“Voltem-se para mim os que te temem e os que conhecem os teus testemunhos.” (Salmo 119:79).
Tem sido de grande bênção considerar cada precioso versículo deste rico tesouro que é o Salmo 119, como uma oração. Veja só que pedido a ser feito ao Pai Celestial com base neste versículo 79: “Senhor faça com que as pessoas que temem ao Senhor e que conhecem a Tua Palavra, se aproximem de mim, para que sejamos companheiros.” Você já orou assim?
Além da oração, é importante a ação, como escreveu Davi: “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que morem comigo; o que anda em reto caminho, esse me servirá.” (Salmo 101:6). Quem procuramos para nos associarmos? Quais, de fato, são os nossos interesses ao nos aproximarmos de pessoas, ou deixar que certas pessoas se aproximem de nós?
No último livro do Antigo Testamento, o profeta Malaquias traz uma mensagem que precisamos considerar cuidadosamente. O profeta expressa o que pessoas de seu tempo, envolvidas com o serviço ao Senhor diziam: “É inútil servir a Deus. De que nos adianta guardar os seus preceitos e andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? Agora, pois, nós vamos dizer que os soberbos é que são felizes. Também os que praticam o mal prosperam; sim, eles tentam o Senhor e escapam.” (Malaquias 3:14-15). Sabemos que Asafe, ao escrever o Salmo 73, teve o mesmo pensamento e sentimento, chegando a confessar que faltou pouco para que ele se desviasse e caísse. Infelizmente, há muitos que se envolvem em “práticas religiosas” com outros interesses.
Quando Paulo despediu-se dos cristãos em Éfeso, lhes disse ao final: “Eu sei que, depois da minha partida, aparecerão no meio de vocês lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que até mesmo entre vocês se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás de si. Portanto, vigiem, lembrando que, durante três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, cada um de vocês. Agora, pois, eu os entrego aos cuidados de Deus e à palavra da sua graça, que tem poder para edificá-los e dar herança entre todos os que são santificados. De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem roupas; vocês mesmos sabem que estas minhas mãos serviram para o que era necessário a mim e aos que estavam comigo. Em tudo tenho mostrado a vocês que, trabalhando assim, é preciso socorrer os necessitados e lembrar das palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar do que receber.” (Atos 20:29-35). Que alerta foi dado e como esta palavra do apóstolo se cumpriu. Observemos a história da igreja ao longo destes dois mil anos. Uma tragédia. E mesmo em nossos dias, onde estão os fiéis?
Realmente esta oração do salmista, que enfrentava as mesmas situações que em todas as épocas existem, de conviver entre aqueles que “são mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo forma de piedade, mas negando o poder dela.” (2 Timóteo 3:4,5a) e para os quais o Senhor nos ordena: “Fique longe também destes.” (2 Timóteo 3:5b). Sim precisamos orar: “Voltem-se para mim os que te temem e os que conhecem os teus testemunhos.” (Salmo 119:79).
E, porque não orar para que Deus nos conduza em tudo, fazendo-nos homens e mulheres que O temem e que conhecem os Seus preceitos, e Deus nos encaminhe também para sermos amigos daqueles que verdadeiramente servem ao Senhor.
O profeta Malaquias ao registrar o que pessoas diziam em sua época, ele registrou: “Então os que temiam o Senhor falavam uns aos outros. O Senhor escutou com atenção o que diziam. Havia um memorial escrito diante dele para os que temem o Senhor e para os que se lembram do seu nome.” (Malaquias 3:16).
Você gostaria de estar entre estes que temiam o Senhor e falavam uns aos outros? Medite bem no que o Senhor diz a respeito destes: “Eles serão a minha propriedade peculiar, naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos Exércitos. Eu os pouparei como um homem poupa seu filho que o serve. Então vocês verão mais uma vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve.” (Malaquias 3:17-18).
Temos sempre procurado nestes pensamentos sobre os versículos do Salmo 119, mostrar o privilégio que temos hoje, que o salmista não teve, de conhecermos o Salvador e Senhor Jesus Cristo, de termos de forma permanente em nós o Espírito Santo, de ter a Palavra de Deus completa, que não precisa de mais nenhum acréscimo, isso mesmo, temos a “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.” (Judas 1:3b) pela qual devemos batalhar diligentemente, pois Judas continua dizendo-nos: “Pois certos indivíduos, cuja sentença de condenação foi promulgada há muito tempo, se infiltraram no meio de vocês sem serem notados. São pessoas ímpias, que transformam em libertinagem a graça do nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.” (Judas 1:4).
Realmente precisamos orar para estarmos entre aqueles a quem o próprio Senhor Jesus se dirigiu, na carta escrita para a Igreja em Filadélfia: “Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá. Conheço as obras que você realiza. Eis que tenho posto diante de você uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar. Sei que você tem pouca força, mas guardou a minha palavra e não negou o meu nome. Eis o que eu farei com alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que se declaram judeus e não são, mas mentem. Eis que farei com que venham até você, prostrem-se aos seus pés e reconheçam que eu amo você. Você guardou a palavra da minha perseverança. Por isso, também eu o guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Conserve o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa. Ao vencedor, farei com que seja uma coluna no santuário do meu Deus, e dali jamais sairá. Gravarei sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Apocalipse 3:7-13).
A grande marca daqueles que devem andar juntos como verdadeiros amigos é exatamente esta: guardar a palavra do Senhor e não negar o Seu nome. O amor a Deus, à Sua palavra e ao serviço do Senhor. Poder dizer “Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos.” (Salmo 119:63). Já comentamos este versículo (Pode consultar) e aqui no versículo 79 o desejo do Salmista é que o Senhor aproxime de si estas pessoas para serem seus companheiros. Que oração! No estudo mais etimológico da palavra “companheiro”, há os que afirmam que no latim “cum pannis” que significa “com pão”, daria à palavra companheiro o sentido de “O que come pão conosco”.
Uma das marcas dos primeiros cristãos foi exatamente esta: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, o Senhor lhes acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2:46,47).
Lucas ao escrever o livro de Atos faz um registro interessante: “No primeiro dia da semana, nós nos reunimos a fim de partir o pão” (Atos 20:7), o que nos leva a pensar que esta era uma prática dos cristãos. O que expressavam fazendo isto? Quem eram e que tinham prazer em fazer o que Jesus tinha determinado quando “pegando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vocês; façam isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois da ceia, pegou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue derramado por vocês.” (Lucas 22:19-20).
Ao longo de toda a história da Igreja não existe algo mais significativo do que este momento tão singular da reunião dos santos para este ato memorial. A simples realização deste ato, mesmo que não seja proferida nenhuma palavra, está tudo ali declarado: Estão reunidos aqueles que foram comprados pelo sangue do Cordeiro de Deus, que têm comunhão com Ele e uns com os outros. Onde, cada um por si, já atendeu ao pedido do próprio Senhor Jesus:
“Aconselho que você compre de mim ouro refinado pelo fogo, para que você seja, de fato, rico. Compre vestes brancas para se vestir, a fim de que a vergonha de sua nudez não fique evidente, e colírio para ungir os olhos, a fim de que você possa ver. Eu repreendo e disciplino aqueles que amo. Portanto, seja zeloso e arrependa-se. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Apocalipse 3:18-20).
Senhor, “voltem-se para mim os que te temem e os que conhecem os teus testemunhos.” (Salmo 119:79). Para cada um destes o Senhor diz: “Conheço as obras que você realiza. Eis que tenho posto diante de você uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar. Sei que você tem pouca força, mas guardou a minha palavra e não negou o meu nome.” (Apocalipse 3:8). Cada um deste é um “pontinho”, um “nadinha”, um “Yud”, um que tem pouca força, mas o que realmente importa é ELE, o SENHOR. O que realmente importa é guardar a Sua palavra e não negar o Seu nome.