“Para mim abriram covas os soberbos, que não andam conforme a tua lei.” (Salmo 119:85).
Ao analisarmos, com critério e seriedade, a estrutura da sociedade humana em cada nação iremos constatar que há uma quantidade imensa de pessoas que tem sua subsistência diária ligada ao crime, sejam aqueles que praticam atos criminosos (tráfico de drogas, corrupção generalizada, contrabando, prostituição, roubos de carros e de cargas, venda ilegal de armas, tráfico de gente e de órgãos físicos, assaltos à residências, contratação de assassinos profissionais, charlatões e enganadores de todo tipo, inclusive religiosos, etc.) sejam aqueles que têm na luta contra o crime o seu ganha-pão (as forças armadas, as muitas classes de policiais, as empresas de segurança particulares, os vigias, os que trabalham em seguradoras, os que trabalham no sistema da justiça, os que escrevem matérias para os jornais ou divulgam as notícias nos meios de comunicação, etc.)
É impossível imaginar-se vivendo num ambiente livre do crime, onde todos vivessem conforme a lei de Deus, isso porque nós mesmos, se conhecemos nosso próprio coração sabemos como é fácil andar no “caminho largo e espaçoso” dos que não se preocupam com a palavra e a vontade de Deus, ao mesmo tempo, como é difícil ouvir e seguir no caminho da sabedoria. E a Sabedoria clama. E o Entendimento faz ouvir a sua voz. Escute:
“A Sabedoria se coloca no topo dos lugares elevados, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas. Junto aos portões, à entrada da cidade, à entrada dos portões ela está gritando: ‘É para vocês, homens, que eu clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos homens. Vocês, ingênuos, entendam a prudência; e vocês, tolos, entendam a sabedoria. Escutem, pois falarei coisas excelentes; os meus lábios dirão o que é reto. Porque a minha boca proclamará a verdade; os meus lábios detestam a maldade. Todas as palavras da minha boca são justas; não há nelas nenhuma coisa torta, nem perversa. Todas são retas para os que têm compreensão e justas, para os que acham o conhecimento. Aceitem o meu ensino, em vez da prata, e o conhecimento, em lugar do ouro escolhido. Porque a sabedoria é melhor do que as joias, e tudo o que se possa desejar não se compara com ela. Eu, a Sabedoria, moro com a prudência e disponho de conhecimento e de conselhos. O TEMOR DO SENHOR CONSISTE EM ODIAR O MAL. Eu odeio a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca que fala coisas perversas. Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o Entendimento, minha é a fortaleza.’” (Provérbios 8:1-14).
É ao ouvir esta voz e ao seguir neste caminho que se experimenta uma oposição e perseguição maligna como esta que o salmista expõe tão claramente: “Para mim abriram covas os soberbos, que não andam conforme a tua lei.” (Salmo 119:85).
Davi experimentou o mesmo e deixou registrado este texto que deixa tudo bem esclarecido: “Em sua soberba, o perverso não investiga; tudo o que ele pensa é que Deus não existe. São prósperos os caminhos dele em todo tempo; muito acima e longe dele estão os teus juízos; quanto aos seus adversários, ele a todos trata com desprezo. Pois lá no seu íntimo diz: ‘Jamais serei abalado; de geração em geração, nenhum mal me sobrevirá.’ A sua boca está cheia de maldição, enganos e opressão; debaixo da língua ele tem insulto e maldade. Põe-se de tocaia nas aldeias, trucida os inocentes nos lugares ocultos; seus olhos espreitam o desamparado. Ele se põe de emboscada, como o leão na sua caverna; está de emboscada para enlaçar o pobre: apanha-o e o arrasta com a sua rede.” (Salmo 10:4-9).
Exatamente pessoas que não têm nenhuma consideração em relação a Deus, não suportam aqueles que buscam viver uma vida santa e de comunhão com Deus. Querem é se livrar dos crentes e armam ciladas, literalmente buscam matá-los e abrem covas para colocá-los dentro.
Um exemplo vivo disto, encontramos na vida do profeta Daniel, que fazia parte de um grupo de 120 líderes responsáveis por administrar o império medo persa, todos eles nomeados pelo rei Dario. Lemos que: “Daniel se destacou entre os demais presidentes e sátrapas, porque nele havia um espírito excelente. O rei até pensava em colocá-lo sobre todo o reino. Então os presidentes e os sátrapas começaram a procurar um pretexto relacionado com a administração do reino, para poderem acusar Daniel. Mas não conseguiram encontrar esse pretexto, nem culpa alguma, porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa. Então esses homens disseram: Nunca acharemos um pretexto para acusar esse Daniel, a menos que procuremos algo relacionado com a lei do Deus que ele adora. Então esses presidentes e sátrapas foram juntos falar com o rei e disseram: Que o rei Dario viva eternamente! Todos os presidentes do reino, os prefeitos e sátrapas, conselheiros e governadores concordaram em que o rei baixe um decreto e sancione um interdito, ordenando que todo aquele que, nos próximos trinta dias, fizer um pedido a qualquer deus ou a qualquer homem e não ao senhor, ó rei, seja jogado na cova dos leões. Portanto, ó rei, sancione o interdito e assine o documento, para que não seja mudado, segundo a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada. E assim o rei Dario assinou o documento e o interdito.” (Daniel 6:3-9). Parece até que é Daniel quem está orando e falando com Deus: “Para mim abriram covas os soberbos, que não andam conforme a tua lei.” (Salmo 119:85).
Embora todos saibam que a morte é inevitável, e que passarão por esta experiência, não há quem, em sã consciência a ache agradável, pelo contrário, a própria Palavra de Deus, ao mostrar que Jesus ao se tornar homem, tendo participação comum conosco de carne e sangue, o fez “para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.” (Hebreus 2:14,15).
Imagine os sentimentos angustiantes de Daniel, quando soube que o documento tinha sido assinado pelo rei, que o condenaria a ser lançado na cova dos leões. Pois bem, lemos que Daniel “voltou para casa. Em seu quarto, no andar de cima, as janelas abriam para o lado de Jerusalém. Três vezes por dia, ele se punha de joelhos, orava, e dava graças diante do seu Deus, como era o seu costume.” (Daniel 6:10). Daniel tinha mais pavor de desagradar a Deus do que pavor de morrer devorado pelos famintos leões, na cova que para ele fora armada.
No caso de Daniel, Deus agiu de maneira maravilhosa, preservando-o da morte certa e no dia seguinte ele “foi tirado da cova, e não se achou nele ferimento algum, porque havia confiado em seu Deus. O rei deu uma ordem, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado Daniel. Foram jogados na cova dos leões, eles, os seus filhos e as suas mulheres. Ainda não tinham chegado ao fundo da cova, e já os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos.” (Daniel 6:23,24).
Davi, quando fugia da perseguição de Saul, na caverna, experimentou também livramento do Senhor e registrou: “Armaram uma rede aos meus passos, a minha alma está abatida. Abriram uma cova diante de mim, mas eles mesmos caíram nela.” (Salmo 57:6). O mesmo que aconteceu com os soberbos que abriram a cova para Daniel.
Ao final do relato de Daniel capítulo 6 lemos que “o rei Dario escreveu às pessoas de todos os povos, nações e línguas que habitam em toda a terra: Que a paz lhes seja multiplicada! Faço um decreto pelo qual, em todo o domínio do meu reino, todos tremam e temam diante do Deus de Daniel. Porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre. O seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim. Ele livra, salva, e faz sinais e maravilhas no céu e na terra. Foi ele quem livrou Daniel do poder dos leões.” (Daniel 6:23-27). Louvado seja Deus!
Não sabemos exatamente o que aconteceu com o salmista, mas nestes versículos que formam o centro do Salmo 119 (versos 81 a 88), embora sua aflição seja patente, fica evidenciado que ele continua firme andando no caminho estreito da conformidade com a lei do Senhor. Ele poderia muito bem, vendo a atitude dos soberbos, que não queriam andar na lei do Senhor, fazer esta oração: “Também da soberba guarda o teu servo; que ela não me domine. Então serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.” (Salmo 19:13).
Sem dúvida, Davi, como o salmista, como o profeta Daniel, tinham razão para afirmar: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam. Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges a minha cabeça com óleo; o meu cálice transborda.” (Salmos 23:4,5).
E nós hoje? Muito mais, porque o Filho de Deus, o Verbo que se fez carne, e que humanamente falando era descendente do rei Davi, também passou pela mesma experiência dizendo: “Para mim abriram covas os soberbos, que não andam conforme a tua lei.” Sim, Jesus foi preso, julgado e condenado à morte por crucificação devido a uma soberba conspiração, como lemos: “Os reis da terra se levantaram, e as autoridades se juntaram contra o Senhor e contra o seu Ungido. Porque de fato, nesta cidade, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, se juntaram contra o teu santo Servo Jesus, a quem ungiste, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram.” (Atos 4:25-28).
E como já vimos, Jesus por sua morte, destruiu aquele que tinha o poder da morte, a saber, o diabo, e livrou “a todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.” (Hebreus 2:14,15). Que vitória! E está escrito:
“Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, será que não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou melhor, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo ou a espada? Como está escrito: ‘POR AMOR DE TI, SOMOS ENTREGUES À MORTE CONTINUAMENTE; FOMOS CONSIDERADOS COMO OVELHAS PARA O MATADOURO.’ Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 8:32-39). Bendito seja Deus! Adoremos ao Senhor!
A INEVITÁVEL MORTE JÁ NÃO ASSUSTA
Aprendendo a conviver com o inevitável,
É assim que eu prossigo caminhando;
Esse ar nos meus pulmões que vai entrando,
Cessará esse percurso admirável;
E o sangue em minhas veias percorrendo,
Que permite que eu seja alguém com vida,
Vai fazer-me, não demora, despedida,
No momento em que estarei, então, morrendo.
Onde é que encontrarei algum sentido?
Como não ficar, então, desesperado?
O que importa se algo é certo ou errado?
Sou um nada no universo e estou perdido?
Não! Não posso admitir esse absurdo,
Tão ilógico, tão louco, ignorante;
Há um Ser que me criou, me fez pensante,
Não admito diante dEle ficar surdo.
E Deus fala! Que tremenda realidade,
Só por causa dEle há vida e existe o mundo!
E na alma este anseio tão profundo,
De encontrar o “quê” de tudo e a verdade,
Que em Deus é plenamente satisfeito!
Ele se manifestou em nossa história,
Jesus Cristo veio e mostrou Sua glória
Na sua vida, na sua fala e nos seus feitos;
E de todos o que é mais surpreendente
Foi tirar, com sua morte o vil pecado,
E sair do túmulo ressuscitado,
E tornar-se o Salvador de todo crente.
Sim, repleto de esperança encontrei isto:
O Caminho, a Verdade e a Vida.
E a morte já não assusta, foi vencida,
Pois eu creio em Ti ó Deus e em Jesus Cristo!
“Diz o louco no seu coração: Não há Deus!” (Salmo 14:1).
“Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.”
(1 Coríntios 15:55-57).