salmo 119 – verso 95

“Os ímpios me espreitam para me destruir, mas eu considero os teus testemunhos.” (Salmo 119:95).

Diante deste texto, escrito a milhares de anos, podemos concluir que a ideia de “evolução” da raça humana é uma “balela”, isto é, uma afirmação desprovida de verdade; que foi inventada para enganar. É afirmação sem fundamento, uma mentira. Ah! Sem dúvida a tecnologia pode ter mudado, mas esta atitude de pessoas “espreitarem” outras, com a finalidade de destruir, é a mesma, porque o ser humano não muda. O pecado está sempre em evidencia, e este espiar e observar às escondidas e com muita atenção, o que outro faz, para obter vantagens em detrimento do outro, com o avanço da tecnologia, ficou até mais aprimorado e descarado.

Claro que o contexto do salmista tem a ver com a seguinte realidade: Os que procuram andar com seriedade diante de Deus, considerando e observando atentamente Sua vontade, revelada em Sua palavra, se tornam pessoas que “incomodam” aqueles que preferem viver impiedosamente, e dando espaço para seus desejos carnais e pecaminosos.

Desde o início da história esta é a realidade. Em todas as épocas surgirão homens e mulheres que haverão de, perplexos e inconformados, clamar diante de Deus: “Na minha angústia, clamo ao Senhor…… Senhor, livra-me dos lábios mentirosos, da língua enganadora…… Ai de mim, que peregrino em Meseque e habito nas tendas de Quedar. Já há tempo demais que habito com aqueles que odeiam a paz. Sou pela paz; quando, porém, eu falo, eles teimam pela guerra.” (Salmo 120).

Um exemplo extraordinário temos em Daniel, “espreitado” por muitos que procuravam “um pretexto relacionado com a administração do reino, para poderem acusar Daniel. Mas não conseguiram encontrar esse pretexto, nem culpa alguma, porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa. Então esses homens disseram: Nunca acharemos um pretexto para acusar esse Daniel, a menos que procuremos algo relacionado com a lei do Deus que ele adora.” (Daniel 6:4,5). O que queriam estes líderes todos, que faziam parte da equipe do rei conduzindo os negócios da nação? Queriam achar um meio de “destruir” Daniel. O Salmo 119:95, bem que poderia ter sido escrito por Daniel mesmo: “Os ímpios me espreitam para me destruir, mas eu considero os teus testemunhos.” (Salmo 119:95).

E sabemos o final da história e como conseguiram que o rei decretasse a destruição de Daniel, lançando-o na cova dos leões, porque Daniel não titubeou, quando o assunto era a sua fidelidade para com Deus e Sua Palavra. Deus poderia não livrá-lo, mas o livrou. Bendito seja o Senhor!

Paulo escrevendo aos gálatas, menciona certos problemas surgindo entre eles “por causa dos falsos irmãos que se haviam infiltrado para espreitar a liberdade que temos em Cristo Jesus e nos reduzir à escravidão. A esses não nos submetemos por um instante sequer, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vocês.” (Gálatas 2:4,5).

E a Palavra de Deus nos ensina claramente a tomarmos todo o cuidado com os “espreitadores”, que ao se introduzirem no meio dos “santos” conseguem melhor resultado em sua tarefa maligna de destruir o testemunho e a obra do Senhor. Lembremo-nos destas alertas:

  • DE JESUS CRISTO – “Cuidado com os falsos profetas, que se apresentam a vocês disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes.” (Mateus 7:15).
  • DE PAULO – “Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho no qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, aparecerão no meio de vocês lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que até mesmo entre vocês se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás de si. Portanto, vigiem, lembrando que, durante três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, cada um de vocês.” (Atos 20:28-31).
  • DE PEDRO – “Assim como surgiram falsos profetas no meio do povo, também haverá falsos mestres entre vocês. Eles introduzirão heresias destruidoras, chegando a renegar o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, o caminho da verdade será difamado. Movidos por avareza, eles explorarão vocês com palavras fictícias.” (2 Pedro 2:1-3).
  • DE JUDAS – “Pois certos indivíduos, cuja sentença de condenação foi promulgada há muito tempo, se infiltraram no meio de vocês sem serem notados. São pessoas ímpias, que transformam em libertinagem a graça do nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo. Esses são como rochas submersas nas festas de fraternidade que vocês fazem, banqueteando-se com vocês sem qualquer receio. São pastores que apascentam a si mesmos……. Esses tais são murmuradores, pessoas descontentes que andam segundo as suas paixões. A sua boca vive falando grandes arrogâncias; adulam os outros por motivos interesseiros…….São estes os que promovem divisões, seguem os seus próprios instintos e não têm o Espírito.” (Judas 1:4,12,16,19).

A salvaguarda para estas ações é a de sempre considerar os testemunhos, os mandamentos, os preceitos, em suma, a Palavra de Deus. Este é o tema central de cada versículo deste que é o maior capítulo da Bíblia. Daí a importância de se estudar cuidadosamente a Palavra do Senhor, conhecer a Doutrina, estar sempre atento ao que “está escrito”!

Há uma recomendação de Paulo, ao despedir-se dos cristãos em Éfeso que precisa ganhar guarida em nossos corações: “Agora, pois, eu os entrego aos cuidados de Deus e à palavra da sua graça, que tem poder para edificá-los e dar herança entre todos os que são santificados.” (Atos 20:32). E é importante observar que nas cartas às sete igrejas do Apocalipse, enviadas por Jesus por intermédio de João, ao referir-se à Éfeso, ele diz: “Conheço as obras que você realiza, tanto o seu esforço como a sua perseverança. Sei que você não pode suportar os maus e que pôs à prova os que se declaram apóstolos e não são, e descobriu que são mentirosos. Você tem perseverança e suportou provas por causa do meu nome, sem esmorecer. Tenho, porém, contra você o seguinte: você abandonou o seu primeiro amor.” (Apocalipse 2:2-4). Precisamos, de fato, ser zelosos quanto à verdade da Palavra de Deus, mas zelosos também no amor ao Senhor Jesus!

E à igreja de Filadélfia, o Senhor diz: “Conheço as obras que você realiza. Eis que tenho posto diante de você uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar. Sei que você tem pouca força, mas guardou a minha palavra e não negou o meu nome. Eis o que eu farei com alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que se declaram judeus e não são, mas mentem. Eis que farei com que venham até você, prostrem-se aos seus pés e reconheçam que eu amo você. Você guardou a palavra da minha perseverança. Por isso, também eu o guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Conserve o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa.” (Apocalipse 3:8-11).

É no meio dos que se declaram apóstolos e não o são, dos que são da sinagoga de Satanás, dos que se declaram judeus, dos que se infiltram no meio dos membros do Corpo de Cristo, dos que são falsos profetas, dos que são lobos disfarçados de ovelhas, dos que adulam por motivos interesseiros, dos que se apascentam a si mesmos, dos que introduzem heresias destruidoras, dos que arrastam discípulos atrás de si, dos que por avareza exploram com palavras fictícias, dos que promovem divisões, enfim, é no meio desta lista interminável dos que, em nossa própria época fazem o mesmo, que fica evidente como o texto do salmista no Salmo 119:95: “Os ímpios me espreitam para me destruir, mas eu considero os teus testemunhos” se aplica ao nosso próprio tempo.

Como o salmista, firmemo-nos na Palavra de Deus, nunca esquecendo que: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16-17).

E tendo em mente que esta passagem está na carta que Paulo escreveu a Timóteo, exatamente para que ele soubesse o que fazer no contexto de perseguição, pois “na verdade, todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. Mas os perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.” (2 Timóteo 3:12,13).

Salmo 119 – verso 87

“Quase acabaram comigo, na terra; mas eu não deixo os teus preceitos” (Salmo 119:87).

A medida que avançamos nos versículos iniciados com a letra “KAF” vamos percebendo que o salmista passa por um desgaste quase que insuportável, sentindo-se amparado tão somente pelos preceitos do Senhor.

Os sofrimentos são muito fortes, que por um triz não o levaram ao túmulo – “quase acabaram comigo” é o que ele diz. Muitos servos de Deus passaram por experiências semelhantes, como foi o caso do profeta Jeremias, quando o pegaram “e o lançaram na cisterna de Malquias, filho do rei, que ficava no pátio da guarda. Desceram Jeremias com cordas. Na cisterna não havia água, apenas lama; e Jeremias se atolou na lama.” (Jeremias 38:6). A fidelidade aos preceitos do Senhor traz consequências deste tipo.

Lemos também o lamento de Asafe perplexo, em seu tempo, com a fúria dos adversários, que diziam em seus corações a respeito dos servos do Senhor: “Acabemos com eles de uma vez.” E Asafe escreveu: “Queimaram todos os lugares santos de Deus na terra. Já não vemos os nossos sinais; já não há profeta; nem há, entre nós, quem saiba até quando isso vai durar. Até quando, ó Deus, o adversário nos afrontará? Será que o inimigo blasfemará o teu nome para sempre?” (Salmo 74:7-10).

Houve muitos que foram literalmente mortos, como foi o caso do profeta Zacarias que era filho do sacerdote Joiada, em cujo período foi coroado Joás, quando tinha apenas sete anos de idade. Lemos que “Joás fez o que era reto aos olhos do Senhor todos os dias do sacerdote Joiada.” Inclusive decidindo restaurar a Casa do Senhor. O triste é que após a morte de Joiada a casa real e o povo voltou-se para a idolatria, e lemos que “o Senhor lhes enviou profetas para os reconduzir a si; estes profetas testemunharam contra eles, mas eles não quiseram ouvir. Então o Espírito de Deus se apoderou de Zacarias, filho do sacerdote Joiada. Ele ficou em pé diante do povo e lhes disse: — Assim diz Deus: ‘Por que vocês estão transgredindo os mandamentos do Senhor? Vocês não vão prosperar! Por terem abandonado o Senhor, também ele os abandonará.’” E o triste foi que “conspiraram contra ele e o apedrejaram, por ordem do rei, no pátio da Casa do Senhor. Assim, o rei Joás não se lembrou de como Joiada, pai de Zacarias, tinha sido bondoso com ele, e acabou matando o filho dele.” (2 Crônicas 24:1-22). Joás, quando menino e mais jovem, enquanto o servo de Deus Joiada esteve vivo, agiu de forma reta, mas lamentavelmente deixou os preceitos do Senhor.

 Paulo registra um caso também triste em relação a Demas, um de seus cooperadores, ao qual se referiu desta forma: “Demas tendo amado o presente século, me abandonou e se foi…” (2 Timóteo 4:10). Que triste!

Na parábola do semeador, ao comparar a Palavra de Deus com a semente, Jesus mostra diferentes tipos de solo, um deles é o pedregoso. Ao dar explicações ele afirmou: “Os que estão sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria. Estes não têm raiz, creem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam.” (Lucas 8:13). É o caso do Joás, do Demas e de milhares de outros. Não é o caso de Jeremias, de Daniel, de Zacarias, de Davi, do autor do salmo 119 e de tantos outros ao longo da história tanto antes como depois de Cristo, que, aconteça o que acontecer, não se desviam da Palavra do Senhor.

Jesus, em várias ocasiões deve ter orado como o salmista: “Quase acabaram comigo, na terra; mas eu não deixo os teus preceitos” (Salmo 119:87), pois foram muitas as maquinações para prendê-lo e matá-lo. Certa vez Jesus falou duro com os líderes religiosos que o odiavam sem motivo e mencionou a morte do profeta Zacarias, filho do Joiada: “Ai de vocês! Porque edificam os túmulos dos profetas que os pais de vocês assassinaram. Assim, são testemunhas e aprovam com cumplicidade as obras dos pais de vocês; porque eles mataram os profetas, e vocês edificam túmulos para eles. Por isso, também disse a sabedoria de Deus: ‘Mandarei para eles profetas e apóstolos, e a alguns deles matarão e a outros perseguirão’, para que desta geração se peçam contas do sangue dos profetas, derramado desde a fundação do mundo desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e o santuário. Sim, eu afirmo a vocês que se pedirão contas a esta geração.” (Lucas 11:46-51).

E a lista dos que tiveram também seu sangue derramado por serem testemunhas féis de Jesus Cristo? Mesmo hoje, quem poderá contar quantos são os que estão firmes na Palavra do Senhor, com suas vidas físicas em risco? Surpreendente é chegarmos ao último livro da Bíblia e nos deparamos com este texto:

“Quando o Cordeiro quebrou o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. Clamaram com voz forte, dizendo:  Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então a cada um deles foi dada uma veste branca, e lhes foi pedido que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como eles tinham sido.” (Apocalipse 6:9-11). Estaríamos nós incluídos entre estes conservos? Haveremos de passar por situações em que esta oração do salmista será a nossa própria oração: “Quase acabaram comigo, na terra; mas eu não deixo os teus preceitos” (Salmo 119:87).

Que jamais a perseguição produza em nós medo e sofrimento que nos leve ao afastamento do Senhor e da Sua Palavra. Estejamos conscientes que embora seja tão atraente a mensagem que tudo nos irá bem, seremos prósperos, bem-sucedidos, que o caminho será florido e perfumado, não é esta a realidade da vida de fé. Precisamos mesmo é considerar muito bem o que nos ensina o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo:

“Bem-aventurados são vocês quando as pessoas os odiarem, expulsarem da sua companhia, insultarem e rejeitarem o nome de vocês como indigno, por causa do Filho do Homem. Alegrem-se naquele dia e exultem, porque grande é a recompensa de vocês no céu; porque os pais dessas pessoas fizeram o mesmo com os profetas. Mas ai de vocês, os ricos, porque vocês já receberam a consolação! Ai de vocês que agora estão fartos, porque vocês vão passar fome! Ai de vocês que agora estão rindo, porque vocês vão lamentar e chorar! Ai de vocês, quando todos os elogiarem, porque os pais dessas pessoas fizeram o mesmo com os falsos profetas! Digo, porém, a vocês que me ouvem: amem os seus inimigos, façam o bem aos que odeiam vocês. Abençoem aqueles que os amaldiçoam, orem pelos que maltratam vocês.” (Lucas 6:22-28).

Precisamos estar preparados para as circunstâncias mais difíceis e desfavoráveis nunca deixando de considerar os preceitos de Jesus, que nos alertou: “Eis que eu os envio como ovelhas para o meio de lobos. Portanto, sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Tenham cuidado com os homens, porque eles os entregarão aos tribunais e os açoitarão nas suas sinagogas. Por minha causa vocês serão levados à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. E, quando entregarem vocês, não se preocupem quanto a como ou o que irão falar, porque, naquela hora, lhes será concedido o que vocês dirão. Afinal, não são vocês que estão falando, mas o Espírito do Pai de vocês é quem fala por meio de vocês. Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai entregará o filho. Haverá filhos que se levantarão contra os seus pais e os matarão. Todos odiarão vocês por causa do meu nome; aquele, porém, que ficar firme até o fim, esse será salvo.” (Mateus 10:16-22).

Sigamos cada dia de acordo com as últimas palavras ditas por Jesus antes de retornar ao Céu, quando disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.” (Mateus 28:18-20).

A opção de deixar de andar nEle, o Caminho; de abandonar Cristo, a Verdade; de “viver” fora dEle, a Vida, não interessa. Sim, em Cristo, no poder do Espírito Santo, pouco importa como as coisas acontecem ou acontecerão, diremos também: “Quase acabaram comigo, na terra; mas eu não deixo os teus preceitos” (Salmo 119:87).

CRISTO! A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA

Pensamentos que analisam a humanidade,
Cuidadosamente bem elaborados,
Sempre estão completamente equivocados,
Quando esquecem a premente realidade::

Ocorreu ao ser humano uma queda
Que o tornou escravizado do pecado
Que de Deus sempre o mantém bem afastado,
Que nos maus caminhos sempre o envereda.

Todo homem pelo pecado desnudo,
Busca meios pra mostrar que está vestido;
Nas ideias e nas crenças escondido,
Faz da ciência e do progresso um deus-escudo.

Mas, quando de um povo se estuda o etos,
Pouco importa a região ou etnia;
Há no homem uma profunda avaria:
Pensamentos, falas, atos, não são retos.

Isto o impede de elevar-se, infelizmente.
Do orgulho e da cobiça é prisioneiro;
Egoísta, sempre quer ser o primeiro,
Nos seus relacionamentos é doente.

O pecado é no homem a desgraça!
Quando é que compreendido será isto:
Que a solução está somente em Cristo,
Que elimina a maldição da humana raça?

Jesus Cristo, o Deus homem encarnado,
Cuja santidade e amor absolutos
Por Sua justiça é substituto
Dos que nele creem, e assim são libertados!

Jesus Cristo é o Único na história
Que venceu a morte. É o ressuscitado!
Os Seus feitos nunca foram igualados,
Seu amor e Sua justiça lhe dão glória!

Só Jesus tira do homem o vil pecado.
Nada vale ciência… tecnologia…
Nada vale religião… filosofia…
Só em Cristo o homem será elevado.

Pela fé em Cristo, o homem é remido,
Sua nudez desaparece por completo,
Do Espírito de Deus fica repleto,
Da justiça de Jesus fica vestido.

É Jesus caminho, e verdade, e vida;
Busque nEle, arrependido, o perdão,
Deixe que Ele mude o seu coração,
Nele, a vida vale a pena ser vivida!

Gilberto Celeti

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Salmo 119 – verso 86

“Todos os teus mandamentos são verdadeiros. Ajuda-me, pois sou perseguido injustamente.” (Salmo 119:86).

Todos nós que estamos vivos aqui e agora, enfrentamos os desafios deste exato momento histórico, que é o nosso “presente”, imaginando-nos num automóvel percorrendo uma estrada, onde tudo passa rapidamente. Se olharmos pelo pequenino retrovisor, considerando o caminho até aqui percorrido, o que já ficou para traz, testemunhamos o nosso “passado”. E esta é a realidade, o que passou, passou. No entanto, a jornada ainda não findou e olhando para frente, pelo amplo para-brisa dianteiro, vislumbramos o “futuro” que nos aguarda mais adiante.

E podemos notar, que em nossa curta jornada, pois “os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.” (Salmo 90:10); sempre nos deparamos com questões que envolvem o certo e o errado, o vem e o mal, a verdade e a mentira. Não há como escapar, assim como não escapamos do dia e da noite.

Estas questões que nos afetam hoje sempre afetaram os seres humanos, em todas as épocas e civilizações, e vemos então, no Salmo 119:86, o salmista apreciando os testemunhos de Deus, que ele identifica como verdadeiros, ao mesmo tempo que enfrenta perseguição injusta. Hoje não é diferente.

A origem deste conflito tem a ver com a ação de Satanás, a quem o apóstolo Paulo se referiu como um ser “cheio de todo o engano e de toda a maldade, inimigo de toda a justiça, por que não deixa de perverter os retos caminhos do Senhor.” (Atos 13:10). Foi exatamente desta maneira que ele enganou a Eva, levando-a, juntamente com Adão, à desobediência diante do Criador que os fizera muito bons. Jesus refere-se ao diabo com estas palavras: “Ele foi assassino desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (João 8:44).

A palavra de Deus revelou-se verdadeira, com as próprias consequências da desobediência do homem tornando-se reais. Deus se obriga à Sua Palavra. Ele cumpre, não muda. Sua fidelidade à Palavra é perfeita e real. Suas promessas se cumprem cabal e perfeitamente. Deus é Leal e Verdadeiro. Jesus o Filho de Deus afirmou: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.” (Mateus 24:35).

Esta afirmação do salmista “todos os teus mandamentos são verdadeiros”, significa que não há na palavra de Deus nenhuma mentira, ela é totalmente fidedigna, exata, em oposição à falsidade. Na palavra de Deus não existe ilusão, engano, pelo contrário é uma palavra real e que corresponde aos fatos, podendo ser comprovada. Todos os mandamentos do Senhor são genuínos e autênticos.  Não pode haver mudança naquilo que realmente existe. Seus mandamentos são dignos de inteira confiança. São firmes e fiéis. O salmista se apoia nos mandamentos e nas escrituras do Antigo Testamento, onde encontramos sempre a oposição daqueles que agem injustamente e com mentiras:

  • Salmo 25:10 – “Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade para os que guardam a sua aliança e os seus testemunhos.”
  • Salmo 111:7,8 – “As obras de suas mãos são verdade e justiça; fiéis são todos os seus preceitos. Estáveis são eles para todo o sempre, instituídos em fidelidade e retidão.”
  • Provérbios 12:17-22 – “Quem diz a verdade favorece a justiça, mas a testemunha falsa está a serviço da fraude. Palavras precipitadas são como pontas de espada, mas as palavras dos sábios são remédio. Os lábios que falam a verdade permanecem para sempre, mas a língua mentirosa desaparece num instante. Há fraude no coração dos que planejam o mal, mas os que aconselham a paz têm alegria. Nenhuma desgraça sobrevirá ao justo, mas os ímpios, o mal os apanhará em cheio. O Senhor detesta lábios mentirosos, mas aqueles que praticam a verdade são o seu prazer.”
  • Jeremias 9:3-6 – “Curvam a língua, como se fosse o seu arco, para disparar mentiras. Fortalecem-se na terra, mas não para a verdade, porque avançam de maldade em maldade e não me conhecem, diz o Senhor. Que cada um de vocês se proteja do seu amigo e não confie em nenhum irmão. Porque todo irmão é enganador, e todo amigo não faz mais do que espalhar calúnias. Cada um zomba do seu próximo, e não falam a verdade. Ensinam a sua língua a proferir mentiras; cansam-se de tanto praticar a iniquidade. Vivem no meio da falsidade; pela falsidade se recusam a me conhecer, diz o Senhor.”
  • Zacarias 8:16,17 – “Eis as coisas que vocês devem fazer: Que cada um fale a verdade com o seu próximo. Nos tribunais, julguem com justiça, segundo a verdade, em favor da paz. Que ninguém faça planos para prejudicar o seu próximo, nem ame o juramento falso, porque eu odeio todas estas coisas, diz o Senhor.”

No Novo Testamento percebemos que uma das expressões mais usadas por Jesus foi: “Em verdade, em verdade lhes digo”, e Paulo escreveu a Timóteo: “Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação.” (1 Timóteo 4:9). Em relação à verdade Jesus foi categórico: “Que a palavra de vocês seja: Sim, sim; não, não. O que passar disto vem do Maligno.” (Mateus 5:37).

As autoridades religiosas, muitas vezes, consultaram entre si como surpreenderiam Jesus em alguma palavra. E certa vez enviaram-lhe discípulos, juntamente com os herodianos, para lhe dizer: “Mestre, sabemos que o senhor é verdadeiro e que ensina o caminho de Deus de acordo com a verdade, sem se importar com a opinião dos outros, porque não olha para a aparência das pessoas.” (Mateus 22:15,16). Eles tiveram que confessar que Jesus era verdadeiro e que o ensino dele estava de acordo com a verdade. É surpreendente!

E Jesus deixou muito claro, ser ELE mesmo a verdade: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6). Declarou-lhes também estas palavras: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos: e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará…… Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres… (João 8:31,32,36). Aos seus discípulos Jesus fez esta extraordinária promessa: “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com vocês para sempre: é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Vocês o conhecem, porque ele habita com vocês e estará em vocês.” (João 14:16,17).

Como o salmista nos tempos do Antigo Testamento, os crentes hoje sabem muito bem o que significa orar: “Todos os teus mandamentos são verdadeiros. Ajuda-me, pois sou perseguido injustamente.” (Salmo 119:86), pois ao seguirem, cheios do Espírito Santo, amando a Palavra de Deus, são por isso mesmo perseguidos injustamente.

Todos quantos já receberam a Cristo como Seu Senhor e Salvador, conhecem bem a exortação da Palavra de Deus para não mais viverem uma vida pecaminosa, pelo contrário, para viverem como aprendem de Cristo “se é que, de fato, ouviram falar dele e nele foram instruídos, segundo é a verdade em Jesus. Quanto à maneira antiga de viver, vocês foram instruídos a deixar de lado a velha natureza, que se corrompe segundo desejos enganosos, a se deixar renovar no espírito do entendimento de vocês, e a se revestir da nova natureza, criada segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.” (Efésios 4:20-24). São cristãos que seguem a verdade, e que também atendem ao ensino: “Não mintam uns aos outros, uma vez que vocês se despiram da velha natureza com as suas práticas e se revestiram da nova natureza que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que a criou.” (Colossenses 3:9,10). Sim, revestidos de Jesus, que é a verdade, cheios do Espírito da Verdade, podem andar na verdade.

O apóstolo João escreve a sua segunda carta “a todos os que conhecem a verdade, por causa da verdade que permanece em nós e conosco estará para sempre”.  E lhes diz: “Fiquei sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade.” (2 João 1,2,4).

Todos estes, como o salmista, podem recordar-se, ou podem estar passando, ou ainda haverão de enfrentar situações como a do salmista: “Todos os teus mandamentos são verdadeiros. Ajuda-me, pois sou perseguido injustamente.” (Salmo 119:86). O fato é que Jesus Cristo mesmo experimentou isto.

E a importância de se firmar na Palavra de Deus e em Cristo, e de amar a Palavra de Deus e Cristo, é a grande salvaguarda para os dias de uma perseguição injusta que virá sobre os cristãos, como nunca se viu ou ouviu antes, como somos alertados: “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a ação de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que estão perecendo, porque NÃO ACOLHERAM O AMOR DA VERDADE para serem salvos. É por este motivo que Deus lhes envia a operação do erro, para darem crédito à mentira, A FIM DE SEREM CONDENADOS TODOS OS QUE NÃO CRERAM NA VERDADE, MAS TIVERAM PRAZER NA INJUSTIÇA. Mas devemos sempre dar graças a Deus por vocês, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus os escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade. Foi para isso que também Deus os chamou mediante o nosso evangelho, para que vocês alcancem a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.” (2 Tessalonicenses 2:9-14). Esta porção da Palavra de Deus é digna de inteira aceitação!

Finalizando: MENTIRA E OBSCURIDADE AFASTADAS

Como é possível alguém olhar a realidade
Sem perceber o que está acontecendo?
Notando o mal e o pecado corroendo,
E um total desinteresse na verdade,

E desgraçadamente ver a sociedade
No engano e na corrupção só se mantendo?
Se pão e circo continuam recebendo,
Isto lhes basta, é toda a sua felicidade.

E toda esta superficialidade
Os deixa cegos e jamais se apercebendo
Que escravos de um sistema é que estão sendo,
Não sonham mais em alcançar a liberdade.

E não cogitam nunca da mortalidade,
Pois nada para sua alma estão provendo.
E quando, enfim, na morte desaparecendo,
Que triste! Perdem-se por toda eternidade.

De Satanás, de fato, a especialidade
É ter a humanidade sempre se entretendo
Com tudo o que, no dia, está acontecendo
E joga iscas de várias modalidades:

Política, cultura, religiosidade,
Na busca insana de aqui não estar sofrendo,
E cada qual dizendo: “O certo é como entendo!”,
Se prende na armadilha da incredulidade,

Para com Deus, o Criador, Santa Trindade,
Deus invisível, que o Universo está mantendo.
Deus pra Seu Reino muitos filhos vem trazendo
Por Jesus Cristo, Vida, Vereda e Verdade.

O fato é que devido a longanimidade
Do Deus Eterno, continuamos vivendo;
E quando finalmente, alguém, se arrependendo
Do seu pecado, vê sua indignidade,

É transformado, ganha outra identidade
Um novo nascimento acaba obtendo
Pois a Jesus, o Verbo Eterno, recebendo
De Deus é filho, pra viver em santidade.

A vida aqui e agora tem finalidade:
De estar com o Mestre cada dia parecendo,
No amor a Deus e ao próximo sempre crescendo,
Tendo com a glória do Senhor prioridade.

E olhando o mundo com responsabilidade,
Com as armas da verdade o mal vai combatendo,
O evangelho de Jesus bem alto erguendo,
Para que muitos obtenham a liberdade,

E se desembaracem da mediocridade,
Para viverem sempre de Deus dependendo,
Não mais com o mundo e o pecado se envolvendo,
Com Cristo andando, lealmente e com humildade.

Proclamam o evangelho com assertividade
Mostrando o Verbo, Jesus Cristo, aqui nascendo
Perfeito, Justo, Santo numa cruz morrendo,
Pra com seu sangue limpar toda iniquidade.

Mostram também Sua absoluta autoridade
Deixando o túmulo aberto, sim, vencendo
A morte, Satanás, desta forma trazendo
A redenção, da escravidão a liberdade!

Senhor, afasta toda a obscuridade!
Que o teu Espírito, a luz venha trazendo
Para que muitos possam, em Cristo, agora crendo
Nascer de novo, sendo filhos da verdade!

salmo 119 – verso 84

“Quantos vêm a ser os dias do teu servo? Quando me farás justiça contra os que me perseguem?” (Salmo 119:84).

Toda esta sequência de versículos deste Salmo acróstico que iniciam com a letra “KAF”, a 11ª letra do alfabeto hebraico mostram o salmista no mais profundo estado de angústia, no mais fundo do poço, como que nas profundezas da escuridão, sem ter nenhuma luz e com sua alma desejosa da resposta do Senhor, “mais do que os guardas anseiam pelo romper da manhã” (Salmo 130:6). No seu comentário sobre os versos 81 a 89, Spurgeon escreveu: “Esta oitava é a meia noite do salmo e de fato é escura e tenebrosa”.

No verso 84 parece que o salmista está dizendo: não aguento mais a pressão, a perseguição, a oposição. Será que vou finalmente ser libertado? Vai ainda atrasar muito a resposta? Os dias passam muito rapidamente e quando finalmente chegar o escape de que adiantará, pois talvez eu já nem esteja mais aqui. Talvez ele desejasse saber se ainda iria demorar muito tempo para que ele ficasse livre dos problemas que enfrentava?

Não é possível ter certeza quanto à autoria do Salmo 119, mas este bloco (versos 81 a 88) onde a perseguição é tão intensa nos leva a pensar em Davi e nos longos anos em que passou fugindo da feroz perseguição de Saul que buscava mesmo matá-lo. Saul já fora rejeitado, Davi havia sido ungido, no entanto foi bem longa a sua caminhada até que finalmente ocupasse o local que lhe fora designado pelo Senhor, recebendo a devida coroa real.

Davi teve oportunidade, mais de uma vez, de fazer justiça por suas próprias mãos, no entanto aguardou pelo Senhor. Esta oração do salmista seria nitidamente a oração de Davi. Há outros orações iguais a esta do Salmo 119:84:

  • De Davi – “Senhor, dá-me a conhecer o meu fim e qual é a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade. Deste aos meus dias o comprimento de alguns palmos; à tua presença, o prazo da minha vida é nada. Na verdade, todo ser humano, por mais firme que esteja, é pura vaidade. De fato, o ser humano passa como uma sombra. Em vão se inquieta; amontoa tesouros e não sabe quem ficará com eles. E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança…………….não permitas que os insensatos zombem de mim………………Ouve, Senhor, a minha oração, escuta-me quando grito por socorro. Não fiques insensível às minhas lágrimas…” (Salmo 39:1-13).
  • De Etã – “Até quando, Senhor? Ficarás escondido para sempre? Até quando a tua ira queimará como fogo? Lembra-te de como é breve a minha existência! Terias criado em vão todos os filhos dos homens? Quem é que pode viver e não ver a morte? Ou quem pode livrar a sua alma do poder da sepultura? Senhor, onde estão as tuas misericórdias de outrora, juradas a Davi por tua fidelidade?” (Salmo 89:46-49).
  • De Jó – “Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão e se findam sem esperança. Lembra-te, ó Deus, de que a minha vida é um sopro; os meus olhos não tornarão a ver a felicidade. Os olhos de quem agora me vê não me verão mais; os teus olhos me procurarão, mas já terei desaparecido.” (Jó 7:6,7)
  • De Moisés – “…acabam-se os nossos anos como um breve pensamento. Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos……. Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio……… Aos teus servos apareçam as tuas obras, e a seus filhos, a tua glória. Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos.” (Salmo 90:9,10,12,16,17).

“Quantos vêm a ser os dias do teu servo? Quando me farás justiça contra os que me perseguem?” (Salmo 119:84). A preocupação do salmista é com a justiça. Ele conhece a verdade que “o Senhor fará justiça ao seu povo e se compadecerá dos seus servos” (Deuteronômio 32:36), mas está demorando muito, na sua percepção. O tema da justiça de Deus é abundante em toda a Escritura. Veja só:

  • Deuteronômio 32:4 – “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo. Deus é fidelidade, e nele não há injustiça; é justo e reto.”
  • Salmo 7:9-13 – “Que cesse a maldade dos ímpios. Fortalece o justo, pois sondas a mente e o coração, ó Deus justo. Deus é o meu escudo; ele salva os retos de coração. Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias. Se alguém não se converter, Deus afiará a sua espada; já armou e deixou pronto o seu arco; para ele já preparou armas mortais, fez as suas setas inflamadas.”
  • Eclesiastes 8:11-13 – “Como não se executa logo a sentença contra uma obra má, o coração humano está inteiramente disposto a praticar o mal. Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e a vida dele se prolongue, eu sei com certeza que tudo correrá bem para os que temem a Deus. Mas nada correrá bem para o ímpio, e ele não prolongará os seus dias; será como a sombra, visto que não teme a Deus.”

Por ocasião do juízo de Deus sobre as cidades de Sodoma e Gomorra, ficou registrado na Escritura Sagrada a maneira como Abraão intercedeu junto ao Senhor para que as cidades fossem poupadas, dizendo: “Será que vais destruir o justo com o ímpio? Se houver, por acaso, cinquenta justos na cidade, ainda assim destruirás e não pouparás o lugar por amor dos cinquenta justos que nela se encontram? Longe de ti fazeres tal coisa: matar o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio. Longe de ti! Será que o Juiz de toda a terra não faria justiça?” (Gênesis 18:23-25). E sabemos que Abraão foi reduzindo de 50 para 45, depois para 40, e 30 e 20, até que “finalmente Abraão disse:  Não se ire o Senhor, se lhe falo somente mais esta vez. E se, por acaso, houver ali apenas dez? O Senhor respondeu:  Não a destruirei por amor aos dez.” (Gênesis 18:32). Que condescendência do Senhor, em preservar da destruição se houvessem ali pelo menos dez. Será que Abraão poderia ter insistido ainda mais?

Nos dias de seu ministério terreno, Jesus certa vez falou sobre o dever de orarmos sempre, sem esmorecer, e contou uma parábola a respeito de um juiz iníquo a quem uma viúva sempre se dirigia pedindo que julgasse sua causa. Ele acabo atendendo devido a importunação da mulher. Se um juiz iníquo atendeu ao pedido, quanto mais Deus e Jesus acrescentou estas palavras: “Será que Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo a vocês que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando o Filho do Homem vier, será que ainda encontrará fé sobre a terra?” (Lucas 18:7,8).

O fato é que o salmista, ao orar: “Quantos vêm a ser os dias do teu servo? Quando me farás justiça contra os que me perseguem?” (Salmo 119:84) talvez estivesse achando que o Senhor demorava em defendê-lo. O fato é que a injustiça tem prevalecido na Terra. O escritor do salmo 94 seria também o autor do Salmo 119? O fato é que vê as pessoas perversas dominando com poder e gerando sofrimento e opressão tão terríveis que o faz questionar “até quando, Senhor, os ímpios, até quando os ímpios exultarão?” (Salmo 94:3) e faz um apelo à justiça de Deus:

I – Apelo à vingança divina

Ó Senhor, Deus das vinganças,
Resplandece! Resplandece!
Só em ti há esperança,
Ouve, ó Deus, a minha prece.

A terrível malandança
Sobre a terra prevalece,
A justiça faz chupança,
Líderes querem benesses.

Deus acabe com a festança
Não demore, ó Deus, se apresse,
Põe um fim nesta lambança,
Pois o bem desaparece.

Grande é a insegurança,
Descem sombras, anoitece.
Ó Senhor Deus das vinganças,
Resplandece! Resplandece!

II – A perversidade humana

Os soberbos, os perversos
Vibram com a iniquidade,
No pecado vivem imersos,
Agem com impiedade.

Fazem o povo andar disperso
Na miserabilidade
Criam um clima controverso
E estendem a sua maldade.

Totalmente adversos
À justiça e a bondade,
Faz ficarem submersos
A virtude e a bondade.

Deus! Juiz deste universo
Tua é a glória e a majestade,
Dá o pago aos perversos,
Prevaleça a equidade!

III – O bem aventurado

É um bem-aventurado
Quem por Deus é repreendido
E por Ele é ensinado
Sem ter nada merecido.

Que por Deus é levantado
Para, sendo destemido,
Colocar-se engajado
Para ver o mal banido.

Totalmente confiado
Em Deus que ama o oprimido,
Com Suas armas equipado
E de Cristo revestido,

O Evangelho é, então, pregado,
Pelo Espírito ungido,
Que faz Deus ser exaltado
Quando Cristo é conhecido!

IV – Um apelo à lucidez

Lancem fora a insensatez,
Busquem o conhecimento,
Lancem fora a estupidez,
Pensem por um só memento:

Os ouvidos, quem os fez?
Quem lhes deu acabamento?
E os olhos, quem os fez?
Quem lhes deu o adestramento?

E o pensar com nitidez?
Quem deu o ajuizamento?
Quem ao pó, deu solidez?
E pôs nele o Seu alento?

Reconheçam de uma vez:
Deus tem todo o entendimento!
E aquele que é soez
Por Deus terá julgamento!

V – Bênção para o arrependido

O Eterno é onisciente,
Nada fica escondido.
Não é o homem inocente,
No pecado está perdido.

O que vale é ser prudente
E, então, arrependido,
Em Jesus tornar-se crente,
Sendo por Ele remido,

Pra um viver que é diferente,
Pelo Espírito enchido
Para ser de Deus agente
Leal e comprometido.

E que permanentemente
Em Deus fica escondido,
Sendo por Deus, totalmente
E eternamente protegido!

Deus é sempre justo. Ele é o Juiz que nunca erra. Ele também é misericordioso, e se até agora o juízo final não teve início é só devido a longanimidade de Deus que espera ainda que muitos se arrependam e venham a confiar em Jesus Cristo para serem libertados do pecado e assim justificados, ficando livres da condenação eterna.

A vinda de Jesus Cristo ao mundo foi exatamente para mostrar e provar o imenso amor de Deus, que não quer que o homem pereça, mas pelo contrário, venha a crer e receber a vida eterna, assim como para mostrar e provar a Sua Justiça. “É a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem. Porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé. Deus fez isso para manifestar a sua justiça, por ter ele, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos, tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, a fim de que o próprio Deus seja justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Romanos 3:22-26).  Em Cristo, na cruz, “a graça e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se beijaram.” (Salmo 85:10).

Quantos vêm a ser os dias do teu servo?” E de cada um dos que hoje estão respirando na face da terra? Morrem atualmente 3 pessoas por segundo, 180 por minuto, 10.800 por hora e 259.200 por dia. Qual será o meu ou o seu segundo? Diante da fragilidade e da brevidade da vida, pense na realidade que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hebreus 9:27). Sim, cada um terá o seu PONTO DE ENCONTRO COM DEUS:

Entre o Eterno Criador,
Deus que é santo e é amor,
Há um ponto de encontro
Com o homem pecador.

E há eterno prejuízo,
Fica aqui dado o aviso,
Se o ponto de encontro
For no Dia do Juízo.

Quem a Deus tem ofendido,
Com o pecado cometido,
Chega ao ponto de encontro
Eternamente perdido.

É triste temeridade
Não pensar na eternidade,
Tenha já o ponto de encontro,
Não deixe para mais tarde.

É um bem-aventurado
O que já tem encontrado
Este ponto de encontro
Em Cristo crucificado.

Ficou livre da ameaça
Da sempiterna desgraça,
Pois seu ponto de encontro
Foi com o Deus de toda graça.

Graça esta concedida
Em Jesus que deu sua vida
Para ser ponto de encontro,
Quando a alma arrependida

Reconhece seu pecado
Sendo em Cristo castigado.
Neste ponto de encontro
Foi o sangue derramado,

Sendo o justo pagamento
Do eterno livramento.
Neste ponto de encontro
Surge o novo nascimento.

Por favor, esteja pronto
Para ter com Deus o encontro.
No Juízo, é desgraça;
Hoje, pode ser em graça!

“Prepare-se para encontrar seu Deus!” (Amós 4:12)

“Quantos vêm a ser os dias do teu servo? Quando me farás justiça contra os que me perseguem?” (Salmo 119:84). Hoje, neste tempo de pandemia, o aumento de casos de perseguição e morte aos cristãos, aumentou assustadoramente. Paulo ao escrever sua segunda carta aos crentes da cidade de Tessalônica, nem poderia imaginar que as suas palavras no capitulo primeiro poderiam ser tão atuais e relevantes para os cristãos hoje em diversos países do mundo, e talvez até chegando perto daqueles que ainda têm o privilégio de viver em áreas com um pouquinho mais de liberdade. Olha só o que Deus nos diz, por meio de seu apóstolo:

“Que a graça e a paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês. Irmãos, devemos sempre dar graças a Deus por vocês, como convém, pois a fé que vocês têm cresce cada vez mais, e o amor que todos vocês têm uns pelos outros vai aumentando. É por isso que nós mesmos nos orgulhamos de vocês nas igrejas de Deus, por causa da perseverança e da fé que vocês demonstram em todas as perseguições e tribulações que estão suportando. Isso é sinal evidente do justo juízo de Deus, para que vocês sejam considerados dignos do Reino de Deus, pelo qual vocês também estão sofrendo. Pois, de fato, é justo para com Deus que ele retribua com tribulação aos que causam tribulação a vocês e que dê a vocês, que estão sendo atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando ele vier, naquele Dia, para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram. Isto inclui vocês, que creram em nosso testemunho. Por isso, também não cessamos de orar por vocês, pedindo que o nosso Deus os torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé, a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vocês e vocês sejam glorificados nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.” (2 Tessalonicenses 1:2-12).

Pois bem, neste contexto, prepare-se também para orar como o salmista: “Quantos vêm a ser os dias do teu servo? Quando me farás justiça contra os que me perseguem?” (Salmo 119:84), e que movidos pelo Espírito Santo do Senhor, andemos dignos de nossa vocação anunciando aos perdidos a salvação eterna que há em Jesus Cristo.

salmo 119 – verso 78

“Envergonhados sejam os soberbos por me haverem oprimido injustamente; eu, porém, meditarei nos teus preceitos.” (Salmo 119:78).

Há um tema que percorre a Bíblia toda, de Gênesis a Apocalipse, que tem início com a história de Caim e Abel e a maneira como cada um procurou aproximar-se do Deus Eterno.

Não havia entre eles qualquer diferença, pois ambos eram igualmente pecadores. O que os diferenciou foi a oferta que apresentaram diante de Deus. Entre Abel e Deus o sacrifício de um cordeiro inocente, cujo sangue precisou ser ali no altar derramado. Entre Caim e Deus os mais belos frutos que ele pode colher. Qual foi realmente o problema? Caim não conseguiu suportar ver Abel sendo aceito por Deus e ele não.

É também muito necessário destacar que Deus ofereceu a Caim a oportunidade para agir de maneira correta. Um princípio estava sendo claramente mostrado por Deus – a necessidade do derramamento de sangue para cobrir o pecado. Isto ficou claramente demonstrado na providência que Deus mesmo tomou em preparar uma roupa feita de peles de animais, para cobrir a nudez de Adão e Eva, antes de expulsá-lo do Édem. Caim rejeitou seguir por este caminho, continuou irado e disposto a fazer a sua própria vontade, mostrando-se soberbo, sem nenhum interesse em andar com Deus. E o que ele fez? Matou o seu próprio irmão.

E desde então a humanidade está dividida exatamente nestes dois grupos. Aqueles que reconhecem seu pecado e confiam na palavra de Deus de que “sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hebreus 9:22). Entre estes estão todos quantos, ao longo da história, agiram da mesma maneira de Abel, que pela fé “ofereceu a Deus um sacrifício mais excelente do que Caim, pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio da fé, mesmo depois de morto, ainda fala.” (Hebreus 11:4).

No outro grupo, que chamaríamos os de Caim, seguem suas próprias teorias, criam suas próprias religiões, andam nos seus próprios caminhos, inclusive não se importam nenhum pouco em querer ouvir o que Deus tem a dizer e não suportam ver pessoas obedecendo a Palavra de Deus. O apóstolo João escreveu para os cristãos: “Não sejamos como Caim, que era do Maligno e matou o seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão eram justas. Irmãos, não se admirem se o mundo odeia vocês. Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte.” (1 João 3:12-14).

Paulo fala também desta diferença entre os que amam a Deus e os que não O amam, e como estes últimos sempre perseguem de alguma maneira os que não compactuam com os seus pecados, ao escrever aos gálatas o seguinte: “Pois está escrito que Abraão teve dois filhos: um da mulher escrava e outro da mulher livre. O filho da escrava nasceu segundo a carne; o filho da mulher livre nasceu mediante a promessa. Estas coisas são alegóricas, porque essas mulheres são duas alianças. Uma se refere ao monte Sinai, que gera para a escravidão; esta é Agar.” (Gálatas 4:22-24). E por que razão Paulo toma este fato da história, também registrado no livro de Gênesis, como uma alegoria? Paulo quer mostrar este princípio de que há um grupo pronto sempre para perseguir e prejudicar o outro. Veja como Paulo resume o assunto: “Como, porém, no passado, aquele que nasceu segundo a carne perseguia o que nasceu segundo o Espírito, assim também acontece agora.” (Gálatas 4:29).

Para ficar mais claro esta distinção, basta meditar com cuidado na parábola do trigo e do joio contada pelo Senhor Jesus Cristo: “O Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Mas, enquanto todos estavam dormindo, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo e foi embora. E, quando as plantas cresceram e produziram fruto, apareceu também o joio. Então os servos do dono da casa chegaram e disseram: ‘Patrão, o senhor não semeou boa semente no seu campo? De onde, então, vem o joio?’ Ele, porém, lhes respondeu: ‘Um inimigo fez isso.’ Mas os servos lhe perguntaram: ‘O senhor quer que a gente vá e arranque o joio?’ O dono da casa respondeu: ‘Não! Porque, ao separar o joio, vocês poderão arrancar também com ele o trigo. Deixem que cresçam juntos até a colheita. E, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ‘Ajuntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; mas recolham o trigo no meu celeiro.’” (Mateus 13:24-30).

Em todo capítulo 119, encontraremos o salmista fazendo referência a esta realidade, como aqui no versículo 78: “Envergonhados sejam os soberbos por me haverem oprimido injustamente; eu, porém, meditarei nos teus preceitos.” Não fácil enfrentar pessoas que engendram calúnias, que distorcem os fatos, que fazem de tudo para derrubar uma pessoa de maneira injusta, que procuram afastar de uma vida de fé e pureza e assim trazerem desonra para a causa de Deus. O salmista não deseja ser envergonhado e nem que sua vida seja usada para trazer vergonha ao nome do Senhor, daí esta oração: “Envergonhados sejam os soberbos por me haverem oprimido injustamente”. O desejo do salmista, acima de tudo, é o de continuar meditando e obedecendo aos preceitos do Senhor.

Davi também registrou em diversos salmos esta perseguição por ele experimentada: “Estou cansado de clamar, e a minha garganta secou; os meus olhos esmorecem de tanto esperar por meu Deus. Os que, sem razão, me odeiam são mais numerosos do que os cabelos da minha cabeça; são poderosos os que querem me destruir, os que com falsos motivos são meus inimigos” (Salmo 69:3,4)

O apóstolo Pedro, em sua primeira carta, traz ensino abundante e precioso sobre a maneira como devemos agir no meio de uma sociedade que rejeita ao Senhor, muito embora muitos sejam “religiosos”. Este é um dado interessante, as perseguições mais violentas acabam sendo feitas por pessoas que supostamente são religiosas, como o próprio Caim o era. Pensemos bem e pratiquemos estas orientações dadas pelo Senhor: 

  • 1 Pedro 3:13-17 – “Ora, quem há de maltratá-los, se vocês forem zelosos na prática do bem? Mas, mesmo que venham a sofrer por causa da justiça, vocês são bem-aventurados. Não tenham medo das ameaças, nem fiquem angustiados; pelo contrário, santifiquem a Cristo, como Senhor, no seu coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês têm. Mas façam isso com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam mal de vocês, fiquem envergonhados esses que difamam a boa conduta que vocês têm em Cristo. Porque, se for da vontade de Deus, é melhor que vocês sofram por praticarem o bem do que praticando o mal.”
  • 1 Pedro 4:12-16 – “Amados, não estranhem o fogo que surge no meio de vocês, destinado a pô-los à prova, como se alguma coisa extraordinária estivesse acontecendo. Pelo contrário, alegrem-se na medida em que são coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vocês se alegrem, exultando. Se são insultados por causa do nome de Cristo, vocês são bem-aventurados, porque o Espírito da glória, que é o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. Que nenhum de vocês sofra como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se mete na vida dos outros. Mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe; pelo contrário, glorifique a Deus por causa disso.”

Finalmente, precisamos considerar que o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, tornou-se o exemplo maior de perseguição. Ele foi odiado, e de maneira mais violenta, pelos próprios religiosos de sua época. Observe suas palavras:  “O que eu lhes ordeno é isto: que vocês amem uns aos outros. Se o mundo odeia vocês, saibam que, antes de odiar vocês, odiou a mim. Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas vocês não são do mundo — pelo contrário, eu dele os escolhi — e, por isso, o mundo odeia vocês.” (João 15:17-19).

E no mesmo capítulo Jesus deixou claro este fato: “Se eu não tivesse vindo e lhes falado, eles não teriam nenhum pecado; mas, agora, não têm desculpa do seu pecado. Quem odeia a mim odeia também o meu Pai. Se eu não tivesse feito entre eles as obras que nenhum outro fez, eles não teriam nenhum pecado; mas, agora, não somente viram como também odiaram tanto a mim como o meu Pai. Isso, porém, é para que se cumpra a palavra escrita na Lei deles: ‘Odiaram-me sem motivo.’” (João 15:22-25).

Temos privilégios hoje que o salmista não possuía, no entanto podemos dizer como ele: “eu, porém, meditarei nos teus preceitos” e ao fazer isso, obedecer ao que a Palavra nos recomenda:

  • Não ter medo das ameaças, nem ficarmos angustiados.
  • Santificar a Cristo, como Senhor, no nosso coração.
  • Ter alegria na medida em que somos coparticipantes dos sofrimentos de Cristo.
  • Permitir que o Espírito da glória, que é o Espírito de Deus, repousa sobre nós.

Envergonhados sejam os soberbos por me haverem oprimido injustamente; eu, porém, meditarei nos teus preceitos.” (Salmo 119:78). Esta longa história iniciada com a desobediência em Gênesis vai chegar ao seu final. Cada dia que passa estamos mais próximos do momento em que haverá a separação do joio e do trigo. E como disse o profeta Daniel, preparemo-nos porque “haverá tempo de angústia, como nunca houve, desde que existem nações até aquele tempo. Mas, naquele tempo, o povo de Deus será salvo, todo aquele que for achado inscrito no livro. Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros para vergonha e horror eterno. Os que forem sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, e os que conduzirem muitos à justiça brilharão como as estrelas, sempre e eternamente.” (Daniel 12:1-3).

salmo 119 – verso 62

“No meio da noite eu me levanto para te dar graças, por causa dos teus retos juízos.” (Salmo 119:62).

Que maravilhosa a atitude do salmista em sua oração diante de Deus, seja por ter o seu sono interrompido no meio da noite, e algumas versões dizem à meia-noite, seja por estar enfrentando uma situação adversa, daquelas que nos fazem sentir como que se estivéssemos numa escuridão, seja mesmo pelo prazer de entrar na presença do Senhor num momento onde ninguém pode observá-lo, como que secretamente, seguindo uma orientação que Jesus Cristo, séculos mais tarde recomendaria aos seus discípulos: “Mas, ao orar, entre no seu quarto e, fechada a porta, ore ao seu Pai, que está em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa.” (Mateus 6:6).

No entanto, mais maravilhoso ainda é saber a causa, o motivo de sua oração. Ele se levantou, no meio da noite, para “dar graças”, por causa dos RETOS JUÍZOS DE DEUS!

Perceba que no versículo anterior ele disse: “Laços de perversos me cercam,” (Salmo 119:61a). Ele está enfrentando um momento difícil de oposição, zombaria, perseguição, o que, sem dúvida, caracteriza um período do poder das trevas, triste, assustador, no entanto ele se firma na Palavra do Senhor, e se ergue para dar graças pelos retos juízos de Deus.

Já vimos que o fato de uma pessoa ser “justa” é que desperta nos outros a hostilidade, o ódio. Os Retos Juízos de Deus nos falam de Sua Equidade, Santidade e Perfeição.  Ser justo, na Palavra de Deus, é ser uma pessoa integra, que anda corretamente diante de Deus e dos homens, que vive em comunhão com Deus, que sem hipocrisia confia no Senhor de todo coração.  A palavra retidão tem este sentido de inteireza de caráter. Ser uma pessoa que age sempre com lisura. A grande questão é: “Como pode o mortal ser justo diante de Deus?”  (Jó 9:2). Considere estas afirmações da Palavra de Deus:

  • Eclesiastes 7:20 – “Não há nenhum justo sobre a terra que faça o bem e que não peque.”
  • Jó 15:14-16 – “Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce de mulher, para ser justo? Eis que Deus não confia nem nos seus santos! Nem os céus são puros aos seus olhos, quanto menos o homem, que é abominável e corrupto, que bebe a iniquidade como a água!”
  • Jó 25:2-6 – “A Deus pertence o domínio e o poder; ele faz reinar a paz nas alturas celestes. Será que é possível contar os seus exércitos? E sobre quem não se levanta a sua luz? Como pode o mortal ser justo diante de Deus? E como pode ser puro aquele que nasce de mulher? Eis que até a lua não tem brilho, e as estrelas não são puras aos olhos dele. Quanto menos o homem, que é larva, e o filho do homem, que é verme!”

Hoje, para os que nasceram após a vinda do Salvador Jesus Cristo a sublime verdade das boas novas de Deus, do evangelho, é que a situação de todos os seres humanos é uma verdadeira tragédia: “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua enganam, veneno de víbora está nos seus lábios. A boca, eles a têm cheia de maldição e amargura; os seus pés são velozes para derramar sangue. Nos seus caminhos, há destruição e miséria; eles não conhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.” (Romanos 3:10-18).

Antes da vinda de Cristo o povo de Israel havia recebido a Lei de Deus. Os preceitos da Lei nunca puderam ser obedecidos, devido a natureza pecaminosa do ser humano, tanto é assim, que havia uma provisão de Deus para os pecadores: apresentar um cordeiro inocente, sem mancha e sem defeito, para que fosse sacrificado em seu lugar, porque o castigo para o pecado é a morte. Paulo continua escrevendo a sua carta aos romanos: “Ora, sabemos que tudo o que a lei diz é dito aos que vivem sob a lei, para que toda boca se cale, e todo o mundo seja culpável diante de Deus. Porque ninguém será justificado diante de Deus por obras da lei, pois pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Mas, agora, sem lei, a justiça de Deus se manifestou, sendo testemunhada pela Lei e pelos Profetas.” (Romanos 3:19-22).

E como é que esta justiça, testemunhada pela Lei e pelos Profetas, se manifestou? Medite nesta surpreendente e maravilhosa verdade: “É a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem. Porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé. Deus fez isso para manifestar a sua justiça, por ter ele, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos, tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, a fim de que o próprio Deus seja justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Romanos 3:22-26).

Considere atentamente outros textos que mostram esta verdade de como Deus é justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus:

  • Isaías 53:6 – “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.”
  • Isaías 53:11 – “Ele verá o fruto do trabalho de sua alma e ficará satisfeito. O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.”
  • 1 Pedro 3:18 – “Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir vocês a Deus.”
  • 2 Coríntios 5:21 – “Aquele que não conheceu pecado (Jesus Cristo), Deus o fez pecado por nós, para que, nele (Jesus Cristo), fôssemos feitos justiça de Deus.”

Não existe bênção maior do que, conhecendo e crendo nesta verdades da Palavra de Deus, poder cantar este hino com toda a convicção do coração:

Seja bendito seja o Cordeiro que na cruz por nós padeceu;
Seja bendito o Seu sangue que por nossos pecados verteu.
Eis que no sangue lavados no Seu poder e perdão,
Os pecadores remidos por Jesus tem com Deus comunhão.

Alvo mais que a neve! Alvo mais que a neve!
Sim, nesse sangue lavado, mais alvo que a neve serei.

Quão espinhosa a coroa que Jesus por nós suportou!
Oh! Quão profundas as chagas que nos provam o quanto Ele amou!
Eis nessas chagas pureza para o maior pecador,
A quem mais alvos que a neve o Teu sangue transforma Senhor!

Se nós a Ti confessarmos e seguirmos na Tua luz
Tu não somente perdoas, purificas também, ó Jesus.
Lavas de todo pecado! Que maravilha de amor!
Pois que mais alvos que a neve o Teu sangue nos torna, Senhor!

Hino 438 de “Salmos e Hinos”. Letra de Eden Reeder Latta (1839-1915) Música de Henry Southwick Perekins (1833-1914).

Embora os crentes do Antigo Testamento, os “justos”, não pudessem cantar este hino, entre eles e Deus sempre havia o “sangue de um cordeiro”, e a expectativa da vinda do Redentor. Desde Abel, passando por todos os que aguardavam o cumprimento da promessa da vinda do Salvador, entre eles se encontrava o salmista, os que vieram depois do salmista e aquele ancião, por exemplo, sobre quem lemos: “Em Jerusalém havia um homem chamado Simeão. Este homem era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Ele tinha recebido uma revelação do Espírito Santo de que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: ‘Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.’” (Lucas 2:25-32).

Examinando novamente os versos 61 e 62 do Salmo 119: “Laços de perversos me cercam, mas não me esqueço da tua lei. No meio da noite eu me levanto para te dar graças, por causa dos teus retos juízos”; é admirável ver a atitude do salmista, que em vez de se lamentar pelas dificuldades e opressões perversas que vinha experimentado, em vez de ficar ressentido ou procurar de alguma maneira também prejudicar os inimigos, ele entra na presença de Deus para dar graças, pelos retos juízos do Senhor.

Bem que podemos lembrar do Paulo e Silas que anunciando a mensagem do evangelho de Deus em Filipos, tiveram suas roupas rasgadas, foram severamente açoitados, colocados no cárcere e com os seus pés acorrentado ao tronco. Eles reclamaram, choraram, ficaram deprimidos, ressentidos? Pelo contrário, o que aconteceu foi que “por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam.” (Atos 16:24,25).

Tanto em Paulo e Silas, assim como no salmista, podemos reconhecer serem eles homens bem-aventurados, pois foi isso mesmo que nos ensinou Jesus: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados são vocês quando, por minha causa, os insultarem e os perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vocês. Alegrem-se e exultem, porque é grande a sua recompensa nos céus; pois assim perseguiram os profetas que viveram antes de vocês.” (Mateus 5:10-12).  

Voltando ao texto: “No meio da noite eu me levanto para te dar graças, por causa dos teus retos juízos.” (Salmo 119:62), que seja esta também a nossa experiência. Aconteça o que acontecer, nos levantarmos do sono para louvar a Deus pela redenção que temos em Cristo Jesus. E atendamos a exortação: “Desperte, você que está dormindo, levante-se dentre os mortos, e Cristo o iluminará. Portanto, tenham cuidado com a maneira como vocês vivem, e vivam não como tolos, mas como sábios, aproveitando bem o tempo, porque os dias são maus.” (Efésios 5:14-16). Que tal aproveitar o tempo da noite também?

Caso aconteça acordarmos no meio da noite, façamos a pergunta: O que impediu o meu sono? Tenho dívidas que preciso eliminar? Estou com relacionamentos frustrados? Há algo que incomoda a minha consciência? Que tal cantar a última estrofe do hino 438 do Salmos e Hinos: “Se nós a Ti confessarmos e seguirmos na Tua luz, Tu não somente perdoas, purificas também, ó Jesus.” E em seguida dar graças pelos Retos Juízos de Deus.

Que tal lembrar do texto de Marcos 1:35: “Tendo-se levantado de madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus saiu e foi para um lugar deserto, e ali orava”; e também ter esta experiência de acordar durante a noite, e não continuar deitado na cama, mas aproveitar e fazer como o salmista, nos levantarmos para dar graças ao Senhor.

Que tal nestes momentos noturnos de oração, trazer a memória textos como o das dez virgens que diz: “como o noivo estava demorando, todas ficaram sonolentas e adormeceram. Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: ‘Eis o noivo! Saiam ao encontro dele!’” (Mateus 25:5,6). E isto nos conduza e ficarmos cheios do azeite da presença do Espírito Santo em nosso coração.

Sem dúvida, acordar à noite e entrar na presença do Senhor pode avivar em nós a necessidade de sermos vigilantes. “Portanto, vigiem, porque vocês não sabem quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não encontre vocês dormindo. O que, porém, digo a vocês, digo a todos: vigiem!” (Marcos 13:35-37).

Finalmente, que tal desfrutar do prazer de entrar na presença do Senhor numa hora onde ninguém pode nos observar, e ali conversarmos com Ele, como Jesus nos ensinou: “Mas, ao orar, entre no seu quarto e, fechada a porta, ore ao seu Pai, que está em secreto. E o seu Pai, que vê em secreto, lhe dará a recompensa.” (Mateus 6:6).

Sim, “no meio da noite eu me levanto para te dar graças, por causa dos teus retos juízos.” (Salmo 119:62). Amém!

salmo 119 – verso 61

Laços de perversos me cercam, mas não me esqueço da tua lei.” (Salmo 119:61).

Estamos considerando este bloco de 8 versículos (Salmo 119:57-64), que iniciam, no hebraico, com a oitava letra “Chet” ou “Heth”, como que expressando uma vida devotada ao Senhor, com amor para com Ele e Sua Palavra. O salmista inicia dizendo: “O Senhor é a minha porção” (57). Continua se apresentando diante do Senhor “de todo o coração” (58). Ele analisa seus caminhos e volta os seus passos para o caminho da Palavra do Senhor (59), e faz isso diligentemente, sem demora, sem procrastinação (60). E o que lhe acontece?

O verso 61 mostra o que tem acontecido em toda história, desde o início – o justo sempre é perseguido, e muitas vezes por pessoas que são religiosas. Certa ocasião num confronto com fariseus e interpretes da lei, Jesus assim falou: “Por isso, também disse a sabedoria de Deus: ‘Mandarei para eles profetas e apóstolos, e a alguns deles matarão e a outros perseguirão’, para que desta geração se peçam contas do sangue dos profetas, derramado desde a fundação do mundo, desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e o santuário. Sim, eu afirmo a vocês que se pedirão contas a esta geração.” (Lucas 11:49-51).

Jesus nomeou Abel como o pioneiro deste grupo de servos de Deus que, desde a fundação do mundo” até hoje tem sido alvo dos laços de perversos. Ele é também o primeiro mencionado no capítulo 11 da carta aos Hebreus, onde encontramos uma lista de muitos outros como ele. E lemos sobre ele o seguinte: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício mais excelente do que Caim, pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio da fé, mesmo depois de morto, ainda fala.” (Hebreus 11:4). Observe bem que unicamente por ter oferecido um sacrifício no qual havia sangue derramado, ele obteve testemunho de ser justo.

A marca dos justos é exatamente esta: não que eles sejam justos em si e por si mesmos, mas porque cientes que o castigo pelo seu próprio pecado é a morte, confiam na provisão estabelecida por Deus, de terem um substituto inocente, sem pecado, que pague com a sua morte em seu próprio lugar. Esta verdade é inexorável: “Sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hebreus 9:22).

E lemos e aprendemos sobre Caim, pessoa também que procurou aproximar-se de Deus, mostrando-se portanto “religioso”, mas não confiando na provisão estabelecida por Deus. Caim considerou que fazendo o melhor que podia, sentia e sabia fazer, isso seria mais do que suficiente para agradar a Deus. No entanto, por que razão ele matou ao seu irmão Abel? O apóstolo João deixou isto muito claro ao escrever: “Não sejamos como Caim, que era do Maligno e matou o seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão eram justas. Irmãos, não se admirem se o mundo odeia vocês.” (1 João 3:12,13).

Há uma história de perseguição e poderíamos mencionar as lutas e angústias experimentadas por homens como José, Moisés, Davi, Elias, Jeremias, Daniel, e tantos outros. Uma relação de homens e mulheres “os quais, por meio da fé, conquistaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam de ser mortos à espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros. Mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos. Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de zombarias e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, serrados ao meio, mortos ao fio da espada. Andaram como peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras; passaram por necessidades, foram afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Andaram errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra.” (Hebreus 11:33-38).

O salmista está incluído entre estes, enfrentando difamação, hostilidade, perseguição. Davi, chamado de o “suave salmista de Israel” (2 Samuel 23:1), sobre quem temos, da parte do Senhor o seguinte testemunho: “Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade” (Atos 13:22), enfrentou anos de intensa hostilidade e perseguição. Num dos seus salmos, que sem nenhuma dúvida expressa o sentimento e o pensamento do salmista neste Salmo 119:61, Davi assim escreveu: “Ouve, ó Deus, a minha voz na minha queixa; preserva a minha vida do terror do inimigo. Esconde-me da conspiração dos malfeitores e do tumulto dos que praticam a iniquidade. Eles afiam a língua como espada e apontam, quais flechas, palavras amargas, para, às escondidas, atingirem o íntegro; contra ele disparam repentinamente e não temem. Teimam no mau propósito; falam em secretamente armar ciladas, e dizem: ‘Quem nos verá?’ Planejam iniquidades e dizem: ‘O plano que fizemos é perfeito!’ Os pensamentos e o coração de cada um deles são um abismo. Mas Deus atira contra eles uma flecha; de repente, ficarão feridos. Assim, serão levados a tropeçar; a própria língua se voltará contra eles; todos os que os veem balançam a cabeça. Todas as pessoas temerão, e anunciarão as obras de Deus, e entenderão o que ele faz. O justo se alegra no Senhor e nele confia; e se gloriam todos os retos de coração.” (Salmos 64:1-10).

É impressionante conhecer também um pouco do profeta Jeremias, que sendo chamado por Deus ouviu estas palavras: “Pronunciarei as minhas sentenças contra os moradores dessas cidades, por causa de toda a maldade deles; pois me abandonaram, queimaram incenso a deuses estranhos e adoraram as obras das suas próprias mãos. Você, Jeremias, prepare-se e vá dizer-lhes tudo o que eu ordenar a você. Não se assuste por causa deles, para que eu não tenha de fazer com que você fique assustado na presença deles. Quanto a mim, eis que hoje ponho você por cidade fortificada, por coluna de ferro e por muralha de bronze, contra todo o país, contra os reis de Judá, contra as suas autoridades, contra os seus sacerdotes e contra o seu povo. Eles lutarão contra você, mas não conseguirão derrotá-lo; porque eu estou com você para livrá-lo, diz o Senhor.” (Jeremias 1:16-19). Jeremias sabia, como Deus mesmo lhe falou, que haveria de enfrentar difamação, hostilidade e perseguição. E fazendo um breve resumo de sua história o que descobrimos?

  • Jeremias 11:18-21 – NÃO QUERIAM OUVÍ-LO (Não queriam ouvir a Palavra de Deus da qual ele era o porta-voz) “O Senhor me contou e eu fiquei sabendo; tu me mostraste o que eles estavam planejando. Eu era como um cordeiro manso, que é levado ao matadouro. Eu não sabia que tramavam contra mim, dizendo: ‘Vamos destruir a árvore com seu fruto. Vamos cortá-lo da terra dos viventes, para que ninguém mais lembre do nome dele.’ Mas, ó Senhor dos Exércitos, justo Juiz, que provas o mais íntimo do coração, permite que eu veja a tua vingança contra eles, pois te confiei a minha causa. Portanto, assim diz o Senhor a respeito dos homens de Anatote que querem me ver morto e dizem: Não profetize em nome do Senhor, para que não o matemos.
  • Jeremias 19:14,15; 20:1,2 – FOI AÇOITADO E PRESO NO TRONCO SIMPLESMENTE POR ANUNCIAR A MENSAGEM DE DEUS – “Jeremias voltou de Tofete, lugar para onde o Senhor o tinha enviado para profetizar, pôs-se em pé no átrio da Casa do Senhor e disse a todo o povo: Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: ‘Eis que trarei sobre esta cidade e sobre todos os povoados vizinhos todas as calamidades que pronunciei contra ela, porque foram teimosos e não deram ouvidos às minhas palavras.’ Pasur, filho do sacerdote Imer, que era superintendente da Casa do Senhor, ouviu Jeremias profetizando estas coisas e por isso mandou que o profeta fosse açoitado e preso no tronco que ficava junto ao portão superior de Benjamim, na Casa do Senhor.”
  • Jeremias 20:7-10 – SEUS PRÓPRIOS AMIGOS ÍNTIMOS ESPERAVAM QUE ELE TROPEÇASSE – “Tu me persuadiste, Senhor, e eu fui persuadido. Foste mais forte do que eu e prevaleceste. Sou motivo de riso o dia inteiro; todos zombam de mim. Porque, sempre que falo, tenho de gritar e clamar: “Violência e destruição!” Por causa da palavra do Senhor, sou objeto de deboche e de zombaria o tempo todo. Quando pensei: ‘Não me lembrarei dele e não falarei mais em seu nome’, então isso se tornou em meu coração como um fogo, encerrado nos meus ossos. Estou cansado de sofrer e não posso mais. Porque ouvi a murmuração de muitos: ‘Há terror por todos os lados! Denunciem, e nós o denunciaremos!’ Todos os meus amigos íntimos esperam que eu tropece e dizem: ‘Talvez ele se deixe persuadir; então nós o venceremos e dele nos vingaremos.’”
  • Jeremias 37:15,16 – AÇOITADO E APRISIONADO NO CALABOUÇO – “As autoridades, iradas contra Jeremias, açoitaram-no e o prenderam na casa de Jônatas, o escrivão. Essa casa tinha sido transformada em prisão. Assim, Jeremias foi levado às celas do calabouço, onde ficou por muitos dias.”
  • Jeremias 38:3-6 – COLOCADO NUMA CISTERNA CHEIA DE LAMA – “Assim diz o Senhor: ‘Esta cidade infalivelmente será entregue nas mãos do exército do rei da Babilônia, e este a tomará.’ Então as autoridades disseram ao rei:  Este homem tem de ser morto, porque, dizendo essas palavras, desfalece as mãos dos homens de guerra que restam nesta cidade e as mãos de todo o povo. Este homem não procura o bem-estar do povo, e sim o mal. O rei Zedequias respondeu: Eis que ele está nas mãos de vocês, pois o rei nada pode fazer contra vocês. Então eles pegaram Jeremias e o lançaram na cisterna de Malquias, filho do rei, que ficava no pátio da guarda. Desceram Jeremias com cordas. Na cisterna não havia água, apenas lama; e Jeremias se atolou na lama.”

O fato é que, a força violenta de toda a oposição perversa era, tão somente, porque ele transmitia a Palavra de Deus. Ele não se esquecia da Palavra de Deus. Ele praticava a Palavra de Deus. Estes laços de perversos que o cercavam, como também acontecia com o salmista, no entanto, não eram mais fortes do que o amor ao Senhor e à sua Palavra: “Laços de perversos me cercam, mas não me esqueço da tua lei.” (Salmo 119:61).

Sem dúvida, a principal pessoa, a quem estas palavras se aplicam é a pessoa do Senhor Jesus Cristo. Ele é o maior exemplo, pois sendo ungido com o Espírito Santo e poder “andou por toda parte, fazendo o bem e curando todos os oprimidos do diabo, porque Deus estava com ele.” (Atos 10:38). E o que aconteceu com ele? Como foi ele tratado? Sem entrar nos detalhes do cruel tratamento que ele recebeu até ser finalmente pregado na cruz, perceba em três pregações do apóstolo Pedro, quem de fato O odiava:

  • Atos 2:21-23 – “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” Israelitas, escutem o que vou dizer: Jesus, o Nazareno, homem aprovado por Deus diante de vocês com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou entre vocês por meio dele, como vocês mesmos sabem, a este, conforme o plano determinado e a presciência de Deus, VOCÊS mataram, crucificando-o por meio de homens maus. Porém Deus o ressuscitou, livrando-o da agonia da morte, porque não era possível que fosse retido por ela.”
  • Atos 3:13-15 – “O Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, o Deus dos nossos pais, glorificou o seu Servo Jesus, a quem vocês traíram e negaram diante de Pilatos, quando este já havia decidido soltá-lo. Vocês negaram o Santo e o Justo e pediram que fosse solto um assassino. Vocês mataram o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas.”
  • Atos 4:25-28 – “Disseste por meio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo: “Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs? Os reis da terra se levantaram, e as autoridades se juntaram contra o Senhor e contra o seu Ungido.” Porque de fato, nesta cidade, HERODES E PÔNCIO PILATOS, COM GENTIOS E GENTE DE ISRAEL, se juntaram contra o teu santo Servo Jesus, a quem ungiste, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram.”

Jesus falou “do sangue dos profetas, derramado desde a fundação do mundo, desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias” (Lucas 11:50,51), e esta história continua, desde João Batista, que teve sua cabeça cortada, até aqueles que haverão de completar o número dos que serão mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que darão, como ficamos sabendo na leitura de Apocalipse 6:9-11: “…Vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. Clamaram com voz forte, dizendo:  Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então a cada um deles foi dada uma veste branca, e lhes foi pedido que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como eles tinham sido.”

Jesus fez uma declaração categórica em João 15:18,19: “Se o mundo odeia vocês, saibam que, antes de odiar vocês, odiou a mim. Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas vocês não são do mundo — pelo contrário, eu dele os escolhi — e, por isso, o mundo odeia vocês.” O apóstolo Paulo que experimentou incontáveis sofrimentos e perseguições também foi categórico quando disse: “Na verdade, todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2 Timóteo 3:12).

Um destaque precisa ser feito. Todos quantos tem sido hostilizados, zombados e perseguidos, o são única e exclusivamente pelo fato de serem “justos”. Eles não se consideram melhores do que os outros, pelo contrário, são simplesmente conscientes que foram comprados e lavados pelo sangue de Cristo, e que, sendo agora povo de propriedade exclusiva de Deus, andam e vivem neste mundo “a fim de proclamar as virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pedro 2:9).

Eles são perseguidos, não porque defendem esta ou aquela causa, ou porque fizeram alguma coisa errada, ou por alguma prática fanática. O apóstolo Pedro deu estar preciosa orientação: “Se são insultados por causa do nome de Cristo, vocês são bem-aventurados, porque o Espírito da glória, que é o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. Que nenhum de vocês sofra como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se mete na vida dos outros. Mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe; pelo contrário, glorifique a Deus por causa disso.” (1 Pedro 4:14-16).

Não temos nada com que nos meter na vida dos outros. Temos que ter sabedoria para atender ao ensino de Jesus: “Eis que eu os envio como ovelhas para o meio de lobos. Portanto, sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Tenham cuidado com os homens, porque eles os entregarão aos tribunais e os açoitarão nas suas sinagogas. Por minha causa vocês serão levados à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. E, quando entregarem vocês, não se preocupem quanto a como ou o que irão falar, porque, naquela hora, lhes será concedido o que vocês dirão. Afinal, não são vocês que estão falando, mas o Espírito do Pai de vocês é quem fala por meio de vocês.” (Mateus 10:16-20).

Vivemos dias de grande perseguição, em várias partes do mundo, mas é preciso entender que nem sempre a perseguição é por causa de um andar e viver como Jesus andou e viveu, e sim porque se defende ideias e princípios motivados por assuntos econômicos, sociais, políticos etc. Nossa postura deve ser sempre a de demostrar em nossas vidas o fruto do Espírito Santo, com suas nove qualidades, ou seja: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22,23). Percebe como termina este versículo? Contra estas coisas não há lei!

Finalmente, em toda a história, a maior parte das vezes, as perseguições, hostilidades, prisões e mortes ocorreram pelos lábios e pelas mãos dos que se autodeclaravam religiosos. Você já reparou nisso? Não vieram de pessoas de fora, mas de dentro. Que enquanto caminhamos neste mundo, confessando que somos estrangeiros e peregrinos na terra, “porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas, agora, desejam uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porque lhes preparou uma cidade” (Hebreus 11:13-16) andemos como Cristo andou e falemos como o salmista: “Laços de perversos me cercam, mas não me esqueço da tua lei.” (Salmo 119:61).