SALMO 119 – VERSO 109

A minha vida está sempre em perigo; no entanto, não me esqueço da tua lei.” (Salmo 119:109).

Continuando a meditar nos versículos do Salmo 119, chegamos ao 109 cujas primeiras palavras são: NAFËSHY VËKHAPY. Novamente a primeira palavra, como a de todos os versos deste bloco de oito versículos (105 a 112) começa com a letra “Nun.

Aqui o significado literal é: “Minha alma está em minha mão”, cuja versão Nova Almeida Atualizada traduziu como “A minha vida está sempre em perigo”.

Esta palavra do salmista, como que uma oração diante do Senhor, foi sem dúvida a oração de uma galeria de homens e mulheres que ao longo dos séculos, desde Abel, tem confiado no Senhor e na Sua Palavra, sem esquecê-la, pelo contrário, trazendo sempre os pensamentos de Deus à sua memória, embora precisando enfrentar os perigos que se deparam a cada momento, lutando pela sobrevivência, numa guerra contínua com as forças da maldade.

O fato é que a nossa própria alma é a maior das preciosidades que temos e é tão frágil. Ela precisa ser tratada com todo cuidado e carinho, pois corre perigo de ser arruinada, assim como um frasco de um perfume valiosíssimo, também tão frágil, pode facilmente cair e se quebrar.

Deus fala por meio do profeta: “A alma que pecar, essa morrerá.” (Ezequiel 18:20). E Jesus contou esta parábola: “O campo de um homem rico produziu com abundância. Então ele começou a pensar: ‘Que farei, pois não tenho onde armazenar a minha colheita?’ Até que disse: ‘Já sei! Destruirei os meus celeiros, construirei outros maiores e aí armazenarei todo o meu produto e todos os meus bens. Então direi à minha alma: Você tem em depósito muitos bens para muitos anos; descanse, coma, beba e aproveite a vida.’ Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Esta noite lhe pedirão a sua alma; e o que você tem preparado, para quem será?’ Assim é o que ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para com Deus.” (Lucas 12:16-21). A qualquer momento, nossa alma poderá ser ceifada. Todos estão em perigo constante.

O fato inquestionável é este: “… onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração.” (Mateus 6:21). Ao que nossa “alma” está unida? E ainda, pensemos cuidadosamente nestas palavras proferidas pelo Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus: “De que adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria uma pessoa em troca de sua alma?” (Marcos 8:36,37).

Multidões arruínam suas almas eternamente porque preferem permanecer na prática do pecado, que ofende ao Criador, Deus Santo, e rejeitam as boas novas da salvação e do amor de Deus, tão claramente expressas neste texto da Palavra de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus. A condenação é esta: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal detesta a luz e não se aproxima da luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” (João 3:16-21).

Bendito aquele que se arrepende de seus pecados, crê no Senhor Jesus Cristo, recebendo-o como Seu Senhor e Salvador, tornando-se a partir de então um filho de Deus, conforme está escrito: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (João 1:12,13).

Nesta nova condição, embora enfrentando sempre situações adversas, se fortalece no Senhor buscando sempre descobrir o que é agradável a Deus e levando à sério as recomendações da Palavra, como esta, por exemplo: “E não sejam cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, tratem de reprová-las. Pois aquilo que eles fazem em segredo é vergonhoso até mencionar. Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas; porque tudo o que se manifesta é luz. Por isso é que se diz: ‘Desperte, você que está dormindo, levante-se dentre os mortos, e Cristo o iluminará.’ Portanto, tenham cuidado com a maneira como vocês vivem, e vivam não como tolos, mas como sábios, aproveitando bem o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. E não se embriaguem com vinho, pois isso leva à devassidão, mas deixem-se encher do Espírito, falando entre vocês com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando com o coração ao Senhor, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.” (Efésios 5:10-20). Eis o desafio: estarmos com o recipiente de nossa vida, de nossa alma, cheio do Espírito Santo de Deus! E podendo dizer como o salmista: “A minha vida está sempre em perigo; no entanto, não me esqueço da tua lei.” (Salmo 119:109).

Era isto que também podia dizer Davi, que desde bem jovem, ungido por Deus para ser o rei de Israel, correu risco de vida diariamente, com anos de perseguição de Saul conta ele. Davi, literalmente, trazia a sua alma nas mãos, como uma vasilha frágil, sabendo que poderia ser esmagado a qualquer momento. Ele inclusive escreveu muitos de seus salmos estando debaixo de grande aflição, perseguição e em situação de risco mortal, pois o rei Saul havia falado ao seu filho “Jônatas e a todos os servos sobre matar Davi.” (1 Samuel 19:1).

Lemos que “Jônatas, filho de Saul, era muito afeiçoado a Davi. Por isso, Jônatas revelou esse plano a Davi, dizendo: Meu pai, Saul, quer matar você. Tenha cuidado amanhã cedo. Fique num lugar oculto e esconda-se. Eu sairei e estarei ao lado de meu pai no campo onde você estiver. Falarei com meu pai a respeito de você. Se eu descobrir alguma coisa, contarei a você. Então Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e lhe disse: Que o rei não peque contra o seu servo Davi, porque ele não pecou contra você. Pelo contrário, o que ele tem feito é muito bom para você. Arriscando a sua vida, ele matou o filisteu e o Senhor efetuou grande livramento a todo o Israel. Você mesmo viu isso e ficou contente. Por que, então, você pecaria contra sangue inocente, matando Davi sem motivo? Saul atendeu à voz de Jônatas e jurou: Tão certo como vive o Senhor, ele não morrerá. Jônatas chamou Davi, contou-lhe todas estas palavras e o levou a Saul. E Davi esteve diante de Saul como antes.” (1 Samuel 19:2-7).

Continuando a leitura do capítulo, embora Davi estivesse restaurado ao convívio do palácio e fosse casado com uma das filhas de Saul, lemos que um espírito mau veio sobre Saul, que “estava sentado em sua casa, com a sua lança na mão, enquanto Davi dedilhava a harpa. Saul tentou encravar Davi na parede, porém ele se desviou e a lança foi se encravar na parede. Então Davi fugiu e escapou. Porém, naquela mesma noite, Saul mandou mensageiros à casa de Davi, que o vigiassem, para ele o matar pela manhã. Porém Mical, a mulher de Davi, o avisou: Se não fugir esta noite, amanhã você estará morto. Então Mical desceu Davi por uma janela, e ele se foi, fugiu e escapou.” (1 Samuel 19:9-12).

O fato é que esta experiência de viver sempre em constante perigo era a rotina de Davi, e mesmo quando veio a pecar de maneira até vergonhosa, buscou ao Senhor arrependido e deixou-nos registradas estas palavras: “Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste. Esconde o teu rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me lances fora da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário. Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti. Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exaltará a tua justiça. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará o teu louvor. Pois não te agradas de sacrifícios; do contrário, eu os ofereceria; e não tens prazer em holocaustos. Sacrifício agradável a Deus é o espírito quebrantado; coração quebrantado e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” (Salmo 51:7-17).

No Novo Testamento, podemos observar que a rotina do apóstolo Paulo, como ministro de Cristo, era de estar constantemente correndo perigo, envolvido em muitos trabalhos; em prisões, muito mais; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Paulo demonstra, muito bem, como ele carregava a alma, com todo cuidado, em suas mãos, estando sempre com sua vida correndo perigo quando escreveu: “Cinco vezes recebi dos judeus quarenta açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas. Uma vez fui apedrejado. Três vezes naufraguei. Fiquei uma noite e um dia boiando em alto mar. Em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de assaltantes, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez. Além das coisas exteriores, ainda pesa sobre mim diariamente a preocupação com todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não fique indignado?”  (2 Coríntios 11:23-29).

E nós, hoje? Eu recomendaria a leitura do “Livro dos Mártires” escrito por John Foxe, inglês, nascido em 1517 e falecido em 1587, que narra a história de sofrimento e perseguição que os cristãos experimentaram século a século. Trata-se de um livro com 22 capítulos, sendo que os últimos 7 capítulos trazem também informações sobre a continuidade das perseguições ocorridas aos a morte do John Foxe até o início das missões americanas entre os anos 1800 a 1820. Um livro que conta de maneira comovente como os cristãos em todas as épocas têm falado como o salmista: “A minha vida está sempre em perigo; no entanto, não me esqueço da tua lei.” (Salmo 119:109) e inclusive sido martirizados.

E do século 18 até este início do século 21, como tem sido a história? A mesma! Há milhares e milhares de mártires cristãos que, a cada ano, têm sido literalmente martirizados. A perseguição aos cristãos se vê cada dia mais forte e evidente. “Na verdade, todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2 Timóteo 3:12).

E nunca nos esqueçamos que precisamos diariamente estar fortalecidos no Senhor e na força do seu poder e vestidos com toda a armadura de Deus, tenhamos poder para “ficar firmes contra as ciladas do diabo. Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais.” O fato é que somente vestido com toda a armadura de Deus é que poderemos resistir no dia mau e, depois de termos vencido tudo, permanecer inabaláveis. (Efésios 6:10-13).

Sabendo que fomos redimidos pelo precioso sangue de Cristo, e que temos o tesouro do Espírito Santo em nós, vasos frágeis de barro, podemos muito bem nos juntar ao salmista e dizer: “A minha vida está sempre em perigo; no entanto, não me esqueço da tua lei.” (Salmo 119:109).

E podemos afirmar: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que a excelência do poder provém de Deus, não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; ficamos perplexos, porém não desanimados; somos perseguidos, porém não abandonados; somos derrubados, porém não destruídos. Levamos sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida dele se manifeste em nosso corpo.” (2 Coríntios 4:7-10).

Como todos os que nos precederam, seja nos tempos do Antigo Testamento, seja nos tempos agora da Igreja de Cristo, ficaremos firmes confiando no Senhor e na Sua Palavra e diremos também: “Por isso não desanimamos. Pelo contrário, mesmo que o nosso ser exterior se desgaste, o nosso ser interior se renova dia a dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda comparação, na medida em que não olhamos para as coisas que se veem, mas para as que não se veem. Porque as coisas que se veem são temporais, mas as que não se veem são eternas.” (2 Coríntios 4:16-18). Nosso tesouro não está aqui neste mundo. Nosso tesouro é Jesus Cristo! E Ele nos prometeu: “E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.” (Mateus 28:20).

EU TE AJUDO!

O contexto desta vida é de perigos,
Sempre surgem perigosos inimigos.
Que será tudo tranquilo, não se iluda;
E não dá pra desprezar nenhuma ajuda.

Certas lutas são intensas e apavoram,
E as ajudas como que se evaporam.
Tomam conta o desespero e a fraqueza,
E mergulham a nossa alma na incerteza.

Nestas horas só a presença do Deus Vivo,
Vem e anima com poder confortativo,
Ele diz: Não te assombres. Eu te ajudo.

Fortaleço-te para que enfrentes tudo,
Pouco importa a circunstância e momento,
Com a minha destra, que é fiel, eu te sustento!

Gilberto Celeti

“… não tema, porque eu estou com você; não fique com medo, porque eu sou o seu Deus. Eu lhe dou forças; sim, eu o ajudo; sim, eu o seguro com a mão direita da minha justiça.” (Isaias 41:10).

Salmo 119 – verso 39

Afasta de mim a afronta, que me causa medo, porque os teus juízos são bons” (Salmo 119:39).

Que oração é esta? No versículo anterior, o servo salmista se apresenta diante de Deus como um daqueles que O temem. E a Bíblia afirma: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam” (Salmo 111:10). Provavelmente o salmista conhecia este texto de Deuteronômio 13:4: “Sigam o Senhor, seu Deus, e temam somente a ele. Guardem os seus mandamentos, deem ouvidos à sua voz, sirvam-no e sejam fiéis a ele”, e estava inquieto porque algo mais estava causando medo ao seu coração, razão pela qual suplica: “Afasta de mim a afronta, que me causa medo”.

O fato de sermos tementes a Deus, não nos isenta, automaticamente, de sentirmos outros medos. Neste século, por exemplo, vem crescendo o que tem sido chamado de síndrome do pânico, com pessoas tendo crises profundas de ansiedade que lhes causam medo, e que levam muitos à depressão.

Épocas de instabilidade social com aumento do desemprego e da violência, de doenças e pandemias perigosas, de quebra da harmonia nos relacionamentos pessoais, geram a ansiedade que provoca medo. O sábio Salomão escreveu há séculos: “A ansiedade no coração pode abater alguém, mas uma boa palavra traz alegria” (Provérbios 12:25). O fato é que vivemos uma época em que ouvir uma boa palavra, que traz alegria, é muito raro. Por isso vale a pena atender a recomendação do profeta Isaías: “Em Sião, os pecadores estão atemorizados; o tremor se apodera dos ímpios. Eles perguntam: ‘Quem de nós habitará com o fogo devorador? Quem de nós habitará com chamas eternas?’ Aquele que anda em justiça e fala o que é reto; que despreza o ganho de opressão; que, com um gesto de mãos, recusa aceitar suborno; que tapa os ouvidos, para não ouvir falar de homicídios, e fecha os olhos, para não ver o mal. Este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, e água nunca lhe faltará” (Isaías 33:14-16). Hoje é muito necessário atender especialmente esta sábia orientação: “tapar os ouvidos, para não ouvir falar de homicídios, e fechar os olhos, para não ver o mal”, que traduzido para o vocabulário de hoje quer dizer: Jejum total das mídias (jogos, músicas, vídeos, notícias, programas mil) que atingem os nossos ouvidos e os nossos olhos, com seus espetáculos de maldade, de homicídios, de pornografias, de imoralidades, de ocultismo, de rebeldia, de mundanismo (onde o importante é riqueza, hedonismo, narcisismo, culto à beleza) enfim, há de se tomar uma atitude drástica em relação a tudo que estão tentando colocar em nossas mentes e corações e que estão em harmonia com o maligno. E que geram ansiedade, depressão e medo.

Seria este tipo de medo que o salmista se refere? Não, ela menciona a AFRONTA. Ser afrontado é ser desonrado, humilhado e atacado publicamente. É um sentimento agressivo que dói. É muito necessário lembrar que ao escrever sua segunda carta para Timóteo, Paulo falou de suas perseguições e dos seus sofrimentos, que teve de enfrentar em diversas cidades. Ele disse: “Quantas perseguições sofri! Porém o Senhor me livrou de todas elas. Na verdade, todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Timóteo 3:11-12). Deste tipo de perseguição e sofrimento, ter medo é natural.

Você já parou para pensar nas afrontas que o apóstolo Paulo experimentou? Pois repare bem no que ele compartilhou, fazendo sua defesa, por estar sendo afrontado por certos líderes. Ele falou de sua caminhada como cristão: “Em trabalhos, muito mais; em prisões, muito mais; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus quarenta açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas. Uma vez fui apedrejado. Três vezes naufraguei. Fiquei uma noite e um dia boiando em alto mar. Em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de assaltantes, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez” (2 Coríntios 11:23-27). Que currículo extraordinário!

Esta é a realidade: “Na verdade, todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Timóteo 3:12). Há uma quantidade imensa de países onde cristão, que são nossos irmãos na fé, estão com muito medo. Estão sofrendo, estão sendo torturados. Deus levantou a Missão Portas Abertas para atuar de maneira tão significativa entre estes irmãos, e são muitos, que sofrem só pelo fato de serem cristãos. Tenho um livro em PDF, que posso enviar para quem o solicitar, escrito por Richard Wurmbrand, onde há o relato dos sofrimentos e do testemunho da igreja secreta nos países comunistas. Este livro foi publicado pela Missão Voz dos Mártires, e tem como título TORTURADO POR AMOR A CRISTO. No ano 150, Tertuliano escreveu “Somos torturados quando confessamos nossa culpa (isto é, de seremos cristãos), somos libertos se negamos, porque a batalha se trava em torno de um Nome”.

Pense bem: Se chegar ao nosso país um sistema filosófico/político que rejeita a Palavra de Deus e a Pessoa e a Obra de Cristo, como suportaríamos a afronta, a perseguição? Estaríamos dispostos a sofrer por amor de Cristo. O salmista fez esta oração: “Afasta de mim a afronta, que me causa medo, porque os teus juízos são bons” (Salmo 119:39).

Ver cristãos em tantas partes do mundo sofrendo pela causa de Cristo e comparar com aqueles que em outras partes estão sofrendo síndrome de ansiedade, vemos uma diferença abismal. Os primeiros estão colocando o Reino de Deus e a sua justiça em primeiro lugar. Os outros estão colocando o seu próprio bem-estar em primeiro lugar.

Precisamos entender também o ensino que nos dá o apóstolo Pedro: “Amados, não estranhem o fogo que surge no meio de vocês, destinado a pô-los à prova, como se alguma coisa extraordinária estivesse acontecendo. Pelo contrário, alegrem-se na medida em que são coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vocês se alegrem, exultando. Se são insultados por causa do nome de Cristo, vocês são bem-aventurados, porque o Espírito da glória, que é o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. Que nenhum de vocês sofra como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se mete na vida dos outros. Mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe; pelo contrário, glorifique a Deus por causa disso. Porque chegou o tempo de começar o juízo pela casa de Deus; e, se começa por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, ‘se é com dificuldade que o justo é salvo, que será do ímpio e do pecador?’ Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus entreguem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem” (1 Pedro 4:12-19).

Afasta de mim a afronta, que me causa medo, porque os teus juízos são bons” (Salmo 119:39). Esta convicção do salmista de que os juízos de Deus são bons, é que deve nos manter sempre firmes. A Palavra do Senhor é boa, é perfeita. Nunca abriremos mão desta realidade: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16,17).

Com esta convicção semelhante a do salmista, jamais poderemos admitir que qualquer pessoa, ideia, filosofia, seja lá o que for, nos desvie do caminho reto. O mundo vai sempre criticar, ridicularizar e falar mal de Deus e de Sua Palavra, vai querer também adaptar a Palavra de Deus à maneira de pensar da época, mas permaneceremos sempre ao lado de Jesus que declarou: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mateus 24:35).

Nunca se tornou tão necessário atender a recomendação de Judas, filho de Maria e José, irmão de Jesus, que escreveu uma pequenina carta, que antecede o livro de Apocalipse, onde ele diz: “Amados, quando eu me empenhava para escrever-lhes a respeito da salvação que temos em comum, senti que era necessário corresponder-me com vocês, para exortá-los a lutar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Pois certos indivíduos, cuja sentença de condenação foi promulgada há muito tempo, se infiltraram no meio de vocês sem serem notados. São pessoas ímpias, que transformam em libertinagem a graça do nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Judas 1:3,4).

Somos orientados também pelo apóstolo Paulo: “Acima de tudo, vivam de modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo até aí para vê-los ou estando ausente, eu ouça a respeito de vocês que estão firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé do evangelho; e que em nada se sentem intimidados pelos adversários. Pois o que para eles é prova evidente de perdição para vocês é sinal de salvação, e isto da parte de Deus. Porque vocês receberam a graça de sofrer por Cristo, e não somente de crer nele, pois vocês têm o mesmo combate que viram em mim e que agora estão ouvindo que continuo a ter” (Filipenses 1:27-30).

O desafio é este: batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue por Deus, tudo o que está registrado na Sua Palavra. Sim lutar pela fé do evangelho, sem ficarmos intimidados pelos adversários, que virão para nos afrontar mesmo. E praticar o que nos recomenda o texto de Efésios 6:10-18: “Quanto ao mais, sejam fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Vistam-se com toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo. Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais. Por isso, peguem toda a armadura de Deus, para que vocês possam resistir no dia mau e, depois de terem vencido tudo, permanecer inabaláveis. Portanto, fiquem firmes, cingindo-se com a verdade e vestindo a couraça da justiça. Tenham os pés calçados com a preparação do evangelho da paz, segurando sempre o escudo da fé, com o qual poderão apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Usem também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Orem em todo tempo no Espírito, com todo tipo de oração e súplica, e para isto vigiem com toda perseverança e súplica por todos os santos”.

Finalmente, é preciso ler com atenção o capítulo 10 do livro de Mateus, onde temos as palavras do Senhor Jesus Cristo. Entre tantas preciosidades deste texto, pensemos nestas: “Todos odiarão vocês por causa do meu nome……. O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo está acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo ser como o seu senhor. Se chamaram o dono da casa de Belzebu, quanto mais os membros da sua casa! Portanto, não tenham medo deles……….. Não temam os que matam o corpo, mas não podem matar a alma; pelo contrário, temam aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo. Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Entretanto, nenhum deles cairá no chão sem o consentimento do Pai de vocês. E, quanto a vocês, até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Portanto, não temam! Vocês valem bem mais do que muitos pardais”.

Voltando a oração do salmista: “Afasta de mim a afronta, que me causa medo, porque os teus juízos são bons” (Salmo 119:39), podemos fazê-la, sim, sabendo que por causa da convicção que demonstramos que são bons os juízos, os caminhos, a palavra e o plano do Senhor, seremos afrontados e isto nos atemoriza. Mas que precioso saber que o Pai Celeste, que cuida de um pequenino pardalzinho, que tem até os fios de cabelo de nossa cabeça bem contados, garante que cuidará de nós, em toda e qualquer circunstância. Jesus mesmo prometeu: “E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (Mateus 28:20).

SEGURANÇA GARANTIDA ETERNAMENTE

forjando armasServos do Eterno têm o direito a isto:
Da justiça concedida em Jesus Cristo!
Não há arma com poder para feri-los,
Nem acusação que possa destruí-los.

“Todos quantos chegam para atacá-los,
Nunca pensem que haverão de derrotá-los”!
É o que afirma em Sua palavra o Eterno,
Deus bondoso, Deus Fiel, Deus Justo e Terno.

Quem no sangue de Jesus foi resgatado
Certamente jamais será condenado,
E desfruta de segura garantia:

Para o bem, tudo acontece, todo dia!
Deus já tem Sua promessa decretada:
Aos seus servos a vitória será dada!

Gilberto Celeti

“Eu crio o ferreiro que aquece a fornalha e faz uma arma destinada a matar. Também crio o destruidor, mas a arma capaz de ferir vocês ainda não foi forjada. Qualquer acusador que levá-los ao tribunal será desqualificado por mentir. É isso que os servos do Eterno podem esperar. Vou garantir que tudo resulte no melhor, é o decreto do Eterno.” (Isaías 54.16,17 – Bíblia A Mensagem).

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.” (Romanos 8.28 – Bíblia A Mensagem).

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Sonetos para o Século 21

DEUS QUE GUARDA DE TROPEÇOS

Um poema para a primeira semana do ano: DEUS QUE GUARDA DE TROPEÇOS

ensinando a andar 1

Pernas frágeis e os pés tão vacilantes,
E o caminho a percorrer, tão perigoso,
Quão difícil é poder seguir avante
Sem a ajuda do Deus Todo Poderoso.

Sou tal qual criança nos primeiros passos,
Cujos pais sempre acompanham e estimulam,
E que sabem estender tão bem os braços
E seus filhos, dos tropeços, bem seguram.

Na vereda da justiça Deus me guia
Por amor do Seu tão grande e santo nome
E prossigo sempre em Sua companhia

Protegido de anjos maus e de maus homens.
Deus Eterno, eu de Ti nada mereço,
Mas Te adoro, pois me guardas de tropeço.

Gilberto Celeti

“Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (Salmo 23:4)

“Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória. Ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!” (Judas 24,25).

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INIMIGOS EM RETIRADA

Dia a dia atacado
Não há trégua um só instante;
Estou sendo atrapalhado,
E muito prejudicado,
A pressão é bem constante.

Fico desencorajado
Vendo a força do inimigo
Que quer ver-me aniquilado,
Que persegue, abrutalhado.
Onde encontrarei abrigo?

Estou atemorizado
Será que vencer consigo?
Pensamento perturbado;
Sentimento abalado;
Ó Deus, venha estar comigo!

Ao Senhor tendo clamado,
Tudo muda de figura.
O medo é logo dissipado,
Deus está bem ao meu lado,
Nos seus braços me segura!

Gilberto Celeti

“Contaste os meus passos quando sofri perseguições. Recolhe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu livro? No dia em que eu te invocar, os meus inimigos baterão em retirada. Uma coisa eu sei: que Deus é por mim. Em Deus, cuja palavra eu louvo, no Senhor, cuja palavra eu louvo, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um simples ser humano?” (Salmo 56:8-11).

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 – São 228 sonetos (Poemas de um peregrino a caminho da pátria celestial) divididos em 12 seções:

1. CAMINHADA (23 sonetos).
2. AMOR À VERDADE (13 sonetos).
3. ESPÍRITO SANTO (13 sonetos).
4. EVANGELHO (42 sonetos).
5. CONFIANÇA (27 sonetos).
6. ORAÇÃO (19 sonetos).
7. SANTIFICAÇÃO (14 sonetos).
8. ADORAÇÃO E LOUVOR (13 sonetos).
9. CONSAGRAÇÃO (13 sonetos).
10. VITÓRIA (23 sonetos).
11. SEMPRE EM CRISTO (20 sonetos).
12. NO OCASO DA VIDA (8 sonetos).

PEDINDO AJUDA AO SENHOR

ImagemDia a dia atacado
Não há trégua um só instante;
Estou sendo atrapalhado,
E muito prejudicado,
A pressão é bem constante.

Fico desencorajado
Vendo a força do inimigo
Que quer ver-me aniquilado,
Que persegue, abrutalhado.
Onde encontrarei abrigo?

Estou atemorizado
Será que vencer consigo?
Pensamento perturbado;
Sentimento abalado;
Ó Deus, venha estar comigo!

Ao Senhor tendo clamado,
Tudo muda de figura.
O medo é logo dissipado,
Deus está bem ao meu lado,
Nos seus braços me segura!

Gilberto Celeti

“Quando eu pedir a tua ajuda, os meus inimigos fugirão. Uma coisa eu sei: Deus está comigo”. (Salmo 56:9)