COMPREENDENDO O NATAL – ENCONTRANDO O EMANUEL

COMPREENDENDO O NATAL

Criador, sustentador do Universo,
Do Altíssimo, o Verbo encarnado,
Com a missão de agir neste mundo perverso
E torná-lo libertado, restaurado.

Incomensurável este bendito plano,
Preparado mesmo antes da eternidade,
Que seria pela ação de um ser humano,
Finalmente erradicada a iniquidade.

No Natal, o mundo todo saiba isto:
Que pra Páscoa verdadeira há um Cordeiro,
Pois nasceu o Emanuel, o Verbo é Cristo!

Não existe fato mais alvissareiro:
Jesus Cristo veio tirar os pecados
E tornar o diabo e o mal aniquilados.

Gilberto Celeti

ENCONTRANDO O EMANUEL

Tendo Cristo sido morto e sepultado,
Sendo Ele santo, puro, impoluto;
No lugar do pecador foi condenado,
Do que nEle crê, Ele é o substituto.

Ressurreto abandonou a sepultura
E está na eterna glória conduzindo
Sua Igreja aqui na terra pra ser pura,
Da Sua presença sempre usufruindo;

Que a Palavra da Verdade anuncia:
Pecadores venham a Cristo arrependidos,
Deixem as trevas, venham para a luz do dia,

Creiam em Cristo, sejam por Ele remidos.
O cristão com Cristo está identificado
Pra viver somente para o Seu agrado!

Gilberto Celeti

  1. O VERBO –
    a. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.” (João 1:1-5).
    b. “O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1:10-14).

  2. O NATAL –
    “Então Maria deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou o menino e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam os seus rebanhos durante as vigílias da noite. E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não tenham medo! Estou aqui para lhes trazer boa-nova de grande alegria, que será para todo o povo: é que hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto servirá a vocês de sinal: vocês encontrarão uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. E, de repente, apareceu com o anjo uma multidão do exército celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” (Lucas 2:7-14).

  3. A PÁSCOA VERDADEIRA –
    a. “Joguem fora o velho fermento, para que vocês sejam nova massa, como, de fato, já são, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento do mal e da maldade, mas com o pão sem fermento, o pão da sinceridade e da verdade.” (1 Coríntios 5:7,8).
    b. “Antes de tudo, entreguei a vocês o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15:3,4).
    c. “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. E vocês sabem que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. Filhinhos, não se deixem enganar por ninguém. Aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado, porque nele permanece a semente divina; esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica a justiça não procede de Deus, e o mesmo vale para aquele que não ama o seu irmão.” (1 João 3:4-10).

  4. O RESUMO DE TUDO –
    “Ele nos libertou do poder das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a remissão dos pecados. Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Pois nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja. Ele é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para ter a primazia em todas as coisas. Porque Deus achou por bem que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.” (Colossenses 1:13-20).

  5. O FUTURO –
    “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos as pessoas mais infelizes deste mundo. Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, na sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. E então virá o fim, quando ele entregar o Reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque é necessário que ele reine até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque ‘ele sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés’. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente exclui aquele que tudo lhe sujeitou. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.” (1 Coríntios 15:19-28).

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1. CAMINHADA (23 sonetos).
2. AMOR À VERDADE (13 sonetos).
3. ESPÍRITO SANTO (13 sonetos).
4. EVANGELHO (42 sonetos).
5. CONFIANÇA (27 sonetos).
6. ORAÇÃO (19 sonetos).
7. SANTIFICAÇÃO (14 sonetos).
8. ADORAÇÃO E LOUVOR (13 sonetos).
9. CONSAGRAÇÃO (13 sonetos).
10. VITÓRIA (23 sonetos).
11. SEMPRE EM CRISTO (20 sonetos).
12. NO OCASO DA VIDA (8 sonetos).

Salmo 119- VERSO 120

“Meu corpo treme de medo de ti, e temo os teus juízos.” (Salmo 119:120).

Chegamos ao último dos oito versículos, iniciados com a 15ª letra do alfabeto hebraico, a letra “Samech” que corresponde a letra “S” da língua portuguesa (versos 113 a 120). Lembre-se que esta letra com um formato fechado “ס”, simboliza o Eterno, que não tem início nem fim.

Como é glorioso e majestoso o Criador, que por Sua palavra fez “que o visível veio a existir das coisas que não são visíveis.” (Hebreus 11:3). E quão maravilhoso o Seu Filho, “a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também fez o universo. O Filho, que é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela sua palavra poderosa, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas.” (Hebreus 1:2,3). E a extraordinária e poderosa atividade do Espírito Santo presente a participante para que o universo viesse a existir. Como não nos ajoelharmos admirados diante da grandeza do Deus Triúno Todo-poderoso?

A letra “Samech” também tem o significado de refúgio, de fortaleza, de uma cidade forte protegida por uma imensa muralha. Os filhos de Corá expressaram de forma maravilhosa que o Eterno Deus é refúgio e fortaleza: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos, ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes estremeçam. Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais será abalada. Deus a ajudará desde o romper da manhã. Bramam nações, reinos se abalam. Deus faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Venham contemplar as obras do Senhor , que tem feito desolações na terra. Ele faz cessar as guerras até os confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo.” (Salmo 46:1-9). Quem poderá contemplar a Glória e a Majestade do Eterno Deus sem ficar tomado pelo temor do SENHOR?

Em todos os versículos com a letra “Samech”, (113 a 120) o salmista expressa o seu amor à lei de Deus, o seu desejo de obedecê-la, de esperar e confiar nas promessas do Senhor, de buscar o amparo e a força de Deus para não se deixar enganar ou mesmo afastar-se do caminho do Senhor, com plena consciência de que desprezar a Deus e os Seus preceitos é um caminho de morte e de miséria, é ser desprezado  por Deus como escória. A sua atitude para com Deus é de absoluto temor neste último versículo do bloco: A primeira palavra que ele utiliza é “SÅMAR (se arrepiou), e pode ser traduzido o verso 120 desta forma: “O meu corpo se arrepiou com temor de ti, e temi os teus juízos.”

O apóstolo João ao escrever o livro de Apocalipse, cheio de santo temor, faz um registro impressionante: “Vi no céu outro sinal grande e maravilhoso: sete anjos que tinham os sete últimos flagelos, pois com estes se consumou a ira de Deus. Vi como que um mar de vidro, misturado com fogo, e também os que venceram a besta, a sua imagem e o número do seu nome. Eles estavam em pé junto ao mar de vidro, tendo harpas que lhes foram dadas por Deus. E entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: ‘Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo. Por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos.’” (Apocalipse 15:1-4).

Sim, João o discípulo amado, que reclinara sua cabeça no peito do Senhor Jesus Cristo por ocasião da instituição da Santa Ceia, ao ser convocado pelo Senhor Jesus para escrever o livro do  Apocalipse, assim se expressou: “Eu, João, irmão e companheiro de vocês na tribulação, no reino e na perseverança em Jesus, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. Achei-me no Espírito, no dia do Senhor, e ouvi atrás de mim uma voz forte, como de trombeta, dizendo: — Escreva num livro o que você vê e mande-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia. Voltei-me para ver quem falava comigo e, ao me voltar, vi sete candelabros de ouro e, no meio dos candelabros, um semelhante a um filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com um cinto de ouro. A cabeça e os cabelos dele eram brancos como alva lã, como neve. Os olhos eram como chama de fogo. Os seus pés eram semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha. A voz era como som de muitas águas. Na mão direita ele tinha sete estrelas, e da sua boca saía uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força. Ao vê-lo, caí aos seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último e aquele que vive. Estive morto, mas eis que estou vivo para todo o sempre e tenho as chaves da morte e do inferno. Escreva, pois, as coisas que você viu, as que são e as que hão de acontecer depois destas.” (Apocalipse 1:9-19). Como ficar de pé diante da Gloria do Senhor Jesus Cristo? Ele disse: “Ao vê-lo, caí aos seus pés como morto.” Quem pode subsistir diante da Excelsa presença de Deus? Só podemos dizer como o salmista: “Meu corpo treme de medo de ti, e temo os teus juízos.” (Salmo 119:120).

Será que realmente temos consciência do que significa estar na presença do Eterno Deus Triúno Santo e Bendito? Será que já prestamos a devida atenção ao que o Senhor disse: “O céu é o meu trono, e a terra é o estrado dos meus pés. Que casa, então, vocês poderiam construir para mim? Ou que lugar para o meu repouso? Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas vieram a existir, diz o Senhor . Mas eis para quem olharei: para o aflito e abatido de espírito e que treme diante da minha palavra.”  (Isaías 66:1,2).

Será que trememos diante da Sua Palavra, e damos a devida glória ao Nome do Senhor, como lemos no Salmo 29, escrito por Davi: “Deem ao Senhor , ó filhos de Deus, deem ao Senhor glória e força. Deem ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorem o Senhor na beleza da sua santidade. Ouve-se a voz do Senhor sobre as águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas. A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade. A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor despedaça os cedros do Líbano. Ele faz o Líbano saltar como um bezerro, e o monte Hermom pular como um boi selvagem. A voz do Senhor produz chamas de fogo. A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades. A voz do Senhor faz dar cria às corças e desnuda os bosques; e no seu templo todos dizem: “Glória!” O Senhor governa os dilúvios; como rei, o Senhor governa para sempre. O Senhor dá força ao seu povo, o Senhor abençoa o seu povo com paz.”

O profeta Ezequiel compreendia exatamente o que o salmista afirmou: “Meu corpo treme de medo de ti, e temo os teus juízos.” (Salmo 119:120), quando inicia o seu livro dizendo: “os céus se abriram e eu tive visões de Deus.” (verso 1). Que descrição surpreendente e inigualável ele faz da glória indescritível do local, da presença de querubins e do “que era como o som de muitas águas, como a voz do Onipotente” (verso 24). E continua dizendo: “Por cima do firmamento que estava sobre a cabeça dos seres viventes, havia algo semelhante a um trono, como uma safira; e, sobre essa espécie de trono, estava sentada uma figura semelhante a um ser humano. Vi que essa figura era como metal brilhante, como um fogo ao redor dela, desde a sua cintura e daí para cima; e desde a sua cintura e daí para baixo, vi que essa figura era como fogo e havia um resplendor ao redor dela. Como o aspecto do arco que aparece nas nuvens em dia de chuva, assim era o resplendor ao redor. Esta era a aparência da glória do Senhor . Ao ver isto, caí com o rosto em terra e ouvi a voz de quem falava.” (versos 26 a 28).

Com o profeta Daniel não foi diferente, pois ele registrou: “No dia vinte e quatro do primeiro mês, estando eu na margem do grande rio Tigre, levantei os olhos e vi um homem vestido de linho, com um cinto de ouro puro de Ufaz na cintura. O seu corpo era como o berilo, o seu rosto parecia um relâmpago, os seus olhos eram como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido, e a voz das suas palavras era como o barulho de uma multidão. Só eu, Daniel, tive aquela visão. Os homens que estavam comigo nada viram, mas ficaram com muito medo, fugiram e se esconderam. Assim, fiquei sozinho e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim. O meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e perdi as forças. Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo essa voz, caí sem sentidos, com o rosto em terra. Eis que a mão de alguém tocou em mim, e me ajudou a ficar de joelhos, apoiado nas palmas das mãos. Ele me disse: Daniel, homem muito amado, esteja atento às palavras que vou lhe dizer. Fique em pé, porque fui enviado para falar com você. Enquanto ele falava comigo, eu me pus em pé, tremendo.” (Daniel 10:4-11).

E Daniel continua descrevendo o que ouviu naquele momento: “Agora, vim para fazer com que você entenda o que vai acontecer com o seu povo nos últimos dias. Porque a visão se refere a dias ainda distantes. Enquanto ele me dizia essas palavras, dirigi o olhar para o chão e fiquei mudo. Então um ser semelhante aos filhos dos homens me tocou os lábios, e passei a falar. Eu disse àquele que estava diante de mim: Meu senhor, essa visão me causou muita dor, e eu fiquei sem força alguma. Como pode este seu servo falar com o meu senhor? Porque, quanto a mim, não me resta mais nenhuma força, e quase não posso respirar. Então aquele ser semelhante a um homem tocou em mim outra vez e me fortaleceu. E disse: Não tenha medo, homem muito amado! Que a paz esteja com você! Anime-se! Sim, anime-se! Enquanto ele falava comigo, fiquei fortalecido e disse: Fale agora, meu senhor, pois as suas palavras me fortaleceram.” (Daniel 10:14-19). Daniel bem que poderia falar exatamente como o salmista: “Meu corpo treme de medo de ti, e temo os teus juízos.” (Salmo 119:120).

A descrição que o profeta Joel faz do juízo do Senhor é estarrecedora: “Toquem a trombeta em Sião e deem o alarme no meu santo monte. Que todos os moradores da terra tremam, porque o Dia do Senhor está chegando; já está próximo. É dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e densas trevas! Como a luz do amanhecer sobre os montes, assim se difunde um povo grande e poderoso, como nunca houve igual desde os tempos antigos, nem haverá outro depois dele pelos anos seguintes, de geração em geração. À frente dele vai fogo devorador, atrás dele vêm chamas destruidoras. Diante desse povo, a terra é como o jardim do Éden; mas, atrás dele, fica devastada como um deserto. Nada lhe escapa. A sua aparência é como a de cavalos; e, como cavaleiros, assim correm. Com um estrondo semelhante ao de carros de guerra, eles vêm saltando no alto dos montes, crepitando como chamas de fogo que devoram a palha, como um povo poderoso posto em ordem de combate. Diante deles, os povos tremem; todos os rostos empalidecem. Correm como valentes; como homens de guerra, sobem muros. Cada um vai no seu caminho e não se desvia da sua fileira. Não empurram uns aos outros; cada um segue o seu rumo. Avançam entre as lanças e não se detêm no seu caminho. Invadem a cidade, correm pelas muralhas, sobem pelas paredes das casas, entram pelas janelas como ladrões. Diante deles, a terra treme e os céus se abalam; o sol e a lua se escurecem, e as estrelas deixam de brilhar. O Senhor levanta a voz diante do seu exército. Porque o seu arraial é enorme, e quem executa as suas ordens é poderoso. Sim, grande e mui terrível é o Dia do Senhor! Quem o poderá suportar?” (Joel 2:1-11).

O profeta Naum foi também bem claro ao afirmar: “O Senhor é Deus zeloso e vingador, o Senhor é vingador e cheio de ira; o Senhor toma vingança contra os seus adversários e reserva indignação para os seus inimigos. O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado. O Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são a poeira dos seus pés. Repreende o mar, e ele seca; faz com que todos os rios fiquem secos. Basã e o Carmelo desfalecem, e as flores do Líbano murcham. Os montes tremem diante dele, e as colinas se derretem. A terra se levanta diante dele, sim, o mundo e todos os seus moradores. Quem pode suportar a sua indignação? E quem subsistirá diante do furor da sua ira? A sua cólera se derrama como fogo, e as rochas são por ele demolidas. O Senhor é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam.” (Naum 1:2-7).

Veja também a experiência de Habacuque: “Ouvi isso, e o meu íntimo se comoveu; os meus lábios tremeram ao ouvir a sua voz. A podridão entrou nos meus ossos, e os meus joelhos vacilaram, pois, em silêncio, devo esperar o dia da angústia, que virá contra o povo que nos ataca.” (Habacuque 3:16). Tanto Joel, como Naum, como Habacuque, estão juntos com o salmista afirmando: “Meu corpo treme de medo de ti, e temo os teus juízos.” (Salmo 119:120).

Voltando ao Novo Testamento, será que estamos conscientes do que nos ensinou o apóstolo Pedro? Ele deixou bem claro que: “O Dia do Senhor virá como um ladrão. Naquele dia os céus passarão com grande estrondo, e os elementos se desfarão pelo fogo. Também a terra e as obras que nela existem desaparecerão. Uma vez que tudo será assim desfeito, vocês devem ser pessoas que vivem de maneira santa e piedosa, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus. Por causa desse dia, os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos se derreterão pelo calor. Nós, porém, segundo a promessa de Deus, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça. Por essa razão, amados, esperando estas coisas, esforcem-se para que Deus os encontre sem mácula, sem culpa e em paz.” (2 Pedro 3:9-14).

A realidade é que o juízo de Deus virá e temos que atender a exortação divina: “Tenham cuidado e não se recusem a ouvir aquele que fala. Pois, se os que se recusaram a ouvir quem divinamente os advertia na terra não escaparam, muito menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que dos céus nos adverte. Naquele tempo, a voz dele abalou a terra, mas agora ele promete, dizendo: ‘Mais uma vez eu farei tremer não só a terra, mas também o céu.’ Ora, as palavras ‘mais uma vez’ significam a remoção dessas coisas abaladas, ou seja, das coisas criadas, para que permaneçam as coisas que não podem ser abaladas. Por isso, recebendo nós um Reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e temor. Porque o nosso Deus é fogo consumidor.” (Hebreus 12:25-29).

E não esqueçamos jamais de considerar a triste realidade da criatura humana, pois Pedro afirmou: “Porque chegou o tempo de começar o juízo pela casa de Deus; e, se começa por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, ‘se é com dificuldade que o justo é salvo, que será do ímpio e do pecador?’” (1 Pedro 4:17,18). É necessário “levar a sério” a realidade do que significa ser um cristão, ser um membro do Corpo de Cristo! Sem dúvida, como o salmista podemos dizer: “Meu corpo treme de medo de ti, e temo os teus juízos.” (Salmo 119:120).

Todos que já foram, lavados e comprados pelo sangue do Cordeiro, enquanto estão em peregrinação neste mundo e aguardando a volta gloriosa do Senhor Jesus Cristo, podem muito bem dizer: “Nós conhecemos o amor e cremos neste amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele. Nisto o amor é aperfeiçoado em nós, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, assim como ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; pelo contrário, o perfeito amor lança fora o medo. Porque o medo envolve castigo, e quem teme não é aperfeiçoado no amor.” (1 João 4:16-18).

Sim, os que nasceram de novo podem afirmar com toda convicção: “Agora, pois, já não existe nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus.” (Romanos 8:1). E têm também a plena certeza “de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 8:38,39).

No entanto eles também orarão como o salmista: “Meu corpo treme de medo de ti, e temo os teus juízos.” (Salmo 119:120) e dirão uns aos outros: “Retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e temor. Porque o nosso Deus é fogo consumidor.” (Hebreus 12:29). A atitude do salmista é de reverência e santo temor! E com esta atitude, nos esforçaremos, sabendo que é o próprio Senhor que opera em nós o querer e o executar, pelo Espírito Santo (Filipenses 2:13) para que Deus nos “encontre sem mácula, sem culpa e em paz.” (2 Pedro 3:14).

Bendito seja Deus, porque sabemos perfeitamente da nossa própria miséria pessoal e de que não temos nenhum merecimento. Sabemos também da justiça perfeita obtida por Jesus Cristo que nos reconciliou com Deus, como está escrito: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21). Sabemos também que o nosso temor e reverência para com Deus, não nos leva a viver com medo e atormentados, mas nos inspira a estarmos vigilantes, andando no Espírito Santo e olhando firmemente para o Autor e Consumador de nossa fé, o Senhor Jesus Cristo. (Hebreus 12:2), e a amar a Deus de todo o coração, força e entendimento.

E para os que ainda não tiveram o seu encontro pessoal com Deus? Fica aqui o desafio:

PONTO DE ENCONTRO COM DEUS

Entre o Eterno Criador,
Deus que é santo e é amor,
Há um ponto de encontro
Com o homem pecador.

E há eterno prejuízo,
Fica aqui dado o aviso,
Se o ponto de encontro
For no Dia do Juízo.

Quem a Deus tem ofendido,
Com o pecado cometido,
Chega ao ponto de encontro
Eternamente perdido.

É triste temeridade
Não pensar na eternidade,
Tenha já o ponto de encontro,
Não deixe para mais tarde.

É um bem-aventurado
O que já tem encontrado
Este ponto de encontro
Em Cristo crucificado.

Ficou livre da ameaça
Da sempiterna desgraça,
Pois seu ponto de encontro
Foi com o Deus de toda graça.

Graça esta concedida
Em Jesus que deu sua vida
Para ser ponto de encontro,
Quando a alma arrependida

Reconhece seu pecado
Sendo em Cristo castigado.
Neste ponto de encontro
Foi o sangue derramado,

Sendo o justo pagamento
Do eterno livramento.
Neste ponto de encontro
Surge o novo nascimento.

Por favor, esteja pronto
Para ter com Deus o encontro.
No Juízo, é desgraça;
Hoje, pode ser em graça!

Gilberto Celeti

“Prepare-se para encontrar seu Deus!” (Amós 4:12)

Salmo 119 – verso 119

“Rejeitas, como escória, todos os ímpios da terra; por isso, amo os teus testemunhos.” (Salmo 119:119).

Continuamos no bloco dos versículos iniciados com a letra “Samech” e o verso 119 começa com a palavra SIGYM que quer dizer “(como) escórias”.

Escória é um termo pejorativo usado para se referir a camada socialmente desfavorecida da sociedade. Em suma, consiste nas pessoas consideradas desprezíveis, inferiores e irrelevantes dentro de um grupo social. No sentido figurado da palavra, escória ainda pode se referir a tudo o que é indigno, reles ou vil, ou seja, que não merece atenção ou importância.

Escória é uma palavra pejorativa e uma ofensa grave quando dita para outra pessoa ou grupo. Etimologicamente, a palavra escória se originou a partir do grego skatós / skor, que significa “excremento”.

É palavra também utilizada para referir-se ao resíduo imprestável que sobra quando certos metais preciosos mais nobres e valiosos, como o ouro, a prata e a platina,  são submetidos ao fogo, em altíssima temperatura. O fogo é usado  para purificá-los, e tudo o que é retirado de impureza, exatamente aquilo que não presta para nada, é chamado de escória.

O sábio Salomão usa a palavra escória, que precisa ser tirada da prata, para que um precioso vaso de prata seja moldado, e compara então a escória da prata com o ímpio que precisa ser eliminado da presença do rei, para que a justiça se estabeleça. Veja que texto preciso: “Tire a escória da prata, e sairá um vaso para o ourives; tire o ímpio da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça.” (Provérbios 25:4,5).

O salmista colocando-se diante de Deus, afirmando amar os testemunhos, os preceitos do Senhor, tem esta consciência que o ETERNO rejeitará os ímpios, considerando-os como escória: “Rejeitas, como escória, todos os ímpios da terra; por isso, amo os teus testemunhos.” (Salmo 119:119).

O fato é que há dois tipos de pessoas, bem distintas uma da outra, e isto desde o início da história da humanidade, aquela que é justa e aquela que é ímpia. Veja o que diz a Palavra de Deus sobre Caim (ímpio) e Abel (justo): “Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício mais excelente do que Caim, pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio da fé, mesmo depois de morto, ainda fala.” (Hebreus 11:4).

Os dois irmãos Caim e Abel, dentre os primeiros filhos de Adão e Eva, em si mesmos eram ambos pecadores, porque nasceram após seus pais terem sido expulsos do Jardim do Éden, por terem confiado na palavra mentirosa de satanás, e terem desprezado a ordem clara de Deus. A desobediência ao comerem do fruto proibido por Deus deu lugar a entrada do pecado no mundo, como está registrado:  “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram.” (Romanos 5:12). E desde a queda do homem, cada bebê ao nascer neste mundo, nasce com a natureza pecaminosa e precisa reconhecer esta sua condição e se expressar como o fez Davi: “Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau aos teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar. Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu a minha mãe.” (Salmo 51:3-5).

O ímpio não tem respeito por Deus nem considera a Sua Palavra. Ele faz o mal ao seu próximo, e no exemplo de Caim, até ao seu próprio irmão,  sem sentir remorsos. Veja só o relato do que, de fato, aconteceu: “Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi agricultor. Aconteceu que, ao fim de um certo tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. O Senhor se agradou de Abel e de sua oferta, mas de Caim e de sua oferta não se agradou. Caim ficou muito irritado e fechou a cara. Então o Senhor lhe disse: Por que você anda irritado? E por que essa cara fechada? Se fizer o que é certo, não é verdade que você será aceito? Mas, se não fizer o que é certo, eis que o pecado está à porta, à sua espera. O desejo dele será contra você, mas é necessário que você o domine. Caim disse a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, Caim se levantou contra Abel, o seu irmão, e o matou. O Senhor disse a Caim: Onde está Abel, o seu irmão? Ele respondeu: Não sei; por acaso sou o guardador do meu irmão?” (Gênesis 4:2-9).

A grande diferença entre os dois irmãos se nota claramente no fato que Abel ofereceu a sua oferta diante do Senhor, derramando o sangue de um cordeiro, que significava exatamente o seu reconhecimento pessoal que tinha falhas e era pecador. Tanto ele como Caim, sem nenhuma sombra de dúvida sabiam o que havia ocorrido no Jardim do Édem. Quantas vezes Adão e Eva, ao conversarem com seus filhos, puderam contar como era a vida que desfrutavam antes de desobedecerem a Deus. Que emocionante contarem como se esconderam envergonhados de Deus, procurando fazer roupas de folhas de figueira. Quantas vezes compartilharam com seus filhos a conversa do Eterno Criador, a respeito de um descendente da mulher que viria para esmagar a cabeça da serpente satanás, dos problemas que começaram a existir para toda a criação como consequência do pecado que haviam cometido, e também que Deus providenciara uma roupa de peles de animais, o que implicou em derramamento de sangue. E desde então, encontramos em toda a Bíblia este princípio absoluto que “sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hebreus 9:22).

Abel entendeu isto e “pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício mais excelente do que Caim, pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas.” Caim, por sua vez, mostrou claramente a sua impiedade, embora tivesse sido até orientado por Deus para que fizesse o que era correto para que fosse também aceito, Caim não atendeu à Palavra de Deus, pelo contrário, embora aparentasse ser religioso ao fazer a sua oferta, o seu coração estava dominado pela inveja, pelo pecado, sem nenhum desejo de reconhecer a sua necessidade de ter o seu pecado também coberto pelo sangue de um cordeiro, e impelido pela maldade matou o seu irmão. O apóstolo João escreveu: “Não sejamos como Caim, que era do Maligno e matou o seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão eram justas.” (1 João 3:12).

O Ímpio é aquele que rejeita a Deus e não crê em Sua Palavra, embora muitas vezes se apresente até como pessoa religiosa, vive na imoralidade e sem nenhum interesse em praticar atos de bondade, pelo contrário, agindo em certas ocasiões até com crueldade.

O profeta Isaías, mostrou a situação terrível em que se encontrava Israel, o povo de Deus, que embora tivesse recebido tantas bênçãos e privilégios da parte de Deus, acabou andando na impiedade e tornou-se como escória:

“Jerusalém, a sua prata se tornou escória, o seu licor se misturou com água. Os seus príncipes são rebeldes e companheiros de ladrões. Cada um deles ama o suborno e corre atrás de recompensas. Eles não defendem o direito do órfão, e a causa das viúvas não chega diante deles. Por isso, o Senhor, o Senhor dos Exércitos, o Poderoso de Israel, diz: ‘Ah! Acertarei as contas com os meus adversários e me vingarei dos meus inimigos. Voltarei a minha mão contra você, Jerusalém, purificando-a da sua escória como se faz com potassa e tirando de você todo metal impuro.’” (Isaías 1:22-25).

O profeta Ezequiel, por sua vez, assim se expressou:

A palavra do Senhor veio a mim, dizendo: Filho do homem, a casa de Israel se transformou em escória para mim. Todos eles são cobre, estanho, ferro e chumbo no meio do forno; eles são a escória da prata. Portanto, assim diz o Senhor Deus: Visto que todos vocês se transformaram em escória, eis que eu os ajuntarei no meio de Jerusalém. Como se ajuntam a prata, o cobre, o ferro, o chumbo e o estanho no meio do forno, para assoprar o fogo sobre eles, a fim de se fundirem, assim na minha ira e no meu furor eu os ajuntarei, ali os deixarei e fundirei. Eu os reunirei e assoprarei sobre vocês o fogo do meu furor; e vocês serão fundidos no meio de Jerusalém. Como se funde a prata no meio do forno, assim vocês serão fundidos no meio dela. E saberão que eu, o Senhor , derramei o meu furor sobre vocês.” (Ezequiel 22:17-22).

Qual o destino dos ímpios? O salmista deixou bem evidente: “Rejeitas, como escória, todos os ímpios da terra”. Jesus Cristo falou sobre esta rejeição dos ímpios ao dizer:  “Então o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Afastem-se de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” (Mateus 25:41).

Paulo ao escrever a sua segunda carta à igreja aos tessalonicenses, deixou também bem claro qual será o destino dos ímpios, afirmando que eles “sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder”. Vale a pena ler o texto todo (2 Tessalonicenses 1:3-12), que fala da diferença que há entre os justos (aqueles que amam ao Senhor e à Sua Palavra), e os ímpios.

E para nós que vivemos neste período da história da civilização que é chamada na Palavra de Deus de “os últimos dias”, temos uma descrição clara e completa de que vivemos um tempo de impiedade avassaladora: “Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis. Pois os seres humanos serão egoístas, avarentos, orgulhosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, convencidos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo forma de piedade, mas negando o poder dela. Fique longe também destes. Pois entre estes se encontram os que se infiltram nas casas e conseguem cativar mulheres tolas, sobrecarregadas de pecados, que são levadas por todo tipo de desejos, que estão sempre aprendendo e nunca conseguem chegar ao conhecimento da verdade. E do mesmo modo que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens que têm a mente totalmente corrompida, reprovados quanto à fé.” (2 Timóteo 3:1-8).

Que retrato da sociedade atual. E note esta expressão: “mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo forma de piedade (vivem religiosamente), mas negando o poder dela.”

Podemos afirmar que convivem em nosso tempo pessoas que são como Caim ou como Abel. Em si mesmas ambas são pecadoras, mas a diferença está no fato que os que se assemelham a Caim, andam pecaminosamente, enganando-se algumas delas a si mesmas com uma religiosidade aparente, sem terem em seus corações arrependimento que as leve a confiarem e a amarem ao Senhor e à Sua Palavra.

As que se assemelham a Abel se aproximam de Deus reconhecendo, arrependidas, o seu pecado e confiando no sacrifício feito por Jesus Cristo na cruz, onde o sangue do Cordeiro de Deus, o próprio Filho de Deus, Jesus, foi derramado. Entre elas e Deus está o Mediador Jesus Cristo que tendo morrido, sido sepultado, ao terceiro dia ressuscitou triunfantemente, tendo esmagado a cabeça de satanás. São pessoas que nasceram de novo e descobriram que:

  • Foram conduzidas a Deus, por Cristo – “Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir vocês a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito.” (1 Pedro 3:18).
  • “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos seres humanos e …….. Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:19-21).
  • Foram salvos unicamente por causa do grande amor de Deus como está magistralmente esclarecido pela palavra que Paulo escreveu aos crentes de Éfeso: “Ele lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. Entre eles também nós todos andamos no passado, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossas transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça vocês são salvos — e juntamente com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Deus fez isso para mostrar nos tempos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:1-10)

E olhando novamente o texto do Salmo 119:119: “Rejeitas, como escória, todos os ímpios da terra; por isso, amo os teus testemunhos”, os “Abéis”, que são salvos pela graça de Deus, por meio da fé, amam a Deus e à Sua Palavra, porque podem dizer de todo coração: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” (1 João 4:19).
Bendito seja DEUS!

DESCENDENTES DE CAIM?

Em Caim e sua descendência
Surgem homens criativos,
Mostram grande inteligência,
Apresentam-se ativos.

Construtores da cidade,
Fabricantes de produtos,
Para a engenhosidade,
Mostram-se bem resolutos.

Desenvolve-se a cultura,
Mas o triste e vil pecado
Ganha tal desenvoltura
Que há homicídios praticados

Por um nada, sem razão,
Sentimento de vingança
É que domina o coração,
E a maldade então avança…

Gilberto Celeti

“Caim e a sua mulher tiveram um filho e lhe deram o nome de Enoque. Mais tarde Caim construiu uma cidade e a chamou de Enoque, o nome do seu filho…. Lameque (4ª. geração após Caim) disse às suas mulheres:… Matei um homem porque me feriu, matei um moço porque me machucou…” (Gênesis 4.17-23).

CAIM E ABEL, A QUEM TU SEGUIRÁS?

Contemplam nossos olhos dois caminhos
Qual deles seguiremos na jornada?
Em plena escuridão e bem sozinhos
Os olhos lançam luz na encruzilhada…

Aquele que caminha esteja alerta
Pra não errar e não ser enganado.
Há olhos bons que fazem a escolha certa
Para o final ser bem-aventurado.

Há olhos maus, apenas preocupados,
Em ter prazer, status e riqueza,
Escolhem o caminho equivocados
E encontram ao fim angústia e tristeza.

Na vida há dois caminhos, dois destinos:
Um leva à luz, o outro à escuridão.
E sendo, neste mundo, peregrinos,
Façamos, pois, a escolha com atenção.

Caim e Abel nos mostram dois modelos,
De como a Deus ligada é a nossa história.
Caim não tem para Deus nenhum desvelo,
E no pecado faz sua trajetória.

Abel, pelo contrário, penitente,
Encontra cordeiro substituto
Pra estar diante de Deus bem condizente
Com Ele, o Criador santo e impoluto.

Caminho largo, o gozo é no pecado,
E o usufruir sucesso a qualquer jeito.
Andar sempre com Cristo, lado a lado,
Em santidade, é o caminho estreito.

Responda, então, nos teus olhos há luz?
Caim e Abel, a quem tu seguirás?
Levanta agora os olhos para a cruz
E um peregrino santo tu serás.

Sim, crendo em Jesus, arrependido
Teu coração, na hora, é transformado
No sangue do Cordeiro és remido
E em teu viver Cristo é entronizado
.

Pois Cristo ressurgiu e em ti habita
Por Ele tua vida é iluminada
E tua caminhada é bonita
E tens tua vida a Ele consagrada.

Gilberto Celeti

“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mateus 6:22-24)

VENCENDO A ATITUDE EGOÍSTA

Esta atitude “EU PRIMEIRO” sinaliza de forma clara a realidade do pecado na natureza humana e mostra como, não importa onde nascemos, somos todos pecadores.

Só existe um, em toda a história da humanidade, que nasceu sem pecado, porque sua gestação no ventre virgem de Maria, foi efetuada diretamente pelo Espírito Santo de Deus. Sim, Jesus Cristo, o Filho de Deus, por não ter sido gerado por um homem, nasceu sem pecado, e embora terrivelmente tentado por satanás, não pecou.

A vida de Jesus foi marcada por obediência total e completa a DEUS, conforme fica destacado nos dois textos sugeridos na imagem no início desta mensagem: Marcos 10:42-44 e Filipenses 2:3,4.

Para agir como Jesus há um caminho, cujo início é o reconhecimento do próprio pecado no mais íntimo do nosso ser, seguido de arrependimento e de confiança que Jesus Cristo veio ao mundo para receber em si o castigo que nós, pelo nosso próprio pecado, teríamos que receber.

Sim, JESUS CRISTO veio para sofrer em si mesmo a ira de Deus sobre o pecado, e todo aquele que nEle crê, fica perdoado e libertado. E a prova que sua morte efetivamente resolveu o problema do pecado está no fato de Sua ressurreição dentre os mortos. Na verdade o cristão é aquele que foi crucificado com Cristo. O pecado foi retirado. Agora, fica vivificado, nasce de novo, recebe uma nova natureza, uma nova vida, um novo poder. Está ressuscitado com Cristo para andar em novidade de vida.

Preste atenção nestas palavras: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.” (Gálatas 2:19,20).

Resumindo, embora a população mundial ultrapasse o número de sete bilhões de pessoas, diante de Deus só existem mesmo dois tipos de pessoas: 1) aquelas que estão em ADÃO, por nascerem na raça humana, e 2) aquelas que estão em CRISTO, porque tiveram um novo nascimento, pela fé em Jesus Cristo. Todos, lamentável e infelizmente, demonstram muitas vezes esta atitude egoísta “EU PRIMEIRO”, mas os que estão em Cristo, e somente estes podem, pelo poder do Espírito Santo andar como Cristo andou.

Anunciemos portanto a todos, não importa qual a idade, a boa nova que “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15:3,4) porque “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus. A condenação é esta: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal detesta a luz e não se aproxima da luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” (João 3:16-21).

Ensinemos aos que creram em Jesus Cristo, não importa qual a sua idade, que assim como O receberam como seu Senhor e Salvador, continuem a viver nele, (Colossenses 2:6) crescendo “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 3:18).

E só assim, vivendo em Cristo, que será possível ter vitória sobre este terrível problema e atitude “EU PRIMEIRO”, pois a Palavra de Deus nos assegura “desenvolvam a sua salvação com temor e tremor, porque Deus é quem efetua em vocês tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2:12,13).

DOMINADO PELO ESPÍRITO SANTO

Quem busca significado,
Na sua vida aqui na terra,
Somente acerta e nunca erra
Quando percebe ser amado

Por Deus de uma maneira tal,
Que não somente foi perdoado,
Mas foi por Cristo transformado,
Liberto foi de todo o mal.

O orgulho já foi retirado,
E o egoísmo e a hipocrisia;
O amor, e a paz e a alegria
Por Cristo foram acrescentados.

Estando com Jesus unido,
Com o amor de Deus no coração
Ama ao seu próximo e ao irmão
Pois em Jesus, sim, tem vivido.

Sendo o amor aperfeiçoado,
Naquele que em Deus permanece,
Na graça cada dia cresce.
O Espírito o tem dominado.

Gilberto Celeti

salmo 119 – verso 64

A terra, Senhor, está cheia da tua bondade; ensina-me os teus decretos.” (Salmo 119:64).

É impossível não perceber a imensa bondade do Criador do universo, ao contemplar o planeta Terra.

Pensando, por exemplo, na concepção de um ser humano, sua formação no útero da mãe (gênero feminino), seu nascimento, seu desenvolvimento na infância, passando pela adolescência, juventude, idade adulta, formação de uma nova família, a idade mais madura, os anos da velhice, a chegada ao fim da existência terrena, tudo isso é muito surpreendente.

Bem que o salmista poderia assim se expressar: “Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no ventre de minha mãe. Graças te dou, visto que de modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles ainda existia. Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles!” (Salmo 139:13-17).

Pensando na maneira como, ao longo de todo o período de sua existência, as necessidades do ser humano de alimentação e manutenção foram providas e providenciadas, temos que exclamar: Que extraordinária e poderosa bondade é esta! A luz, o ar, a água, os mais variados vegetais e cereais, as mais variadas frutas, o alimento que vem do reino animal, quanta variedade, que riqueza, que abundância, que fartura, quantas delícias!

Bem que o salmista poderia se expressar: “Chuva abundante derramaste, ó Deus, sobre a tua herança; quando ela já estava exausta, tu a restabeleceste. Aí habitou o teu povo; em tua bondade, ó Deus, fizeste provisão para os necessitados.” (Salmo 68:9,10).

Pensando na provisão não apenas para um só indivíduo, mas para toda a humanidade, e para todos os seres e espécies vivas deste planeta Terra, ao longo de milênios, ficamos boquiabertos, tomados mesmo de profunda admiração. Como calcular a infinita bondade de Deus? “A terra, Senhor, está cheia da tua bondade.”

Bem que o salmista poderia se expressar: “Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas águas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas as aves do céu têm o seu pouso e, por entre a ramagem, elas se põem a cantar. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas que o ser humano cultiva, para que da terra tire o seu alimento: o vinho, que alegra o coração, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o pão, que lhe sustém as forças. São saciadas as árvores do Senhor e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem os seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras-monteses, e as rochas, o refúgio dos arganazes. Fez a lua para marcar o tempo; o sol conhece a hora de se pôr. Envias as trevas e vem a noite, na qual vagueiam os animais da selva. Os leõezinhos rugem pela presa e buscam de Deus o sustento; em vindo o sol, eles se recolhem e se acomodam nos seus covis. Então as pessoas saem para o seu trabalho e para o seu serviço até a tarde. Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Fizeste todas elas com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas.” (Salmos 104:10-24).

Logo no primeiro capítulo da Bíblia Sagrada, a bondade de Deus é declarada em cada dia da Criação: “E Deus viu que isso era bom”. E no final de tudo está registrado: “Deus viu tudo o que havia feito, e eis que era muito bom.” (Gênesis 1:31). Sim, toda a criação foi feita de forma boa, agradável e perfeita. Há em tudo quanto Deus fez uma harmonia maravilhosa!

Bem que o salmista poderia se expressar: “Celebrem com júbilo ao Senhor, todas as terras. Sirvam ao Senhor com alegria, apresentem-se diante dele com cântico. Saibam que o Senhor é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio. Entrem por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendam-lhe graças e bendigam o seu nome. Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a sua fidelidade.” (Salmo 100:1-5).

O fato é que a bondade de Deus ficou ainda mais evidente, quando da queda do homem, que desobedecendo ao Criador permitiu que o pecado entrasse no mundo, Deus não o deixou entregue a si mesmo e ao diabo que o enganara, pelo contrário, prometeu-lhe um descendente que viria para tirar o pecado e destruir as obras do diabo.

E, se depois dos seis dias da Criação, Deus entrara no descanso do sétimo dia, este descanso foi quebrado pela queda do homem, no entanto, desde então, devido à Sua bondade, Deus trabalha, como disse Jesus: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” (João 5:17). Todo o Antigo Testamento é o registro deste trabalho de Deus demonstrando a Sua bondade ao longo da história, cuidando, abençoando, formando um povo, dando-lhe a Lei e preservando homens e mulheres para manterem viva esta esperança da vinda do Redentor e da restauração de todas as coisas, e entre os quais se encontrava o salmista, que ao contemplar a bondade de Deus faz esta oração: “Ensina-me os teus decretos”.

Ele deseja conhecer mais sobre o Senhor e Sua vontade. Ele quer que o próprio Senhor o ensine, quer penetrar mais no conhecimento de seu bondoso Criador, ele precisa da bondade do Senhor em deixá-lo mais familiarizado com os preceitos da Sua Palavra.

Quando chegamos ao Novo Testamento nos deparamos com a promessa de Deus sendo cumprida: “Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao nosso coração, e esse Espírito clama: ‘Aba, Pai!’ Assim, você já não é mais escravo, porém filho; e, sendo filho, também é herdeiro por Deus.” (Gálatas 4:4-7).

O fato é que com a vinda de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que nasceu da mulher, na nação que tinha a lei de Deus como sua norma, ele provou a bondade e o amor de Deus para com toda a humanidade, como está escrito: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3:16-18). E o mesmo João que registrou em seu evangelho estas tão preciosas palavras, escreveu também em sua primeira carta: “E vocês sabem que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado.” (1 João 3:5). Sim, Jesus veio para tirar os pecados e, como disse ainda João: “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo.” (1 João 3:8). Sim, Jesus veio para destruir as obras do diabo. Ele cumpriu plenamente a promessa bondosa de Deus, de redenção.

Medite bem na realidade da bondade de Deus demonstrada em Jesus Cristo: “Ele (Deus) lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. Entre eles também nós todos andamos no passado, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossas transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça vocês são salvos — e juntamente com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Deus fez isso para mostrar nos tempos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em BONDADE para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus” (Efésios 2:4-8).

“Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, … foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15:3,4). Antes de subir para o Céu, Ele ordenou que os seus discípulos aguardassem a vinda do Espirito Santo, e que no poder do Espírito Santo fossem testemunhas desta mensagem a toda criatura, até aos confins da terra, e desde o Dia de Pentecostes (Atos2), até hoje, Deus está visitando, por meio de seus mensageiros, todos os povos, “a fim de constituir entre eles um povo para o seu nome.” (Atos 15:14), como muito bem falou Tiago, numa grande reunião ocorrida em Jerusalém no início da história da Igreja.

A volta de Jesus Cristo está muito próxima e a explicação para ultrapassarmos dois mil anos de história, após a retumbante vitória de Cristo, é única e exclusivamente devido à longanimidade bondosa de Deus, pois “o Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a julguem demorada. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pedro 3:9). Que seja hoje o dia para muitos se arrependerem de seus pecados e receberem a Cristo como Seu Salvador, e mesmo para você, caso ainda não tenha se arrependido, “ou será que você despreza a riqueza da bondade, da tolerância e da paciência de Deus, ignorando que a bondade de Deus é que leva você ao arrependimento?” (Romanos 2:4).

“A terra, Senhor, está cheia da tua bondade; ensina-me os teus decretos.” (Salmo 119:64). Seja essa também a nossa oração, para que, sendo ensinados pelo Espírito Santo cresçamos “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.” (2 Pedro 3:18).

Chegamos, neste texto do Salmo 119:64, ao final dos 8 versículos iniciados com a 8ª. letra do alfabeto Hebraico “Chet”, também identificada como “Heth”, que tem o som do R, que tem a ver com vento, respiração, espírito, alento, sopro de vida, vida. E se neste versículo 64, iniciamos falando da bondade de Deus para com um ser humano, desde a concepção até ao fim de sua existência terrena, o que dizer então da bondade de Deus, que nos conduz ao Seu Filho Jesus, que assim falou: “eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” (João 10:10,11). Sim, é a bondade de Deus que nos acompanha:

  1. Quando no novo nascimento, somos transportados das trevas para a luz.
  2. Quando em seguida, como crianças recém-nascidas, desejamos o genuíno leite espiritual, para que, por ele, nos seja dado crescimento para a salvação. E isto acontece pois já temos “a experiência de que o Senhor é bondoso.” (1 Pedro 2:2,3).
  3. Quando na caminhada para a maturidade, com a bondade de Deus nos concedendo as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas nos tornemos coparticipantes da natureza divina, escapando da corrupção das paixões que há no mundo, e que nos ajuda, concentrando todos os nossos esforços, para acrescentar à fé que temos, “a virtude; à virtude, o conhecimento; ao conhecimento, o domínio próprio; ao domínio próprio, a perseverança; à perseverança, a piedade; à piedade, a fraternidade; à fraternidade, o amor. Porque essas qualidades, estando presentes e aumentando cada vez mais, farão com que não sejamos nem inativos, nem infrutíferos no pleno conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo.” (2 Pedro 1:4-8).
  4. Quando chegamos ao final da caminhada, não como quem chega ao final da existência, mas como quem pode dizer: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Desde agora me está guardada a coroa da justiça, que o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda.” (2 Timóteo 4:7,8). Como é exuberante a bondade de Deus!

A terra, Senhor, está cheia da tua bondade; ensina-me os teus decretos.” (Salmo 119:64). Seja essa também a nossa oração, pois sendo ensinados pelo próprio Senhor:

  1. Andaremos na prática das “boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:10).
  2. Teremos também o fruto do Espírito em nossa vida, que tem como um de seus ingredientes a bondade. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22,23).
  3. Aprenderemos a verdade que, sejam quais forem as circunstâncias, “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Pois aqueles que Deus de antemão conheceu ele também predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” (Romanos 8:28-30).

salmo 119 – verso 62

“No meio da noite eu me levanto para te dar graças, por causa dos teus retos juízos.” (Salmo 119:62).

Que maravilhosa a atitude do salmista em sua oração diante de Deus, seja por ter o seu sono interrompido no meio da noite, e algumas versões dizem à meia-noite, seja por estar enfrentando uma situação adversa, daquelas que nos fazem sentir como que se estivéssemos numa escuridão, seja mesmo pelo prazer de entrar na presença do Senhor num momento onde ninguém pode observá-lo, como que secretamente, seguindo uma orientação que Jesus Cristo, séculos mais tarde recomendaria aos seus discípulos: “Mas, ao orar, entre no seu quarto e, fechada a porta, ore ao seu Pai, que está em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa.” (Mateus 6:6).

No entanto, mais maravilhoso ainda é saber a causa, o motivo de sua oração. Ele se levantou, no meio da noite, para “dar graças”, por causa dos RETOS JUÍZOS DE DEUS!

Perceba que no versículo anterior ele disse: “Laços de perversos me cercam,” (Salmo 119:61a). Ele está enfrentando um momento difícil de oposição, zombaria, perseguição, o que, sem dúvida, caracteriza um período do poder das trevas, triste, assustador, no entanto ele se firma na Palavra do Senhor, e se ergue para dar graças pelos retos juízos de Deus.

Já vimos que o fato de uma pessoa ser “justa” é que desperta nos outros a hostilidade, o ódio. Os Retos Juízos de Deus nos falam de Sua Equidade, Santidade e Perfeição.  Ser justo, na Palavra de Deus, é ser uma pessoa integra, que anda corretamente diante de Deus e dos homens, que vive em comunhão com Deus, que sem hipocrisia confia no Senhor de todo coração.  A palavra retidão tem este sentido de inteireza de caráter. Ser uma pessoa que age sempre com lisura. A grande questão é: “Como pode o mortal ser justo diante de Deus?”  (Jó 9:2). Considere estas afirmações da Palavra de Deus:

  • Eclesiastes 7:20 – “Não há nenhum justo sobre a terra que faça o bem e que não peque.”
  • Jó 15:14-16 – “Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce de mulher, para ser justo? Eis que Deus não confia nem nos seus santos! Nem os céus são puros aos seus olhos, quanto menos o homem, que é abominável e corrupto, que bebe a iniquidade como a água!”
  • Jó 25:2-6 – “A Deus pertence o domínio e o poder; ele faz reinar a paz nas alturas celestes. Será que é possível contar os seus exércitos? E sobre quem não se levanta a sua luz? Como pode o mortal ser justo diante de Deus? E como pode ser puro aquele que nasce de mulher? Eis que até a lua não tem brilho, e as estrelas não são puras aos olhos dele. Quanto menos o homem, que é larva, e o filho do homem, que é verme!”

Hoje, para os que nasceram após a vinda do Salvador Jesus Cristo a sublime verdade das boas novas de Deus, do evangelho, é que a situação de todos os seres humanos é uma verdadeira tragédia: “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua enganam, veneno de víbora está nos seus lábios. A boca, eles a têm cheia de maldição e amargura; os seus pés são velozes para derramar sangue. Nos seus caminhos, há destruição e miséria; eles não conhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.” (Romanos 3:10-18).

Antes da vinda de Cristo o povo de Israel havia recebido a Lei de Deus. Os preceitos da Lei nunca puderam ser obedecidos, devido a natureza pecaminosa do ser humano, tanto é assim, que havia uma provisão de Deus para os pecadores: apresentar um cordeiro inocente, sem mancha e sem defeito, para que fosse sacrificado em seu lugar, porque o castigo para o pecado é a morte. Paulo continua escrevendo a sua carta aos romanos: “Ora, sabemos que tudo o que a lei diz é dito aos que vivem sob a lei, para que toda boca se cale, e todo o mundo seja culpável diante de Deus. Porque ninguém será justificado diante de Deus por obras da lei, pois pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Mas, agora, sem lei, a justiça de Deus se manifestou, sendo testemunhada pela Lei e pelos Profetas.” (Romanos 3:19-22).

E como é que esta justiça, testemunhada pela Lei e pelos Profetas, se manifestou? Medite nesta surpreendente e maravilhosa verdade: “É a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem. Porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé. Deus fez isso para manifestar a sua justiça, por ter ele, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos, tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, a fim de que o próprio Deus seja justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Romanos 3:22-26).

Considere atentamente outros textos que mostram esta verdade de como Deus é justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus:

  • Isaías 53:6 – “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.”
  • Isaías 53:11 – “Ele verá o fruto do trabalho de sua alma e ficará satisfeito. O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.”
  • 1 Pedro 3:18 – “Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir vocês a Deus.”
  • 2 Coríntios 5:21 – “Aquele que não conheceu pecado (Jesus Cristo), Deus o fez pecado por nós, para que, nele (Jesus Cristo), fôssemos feitos justiça de Deus.”

Não existe bênção maior do que, conhecendo e crendo nesta verdades da Palavra de Deus, poder cantar este hino com toda a convicção do coração:

Seja bendito seja o Cordeiro que na cruz por nós padeceu;
Seja bendito o Seu sangue que por nossos pecados verteu.
Eis que no sangue lavados no Seu poder e perdão,
Os pecadores remidos por Jesus tem com Deus comunhão.

Alvo mais que a neve! Alvo mais que a neve!
Sim, nesse sangue lavado, mais alvo que a neve serei.

Quão espinhosa a coroa que Jesus por nós suportou!
Oh! Quão profundas as chagas que nos provam o quanto Ele amou!
Eis nessas chagas pureza para o maior pecador,
A quem mais alvos que a neve o Teu sangue transforma Senhor!

Se nós a Ti confessarmos e seguirmos na Tua luz
Tu não somente perdoas, purificas também, ó Jesus.
Lavas de todo pecado! Que maravilha de amor!
Pois que mais alvos que a neve o Teu sangue nos torna, Senhor!

Hino 438 de “Salmos e Hinos”. Letra de Eden Reeder Latta (1839-1915) Música de Henry Southwick Perekins (1833-1914).

Embora os crentes do Antigo Testamento, os “justos”, não pudessem cantar este hino, entre eles e Deus sempre havia o “sangue de um cordeiro”, e a expectativa da vinda do Redentor. Desde Abel, passando por todos os que aguardavam o cumprimento da promessa da vinda do Salvador, entre eles se encontrava o salmista, os que vieram depois do salmista e aquele ancião, por exemplo, sobre quem lemos: “Em Jerusalém havia um homem chamado Simeão. Este homem era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Ele tinha recebido uma revelação do Espírito Santo de que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: ‘Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.’” (Lucas 2:25-32).

Examinando novamente os versos 61 e 62 do Salmo 119: “Laços de perversos me cercam, mas não me esqueço da tua lei. No meio da noite eu me levanto para te dar graças, por causa dos teus retos juízos”; é admirável ver a atitude do salmista, que em vez de se lamentar pelas dificuldades e opressões perversas que vinha experimentado, em vez de ficar ressentido ou procurar de alguma maneira também prejudicar os inimigos, ele entra na presença de Deus para dar graças, pelos retos juízos do Senhor.

Bem que podemos lembrar do Paulo e Silas que anunciando a mensagem do evangelho de Deus em Filipos, tiveram suas roupas rasgadas, foram severamente açoitados, colocados no cárcere e com os seus pés acorrentado ao tronco. Eles reclamaram, choraram, ficaram deprimidos, ressentidos? Pelo contrário, o que aconteceu foi que “por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam.” (Atos 16:24,25).

Tanto em Paulo e Silas, assim como no salmista, podemos reconhecer serem eles homens bem-aventurados, pois foi isso mesmo que nos ensinou Jesus: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados são vocês quando, por minha causa, os insultarem e os perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vocês. Alegrem-se e exultem, porque é grande a sua recompensa nos céus; pois assim perseguiram os profetas que viveram antes de vocês.” (Mateus 5:10-12).  

Voltando ao texto: “No meio da noite eu me levanto para te dar graças, por causa dos teus retos juízos.” (Salmo 119:62), que seja esta também a nossa experiência. Aconteça o que acontecer, nos levantarmos do sono para louvar a Deus pela redenção que temos em Cristo Jesus. E atendamos a exortação: “Desperte, você que está dormindo, levante-se dentre os mortos, e Cristo o iluminará. Portanto, tenham cuidado com a maneira como vocês vivem, e vivam não como tolos, mas como sábios, aproveitando bem o tempo, porque os dias são maus.” (Efésios 5:14-16). Que tal aproveitar o tempo da noite também?

Caso aconteça acordarmos no meio da noite, façamos a pergunta: O que impediu o meu sono? Tenho dívidas que preciso eliminar? Estou com relacionamentos frustrados? Há algo que incomoda a minha consciência? Que tal cantar a última estrofe do hino 438 do Salmos e Hinos: “Se nós a Ti confessarmos e seguirmos na Tua luz, Tu não somente perdoas, purificas também, ó Jesus.” E em seguida dar graças pelos Retos Juízos de Deus.

Que tal lembrar do texto de Marcos 1:35: “Tendo-se levantado de madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus saiu e foi para um lugar deserto, e ali orava”; e também ter esta experiência de acordar durante a noite, e não continuar deitado na cama, mas aproveitar e fazer como o salmista, nos levantarmos para dar graças ao Senhor.

Que tal nestes momentos noturnos de oração, trazer a memória textos como o das dez virgens que diz: “como o noivo estava demorando, todas ficaram sonolentas e adormeceram. Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: ‘Eis o noivo! Saiam ao encontro dele!’” (Mateus 25:5,6). E isto nos conduza e ficarmos cheios do azeite da presença do Espírito Santo em nosso coração.

Sem dúvida, acordar à noite e entrar na presença do Senhor pode avivar em nós a necessidade de sermos vigilantes. “Portanto, vigiem, porque vocês não sabem quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não encontre vocês dormindo. O que, porém, digo a vocês, digo a todos: vigiem!” (Marcos 13:35-37).

Finalmente, que tal desfrutar do prazer de entrar na presença do Senhor numa hora onde ninguém pode nos observar, e ali conversarmos com Ele, como Jesus nos ensinou: “Mas, ao orar, entre no seu quarto e, fechada a porta, ore ao seu Pai, que está em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa.” (Mateus 6:6).

Sim, “no meio da noite eu me levanto para te dar graças, por causa dos teus retos juízos.” (Salmo 119:62). Amém!

COMUNHÃO EXCELENTE – Semana da Páscoa 1

Em Betânia, numa ceia deleitável,
Dias antes de uma Páscoa memorável,
Desfrutando do bom Mestre, a companhia,
Estão Lázaro e as irmãs Marta e Maria…

Marta, sempre, era aquela que servia.
Lázaro ressuscitado. Que alegria!
E Maria, com um perfume inefável
Unge os pés de Cristo, um ato adorável.

Nesta hora – a casa toda perfumada,
Numa comunhão intensa, abençoada –
Há um tom deveras desarmonioso,
De um discípulo, ladrão e ambicioso,

Que impede de a alegria ser completa,
Pois na mente, sempre o mal é que arquiteta.
Diz que os pobres precisavam de ajuda;
Mas, com suas intenções, ninguém se iluda,

Pois amava-se a si mesmo, interesseiro,
Era um lobo disfarçado de cordeiro.
Diz do ato de Maria: “É um desperdício!”
Pra Jesus foi uma unção pra o sacrifício.

“Onde quer que o evangelho for pregado
Este ato de amor será lembrado.”
E o Judas entra, então, para a história
Como um homem traidor e vil escória.

Neste mundo, mesmo estando Cristo ausente,
Comunhão com o Pai e o Filho é excelente.
E desfrutam dela os que foram comprados
Pelo sangue do Cordeiro imaculado,

E que estando salvos e justificados,
Sabem que andam a cada instante perdoados,
Conhecendo a Palavra da verdade,
E crescendo cada dia em santidade.

Conscientes que pra isso ser possível
É preciso um coração irrepreensível,
Que confessa, quando peca, o seu pecado;
Se reúne estando, então, purificado.

Oh! Que nossas reuniões sejam Betânias
Sem os Judas que provocam as cizânias;
Que o perfume dos que adoram a Cristo, o Amado,
Na união dos santos, seja apreciado!

Gilberto Celeti

“Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele tinha ressuscitado dentre os mortos” (João 12:1).

Dois livros de poesias, à sua disposição, publicados pela Bunker Editorial:

Sonetos para o Século XXI

O Mistério do Natal