Um estudo da carta de Paulo aos Efésios: 1 – INTRODUÇÃO

O pensamento dominante em nossa época

A DOUTRINA – A VIDA CRISTÃ – A GUERRA CONTRA O MAL – A PREGAÇÃO DO EVANGELHO
Um estudo da carta de Paulo aos Efésios

Constato que todas as ideologias, as filosofias, as religiões, as múltiplas facetas da engenhosidade e da sabedoria humana, as atividades científicas, econômicas, culturais, educacionais, em todas as áreas da sociedade e em todos os contextos têm como premissa o seguinte: “Vamos fazer da Terra um paraíso!”

Com certeza, são extremamente plausíveis os apelos para que estejamos engajados, de alguma forma, na solução dos problemas que envolvem o meio ambiente, a saúde, a educação, a segurança, a moradia, o trabalho, a economia, os preconceitos, enfim, tudo o que tem a ver com o nosso dia a dia. Vemos que, mesmo certas sugestões antagônicas, possuem seus defensores, que vivem em constante polarização, procurando cada um com a melhor das intenções que o seu ponto de vista prevaleça.

A triste realidade é que não se encara o fato principal, o qual tem a ver com o princípio de todas as coisas: o homem já esteve em um Paraíso! No primeiro dia da existência do homem nesta Terra, tudo era muito bom. E esteve tudo muito bom até o dia em que a desobediência da criatura humana ao Seu Criador ocasionou uma ruptura. Este é o fato que precisa ser encarado: Adão e Eva caíram. Ocorreu a “queda”. Será tão difícil assim entender esta realidade? Aconteceu a entrada do “pecado” e isto afetou toda a criação. Há uma maldição que está sobre todos os homens e que afeta todo o planeta.

Transcrevo, para a sua consideração, um texto magistral escrito pelo apóstolo Paulo a um grupo de pessoas que moravam na Ásia Menor, na cidade de Éfeso. Estas pessoas tinham fé no Senhor Jesus Cristo, participavam da igreja cristã naquela cidade e eram conhecidas pelo amor que demonstravam. Paulo afirma: Deus “lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. Entre eles também nós todos andamos no passado, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais” (Efésios 2.1-3).

Todo aquele que é cristão, de fato e de verdade, encontra-se incluído nesta mesma afirmação feita aos cristãos de Éfeso! Será que temos esta convicção e experiência? Observemos com cuidado esta lista de verdades:

  • Recebemos vida da parte de Deus quando estávamos mortos em transgressões e pecados.
  • Andávamos, antes de receber vida da parte de Deus, em transgressões e pecados.
  • Andávamos segundo o curso (isto é, a maneira de pensar, de ser e de agir) deste mundo.
  • Andávamos segundo o príncipe da potestade do ar (o próprio diabo e satanás), que atua nos filhos da desobediência.
  • Éramos, como todos os demais, filhos da desobediência.
  • Andávamos segundo as inclinações da nossa carne.
  • Fazíamos a vontade da carne e dos pensamentos.
  • Éramos, por natureza, filhos da ira, como todos os demais.

Uma das frases mais trágicas na Bíblia está ligada ao momento em que o homem foi expulso do Paraíso: “O Senhor Deus o lançou fora do jardim do Éden” (Gênesis 3.23). Os descendentes de Adão e Eva, que hoje alcançam a marca de oito bilhões de pessoas, em todos os continentes, nasceram fora do Paraíso. São todos, por natureza, filhos da desobediência.

É preciso encarar a doutrina da Queda do Homem com seriedade: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram” (Romanos 5.12).

Temos na Bíblia o registro da história de Davi. Ele foi rei em Israel, um homem que alcançou vitórias notáveis e que escreveu preciosíssimos salmos. Entretanto, em determinada ocasião, ao ser confrontado com suas más ações – ele havia adulterado e cometido um homicídio –, parou para examinar-se a si mesmo e, talvez, de maneira bem amarga, tenha perguntado: Como foi que eu pratiquei tais delitos? O que me levou a pecar desta maneira? E Davi, então, faz uma afirmação clara, que é verdadeira para cada ser humano: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu a minha mãe” (Salmo 51.5).

Existe o fato inegável do “pecado original”. Esta doutrina não é popular, mas explica por que nunca, jamais o nosso mundo será transformado em um Paraíso. O pecado é parte integrante da natureza humana. Os problemas não são exteriores. O problema principal está dentro do coração humano, como Jesus deixou claramente explicado: “Porque de dentro, do coração das pessoas, é que procedem os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as maldades, o engano, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, o orgulho, a falta de juízo. Todos estes males vêm de dentro e contaminam a pessoa” (Marcos 7.21-23).

Não sejamos ingênuos, a ponto de ser levados pelo pensamento dominante de nossa época. Ou, citando a expressão usada por Paulo em Romanos 12.2: “Não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Não será esta ou aquela “boa ideia” que trará mudança efetiva, pois a raiz do problema está no fato de que o coração humano, desde que o homem nasce, em todos os contextos e universalmente:

  • tende para o mal;
  • está debaixo da escravidão do pecado;
  • está sob o domínio de satanás;
  • vive a cobiçar e está cheio de maus desejos.

Todos estão no estado de pecado, embora alguns indivíduos se julguem respeitáveis, pessoas do bem, que realizam boas ações e de maneira desprendida. Há aqueles que até se comparam com outros – que são “tão maus e perversos” –, e se veem de maneira bondosa, como pessoas justas. Uma boa ilustração sobre isto é pensar, por exemplo, nas pessoas que vivem no estado de Minas Gerais. Algumas estão em cidades que ficam no alto das montanhas. Outras estão em cidades localizadas nos vales. E outras estão nas profundezas das minas, lá no fundo do solo, buscando as riquezas. Todas estão no mesmo estado de Minas Gerais. Assim também alguns tem uma vida moral elevada, outros vivem na média, cometendo faltas aqui e ali, e outros vivem na mais profunda miséria pecaminosa, mas tanto uns como os outros estão no estado de pecado. A Bíblia diz, sem fazer rodeios: “Todos pecaram” (Romanos 3.23).

Para deixar mais claro o problema do pecado original, poderíamos dizer que “pecado” é não obedecer e não viver o que nos ordena o Senhor: “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, com todas as suas forças e todo o seu entendimento” (Lucas 10.27).

O que foi escrito por Paulo aos cristãos de Éfeso é a Palavra de Deus, que atinge o ser humano em toda a sua história e trajetória, inclusive em nossos dias, dias que são marcados pelo maior avanço da ciência e da tecnologia. Quando o apóstolo descreve de maneira extraordinária a condição da criatura humana, fica claro que aqueles efésios receberam vida quando “estavam mortos em suas transgressões e pecados” (Efésios 2.1), a mesma condição em que estamos hoje. Este é o milagre que Deus realiza. O poder de Deus, que ressuscitou Jesus dentre os mortos, também dá vida àquele que está morto em seus pecados, que é filho da desobediência, que é escravo de satanás, que vive para fazer a vontade da carne e dos pensamentos.

E como é que Deus realiza isso? O apóstolo Paulo continua escrevendo, dizendo a eles e a nós hoje: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossas transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça vocês são salvos — e juntamente com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Deus fez isso para mostrar nos tempos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.4-10).

A grande bênção (ou a maior delas) e o grande milagre aconteceram quando estes cristãos de Éfeso “ouviram a palavra da verdade, o evangelho da salvação, tendo nele também crido, receberam o selo do Espírito Santo da promessa” (Efésios 1.13). Assim também acontece hoje, razão pela qual Paulo pode também afirmar: O “evangelho … é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16). Ele também escreveu: “Se com a boca você confessar Jesus como Senhor e em seu coração crer que Deus o ressuscitou dentre os mortos, você será salvo” (Romanos 10.9). Que preciosidade quando o evangelho é anunciado e, pelo poder de Deus, uma pessoa pecadora crê e então é transportada da morte para a vida, do reino das trevas para o reino da luz!

Esta preciosa carta escrita aos efésios nos norteia em todas as áreas, a fim de que vivamos uma vida cristã que agrade a Deus em todos os aspectos, individualmente, na família, no trabalho e no convívio social. Também nos orienta a usar toda a Armadura de Deus para ficarmos firmes contra as potestades da maldade.

Todos os que creem e recebem a Jesus Cristo, como seu Senhor e Salvador, podem afirmar: Deus “nos libertou do poder das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a remissão dos pecados” (Colossenses 1.13, 14). Sim, agora, como cristãos, tornaram-se, no dizer do apóstolo Pedro: “geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9).

Jesus iniciou o seu ministério “pregando o evangelho de Deus. Ele dizia: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo; arrependam-se e creiam no evangelho” (Marcos 1.14, 15). E Jesus nos ensinou a orar dizendo: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6.9, 10).

QUAL É A SUA COSMOVISÃO?

Irei propor agora mesmo um problema.
Aguardarei que ele seja resolvido.
Sei que é difícil compreender este dilema,
Que cerca o homem desde que ele é nascido.

Por que estou onde estou, e quem eu sou?
Já se escreveram mil e uma teorias!
Quando é que vou, pra onde vou, e como vou?
Infelizmente as respostas são vazias!

E no conjunto da explicação humana
Tudo é fortuito, imprevisto, pura sorte.
Deus é apenas um adorno, filigrana;
Ninguém atenta ao que Ele avisa sobre a morte.

A mais completa e mais perfeita solução
Não é aceita porque o homem é humilhado.
Ela é encontrada na cristã cosmovisão
Que reconhece a queda do homem e o seu pecado.

Também afirma de maneira veemente
Que foi o homem à imagem e semelhança
Do Criador, que se tornou um ser vivente;
E que Deus quer fazer com o homem uma aliança.

Uma aliança em Jesus Cristo bem firmada
Que se tornou do pecador Substituto,
Pois no seu sangue, lá na cruz, foi retirada,
A culpa do homem de modo absoluto.

E quem em Cristo deposita a confiança
Sabe quem é, onde está e pra onde vai!
Desfruta agora da bênção da esperança
E o privilégio de ter Deus como seu Pai!

As circunstâncias sejam boas ou adversas
São enfrentadas com total tranquilidade.
Deus nunca falha e cumpre todas as promessas,
Eterno é seu amor, não falha a sua bondade.

Sem Cristo, a vida humana é descontrolada
Sem esperança, sem sentido, sem futuro.
Só quem em Cristo tem sua vida alicerçada,
Sabe o que é bom, e agradável e está seguro!

Gilberto Celeti

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (João 3.16, 17).

Continua…

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UM ESTUDO DA CARTA DE PAULO AOS EFÉSIOS: 2 – TEMPO DE APOSTASIA

O afastamento de Deus e de Sua Palavra

A DOUTRINA – A VIDA CRISTÃ – A GUERRA CONTRA O MAL – A PREGAÇÃO DO EVANGELHO
Um estudo da carta de Paulo aos Efésios

Vivemos em um tempo e em um contexto local, nacional e mundial que está marcado pelo “afastamento” de Deus e da verdade de Sua Palavra. Sabe o que isto significa? Que vivemos em uma época caracterizada pela APOSTASIA.

Não podemos nunca nos esquecer de que o mundo jaz no maligno. Na conclusão da primeira e magnífica carta escrita pelo apóstolo João, ele afirmou: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno. Também sabemos que o Filho de Deus já veio e nos tem dado entendimento para reconhecermos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. Filhinhos, cuidado com os ídolos!” (1 João 5.19-21).

A ação do Maligno é tão real, que ele teve a ousadia de usar o próprio Salmo 91 numa das tentações que apresentou ao Senhor Jesus Cristo no deserto. Está assim registrado em Mateus 4.5-7: “Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e disse: Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui, porque está escrito: Aos seus anjos ele dará ordens a seu respeito. E eles o sustentarão nas suas mãos, para que você não tropece em alguma pedra. Jesus respondeu: Também está escrito: Não ponha à prova o Senhor, seu Deus.”

A breve carta de Judas, que de certa forma encerra o Novo Testamento, pois em seguida já temos o Apocalipse, é um registro bem peculiar, dado por Deus, para nos mostrar exatamente a apostasia. Vale relembrar que Judas, assim como Tiago (autor de outra carta do NT), eram irmãos carnais de Jesus, filhos de Maria. Ao iniciar sua carta, Judas havia proposto em seu coração escrever sobre um determinado assunto, e acabou sendo impelido a mudar de assunto. Assim ele se expressou: “Amados, quando eu me empenhava para escrever-lhes a respeito da salvação que temos em comum, senti que era necessário corresponder-me com vocês, para exortá-los a lutar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 1.3).

Judas fala sobre “lutar”. Assim como os cristãos daquela época, nós também precisamos ter esta consciência de que somos soldados. Precisamos ser diligentes e estar bem equipados para a guerra. Precisamos ser soldados que tenham conhecimento da “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”. E aqui ressaltamos um fato: não há novidade a ser acrescentada à sã doutrina, e nem tem cabimento afirmar que a Palavra de Deus não tem relevância para os dias atuais, ou que é preciso ajustar a Bíblia aos tempos atuais. Isto é um engano terrível e abominável!

Ao alertar e instruir os cristãos exortando-os a lutar pela fé, Judas mostra a triste realidade de certos indivíduos que se infiltram no meio dos cristãos sem serem notados. Ele afirma que “são pessoas ímpias, que transformam em libertinagem a graça do nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Judas 1.4). Que sutiliza do diabo!

Quanto à realidade da batalha, na carta que o apóstolo Paulo escreveu aos santos que viviam em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus, ele finaliza dizendo-lhes: “Sejam fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Vistam-se com toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo. Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais. Por isso, peguem toda a armadura de Deus, para que vocês possam resistir no dia mau e, depois de terem vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Efésios 6.10-13).

É de grande importância ver o contexto destas palavras de Paulo e por isso vamos examiná-lo. De maneira muito clara e natural, a carta escrita aos efésios se divide em quatro partes principais:

  • A DOUTRINA – Paulo escreve sobre quem somos em Cristo – Efésios 1.1 até 3.21 – Vamos examinar a esfera da vida cristã diante do Deus Triúno.
  • A VIDA CRISTÃ – Paulo escreve sobre como nos relacionar neste mundo – Efésios 4.1 até 6.9 – Vamos examinar a esfera da vida cristã diante dos demais seres humanos.
  • A GUERRA CONTRA O MAL – Paulo escreve sobre como ficar firmes contra as ciladas do diabo – Efésios 6.10-17 – Vamos examinar a esfera da vida cristã diante dos poderes satânicos.
  • A PREGAÇÃO DO EVANGELHO – Paulo escreve sobre como pregar o Evangelho – Efésios 6.18-24 – Vamos examinar a esfera da vida cristã diante daqueles que estão sem Cristo.

ACESSE AQUI O ESTUDO ANTERIOR
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AGUARDANDO VIGILANTE O ESPOSO

Que noite longa, demorada, tão comprida,
Tão perigosa, traiçoeira, bem escura;
Vigia atento o sentinela na guarida,
Compenetrado e bem armado na postura.

Por todo lado há inimigos traiçoeiros,
As heresias se aproximam numerosas,
Pecados sempre mostram-se alvissareiros,
São atraentes as mentiras religiosas.

Oh! Como avança o mal e a infidelidade!
Oh! Como é forte e vil e tola idolatria!
Oh! Como é sempre ignorada a verdade!
Oh! Como aumenta e ganha espaço a apostasia!

Já está brilhando, ó guarda, a estrela matutina?
Que um novo dia, de esperança, sinaliza?
Que venha logo o sol que tudo ilumina,
Trazendo a luz que tanto este mundo precisa!

Que não amemos, ó Senhor, o que odeias,
E que tenhamos, no Senhor, o real gozo!
Que estejam com azeite as nossas candeias,
Como uma noiva esperançosa aguarda o esposo!

Gilberto Celeti

“Guarda, falta muito para acabar a noite? Guarda, falta muito?” (Isaías 21:11).

“Então o Reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, pegando as suas lamparinas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco delas eram imprudentes, e cinco, prudentes. As imprudentes, ao pegar as suas lamparinas, não levaram óleo consigo, mas as prudentes, além das lamparinas, levaram óleo nas vasilhas.” (Mateus 25:1-4).

Continua…..

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UM ESTUDO DA CARTA DE PAULO AOS EFÉSIOS: 3 – O CRISTÃO E A DOUTRINA

A esfera da vida cristã diante do Deus Triúno

A DOUTRINA – A VIDA CRISTÃ – A GUERRA CONTRA O MAL – A PREGAÇÃO DO EVANGELHO
Um estudo da carta de Paulo aos Efésios

Precisamos ter plena consciência de quem somos em Cristo! Nos primeiros três capítulos de Efésios encontramos verdades preciosíssimas, nas quais precisamos nos firmar completamente. Logo no início da carta, no capítulo 1, ficamos maravilhados:

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para ele, para sermos adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado. Nele temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e entendimento. Ele nos revelou o mistério da sua vontade, segundo o seu propósito, que ele apresentou em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Efésios 1.3-10).

Só nos resta adorar e louvar ao nosso Deus e Pai, pelas bênçãos eternas que Ele nos concedeu em Seu Filho Jesus Cristo. Tudo quanto somos e temos é unicamente por intermédio do Senhor Jesus Cristo, em quem todas as coisas vão convergir na plenitude dos tempos, de acordo com o plano eterno e soberano do Deus Triúno.

Em seguida, no capítulo 2, o apóstolo Paulo se dirige aos crentes de Éfeso e também a nós. Ele declara exatamente quem éramos antes e o que Deus fez por nós por meio de Jesus Cristo, identificando-nos total e completamente com Ele em Sua morte e ressurreição, e então colocando-nos ASSENTADOS com Cristo nas regiões celestiais. É extraordinário meditar na graça de Deus e em como nos tornamos novas criaturas, para andar neste mundo em obras e caminhos que Deus mesmo preparou para nós.

“Ele lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. Entre eles também nós todos andamos no passado, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossas transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça vocês são salvos — e juntamente com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Deus fez isso para mostrar nos tempos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.1-10).

Agora somos membros do Corpo de Cristo, a Igreja, que é a reunião dos crentes independentemente de serem nascidos judeus ou gentios. A separação que havia antes foi desfeita pela morte e ressurreição de Jesus Cristo, e agora temos este bendito privilégio:

“Assim, vocês não são mais estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular. Nele, todo o edifício, bem-ajustado, cresce para ser um santuário dedicado ao Senhor. Nele também vocês estão sendo edificados, junto com os outros, para serem morada de Deus no Espírito” (Efésios 2.19-22).

De maneira clara, estes textos apresentam um pouco desta fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Eis aí, nestes primeiros capítulos da carta aos Efésios, as doutrinas pelas quais devemos batalhar.

Quem é, de fato, o cristão?

Bem que poderíamos resumir tudo dizendo que o cristão é aquele que foi abençoado “com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” e a quem Deus “fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus”.

O cristão tem plena consciência de quem ele é em Cristo! Diante do Deus Triúno, esta é a esfera da vida do cristão: ele está ASSENTADO nas regiões celestiais em Cristo!

A compreensão do que Deus fez para nós, e por nós, é crucial. É a essência da vida cristã. Não tem nada a ver com algo que eu faça ou tenha que fazer, e nem com uma ou outra decisão que preciso tomar. Claro que isso está incluído, mas ser cristão é compreender que “estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2.19, 20).

Que verdades maravilhosas!

Deus começou em nós uma boa obra. Ele colocou uma nova vida em nós. Nascemos de novo. Estamos unidos a Cristo. Tudo temos em Cristo. Ressuscitamos e nos assentamos nas regiões celestiais em Cristo (Efésios 2.4-6). Vivemos “lá no alto” e até nossos pensamentos devem ser elevados. “Portanto, se vocês foram ressuscitados juntamente com Cristo, busquem as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensem nas coisas lá do alto, e não nas que são aqui da terra. Porque vocês morreram, e a vida de vocês está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a vida de vocês, se manifestar, então vocês também serão manifestados com ele, em glória” (Colossenses 3.1-4).

O cristão tem esta preciosa consciência de que está ASSENTADO nas regiões celestiais em Cristo. Quando andamos ou ficamos de pé, são as nossas pernas que sustentam todo o nosso corpo, mas quando nos assentamos, descansamos. O nosso peso fica sendo sustentado pela cadeira em que nos assentamos. Estar assentados significa que descansamos total e completamente no Deus Triúno, que já fez tudo. Nossa vida, nossas circunstâncias, nosso futuro, enfim, seja o que for, estão nas mãos poderosas de Deus.

Nosso trabalho não é mais nosso. Não somos nós que trabalhamos para Deus, mas Ele é quem trabalha por nós e para nós. O profeta Isaías deixou registrado este maravilhoso texto: “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera” (Isaías 64.4).

Estando primeiramente assentados, seremos em seguida conduzidos no andar digno diante de todos neste mundo, e finalmente na guerra contra o mal, inclusive porque é de Deus também a Armadura. Assentados compreendemos que “somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.8-10), e cabe a cada um de nós atender à recomendação da Palavra do Senhor: “Agrade-se do Senhor, e ele (sim só JESUS mesmo) satisfará os desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor, confie nele, e o mais ele fará” (Salmo 37.4, 5).

DEUS, EM CRISTO, CANCELOU TODA A DÍVIDA

Aos que mortos nos delitos e pecados
E que andavam desobedientemente,
Com o curso deste mundo afinados,
E com Satanás estando coerentes,
Pela própria carne, sim, subjugados,
Impelidos pelos desejos da mente,
Eram filhos da ira considerados.

Muitos deles por Deus foram alcançados,
Que por Sua graça tão surpreendente,
Demonstrou o quanto que os havia amado;
E de forma justa, santa e consistente,
Fez com que seus crimes fossem cancelados
Em Seu Filho, que na cruz, tão plenamente,
Foi por eles duramente castigado.

Com Jesus morreram e estão ressuscitados
E é Cristo sua vida tão somente,
E nos céus estão com Ele assentados.
Neste mundo ainda vivem, mas sua mente,
Tem em Deus sua fonte, andam centralizados,
Na Palavra, que os guia diariamente,
Num agir e num falar santificado.

Peregrinos são, caminham animados,
Tendo em Cristo gozo, e dele dependentes,
Olham o porto querendo ser ancorados,
E quais barcos seguem apressadamente.
Sua vida é Cristo e só nele firmados,
Vão ficando até mais semelhantemente
Parecidos com Jesus, Seu Mestre amado.

Gilberto Celeti

“Porque vocês morreram, e a vida de vocês está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a vida de vocês, se manifestar, então vocês também serão manifestados com ele, em glória.” (Colossenses 3:3,4).

Continua…

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UM ESTUDO DA CARTA DE PAULO AOS EFÉSIOS: 4 – O CRISTÃO E A SUA VIDA PRÁTICA

A esfera da vida cristã diante dos demais seres humanos

A DOUTRINA – A VIDA CRISTÃ – A GUERRA CONTRA O MAL – A PREGAÇÃO DO EVANGELHO
Um estudo da carta de Paulo aos Efésios

Avançando para o texto que se estende de Efésios 4.1 até 6.9, descobrimos agora que precisamos entender como deve ser nosso procedimento e relacionamento com as pessoas com quem convivemos cada dia, neste mundo.

Embora a nossa vida esteja oculta com Cristo, em Deus (Colossenses 3.3), como ficou bem evidente nos capítulos 1 a 3 de Efésios, nós ainda estamos andando aqui neste mundo e enfrentando as mais diversas circunstâncias no dia a dia de nossa existência Na oração de Jesus, chamada de oração sacerdotal, em João 17, podemos destacar estas palavras do nosso Senhor e Salvador:

“Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, enquanto eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um. Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste; eu os protegi e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Mas agora vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham a minha alegria completa em si mesmos. Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico, para que eles também sejam santificados na verdade” (João 17.11-19).

Enquanto estamos neste mundo – independentemente do que fazemos, por onde andamos ou o que falamos –, em todas as esferas de nossos relacionamentos, precisamos andar em santidade, santificados na verdade, santificados pela Palavra do Senhor.

É necessário olhar novamente para a carta de Paulo aos efésios e notar que a partir do capítulo 4.1 até 6.9 o assunto é exatamente este: Andar de maneira digna do Evangelho. Isto é, quem está identificado com a doutrina dos capítulos 1 a 3, quem está morto com Cristo, ressuscitado com Cristo e assentado com Cristo nas regiões celestiais, é o mesmo que aqui no mundo anda em obras de antemão preparadas pelo Senhor, como membro do Corpo de Cristo.

Logo no primeiro versículo do capítulo 4 se coloca o desafio: “Peço que vocês vivam de maneira digna da vocação a que foram chamados.” Somos convocados a obedecer ao Senhor, andando dignamente em todas as esferas de relacionamento com as pessoas ao nosso redor.

Se nos capítulos 1 a 3, a ênfase está no fato de que estamos ASSENTADOS nas regiões celestiais em Cristo, a ênfase que encontramos nesta segunda parte, 4.1 a 6.9, é que estamos ANDANDO aqui neste mundo como embaixadores de Cristo.

Há orientação muito clara, nesta porção da carta aos efésios, sobre o nosso andar diário. Devemos estar, a cada dia:

  • Crescendo na unidade com os outros cristãos, como membros do Corpo de Cristo. (Efésios 4.1-10.)
  • Crescendo no conhecimento doutrinário e prático até chegar à completa medida da estatura de Cristo e não sermos imaturos, alvos fáceis para sermos enganados por ensinamentos e práticas falsas e mentirosas. (Efésios 4.11-16.)
  • Despojando-nos do Velho Homem, no relacionamento conosco mesmos, eliminando o que não está de acordo com o padrão de Deus para a nossa própria vida, e revestindo-nos do Novo Homem, ficando mais e mais parecidos com Cristo. (Efésios 4.17-31.)
  • Amando e vivendo sabiamente no relacionamento com todas as pessoas que nos rodeiam, em todos os contextos da sociedade. (Efésios 5.1-17.)
  • Enchendo-nos do Espírito Santo, o que é na verdade o grande segredo para um andar que agrada ao Senhor. (Efésios 5.18-20.)
  • Demonstrando obediência ao Senhor nos relacionamentos familiares (maridos e esposas; filhos e pais) e de trabalho (empregados e patrões). (Efésios 5.21–6.9.)

CRISTÃO, O IDEAL

O cristão, o ideal,
Tem sua lida e sua vida
Ao Senhor toda rendida.
Quem por Deus foi renascido,
Com o Espírito unido,
Tem vida cristã normal,

É de bênção um canal!

Nos atos mais rotineiros,
No comer e no beber,
No seu jeito de viver,
No seu jeito de vestir,
Deve sempre refletir
Que ele é todo, por inteiro,
Testemunha do Cordeiro!

E a visibilidade
Que acaba expressando
Onde quer que esteja andando
Mostrará de Deus, a glória,
E será a sua história,
Uma prova da verdade
De Deus e de Sua bondade!

Esta vida é uma aventura
Pois é Deus quem a conduz
Pra mostrar que é dEle a luz,
E pessoas creram nisto:
Salvação somente em Cristo!
E que fiquem assim seguras
Pelas mãos de Deus, tão puras!

Tudo isto só acontece,
Pelo Espírito que é Santo
Que o enche e, portanto
Dá-lhe plena comunhão,
Faz dele sua habitação,
O seu eu desaparece,
Cristo no seu servo cresce!

Gilberto Celeti

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1 Coríntios 10.31).

Refletir sobre a vida cristã e o desafio de crescer na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é algo que deve continuamente ocupar nosso coração. Como necessitamos ser fortalecidos pelo Espírito Santo no nosso interior e buscar andar e viver cada instante mais perto de Jesus Cristo, não é verdade?

Continua…

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UM ESTUDO DA CARTA DE PAULO AOS EFÉSIOS: 5 – O CRISTÃO E A GUERRA CONTRA O MAL – (A)

A esfera da vida cristã diante dos poderes satânicos

A DOUTRINA – A VIDA CRISTÃ – A GUERRA CONTRA O MAL – A PREGAÇÃO DO EVANGELHO
Um estudo da carta de Paulo aos Efésios

Depois que compreendemos que estamos assentados nas regiões celestiais em Cristo e que estamos andando neste mundo como embaixadores de Cristo, é preciso ter consciência de que “a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais” (Efésios 6.12). Quer dizer, estamos BATALHANDO, conforme as instruções que nos são dadas em Efésios 6.10-24

Como lutar?

Primeiro, precisamos, obviamente, ter a plena segurança de quem somos em Cristo. Isto tem a ver com o conhecimento doutrinário. E no contexto dos primeiros três capítulos de Efésios há uma preciosa oração que precisamos, prioritariamente, fazer uns pelos outros:

“Por isso, também eu, tendo ouvido a respeito da fé que vocês têm no Senhor Jesus e do amor para com todos os santos, não cesso de dar graças por vocês, mencionando-os nas minhas orações. Peço ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, que conceda a vocês espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele. Peço que ele ilumine os olhos do coração de vocês, para que saibam qual é a esperança da vocação de vocês, qual é a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual é a suprema grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder. Ele exerceu esse poder em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nas regiões celestiais, acima de todo principado, potestade, poder, domínio e de todo nome que se possa mencionar, não só no presente século, mas também no vindouro. E sujeitou todas as coisas debaixo dos pés de Cristo e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Efésios 1.15-23).

Em segundo lugar, precisamos ter a convicção de que, somente quando Cristo está vivendo em nós, poderemos andar em novidade de vida, em todos os nossos relacionamentos. E no finalzinho de Efésios 3, temos outra oração que também deveria ser prioritária em nosso tempo de intercessão uns pelos outros:

“Peço a Deus que, segundo a riqueza da sua glória, conceda a vocês que sejam fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito, no íntimo de cada um. E assim, pela fé, que Cristo habite no coração de vocês, estando vocês enraizados e alicerçados em amor. Isto para que, com todos os santos, vocês possam compreender qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Efésios 3.16-21).

De fato, somente quando podemos afirmar: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2.19, 20), é que poderemos atender às exigências claramente expostas em Efésios 4.1-3, onde está escrito: “Por isso eu, o prisioneiro no Senhor, peço que vocês vivam de maneira digna da vocação a que foram chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando uns aos outros em amor, fazendo tudo para preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz.”

Estamos, assim, em condições de enfrentar a BATALHA. Estamos ASSENTADOS nas regiões celestiais em Cristo (Efésios 1–3). Estamos ANDANDO neste mundo, não nós, mas Cristo habitando pela fé em nossos corações, pelo Espírito Santo (Efésios 4–6.9). E nos deparamos, então, com este conflito infernal. Não podemos entrar nesta batalha se estamos em falta na doutrina e na prática da vida cristã.

O apóstolo Paulo escreve sobre a batalha: “a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais” (Efésios 6.12).

Fica muito claro que a vida cristã não é uma vida fácil, uma vida tranquila, repleta de comodidades e sem problemas, muito pelo contrário; há um combate duro, intenso, e contra forças espirituais da maldade, que são invisíveis e poderosas, que farão de tudo para nos levar ao fracasso, à derrota, tentando arruinar as nossas vidas e denegrir ao máximo o evangelho. Toda pregação do evangelho que passa uma mensagem de que a vida cristã é um “mar de rosas”, maravilhosa, sem problemas e toda triunfante é uma pregação falsa.

A recomendação de Paulo é que tenhamos plena consciência de que estamos BATALHANDO contra poderes superiores a nós e que, para enfrentá-los, duas atitudes são absolutamente necessárias:

  • Estar fortalecidos no Senhor e na força do seu poder;
  • Estar vestidos com toda a armadura de Deus.

    5.a – Estar fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder

Precisamos reconhecer nossas fraquezas e incapacidades; que não há em nós condições, mas o Senhor, sim, é forte e poderoso. “Torre forte é o nome do Senhor; o justo corre para ela e está seguro” (Provérbios 18.10).

Lydia Baxter (1809 – 1874) foi uma poetisa e compositora americana, que amava a Palavra de Deus e se interessava muito pelo significado dos nomes bíblicos. Ela teve quatro filhos, cujos nomes foram: Samuel (Pedido a Deus); Ana (Graça); Sara (Princesa) e Noemi (Suavidade). Mas, para ela, o nome acima de todos os nomes era o nome Jesus. Lydia escreveu a letra do hino “Nome precioso” ou “Leva tu contigo o nome”. Uma letra com uma simplicidade e profundidade maravilhosas:

Leva tu contigo o nome
De Jesus, o Salvador;
Este nome dá conforto,
Hoje, sempre e onde for.

Nome bom, doce à fé,
Esperança do porvir!

Este nome leva sempre
Para bem te defender.
Ele é arma ao teu alcance,
Quando o mal te aparecer.

Precisamos estar sempre fortalecidos no Senhor, lembrando que somos desafiados para que “livremo-nos de todo peso e do pecado que tão firmemente se apega a nós e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hebreus 12.1, 2).

Quando Judas, na sua pequena carta, nos instrui a que batalhemos pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos, ele deixa muito claras as suas instruções para que nos fortaleçamos no Senhor e na força do seu poder. Judas escreveu:

“Mas vocês, meus amados, edificando-se na fé santíssima que vocês têm, orando no Espírito Santo, mantenham-se no amor de Deus, esperando a misericórdia do nosso Senhor Jesus Cristo, que conduz para a vida eterna. E tenham compaixão de alguns que estão em dúvida; salvem outros, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sejam também compassivos, mas com temor, detestando até a roupa contaminada pela carne. E ao Deus que é poderoso para evitar que vocês tropecem e que pode apresentá-los irrepreensíveis diante da sua glória, com grande alegria, a este que é o único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, sejam a glória, a majestade, o poder e a autoridade, antes de todas as eras, agora, e por toda a eternidade. Amém!” (Judas 1.20-25).

É muito interessante a sequência destes mandamentos: em primeiro lugar, nos fortalecermos no Senhor e na força do Seu poder, e só depois tomarmos toda a Armadura de Deus. Quando um recruta entra no exército, em primeiro lugar é trabalhada a sua condição física. São inúmeros exercícios físicos diários e constantes, até que ele esteja forte. Os primeiros meses são bem desgastantes, para que ele se torne apto para o trabalho que se espera de um soldado. Só depois ele será instruído a fim de se familiarizar com as armas e aprender a manuseá-las, de modo que saiba como enfrentar o adversário. Em nossa batalha contra as potestades malignas, estar forte é importante e necessário, mas estar vestidos com a Armadura é estar debaixo de uma proteção valiosa, pois o inimigo ataca com violência. A Armadura é uma defesa.

DEUS ALTÍSSIMO, ÉS MEU ESCONDERIJO

Deus Altíssimo, és meu esconderijo
E a Ti, Senhor, eu sempre me dirijo.
Só em Ti encontro em toda aflição
Livramento; sim, és minha salvação.

Quanto mais desejo aqui andar contigo
Mais intenso é o ataque do inimigo
E na mente, e no corpo e na emoção
Ele atua pra me derrubar no chão.

Mas na cruz Jesus ganhou toda vitória
No Seu sangue estou coberto, é minha história,
E vestido com a Sua armadura

Fico firme numa vida santa e pura.
E bem alto eu canto e me regozijo,
Deus Altíssimo és meu esconderijo!

Gilberto Celeti

“Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento” (Salmo 32.7).

“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio” (Salmo 91.1, 2).

Continua…

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UM ESTUDO DA CARTA DE PAULO AOS EFÉSIOS: 6 – O CRISTÃO E A GUERRA CONTRA O MAL – (B)

Estar vestidos com toda a armadura de Deus

A DOUTRINA – A VIDA CRISTÃ – A GUERRA CONTRA O MAL – A PREGAÇÃO DO EVANGELHO
Um estudo da carta de Paulo aos Efésios

Precisamos usar a armadura que está à nossa disposição. Trata-se da Armadura de Deus, descrita em Efésios 6.10-18. Na época em que Paulo escreveu a carta aos efésios, os soldados usavam roupas especiais para protegê-los na luta corpo a corpo. A armadura os protegia e precisavam usar bem suas armas para assim derrotar os inimigos que estivessem enfrentando.

Todos os que pertencem a Deus são atacados pelo inimigo de Deus, que é o diabo. Ele não é eterno como Deus. Ele é limitado em poder e conhecimento. Ele também não pode, como Deus, estar presente em todos os lugares. Só Deus é Onipresente, Onisciente e Onipotente.

Há algo, no entanto que precisamos saber: Satanás (outro nome para o inimigo de Deus) dispõe de um imenso exército de demônios, chamados na Bíblia de “hostes espirituais da maldade”. Hostes significa “soldados inimigos bem armados”. Nós só poderemos vencê-los estando fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder e estando protegidos com a Armadura de Deus.

Esta armadura não é visível aos olhos humanos, porque é uma armadura espiritual providenciada por Deus, que deve ser utilizada espiritualmente. E a ordem de Deus é muito clara: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo” (Efésios 6.11). Paulo descreveu as peças desta armadura desta forma: “Portanto, fiquem firmes, cingindo-se com a verdade e vestindo a couraça da justiça. Tenham os pés calçados com a preparação do evangelho da paz, segurando sempre o escudo da fé, com o qual poderão apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Usem também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Efésios 6.14-17).

Precisamos vestir peça por peça e não deixar nenhuma parte de nossa vida desprotegida. Temos que usar o equipamento completo que Deus providenciou, isto é, as seis peças que são completamente essenciais:

  • Cingir a cintura com a verdade;
  • Vestir a couraça da justiça;
  • Ter os pés calçados com a preparação do evangelho da paz;
  • Segurar o escudo da fé;
  • Tomar o capacete da salvação;
  • Tomar a espada do Espírito.

São dois grupos de três peças, sendo que as três primeiras ficam amarradas ao corpo do soldado. Elas têm que ficar bem presas e não podem se soltar. Ficam agarradas. As outras três não ficam fixas no corpo. Mesmo o capacete não ficava amarrado à cabeça, era apenas colocado.

Somos exortados a colocar esta vestimenta em nós mesmos. Não é algo que alguém coloca em nós. Nós é que temos de nos vestir.

Segue uma breve descrição de cada uma das peças, exatamente na ordem em que são mencionadas pelo apóstolo Paulo.

I- CINTURÃO — “Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade” (Efésios 6.14).

Para ter agilidade na luta, as vestes tinham que estar presas pelo cinto, senão o soldado poderia se atrapalhar. Com o cinturão bem firme, o soldado podia se mover com mais rapidez e confiança.

O erro, a mentira, a falta de honestidade e de lealdade são fatais, deixando o guerreiro desajeitado, levando-o à derrota. “Seja, porém a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar, vem do maligno” (Mateus 5.37). Satanás é o pai da mentira. Não devemos dar lugar a ele. Ser verdadeiros em tudo é o que nos deixa firmes na luta. Vamos, pois, estar firmes na verdade!

O conhecimento das doutrinas e das verdades bíblicas é da maior importância, inclusive memorizar versículos da Palavra de Deus é um dos maiores segredos para vencer o erro. Jesus, após o seu batismo, no início de seu ministério, foi fortemente tentado pelo diabo. Lemos em Mateus 4 que Jesus obteve maravilhosa vitória simplesmente citando a Palavra de Deus, que ele sabia de cor.

As Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos são a verdadeira Palavra de Deus e a única autoridade que temos. Precisamos estar cingidos, amarrados, bem firmados tão somente na verdade da Palavra de Deus, nunca na razão humana, ou nas opiniões de quem quer que seja. Vale apenas a autoridade da Bíblia. A Bíblia é a verdadeira e completa Palavra de Deus! “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16, 17).

II- COURAÇA — “Vestindo-vos da couraça da justiça” (Efésios 6.14).

A couraça era uma espécie de peitoral, feita com materiais resistentes como couro, bronze ou ferro. Servia para proteger os órgãos vitais, especialmente os pulmões e o coração.

Estar revestido com a couraça da justiça implica em viver uma vida reta, íntegra, santa. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4.23).

É muito importante saber que Jesus, quando morreu na cruz em nosso lugar, como nosso substituto, tomou sobre Si o nosso pecado e nos deu a Sua justiça. É o que está escrito em 2 Coríntios 5.21: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” Todos os nossos pecados foram cancelados, lançados para longe, embora a raiz do pecado ainda permaneça em nós, e a nossa luta contra essa “velha natureza do pecado” é constante, e uma das mais difíceis de vencer. Quando o inimigo nos tenta, levando-nos a duvidar de Deus ou a desobedecer a Deus, devemos sempre lembrar que o nosso maior Amigo, Jesus, sofreu pelo nosso pecado. Por isso, não devemos brincar com o pecado, pelo contrário, revestidos com a couraça da justiça podemos escolher e fazer o que é certo. Deus mesmo nos guia pelo caminho da justiça, por amor do Seu nome (Salmo 23.3).

Vestir a couraça da justiça é ter a plena convicção de que temos a justiça de Deus que vem pela fé! É a justiça de Jesus Cristo, por meio da fé, que me salva, não qualquer tipo de sentimento que eu tenha. Sou declarado justo e justificado em Cristo, por Sua obra realizada na cruz do Calvário. “É a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem. Porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé. Deus fez isso para manifestar a sua justiça, por ter ele, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos, tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, a fim de que o próprio Deus seja justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus” (Romanos 3.22-26).

Vestir a couraça da justiça também é saber que não temos nada que nos recomende, porém por crermos em Jesus e confiarmos na Palavra de Deus já passamos da morte para a vida e não entraremos em condenação. Não há nada que possa nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus! Em Romanos 8.31-37 temos esta verdade claramente exposta.

III- SAPATOS — “Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz” (Efésios 6.15).

Os pés nos conduzem por todos os lugares. Os calçados de um guerreiro tinham solas com pregos, para que o homem pudesse ficar firme, de pé, sem cair, no enfrentamento do inimigo corpo a corpo.

Parece uma contradição dizer que a nossa guerra é para trazer a paz, que só pode ser conseguida quando há reconciliação com Deus. Bem que podemos recordar as palavras do profeta Isaías: “Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia cousas boas, que faz ouvir a salvação” (Isaías 52.7).

Os sapatos da paz dão firmeza, porque temos paz com Deus (Romanos 5.1), visto que somos por Ele amados e perdoados. Somos Seus filhos pela fé em Cristo. Podemos também ter paz com as outras pessoas, andando em amor, perdoando, ajudando a todos que nos rodeiam. E, ainda mais, diante das mais diversas lutas e dificuldades, quando conversamos com Deus, pela oração, pela súplica e com ações de graças, temos a paz de Deus em cada situação. Isto é maravilhoso. O inimigo não pode nos derrubar.

Devemos estar sempre firmados no Evangelho, não nos envergonhar dele, prontos para resolutamente anunciá-lo, e para nos movermos em todas as direções, neste mundo que sucumbe no pecado por não conhecer quem é Jesus e o que Ele fez. Devemos estar prontos para dizer como Paulo: “Irmãos, quando estive com vocês, anunciando-lhes o mistério de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado” (1 Coríntios 2.1, 2).

IV- ESCUDO — “embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno” (Efésios 6.16).

Estes escudos eram bem grandes e serviam para proteger o corpo inteiro do soldado. Eram fabricados de madeira resistente, recobertos de couro ou de lona grossa, que era molhada para não se queimar facilmente, pelo contrário, servia para apagar os dardos inflamados. Os inimigos atiravam flechas em chamas, ou outras bem afiadas com pontas de ferro, que o soldado barrava com o escudo.

As tentações, as dúvidas e os ataques que vêm do maligno querem nos derrubar derrotados; são setas incendiárias, como por exemplo: pensamentos ruins, mentiras religiosas, desejos pecaminosos, palavras contra Deus e Jesus, pensamentos orgulhosos, desejos de grandeza, e tantos mais. Estas setas só podem ser apagadas e só há vitória se usarmos o Escudo da Fé, que significa ter uma atitude de completa confiança no Senhor e fé nas promessas de Sua Palavra. São grandes e preciosas as promessas de Deus. Todas elas têm em Cristo o cumprimento, como lemos em 2 Coríntios 1.20: “Porque todas as promessas de Deus têm nele o ‘sim’. Por isso, também por meio dele se diz o ‘amém’ para glória de Deus, por meio de nós.”

V- CAPACETE — “tomai também o capacete da salvação” (Efésios 6.17).

A parte mais vulnerável e vital do corpo é a cabeça, e seria uma loucura ir para a guerra sem a proteção da cabeça, isto é, o capacete.

A salvação, que implica em estar livre da penalidade do pecado, justificado, vem pela graça por meio da fé (Efésios 2.8). Trata-se de uma obra do Espírito Santo que leva ao novo nascimento todo aquele que se arrepende dos seus pecados e se volta, pela fé, a Cristo Jesus. Podemos afirmar: Fui salvo!

A salvação inclui também estar livre do poder do pecado, quando o crente experimenta a ação do Espírito Santo no processo de santificação. Dizemos: Estamos sendo salvos!

Ainda, a salvação inclui a libertação da própria presença do pecado, quando na volta do Senhor Jesus os crentes receberão um corpo incorruptível, sendo glorificados. Afirmamos: Seremos salvos!

Ter a mente segura da própria salvação, salvação completa em Cristo, é fundamental na batalha espiritual.

VI- ESPADA — “tomai… a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Efésios 6.17).

Um soldado não precisa apenas estar equipado para se defender, mas também saber utilizar sua arma, sua espada. A Palavra de Deus, registrada nas Escrituras, é a arma que o Senhor nos deu para a batalha. “Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2.15). Jesus, na tentação, venceu o inimigo usando a Palavra. “… resisti ao diabo e ele fugirá de vós” (Tiago 4.7).

Precisamos crescer na graça e no conhecimento do Senhor e aprender a ficar firmes na luta contra o mal e o erro. Usar a completa Armadura de Deus é fundamental.

Todo cristão precisa adquirir esta consciência de que é um soldado envolvido em um conflito e, portanto, é necessário agir exatamente como um soldado em uma batalha. O soldado nunca tira a armadura de seu corpo, seja durante o dia ou durante a noite. Há três peças da Armadura de Deus que devem permanecer o tempo todo firmadas ao corpo do soldado cristão. Ele está amarrado com a VERDADE, o seu cinturão! Ele está com a couraça presa ao seu tronco, o peitoral da JUSTIÇA, e ele não retira jamais dos seus pés os calçados do EVANGELHO DA PAZ.

As outras três peças não ficam fixadas ao corpo. O soldado as toma na hora do combate. No caso, por exemplo, de o soldado estar “descansando”, ele deixa ao seu lado o escudo da FÉ, o capacete da SALVAÇÃO e a espada do ESPÍRITO. De repente, surge um ataque inesperado, soa o alarme e o soldado imediatamente se levanta, já vestido e calçado, pega o escudo, coloca o capacete, toma a espada e sai correndo para a luta.

É assim que resistimos no dia mau. Depois de termos vencido tudo – por estarmos fortalecidos no Senhor e na força do seu poder, e vestidos com toda a Armadura de Deus –, pela graça de Deus permaneceremos inabaláveis. (Efésios 6.13).

SOLDADO DE JESUS

Por Deus arregimentado
Quero a Ele agradar.
Armadura me tem dado,
Nesta guerra, sou soldado,
Totalmente equipado,
Preparado pra lutar.

Todo dia, bem armado,
Pra o inimigo enfrentar.
Fortemente atacado,
Nunca fico abalado,
Seu terreno eu invado,
Nunca hei de recuar.

Com a verdade cinturado
Não vou me atrapalhar,
Com a justiça encouraçado
Com o evangelho bem calçado
Tendo o escudo empunhado
A vitória vai chegar.

Capacete colocado
Minha mente irá guardar,
Salvo estou sim, do pecado,
E com a espada, bem firmado,
Na Palavra bem treinado,
Contra o mal vou pelejar.

No exército alistado
Sigo firme a guerrear.
Por Jesus eu fui comprado
Em Seu sangue fui lavado
É meu Comandante amado
Com Ele, sei, vou triunfar.

Gilberto Celeti

“Por isso peguem toda a armadura que Deus lhes dá. Assim, quando chegar o dia de enfrentarem as forças do mal, vocês deverão resistir aos ataques do inimigo e, depois de lutarem até o fim, vocês continuarão firmes, sem recuar” (Efésios 6.13-NTLH).

Continua…

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UM ESTUDO DA CARTA DE PAULO AOS EFÉSIOS: 7 – O CRISTÃO E A PREGAÇÃO DO EVANGELHO

A esfera da vida cristã diante dos que estão sem Cristo

A DOUTRINA – A VIDA CRISTÃ – A GUERRA CONTRA O MAL – A PREGAÇÃO DO EVANGELHO
Um estudo da carta de Paulo aos Efésios

O que caracteriza nossa época é a falta de fidelidade, de firmeza, de certeza, de estabilidade e de honradez. A vida moral é frouxa e inconsistente. Ninguém fica incomodado em falar mentiras, violar as promessas, usar palavras de baixo calão, usar o nome de Deus em vão ou deixar de lado suas responsabilidades morais e éticas. Os valores estão distorcidos e perdeu-se a capacidade de distinguir entre o certo e o errado.

Outra característica de nossa época é a expressão: tudo é relativo. Nada pode ser considerado como absolutamente certo ou errado, absolutamente bom ou mau, absolutamente justo ou injusto, e assim por diante. Perdeu-se a noção da verdade absoluta. A “moda” é dizer que o que é verdade para você pode não ser verdade para mim. Ninguém pode decretar o que é certo ou errado. Cada um deve decidir esta questão por si mesmo, segundo a sua própria maneira de pensar.

As pessoas estão tomando decisões, escolhendo o que lhes parece o melhor em um determinado momento e circunstância, de acordo com o que acham ou pensam, sem a preocupação de verificar se o que decidem ou fazem está dentro de um padrão verdadeiro. Na verdade, acabaram-se os padrões.

Ninguém quer compreender e muito menos aceitar a verdade absoluta – aquela que é verdade para todas as pessoas, em todas as épocas e em todos os lugares.

Sendo assim, a mentira é justificada, o engano é aceito sem problema, o roubo pode ser necessário para resolver uma situação difícil, as falsidades podem trazer um benefício e assim o pecado é disfarçado. Vivemos uma época de engano. Falta o amor à verdade.

A atitude de Pilatos, perguntando a Jesus: “Que é a verdade?” (João 18.38), para logo em seguida virar-lhe as costas, ilustra a atitude desta geração decadente: virar as costas para a verdade! Pois Pilatos estava exatamente diante do Filho de Deus que uma vez afirmou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6).

Em uma época assim, precisamos atender à recomendação de Paulo: “Fiquem alertas, permaneçam firmes na fé, mostrem coragem, sejam fortes. Façam todas as coisas com amor” (1 Coríntios 16.13, 14). E que possamos também ter a consciência de que “embora andemos na carne, não lutamos segundo a carne. Porque as armas da nossa luta não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruir fortalezas. Destruímos raciocínios falaciosos e toda arrogância que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10.3-5).

Neste tempo de decadência, é preciso estar atento ao perigo da apostasia, ou seja, do afastamento de Deus, dando ouvidos ao solene alerta do apóstolo Paulo em Gálatas 1.6-9: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.”

Na carta que escreveu aos cristãos de Éfeso, o apóstolo Paulo, ao finalizá-la, faz um pedido de oração especial: “Orem em todo tempo no Espírito, com todo tipo de oração e súplica, e para isto vigiem com toda perseverança e súplica por todos os santos. E orem também por mim, para que, no abrir da minha boca, me seja dada a palavra, para com ousadia tornar conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazer” (Efésios 6.18-20).

Note que é um pedido a ser feito por todos os santos, inclusive pelo próprio apóstolo Paulo que se encontrava na prisão, sem liberdade. E qual é o assunto desta oração? É que tenhamos nossas bocas abertas para explicar com coragem e ousadia o segredo do evangelho!

Temos visto muitas outras “mensagens e evangelhos” sendo apregoados hoje em dia e, mais do que nunca, precisamos de ousadia para anunciar o verdadeiro evangelho: “que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, … foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Coríntios 15.3, 4).

Todos quantos estão assentados, abençoados “com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo.” (Efésios 1.3), que estão por isso andando “de maneira digna da vocação a que foram chamados” (Efésios 4.1), batalhando fortalecidos no Senhor e na força do seu poder vestidos “com toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo” (Efésios 6.10, 11) são aqueles que estão falando com ousadia para “tornar conhecido o mistério do evangelho” (Efésios 6.19).

Sim, são estes que, à semelhança do apóstolo Paulo dirão: “Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a insensatos. Por isso, quanto a mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vocês que estão em Roma” (Romanos 1.14, 15) ou como nos recomendou Jesus ao proferir suas últimas palavras antes de subir aos céus: “Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.” (Atos 1.8).

E ainda dirão com toda convicção: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. Porque a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.” (Romanos 1.16, 17).

Certa ocasião, “indo Jesus para a região de Cesareia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem os outros dizem que é o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem que é João Batista; outros dizem que é Elias; e outros dizem que é Jeremias ou um dos profetas. Ao que Jesus perguntou: E vocês, quem dizem que eu sou? Respondendo, Simão Pedro disse: O senhor é o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado é você, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que revelaram isso a você, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mateus 16.13-18).

Sobre esta pedra – isto é, a revelação do Pai a Pedro de que Jesus Cristo é o Senhor, o Filho do Deus vivo –, está estabelecida a Igreja. E é importante notar que “desde esse tempo, Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse para Jerusalém, sofresse muitas coisas nas mãos dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, fosse morto e, no terceiro dia, ressuscitasse.” (Mateus 16.21).

Esta é precisamente a mensagem do Evangelho: “Irmãos, venho lembrar-lhes o evangelho que anunciei a vocês, o qual vocês receberam e no qual continuam firmes. Por meio dele vocês também são salvos, se retiverem a palavra assim tal como a preguei a vocês, a menos que tenham crido em vão. Antes de tudo, entreguei a vocês o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15.1-4).

Não há outra mensagem a ser pregada, anunciada, falada. Não vamos anunciar nenhuma filosofia, nenhuma mensagem de ajuda psicológica, nenhuma autoajuda para resolução de problemas, sejam de que natureza for. Não, nada disso! Nossa mensagem é falar da Pessoa bendita de Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo, e de Sua morte e ressurreição!

Paulo ainda deixou isto mais claro quando afirmou: “Irmãos, quando estive com vocês, anunciando-lhes o mistério de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vocês. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a fé que vocês têm não se apoiasse em sabedoria humana, mas no poder de Deus.” (1 Coríntios 2.1-5).

Quando assentados em Cristo, andando cheios do Espírito, batalhando com a Armadura de Deus e falando a mensagem do Evangelho avançamos de Jerusalém até aos confins da terra, cumpre-se claramente a Palavra do Senhor Jesus: “edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mateus 16.18).

Não, nada de fazer um paraíso neste mundo, mas fazer o máximo possível para que muitos sejam libertados por Deus do poder das trevas e transportados para o Reino do seu Filho amado (Colossenses 1.13).

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, darei o direito de se alimentar da árvore da vida, que se encontra no paraíso de Deus.” (Apocalipse 2.7). E o último capítulo da Bíblia afirma: “Então o anjo me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da praça da cidade, e de um e de outro lado do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês. E as folhas da árvore são para a cura dos povos. Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o adorarão, contemplarão a sua face, e na sua testa terão gravado o nome dele. Então já não haverá noite, e não precisarão de luz de lamparina, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão para todo o sempre.” (Apocalipse 22.1-5).

QUEM SÃO ESTES?

Quem são estes, que o evangelho, anunciam,
E que tudo, em suas vidas, renunciam
Para ver seus semelhantes convertidos
E diante de Jesus arrependidos?

Quem são estes, que nas trevas levam luz,
Proclamando porque Cristo foi à cruz,
Conscientes que não há mensagem igual,
Para livrar da escravidão de todo mal?

Quem são estes, cujo Cristo ressurreto,
Lhes deu vida e que agora, então libertos,
Vivem sempre esperando e apressando
O retorno de Jesus, breve chegando?

Quem são estes, qual resposta será dada?
São a Igreja, que por sangue foi comprada,
Preocupada com o Reino e não consigo,
Que penetra no terreno do inimigo.

São seus membros, todos eles, alistados
Pra servirem fielmente, quais soldados.
Não procuram pra si mesmos benefícios,
Pra avançarem, pouco importa os sacrifícios.

São a Igreja, na Palavra alicerçada,
Que não é por homem algum manipulada,
Uma igreja em oração e comunhão
Engajada com a Grande Comissão.

São seus membros a Jesus obedientes,
Seguem juntos, e denominados crentes.
Eles são, diante de Deus, adoradores!
E no mundo corrompido, embaixadores!

Gilberto Celeti

Palavras do apóstolo Paulo que resumem o que significa ser testemunha de Jesus: “Portanto, somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por meio de nós. Em nome de Cristo, pois, pedimos que vocês se reconciliem com Deus. Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. (2 Coríntios 5:20,21).

Continua….

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