PARA REFLETIR NESTE DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
HOMEM DE COR
Quando eu nasci,
Nasci negro…
E a parteira exclamou
“É um lindo negrinho senhor!”
O tempo foi passando
E cada dia mais negro fui ficando,
E a mulher estrangeira falou
“Black is beautiful!”
Quando estou no sol,
Por vezes ouço alguém comentar:
“A imponente pele do negro é tão negra que a luz faz refratar.”
Na ausência de calor,
A baixa temperatura
Minha pele não sente…
No frio fica mais negra
E meu sangue fica mais quente.
Frente à temida ameaça,
Minha pele fica mais negra
Pela intrepidez da raça.
Se caso fico doente,
Minha pele fica mais negra
E o espírito mais resistente.
Quando eu morrer
Minha pele continuará negra
Como nascia, vivi e sou.
Pois, negra é a minha raça
E preto é ausência de cor.
Você que é excludente
Pensando ser o melhor,
Também não nasceu diferente
E também vai virar pó.
A atração humana
É o grande “X” do problema:
Quem tem a pele negra,
Sonha em ter uma branca;
Quem tem uma branca
Quer ter uma morena.
Quando você nasceu
Sua pele era rosada
Mas ainda garotinho
Você ficou branquinho
E por fim ficou corada.
Quando ficas no sol
Ou participa de bebedeira
Sua pele fica irritada,
Encaroçada e vermelha.
A sua pele que é branca,
Fica mais branca nas coxas
Com medo ela fica pálida
E com frio fica roxa.
Doente fica amarela
Com tremedeira e suador
Ao morrer ficarás cinza,
Pálido e incolor
E com a maior cara de pau,
Você me chama homem de cor.
Bsb, 13/07/1980
Rubens Lima
Enviado por Rubens Lima em 02/05/2007
Alterado em 20/11/2011
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Cite o nome do autor e o link para o site “www.rubenspoeta.com”). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.