semente incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Porque ‘toda a humanidade é como a erva do campo, e toda a sua glória é como a flor da erva. A erva seca, e a flor cai; mas a palavra do Senhor permanece para sempre.’ Esta palavra é o evangelho que foi anunciado a vocês.” (1 Pedro 1:23-25).

E qual é este evangelho? “Irmãos, venho lembrar-lhes o evangelho que anunciei a vocês, o qual vocês receberam e no qual continuam firmes. Por meio dele vocês também são salvos, se retiverem a palavra assim tal como a preguei a vocês, a menos que tenham crido em vão. Antes de tudo, entreguei a vocês o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15:1-4)

Regenerados, convertidos, tendo recebido a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, como filhinhos, como jovens, ou como pais, todos precisam orar sempre para terem bom juízo e conhecimento, por que amam ao Senhor e à Sua Palavra. Todos os cristãos precisam ter o devido discernimento desta palavra: “Não amem o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo — os desejos da carne, os desejos dos olhos e a soberba da vida — não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como os seus desejos; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:15-17).

“Ensina-me bom juízo e conhecimento, pois creio nos teus mandamentos.” (Salmo 119:66). Só tendo Jesus, “o qual se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e redenção” (1 Coríntios 1:30”, é que todo o ciclo de nossa vida agradará o Senhor. É pelo Espírito de Cristo, que está em nós e que nos leva a permanecer em Cristo, que o discernimento se torna possível. E João conclui o capítulo dois com esta palavra: “Mas, como a unção dele os ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permaneçam nele, como também ela ensinou a vocês. E agora, filhinhos, permaneçam nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos envergonhados, tendo de nos afastar dele no dia da sua vinda. Se sabem que ele é justo, reconheçam também que todo aquele que pratica a justiça é nascido de Deus.” (1 João 2:27-29).

MELHOR QUE PRATA, DIAMANTE E OURO

Na vida há gente
Que tão somente,
Busca tesouros
Sofregamente
E se afadiga
Num só processo:
Alcançar fama
E ter sucesso!

Como livrar-se
Desta utopia,
E achar verdade
E sabedoria?
Esta vereda
Ignorada
Precisa urgente
Ser encontrada.

Ave arguta
E de rapina
Esta estrada
Não descortina,
Leões e feras
Desembestadas
Nunca deixaram
Nela pegadas.

Este é um caminho
Sublime e puro,
Caminho santo
E bem seguro:
Ser da maldade
Sempre apartado
E a Deus temendo
Ser sempre achado.

Este caminho
Consiste nisto:
Ter um encontro
Com Jesus Cristo!
Em Cristo há paz,
Amor, alegria,
A verdadeira
Sabedoria.

Ó Deus Triúno,
Criador do mundo,
Que ama ao homem
Com amor profundo
Renova a chance
Ao que está perdido,
Para que venha
Arrependido,

Confiar em Cristo
Sim convencido
E por Seu sangue
Ficar remido;
Achando em Cristo,
Real tesouro
Melhor que prata,
Diamante e ouro;

Consciente assim que
Melhor que a vida
É tua graça,
Não merecida;
E o fascinante
Da humana história
É conhecer-Te,
Ó Deus da Glória!

Gilberto Celeti

Lendo o capítulo 28 daquele que é considerado o mais antigo livro da Bíblia – o livro de Jó.

Desejo que na leitura e meditação deste poema você desfrute das bênçãos da PRESENÇA DO SENHOR JESUS CRISTO no seu “homem interior”!

“Mas vocês são dele, em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e redenção, para que, como está escrito, ‘aquele que se gloria, glorie-se no Senhor'”. (1 Coríntios 1.30,31

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EVITANDO DISCUSSÕES, SEGUINDO A PAZ

Nossos dias são tão poucos e ligeiros
Que saibamos muito bem aproveitá-los,
Insensatas discussões e encrenqueiros,
Bem faremos se pudermos evitá-los.

Cerimonias, liturgias, profecias,
E mistérios que pertencem a Divindade,
Discuti-los não trará sabedoria,
Nem promoverá o amor e a unidade.

O que importa mesmo é crer em Jesus Cristo,
E no Espírito de Deus ser renovado,
Cada dia dedicado a fazer isto:
Ser um servo totalmente consagrado.

Tendo a mente com a Palavra ocupada,
E com o amor de Deus, o coração enchido,
As palavras serão puras, temperadas,
Pra fazer o amor de Deus ser conhecido.

Não há tempo para questões secundárias,
Nem tão pouco para conflitos mesquinhos.
Seja sempre nossa meta prioritária
Estar sempre nEle, em Cristo, o Caminho.

Gilberto Celeti

“Evite discussões tolas, genealogias, controvérsias e debates sobre a lei; porque são inúteis e sem valor. Evite a pessoa que provoca divisões, depois de admoestá-la uma ou duas vezes, pois você sabe que tal pessoa está pervertida, vive pecando e por si mesma está condenada.” (Tito 3:9-11).

“Procurem viver em paz com todos e busquem a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Cuidem para que ninguém fique afastado da graça de Deus, e que nenhuma raiz de amargura, brotando, cause perturbação, e, por meio dela, muitos sejam contaminados.” (Hebreus 12:14,15).

“Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, estando enraizados e edificados nele, e confirmados na fé, como foi ensinado a vocês, crescendo em ação de graças.” (Colossenses 2:6,7).

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3. ESPÍRITO SANTO (13 sonetos).
4. EVANGELHO (42 sonetos).
5. CONFIANÇA (27 sonetos).
6. ORAÇÃO (19 sonetos).
7. SANTIFICAÇÃO (14 sonetos).
8. ADORAÇÃO E LOUVOR (13 sonetos).
9. CONSAGRAÇÃO (13 sonetos).
10. VITÓRIA (23 sonetos).
11. SEMPRE EM CRISTO (20 sonetos).
12. NO OCASO DA VIDA (8 sonetos).

JOQUEBEDE mãe que têm filhos para a glória de deus

princesa e joquebede

Numa desesperadora escravidão
Em que estavam totalmente mergulhados,
Os israelitas, tão amargurados,
Sem qualquer prazer é que comiam o pão.

O trabalho que faziam era pesado,
E debaixo do furor do inimigo,
Que aplicava, impiedoso, o castigo,
Que ansiava ver o povo eliminado,

O desejo de ter um libertador
Muito forte estava em cada consciência.
E Deus tendo já tomado providência,
Mostraria a todo povo o seu favor.

O agir de Deus é sempre surpreendente,
E se desenvolve com serenidade:
Nasce um bebê e sem qualquer alarde,
Deus se mostra, entre seu povo, bem presente.

O menino vai ter formação completa,
Para bem desempenhar sua missão:
Há de ser libertador de uma nação!
Com sabedoria Deus tudo arquiteta.

Pelos pais primeiramente escondido,
E depois sobre um cestinho colocado,
Que devidamente sendo betumado,
Sobre as águas do Rio Nilo é estendido.

Neste rio onde os bebês achavam a morte,
Pois o Faraó já tinha decretado,
O bebê Moisés, no cesto, bem guardado
Haveria de encontrar uma outra sorte.

Pela filha do Rei sendo encontrado,
Foi entregue à própria mãe pra ser criado;
E depois, crescido e já amamentado,
Foi por filho da princesa adotado,

E educado para ser um Faraó.
No entanto, tão pequeno, a influência
De sua mãe lhe deu inteira consciência
Do Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó.

Tendo a pompa do Egito recusado,
Quis servir seu povo escravo e humilhado,
E acabou agindo um tanto desastrado
Tendo, assim, a um egípcio matado.

Para a “escola” do deserto foi levado,
E tornou-se, então, Moisés um fugitivo,
E aprendeu que só com a ajuda do Deus vivo
É que o povo, enfim, seria libertado.

Só de Deus seria toda a intervenção,
Não na sua própria força e vontade,
E através da sarça que no fogo arde,
Sem que queime, Deus lhe faz convocação:

“Vá tirar meu povo, agora, do Egito!”
Mas não quis Moisés aquela empreitada,
Pois sabia que não poderia nada.
E julgava não cumprir os requisitos.

Deus daria a Moisés capacidade
Para ser, de Sua parte, o instrumento;
E Moisés não recusou seu chamamento.
Deus agora tinha um homem com humildade.

Tem início nova fase na história,
Israel é agora um povo libertado.
Quem diria? Um menino condenado
É quem Deus iria usar pra Sua glória?

E que exemplo de sabedoria e amor
Vemos na mãe de Moisés, a Joquebede!
Que bem corajosa fez o que precede
Pra ter um filho a Deus dando louvor.

Mãe com o esposo sempre em santa parceria,
Pois deixaram a Deus seus filhos dedicados,
E no Espírito de Deus, encorajados
Priorizam andar com Cristo cada dia.

Juntos crescem na Palavra da verdade,
E assim com pensamentos transformados
Sem estar com este mundo conformados
Querem, em tudo, conhecer qual a vontade

Do Senhor, que é sempre boa e agradável.
Mãe que para o filho quer apenas isto:
Vê-lo desejoso de servir a Cristo,
Como Joquebede, é mãe incomparável!

Gilberto Celeti

Joquebede foi esposa de Anrão e mãe de Aarão, Moisés e Miriam. Seus três filhos foram usados para a glória do Senhor. Joquebede significa: “O Senhor é glória!”

FELIZ DIA DAS MÃES!
Tenha os seus filhos para a glória de DEUS. Seja uma JOQUEBEDE – “O Senhor é glória!”