SALMO 119 – ALEF – VERSO 8

“Cumprirei os teus decretos; não me desampares jamais.” (Salmo 119:8)

Este último versículo iniciado com a letra “Alef– א ” diz:
אֶת- חֻקֶּיךָ – ET-CHUQEYKHA – (os) teus estatutos:
אֶשְׁמֹר – ESHËMOR – observarei
אַל- תַּעַזְבֵנִי – AL-TAAZËVENY – não me desampares
עַד- מְאֹד: – AD-MËOD: – totalmente.

Já mencionamos, no início deste bloco, com os oito versículos começados com a letra “Alef – א ” que ela é uma letra composta de outras duas: a letra “Yud – י” a décima letra, bem pequenina, a menor de todas, que aparece suspensa e a letra “Vav – ו” a sexta letra. Temos a letra “Vav” em diagonal, e as duas letras “Yud”, uma aparecendo por cima da “Vav” e outra por baixo. O “Yud” na parte superior da letra “Alef” indicaria o Eterno Criador e o “Yud” na parte inferior indicaria o homem, havendo entre eles algo que faz separação, bloqueio. E o que foi, de fato, que provocou esta separação homem do Seu Criador? Não foi exatamente a não observância do decreto de Deus?

Neste versículo oito o salmista faz uma declaração estonteante: “Cumprirei os teus decretos”, exatamente aquilo que Adão e Eva não fizeram. É possível a um descendente de Adão conseguir esta proeza? Os mais consagrados servos de Deus tiveram que reconhecer sua incapacidade para tal feito e a reconhecer, tristemente a sua condição pessoal, como por exemplo:

  • O profeta Isaías – “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Isaías 6:5).
  • O apóstolo Paulo – “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim, mas não o realizá-lo. Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei: quando quero fazer o bem, o mal reside em mim. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:18-24).

Tanto Isaías no Antigo Testamento, como Paulo nos tempos do Novo Testamento, reconheceram que sem o amparo do Senhor, jamais conseguiriam andar no caminho da obediência, no caminho da santidade. Era o que o salmista também desejava e por isso orava: “Cumprirei os teus decretos; não me desampares jamais.” (Salmo 119:8). Ele contava com o amparo e a força do Senhor!

O apóstolo Pedro teve uma experiência até dramática quanto a isto, nos dias que antecederam a prisão e consequente condenação do Senhor Jesus Cristo. Está escrito pelo evangelista Mateus o seguinte fato: “Jesus disse aos discípulos: Esta noite serei uma pedra de tropeço para todos vocês, porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas. Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vocês para a Galileia. Mas Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Ainda que o senhor venha a ser um tropeço para todos, nunca o será para mim. Mas Jesus lhe disse: Em verdade lhe digo que, nesta noite, antes que o galo cante, você me negará três vezes. Pedro insistiu: Ainda que me seja necessário morrer com o senhor, de modo nenhum o negarei.” Era como se Pedro afirmasse: CUMPRIREI OS TEUS DECRETOS! No entanto o que se viu foi ele falhando vergonhosamente, negando e depois, ao ouvir o gala cantar, tendo negado três vezes a Jesus Cristo, caiu em si, reconheceu sua falta e saiu chorando amargamente. (Mateus 26:31-35 e 69-75). E só não foi pior porque o Senhor Jesus não o desamparou. Jesus mesmo já o havia alertado ao dizer-lhe: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como trigo! Eu, porém, orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E você, quando voltar para mim, fortaleça os seus irmãos.” (Lucas 22:31,32).

Cumprirei os teus decretos; não me desampares jamais.” (Salmo 119:8)

Não cresceremos numa vida de santificação sem a obediência à Palavra do Senhor, tendo as nossas vidas alicerçadas na Rocha, como sábios, como aqueles que ouvem e praticam a Palavra do Senhor e que não se comportam insensatamente, estando plenamente conscientes de própria incapacidade para tanto e clamando ao Senhor: “Não me desampare, não me abandone”.

Sim, sejamos bem conscientes que se formos deixados para agir conforme nossas próprias forças, falharemos completamente. E então oremos: “Senhor, que me conhece perfeitamente, se o Senhor não velar por mim e não me proteger, estarei fracassando.”

E, pela graça e bondade do Senhor, podemos nos tornar cartas de Cristo, como afirmou o apóstolo Paulo, cartas escritas “não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações. E é por meio de Cristo que temos tal confiança em Deus. Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, mas o Espírito vivifica.” (2 Coríntios 3:3-6).

Chegando assim ao final deste primeiro bloco de oito versículos, com a temática de que a bênção de Deus está onde há santidade, seguiremos em frente, bloco a bloco, compreendendo que o primeiro passo em nosso viver cristão é a consciência de que a SANTIDADE VEM EM PRIMEIRO LUGAR. Foi o que vimos em todos estes versos iniciados com a letra “ALEF”. E como o salmista clamemos: “Cumprirei os teus decretos; não me desampares jamais.” (Salmo 119:8)

Sim, Deus o Pai, o lavrador, poda a sujeira
De ramo firme, na videira verdadeira,
Que é Jesus, em quem todo regenerado
Está pra sempre, eternamente, bem ligado.

E o que procura Deus o Pai a cada instante?
Achar na vinha produção bem abundante.
Se o ramo cresce, não dá fruto, só tem galho,
É ramo que dá para o Pai muito trabalho.

Só ramo limpo na videira bem unido,
É que floresce e muito fruto é obtido.
É a Palavra do Senhor que purifica,
E faz o ramo ser ramo que frutifica.

Ficar aberto à Sua Palavra e influência,
Ficar atento e dar a ela a obediência,
Fará que a seiva, no ramo, possa fluir;
O Santo Espírito então irá agir.

O ramo por si mesmo nunca fará nada,
Por isso só quem tem a vida transformada,
E foi por Cristo devidamente escolhido
Vai ser um ramo útil e bem-sucedido.

Gilberto Celeti

“Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (João 15.3)

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SALMO 119 – ALEF – VERSO 7

“Eu te darei graças com integridade de coração, quando tiver aprendido os teus retos juízos.” (Salmo 119:7).

Chegamos ao sétimo versículo iniciado com a letra ALEF, cujo texto em hebraico é:
אוֹדְךָ – ODËKHA – Louvar-te-ei
בְּיֹשֶׁר – BËYOSHER – com retidão de
לֵבָב – LEVÅV – coração,
בְּלָמְדִי – BËLÅMËDY – quando tiver aprendido {lit.: em meu aprender}
מִשְׁפְּטֵי צִדְקֶךָ: – MISHËPËTEY TSIDËQEKHA: – (os) teus justos juízos.

Esta primeira estrofe do Salmo 119, de oito versículos iniciados com a letra ALEF, tem como tema “A SANTIDADE VEM EM PRIMEIRO LUGAR” e neste versículo o salmista penetra numa realidade bem íntima e profunda, pois reconhece, certamente, que a santidade está mais além do que um comportamento exterior e aparente. As Escrituras mostram, veementemente, como esta atitude de santidade hipócrita desagrada ao Senhor. Deus não a suporta, como afirmou o profeta:

  • Isaías 1:11-17 – “O Senhor diz: De que me serve a multidão dos sacrifícios que vocês oferecem? Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados. Não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando comparecem diante de mim, quem requereu de vocês esse pisotear dos meus átrios? Não me tragam mais ofertas vãs! O incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados e a convocação das assembleias. Não posso suportar iniquidade associada à reunião solene. As Festas da Lua Nova e as solenidades, a minha alma as odeia; já são um peso para mim; estou cansado de suportá-las. Quando vocês estendem as mãos, eu fecho os meus olhos; sim, quando multiplicam as suas orações, não as ouço, porque as mãos de vocês estão cheias de sangue. Lavem-se e purifiquem-se! Tirem da minha presença a maldade dos seus atos; parem de fazer o mal! Aprendam a fazer o bem; busquem a justiça, repreendam o opressor; garantam o direito dos órfãos, defendam a causa das viúvas.”
  • Isaías 29:13-16 – “O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos ensinados por homens, continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste povo. Sim, farei obra maravilhosa e um prodígio, de maneira que a sabedoria dos seus sábios será destruída, e o entendimento dos seus entendidos desaparecerá. Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor! Ai dos que fazem as suas próprias obras às escuras, e dizem: Quem nos vê? Quem sabe o que estamos fazendo? Como vocês invertem as coisas! Será que o oleiro é igual ao barro? Pode a obra dizer ao seu artífice: Ele não me fez? Pode a coisa feita dizer do seu oleiro: Ele não sabe nada?”

E o que seria esta santidade interior, senão ter um coração não inclinado à artimanha, ao engano e à malícia. O salmista está como que clamando: “Misericórdia, Senhor, ajuda-me a alcançar um coração íntegro, livre de corrupção, de desonestidade, de insinceridade”.

Podemos afirmar que a integridade consiste numa atitude de coerência em todas as áreas da vida. Uma pessoa íntegra faz com que seus sentimentos, pensamentos e palavras tenham o respaldo das suas ações. Torna-se, por isso, uma pessoa confiável e respeitada. Integridade de coração reflete uma excelente qualidade, mas constitui-se também num imenso desafio.

No Novo Testamento temos esta recomendação: “O mesmo Deus da paz os santifique em tudo. E que o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Tessalonicenses 5:23).

Trata-se de uma santificação completa e abrangente nas três dimensões da personalidade: espírito, alma e corpo e o salmista afirma: “Eu te darei graças com integridade de coração, quando tiver aprendido os teus retos juízos.” (Salmo 119:7). Olhando mais de perto neste versículo percebemos que o desejo e a oração do salmista, sem dúvida é: “Senhor, ajuda-me a APRENDER OS TEU RETOS JUÍZOS”.

Sem compreender os mandamentos do Senhor, os seus preceitos, as suas regras, os seus caminhos e obedecê-los, andar neles, como haveremos de louvar o Seu Santo Nome do coração íntegro? O salmista mais uma vez enfatiza a importância e a proeminência da Palavra de Deus, pois a bem-aventurança só se alcança com a santidade, e a santidade em todas as dimensões da personalidade, depende da conformidade com a Sua Palavra e a Sua Vontade.

São muitos os versículos bíblicos que enfatizam a INTEGRIDADE:

  • Jó 1:1 – “Na terra de Uz vivia um homem chamado Jó. Era homem íntegro e justo; temia a Deus e evitava fazer o mal.”
  • Jó 8:20 – “Pois o certo é que Deus não rejeita o íntegro e não fortalece as mãos dos que fazem o mal.”
  • Salmo 101:2 – “Seguirei o caminho da integridade; quando virás ao meu encontro? Em minha casa viverei de coração íntegro.”
  • Provérbios 10:9 – “Quem anda com integridade anda com segurança, mas quem segue veredas tortuosas será descoberto.”
  • Provérbios 21:3 – “Fazer o que é justo e certo é mais aceitável ao SENHOR do que oferecer sacrifícios.”
  • Miqueias 6:8 – “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o SENHOR exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus.”
  • Mateus 22:16 – “Enviaram-lhe seus discípulos junto com os herodianos, que lhe disseram: Mestre, sabemos que és íntegro e que ensinas o caminho de Deus conforme a verdade. Tu não te deixas influenciar por ninguém, porque não te prendes à aparência dos homens.” Que precioso exemplo o do nosso Senhor Jesus Cristo!
  • Filipenses 4:8 – “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.”
  • Colossenses 3:23 – “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens.”

Diante destes textos percebemos toda a nossa fragilidade, e temos que dizer: “Quem, porém, é capaz de fazer estas coisas?” Ou: “Quem, por si mesmo, pode andar em integridade?” E, sem dúvida, este era, provavelmente, o mesmo sentimento e pensamento do salmista quando escreveu: “Eu te darei graças com integridade de coração, quando tiver aprendido os teus retos juízos.” (Salmo 119:7). Ensina-me!

Davi no salmo 143 faz a seguinte súplica: “A ti levanto as mãos; a minha alma anseia por ti como terra sedenta. Senhor, responde-me depressa! O meu espírito desfalece; não me escondas a tua face, para que eu não me torne como os que baixam à cova. a) FAZE-ME OUVIR, pela manhã, da tua graça, pois em ti confio; b) MOSTRA-ME O CAMINHO por onde devo andar, porque a ti elevo a minha alma. c) LIVRA-ME, Senhor, dos meus inimigos; pois em ti é que me refugio. d) ENSINA-ME a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; que o teu bom Espírito e) ME GUIE por terreno plano. f) VIVIFICA-ME, Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, g) TIRA A MINHA ALMA da angústia.” (Salmo 143:6-11).

Quando examinamos cuidadosamente o Novo Testamento, não há como escapar da realidade que, embora estejamos muitos séculos depois do profeta Isaías, o fato de que a religiosidade de aparência é a mesma. O apóstolo Paulo chegou a dizer a Timóteo estas palavras: “Lembro da sua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em sua avó Loide e em sua mãe Eunice, e estou certo de que habita também em você.” (2 Timóteo 1:5). Ora, isto significa que em muitos existe uma fé hipócrita. Só externa.

Foi o que Jesus, ao final do Sermão da Montanha deixou bem evidente quando disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, vão me dizer: Senhor, Senhor, nós não profetizamos em seu nome? E em seu nome não expulsamos demônios? E em seu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Eu nunca conheci vocês. Afastem-se de mim, vocês que praticam o mal.” (Mateus 7:21-23). A palavra “muitos” nesta passagem precisas ser bom considerada.

Toda a religiosidade no tempo de Jesus, manifestada nas palavras e nas atitudes dos principais sacerdotes, dos anciãos, dos escribas, dos fariseus, se constituía em plena hipocrisia, e o capítulo 23 não deixa nenhuma dúvida sobre esta falta de integridade que marca todos quantos são hipócritas. Aqueles que “dizem e não fazem.” (Mateus 23:3). E sobre todos estes o Senhor Jesus profere os seus “AIS”. Leia este capítulo e verifique cada um destes “AIS”, que definem perfeitamente um hipócrita.
Paulo afirmou que os últimos dias seriam difíceis e apresenta uma lista imensa de características pecaminosas dos indivíduos concluindo “que seriam mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo forma de piedade, mas negando o poder dela. Fique longe também destes.” (2 Timóteo 3:4,5). Notou esta expressão – “tendo forma de piedade”, isto é, só aparência. Como os judeus no tempo de Isaías.

Precisamos buscar, como o salmista, “aprender os retos juízos do Senhor”, que nos foi também ordenado pelo apóstolo Pedro, quando escreveu: “Portanto, abandonem toda maldade, todo engano, hipocrisia e inveja, bem como todo tipo de maledicência. Como crianças recém-nascidas, desejem o genuíno leite espiritual, para que, por ele, lhes seja dado crescimento para a salvação, se é que vocês já têm a experiência de que o Senhor é bondoso.” (1 Pedro 2:1-3).”

Precisamos ler, ouvir e guardar no coração o ensino do Senhor e Salvador Jesus Cristo, ao concluir o Sermão da Montanha: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela não desabou, porque tinha sido construída sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.” (Mateus 7:24-27).

Louvar a Deus com a boca e a língua, durante as reuniões numa igreja local, mas entristecê-lo com nossas palavras e ações no dia a dia, faz de nossas vidas uma pura hipocrisia e fingimento. Não desejar crescer na graça e no conhecimento do Senhor, pelo estudo e meditação diária na Palavra de Deus, impedirá que sejamos fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder, para ter vitória contra as forças do mal e deste mundo, tão materialista, que nos cerca. Que o Senhor nos conduza ao arrependimento, a uma mudança total, e que possamos orar como o salmista: “Eu te darei graças com integridade de coração, quando tiver aprendido os teus retos juízos.” (Salmo 119:7).

HÁ UMA LUTA DURA A CADA DIA

Cada dia é mais um passo na jornada,
Ao passamos por lugares e pessoas,
E a passagem nossa fica assinalada
Ao fazemos coisas más e coisas boas.

Não apenas pelo jeito que fazemos,
Mas também nossa atitude e como somos,
Mostra o bem ou mostra o mal que promovemos.
Atentemos bem como nos comportamos!

Há uma dura luta, sempre, a cada dia,
Tentações se apresentam implacáveis;
O inimigo não hesita e assedia,
Pra acolhermos coisas vis, indesejáveis.

Lutas há por dentro, outras vêm por fora,
E o diabo com seus dardos destrutivos,
Pra levar-nos à derrota mesmo agora,
Oferece deste mundo os atrativos.

Não há trégua nem descanso na batalha,
É preciso sempre estar bem equipado,
Negligência é perigosa e atrapalha,
Vigilância é o dever do bom soldado.

Nesta luta que enfrentamos, tão constante,
Há também diárias adversidades,
Que aparecem de repente, num instante,
E revelam bem nossas fragilidades:

Mau humor, ingratidão, a vil malícia
Devem ser da nossa vida afastados.
A soberba, inveja, ira e impudicícia
Têm que ser da nossa vida eliminados.

E só há um meio para esta vitória
Que por Deus, por sua graça, é concedida
A quem crê em Jesus Cristo, o Rei da Glória,
E a Ele entrega toda a sua vida.

O poder de Deus é imenso, ilimitado,
Pois socorre e livra em qualquer circunstância,
E é somente em Sua bondade confiado
Que a vitória é real em cada instância.

Há uma arma extremamente valorosa
Para manejar-se bem, corretamente:
É a Palavra do Senhor, tão poderosa,
Que ela nos governe o coração e a mente.

Ó Espírito, de Ti nós nos enchemos
Pra que a nossa vida aqui produza fruto,
Sim, que bênçãos, ao passar, aqui deixemos.
Que conduzam todos a prestar-te culto.

Deus eterno, que grandioso desafio
É o de ser, falar e agir querendo isto:
Um viver em retidão, sem ter desvio;
Um viver, não eu, mas um viver em Cristo!

Gilberto Celeti

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SALMO 119 – ALEF – VERSO 6

Neste primeiro bloco de oito versículos (Salmo 119:1-8), todos iniciados com a letra ALEF, o salmista, faz afirmações mostrando que uma pessoa somente pode ser bem-aventurada se respeitar e obedecer a Palavra de Deus.

No verso seis, este é o texto em hebraico, palavra por palavra: אָז – ÅZ – Então / לֹא- אֵבוֹשׁ – LO-EVOSH – não ficaria confundido, / בְּהַבִּיטִי – BËHABYTY – atentando eu {lit.: no meu atentar}/ אֶל- כָּל- מִצְוֹתֶיךָ: – EL-KÅL-MITSËVOTEYKHA – para todos os teus mandamentos.

A primeira palavra “אָז”, traduzida por “então” é um advérbio que liga imediatamente com o versículo anterior, expressando que naquele momento, tempo, ocasião que ele, o salmista, que tanto ansiava por ter os seus passos firmes na observação dos preceitos do Senhor; ele não ficaria confundido e não se envergonharia em considerar, em observar atentamente, em ter respeito para com todos os mandamentos do Senhor.

Neste primeiro bloco com os versículos iniciando com a letra “ALEF” o tema principal é que DEUS É SANTO e que a SANTIDADE VEM EM PRIMEIRO LUGAR. A bem-aventurança, a felicidade real e verdadeira está intimamente ligada a uma vida santa. Este princípio permeia toda a Escritura Sagrada.

  • No Antigo Testamento está escrito: “Eu sou o Senhor , o Deus de vocês; portanto, consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo; e não se contaminem por nenhuma dessas criaturas que rastejam sobre o chão, entre todas as criaturas que se movem sobre a terra. Eu sou o Senhor , que os tirei da terra do Egito, para que eu seja o Deus de vocês; portanto, sejam santos, porque eu sou santo”. (Levítico 11:44,45).
  • No Novo Testamento este mandamento é fundamental: “…assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, porque está escrito: ‘Sejam santos, porque eu sou santo.’” (1 Pedro 1:15,16).

O salmista tem plena consciência que não terá do que se envergonhar quando considerar TODOS os mandamentos de Deus. Não é possível acolher alguns dos mandamentos e um ou outro deixar de lado, sem levar em consideração, sem dar a devida atenção e obediência. Imaginemos o salmista lendo, por exemplo, o que estava escrito em Levítico 19, quando o Senhor disse a Moisés:
“— Fale a toda a congregação dos filhos de Israel e diga-lhes: Sejam santos, porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo. Cada um respeite a sua mãe e o seu pai e guarde os meus sábados. EU SOU O SENHOR, O DEUS DE VOCÊS. Não se voltem para os ídolos, nem façam para si deuses de metal. EU SOU O SENHOR, O DEUS DE VOCÊS.
— Quando oferecerem um sacrifício pacífico ao Senhor, ofereçam-no para que vocês sejam aceitos. Podem comer dele no dia em que o oferecerem e no dia seguinte; mas o que sobrar, no terceiro dia, será queimado. Se uma parte dele for comida no terceiro dia, é abominação; não será aceita. Quem dele comer levará a sua iniquidade, porque profanou coisa santa do Senhor; por isso, será eliminado do seu povo.
— Quando você fizer a colheita da sua terra, não colha totalmente o canto do seu campo, nem volte para recolher as espigas caídas. Não seja rigoroso demais ao fazer a colheita da sua vinha, nem volte para recolher as uvas que tiverem caído no chão; deixe-as para os pobres e estrangeiros. EU SOU O SENHOR, O DEUS DE VOCÊS.
— Não furtem, não mintam, nem usem de falsidade uns com os outros. Não façam juramentos falsos pelo meu nome, pois vocês estariam profanando o nome do seu Deus. EU SOU O SENHOR.
— Não oprima nem roube o seu próximo. Que o pagamento do trabalhador diarista não fique com você até a manhã seguinte.

— Não amaldiçoe o surdo, nem ponha tropeço diante do cego, mas tema o seu Deus. EU SOU O SENHOR.
— Não seja injusto ao julgar uma causa, nem favorecendo o pobre, nem agradando o rico; julgue o seu próximo com justiça.
— Não ande como mexeriqueiro no meio do seu povo, nem atente contra a vida do seu próximo. EU SOU O SENHOR.
— Não guarde ódio no coração contra o seu próximo, mas repreenda-o e não incorra em pecado por causa dele.
— Não procure vingança, nem guarde ira contra os filhos do seu povo, mas ame o seu próximo como você ama a si mesmo. EU SOU O SENHOR.
— Guarde os meus estatutos. Não permita que os seus animais se ajuntem com os de espécie diversa. Não plante semente de duas espécies em seu campo, nem use roupa de dois tipos diferentes de tecido.

— Se um homem tiver relações com uma mulher, e esta for escrava prometida a outro homem, mas que não foi resgatada nem posta em liberdade, então deverá haver punição; não serão mortos, pois ela ainda não havia sido libertada. O homem, como oferta pela sua culpa, trará um carneiro ao Senhor, à porta da tenda do encontro. Com o carneiro da oferta pela culpa, o sacerdote fará expiação, diante do Senhor, pelo pecado que o homem cometeu, e o pecado lhe será perdoado.
— Quando entrarem na terra e plantarem todo tipo de árvore frutífera, os frutos dessas árvores lhes serão vedados; nos primeiros três anos serão impuros para vocês; não poderão comê-los. Porém, no quarto ano, todo fruto dessas árvores será santo, será oferta de louvores ao Senhor. No quinto ano, vocês poderão comer os frutos para que as árvores aumentem a sua produção. EU SOU O SENHOR, O DEUS DE VOCÊS.
— Não comam nada que tenha sangue. Não façam adivinhações nem pratiquem magia.
— Não cortem o cabelo nas têmporas, nem danifiquem as pontas da barba. Pelos mortos não façam cortes no corpo, nem ponham marca nenhuma sobre vocês. EU SOU O SENHOR.
— Não desonre a sua filha, fazendo dela uma prostituta, para que a terra não se prostitua, nem se encha de maldade. Guardem os meus sábados e reverenciem o meu santuário. EU SOU O SENHOR.

— Não se voltem para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procurem, pois vocês serão contaminados por eles. EU SOU O SENHOR, O DEUS DE VOCÊS. Fique em pé na presença dos idosos, honre a presença do ancião e tema o seu Deus. EU SOU O SENHOR.
— Não oprimam o estrangeiro que peregrinar na terra de vocês. Tratem o estrangeiro que peregrina entre vocês como tratam quem é natural da terra; amem o estrangeiro como amam a vocês mesmos, pois vocês foram estrangeiros na terra do Egito. EU SOU O SENHOR, O DEUS DE VOCÊS.
— Não cometam injustiça no juízo, nem na vara para medir, nem no peso, nem na quantidade. Tenham balanças justas, pesos justos e medidas de cereais e de líquidos que sejam justas. EU SOU O SENHOR, O DEUS DE VOCÊS, que os tirei da terra do Egito.
Guardem todos os meus estatutos e cumpram todos os meus juízos. EU SOU O SENHOR.”

Já vimos, considerando os primeiros versículos do salmo 119, que são bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor e que guardam os testemunhos de Deus e o buscam de todo o coração; os que não praticam iniquidade e os andam nos seus caminhos. O salmista ainda escreve que Deus ordenou os Seus preceitos para que sejam cumpridos à risca. E nos versículos seis e sete o salmista expressa o seu desejo e a sua oração: “Quem dera fossem firmes os meus passos, para que eu observe os teus decretos. Então não terei de que me envergonhar, quando considerar todos os teus mandamentos”.

A tragédia das tragédias aconteceu quanto Adão e Eva, nossos primeiros pais, desrespeitaram o mandamento de Deus, não o levaram em consideração e assim o pecado entrou no mundo, como lemos em Gênesis 3:18-21. A consequência ENTÃO, imediata, foi que Adão e Eva cobriram-se com folhas de figueira, sentindo-se nus e escondendo-se da presença de DEUS entre as árvores do jardim do Édem, demonstrando assim a sua vergonha, que numa das definições do dicionário significa sentimento penoso por ter cometido uma falta. E que falta!

Tristemente, desde a queda, a razão de todos os males que afetam a raça humana é exatamente esta rebelião e desobediência para com o Criador do Universo. Sua Palavra é desprezada. Por quê? Há algo absurdo nas orientações de Deus? Qual o problema nos mandamentos de Deus? Por que o sentimento de vergonha em obedecer ao Senhor? É algo completamente insensato, mas é o que acontece. O profeta Jeremias fez dois registros tocantes:

  • Jeremias 6:10-19 – “A quem falarei e testemunharei, para que ouçam? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos e não podem ouvir. Eis que a palavra do Senhor é para eles objeto de deboche; não gostam dela. Por isso, estou repleto da ira do Senhor; estou cansado de guardá-la dentro de mim. Derrame-a sobre as crianças pelas ruas e sobre os jovens nas suas reuniões. Porque até o marido e a mulher serão presos, e também os velhos e os que têm idade avançada. As suas casas serão entregues a outros, os campos e também as mulheres, porque estenderei a mão contra os habitantes desta terra, diz o Senhor. Porque desde o menor deles até o maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade. Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Será que ficaram envergonhados, porque cometeram abominação? Não, eles não ficaram com vergonha. Eles nem sabem o que é envergonhar-se. Portanto, cairão com os que caem; quando eu os castigar, tropeçarão, diz o Senhor. Assim diz o Senhor: Ponham-se à beira dos caminhos e olhem; perguntem pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andem por ele e vocês acharão descanso para a sua alma. Mas eles dizem: Não andaremos nele. Também pus atalaias sobre vocês, dizendo: Fiquem atentos ao som da trombeta. Mas eles dizem: Não escutaremos. Portanto, escutem, ó nações, e saiba, ó congregação, o que vai acontecer com eles! Ouça, ó terra! Eis que eu trarei mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos, porque não estão atentos às minhas palavras e rejeitam a minha lei.”
  • Jeremias 8:5-12 – “Por que, então, este povo de Jerusalém se afasta, em contínua rebeldia? Persiste no engano e não quer voltar. Eu escutei e ouvi, mas eles não falam o que é reto. Ninguém se arrepende da sua maldade. Ninguém pergunta: O que foi que eu fiz de errado? Cada um se afasta e segue o seu caminho como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha. Até a cegonha no céu conhece as suas estações, e a rolinha, a andorinha e o grou observam o tempo da sua migração. Mas o meu povo não conhece o juízo do Senhor. Como vocês podem dizer: Somos sábios, e a lei do Senhor está conosco? Na verdade, a falsa pena dos escribas a transformou em mentira. Os sábios serão envergonhados, aterrorizados e presos. Eis que rejeitaram a palavra do Senhor. Que sabedoria é essa que eles têm? Portanto, darei as mulheres deles a outros homens, e os seus campos, a novos possuidores. Porque, desde o menor deles até o maior, cada um está entregue à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade. Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Será que eles ficaram envergonhados por cometerem abominação? Não, eles não ficaram com vergonha. Eles nem sabem o que é envergonhar-se. Portanto, cairão com os que caem; quando eu os castigar, tropeçarão, diz o Senhor.”

Estamos distantes do salmista há milhares de anos e, lamentavelmente há pessoas, nos dias de hoje, que se colocam acima de Deus e fazem seus julgamentos particulares, colocando seus pensamentos em primeiro lugar, considerando que o Senhor estava equivocado em certos preceitos, ou que as épocas mudaram e eles entendem que precisam fazer adaptações, e acabam, com esta atitude, por rejeitarem literalmente a Palavra de Deus. É muito triste ver que este comportamento tem sido constante em toda a história – a rejeição e a desobediência à Palavra de Deus. Ninguém tem o direito de selecionar os princípios que lhe parecem mais convenientes ou favoráveis e rejeitar outros, pois isto só demonstra rebelião para com as ordens claras de Deus, ordens estas que o salmista sabiamente afirmou, precisam ser obedecidas à risca.

É necessário ler, ouvir, compreender e guardar no coração o que Jesus Cristo afirmou categoricamente: “Não pensem que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, mas para cumprir. Porque em verdade lhes digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que desrespeitar um destes mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado mínimo no Reino dos Céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no Reino dos Céus. Porque eu afirmo que, se a justiça de vocês não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrarão no Reino dos Céus”. (Mateus 5:17-20). O fato é que há muitos que raciocinam que por terem confiado em Jesus Cristo, isto lhes dá o direito de rejeitarem as escrituras do Antigo Testamento. Isto é totalmente equivocado.

Sim, Jesus Cristo libertou todos que nEle creem da maldição da lei, foi feito pecado por todos eles, libertou-os da perdição eterna, deu-lhes uma nova vida, mas jamais poderemos nos esquecer do que Ele mesmo afirmou: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, vão me dizer: Senhor, Senhor, nós não profetizamos em seu nome? E em seu nome não expulsamos demônios? E em seu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Eu nunca conheci vocês. Afastem-se de mim, vocês que praticam o mal.” (Mateus 7:21-23).

O apóstolo Paulo também deixou este alerta: “Ou vocês não sabem que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não se enganem: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem afeminados, nem homossexuais, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o Reino de Deus. Alguns de vocês eram assim. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.” (1 Coríntios 6:9-11).

  • Que libertos pelo sangue de Cristo, consideremos momento a momento a Palavra do SENHOR, e lembremo-nos que Jesus afirmou: “Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos” (Lucas 9:26).
  • Que pensemos nas palavras de Paulo: “…estou pronto a anunciar o evangelho…..Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.” (Romanos 1:15,16).
  • Que pensemos também nas palavras de João: “Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha.” (Apocalipse 16:15).

Consideremos em oração esta importante declaração do Novo Testamento: “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Afaste-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor. Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra. Assim, pois, se alguém se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu senhor, estando preparado para toda boa obra. Fuja das paixões da mocidade. Siga a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.” (2 Timóteo 2:19-22).

Os que, de fato, pertencem ao Senhor, são aqueles que se firmam na Palavra de Deus e que a seguem sabendo que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16,17).

Não importa qual a época, há uma palavra registrada pelo profeta Isaías que permanece: “Mas eis para quem olharei: para o aflito e abatido de espírito e que treme diante da minha palavra.” (Isaías 66:2).

E ao abrirmos o último livro da Bíblia Sagrada, lemos: “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando o seu anjo, deu a conhecer ao seu servo João, que atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu. Bem-aventurado aquele que lê, e bem-aventurados aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.” (Apocalipse 1:1-3).

Estamos dispostos a pagar o preço de sermos um destes bem-aventurado? E dispostos a dizer como o salmista: “Então não terei de que me envergonhar, quando considerar todos os teus mandamentos.” (Salmo 119:6)?

E podemos dizer: SIM, tão somente porque “todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus, e quem ama aquele que o gerou ama também o que dele é nascido. Nisto sabemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são difíceis de guardar. Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1 João 5:1-5).

E podemos atender a recomendação deixada pelo apóstolo Paulo: “Assim, meus amados, como vocês sempre obedeceram, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvam a sua salvação com temor e tremor, porque Deus é quem efetua em vocês tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Façam tudo sem murmurações nem discussões, para que sejam irrepreensíveis e puros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual vocês brilham como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida.” (Filipenses 2:12-16).

GUARDAR A PALAVRA TRAZ GRANDE RECOMPENSA

A Palavra é qual espada afiada,
Que desnuda a alma e não esconde nada,
Pra que sejam os pecados revelados,
Nomeados, com tristeza, confessados,

Para que andemos sempre humildemente,
Do Senhor inteiramente dependentes,
Livres da insensatez, da hipocrisia,
Livres da dura altivez, da rebeldia.

Haveria, por acaso, recompensa,
Que pudesse ser melhor ou mais imensa,
Do que estar com Jesus Cristo parecido,
Tendo em nós o Seu caráter refletido,

Para ações, motivações e reações,
No viver diário, em nossas relações,
Fosse então pra todo mundo demonstrado,
Que o Senhor o nosso ser tem transformado?

A Palavra de Deus quando respeitada,
E também quando estudada e amada,
Pouco a pouco, vai sendo compreendida;
Mas no instante em que é obedecida,

Torna-se mais preciosa que o ouro,
Para o crente é sempre o maior tesouro,
Alimento doce pra quem nela pensa,
Em obedecê-la há grande recompensa.

Sua Palavra nos conduz à adoração,
Enche o nosso coração de gratidão.
Na Palavra está nossa sabedoria,
Meditá-la é nossa maior alegria.

No pensar, e no falar, e no agir,
Tua Palavra vai, ó Deus, nos conduzir,
E nos deixe ó Deus ter essa recompensa:
Sermos agradáveis na Tua presença!

Gilberto Celeti

“Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”. (Mateus 24:35).

“A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos simples. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é límpido e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente, justos. São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos. Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar há grande recompensa. Quem há que possa discernir as suas próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas. Também da soberba guarda o teu servo; que ela não me domine. Então serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão. As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” (Salmo 19:10-14).

SALMO 119 – ALEF – VERSO 5

“Quem dera fossem firmes os meus passos, para que eu observe os teus decretos.” (Salmo 119:5).

Neste primeiro bloco de oito versículos (Salmo 119:1-8), todos iniciados com a letra ALEF, o salmista, faz afirmações mostrando que uma pessoa somente pode ser bem-aventurada se respeitar e obedecer a Palavra de Deus.

No verso cinco, que estamos considerando agora, este é p texto em hebraico: אַחֲלַי יִכֹּנוּ דְרָכָי לִשְׁמֹר חֻקֶּיךָ – Examinando palavra por palavra temos: אַחֲלַי – ACHALAY – Oxalá / יִכֹּנוּ – YKONU – fossem firmados / דְרָכָי – DËRÅKHÅY – (os) meus caminhos / לִשְׁמֹר – LISHËMOR – para guardar / חֻקֶּיךָ: – CHUQEYKHA: – (os) teus estatutos. – “Oxalá fossem firmados os meus caminhos para guardar os teus estatutos”

A primeira palavra “אַחֲלַי”, expressa um desejo intenso que algo aconteça, podendo ser traduzido por “tomara que”, ou “quem dera”, ou “oxalá” ou ainda “meu grande desejo é”.

É como se o salmista, reconhecendo sua necessidade pessoal de submeter-se obedientemente aos preceitos do Senhor, com a sua alma ansiosa, suspirasse diante de Deus e expondo o seu desejo, o seu pedido: “Senhor, quem dera fossem firmes os meus passos, para que eu observe os teus decretos”. A sua oração é: “Senhor, meu grande desejo é ser uma pessoa bem-aventurada”. Este é um pedido de alguém que sabe de sua própria dificuldade e limitação, que se sente, muitas vezes, fraco e falho.

Desde a queda, ocorrida no jardim do Éden, quando o desvio da ordem e da Palavra de Deus ocasionou a tragédia da entrada do pecado no mundo, todos os descendentes de Adão e Eva, sem exceção, nascem com uma natureza pecaminosa. Somos assim, totalmente propensos a nos desviar do caminho reto indicado pela Palavra de DEUS, por isso é absolutamente necessário sempre suplicar: “SENHOR, guia-me pelas veredas da justiça, por amor do Teu Nome.” (Salmo 23:3). E podemos também, se desejamos ser abençoados, seguir o salmista nesta oração, tendo o mesmo desejo sincero: “Quem dera fossem firmes os meus passos, para que eu observe os teus decretos.” (Salmo 119:5).

Refletindo atentamente nos primeiros capítulos do livro de Gênesis, quando terminamos a leitura do capítulo quatro, o primeiro texto após a queda e a expulsão do homem e da mulher do Paraíso, podemos, sem qualquer sombra de dúvida dar o seguinte título a este capítulo: OS DOIS CAMINHOS! Sim ali se descortina o que chamaríamos o caminho daquele que se aproxima de Deus, crendo e obedecendo a Sua Palavra – O CAMINHO DE ABEL (o caminho da santidade); e o caminho daquele que se afasta de Deus, pois está exatamente fazendo o contrário do que Deus determina e que prefere seguir seu próprio caminho – O CAMINHO DE CAIM (o caminho da impiedade).

Para o salmista, familiarizado com as Escrituras do Antigo Testamento, isto está muito claro, não só no desdobramento histórico que culminou na catástrofe que foi o Dilúvio, o juízo de Deus que não suportava mais a violência e a desobediência da sociedade humana, pois lemos que o “Senhor viu que a maldade das pessoas havia se multiplicado na terra e que todo desígnio do coração delas era continuamente mau. Então o Senhor ficou triste por haver feito o ser humano na terra, e isso lhe pesou no coração. O Senhor disse: Farei desaparecer da face da terra o ser humano que criei. Destruirei não apenas as pessoas, mas também os animais, os seres que rastejam e as aves dos céus; porque estou triste por havê-los feito. Porém Noé encontrou favor aos olhos do Senhor. São estas as gerações de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus. Gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé. A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. Deus olhou para a terra, e eis que estava corrompida; porque todos os seres vivos haviam corrompido o seu caminho na terra. Então Deus disse a Noé: Resolvi acabar com todos os seres humanos, porque a terra está cheia de violência por causa deles. Eis que os destruirei juntamente com a terra.” (Gênesis 6:5-13). E temos um resumo impactante da vida de Noé registrado na carta aos Hebreus, no Novo Testamento: “Pela fé, Noé, divinamente instruído a respeito de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, construiu uma arca para a salvação de sua família. Assim, ele condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé.” (Hebreus 11:7).

No registro dos capítulos cinco e seis de Gênesis, é espantoso verificar que a maioria esmagadora seguia pelo “caminho da impiedade”, e apenas um homem, Noé, deve ter vivido em sua época orando como o salmista: “Oxalá fossem firmados os meus caminhos para guardar os teus estatutos”. Provavelmente o salmista poderia estar orando: “Senhor, ajuda-me a ser em minha época, como foi o Teu servo Noé, no passado”.

O salmista tinha conhecimento da história de seu povo, escolhido pelo Eterno Deus para ser canal de bênção para todas as nações, como está registrado em Gênesis 12:1-3: “O Senhor disse a Abrão: Saia da sua terra, da sua parentela e da casa do seu pai e vá para a terra que lhe mostrarei. Farei de você uma grande nação, e o abençoarei, e engrandecerei o seu nome. Seja uma bênção! Abençoarei aqueles que o abençoarem e amaldiçoarei aquele que o amaldiçoar. Em você serão benditas todas as famílias da terra”. Seria a nação onde nasceria “o descendente da mulher” que esmagaria a cabeça de Satanás, a serpente enganadora, e que traria redenção ao ser humano. No plano eterno de Deus, o Redentor, o Salvador, nasceria como um judeu.

Israel seria também uma nação distinta de todas as outras, para atuar como um povo cuja história, existência e modo de agir, apontassem claramente para a pessoa do Eterno Criador, mantendo viva a expectativa da vinda do Redentor e Salvador. A história da libertação de Israel do Egito, por intermédio de Moisés, é a mais extraordinária história que se conhece a respeito de uma nação. E Deus disse a Moisés, quando os israelitas estavam diante do monte Sinai, para receber as leis, estatutos e mandamentos diretamente da parte de Deus, as seguintes palavras: “Assim você falará à casa de Jacó e anunciará aos filhos de Israel: Vocês viram o que fiz aos egípcios e como levei vocês sobre asas de águia e os trouxe para perto de mim. Agora, pois, se ouvirem atentamente a minha voz e guardarem a minha aliança, vocês serão a minha propriedade peculiar dentre todos os povos. Porque toda a terra é minha, e vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. São estas as palavras que você falará aos filhos de Israel. Moisés foi, chamou os anciãos do povo e expôs diante deles todas estas palavras que o Senhor lhe havia ordenado. Então todo o povo respondeu a uma só voz: Tudo o que o Senhor falou faremos. E Moisés relatou ao Senhor as palavras do povo.” (Êxodo 19:3-8). Será que o povo de Israel obedeceria às ordenanças e aos estatutos do Senhor?

A história de Israel mostra a dificuldade imensa que há no coração humano em andar de acordo com a vontade de Deus. Este povo, após ter saído do Egito, não entrou imediatamente na terra prometida por Deus, pela dureza do seu coração, pois mesmo tendo vivenciado o poder de Deus em tirá-los da escravidão do Egito, não confiaram no poder de Deus para colocá-los em Canaã. Ficaram andando durante quarenta anos, até que uma nova geração viesse a nascer e todos, exceto Josué e Calebe, fossem sepultados no próprio deserto.

No final destes quarenta anos, Moisés reúne esta nova geração, na planície do Jordão, sua última parada, e faz vários discursos, todos eles registrados no livro de Deuteronômio. Ele conta a todos a história da nação, advertindo-os sobre como deveriam andar a partir da nova fase que iniciariam sob o comando de Josué. No seu segundo discurso ficamos sabendo o que aconteceu por ocasião do recebimento dos mandamentos diretamente da parte de Deus. Moisés diz:

“Face a face o Senhor falou conosco, no monte, do meio do fogo. Naquela ocasião, eu me coloquei entre o Senhor e vocês, para lhes anunciar a palavra do Senhor, porque vocês ficaram com medo do fogo e não subiram o monte. E o Senhor disse:
(01)— Eu sou o Senhor , seu Deus, que o tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não tenha outros deuses diante de mim.
(02)— Não faça para você imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não adore essas coisas, nem preste culto a elas, porque eu, o Senhor , seu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam, mas faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
(03)— Não tome o nome do Senhor, seu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
(04)— Guarde o dia de sábado, para o santificar, como o Senhor, seu Deus, lhe ordenou. Seis dias você trabalhará e fará toda a sua obra, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao Senhor, seu Deus; não faça nenhum trabalho nesse dia, nem você, nem o seu filho, nem a sua filha, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento ou qualquer outro dos seus animais, nem o estrangeiro das suas portas para dentro, para que o seu servo e a sua serva descansem como você. Lembre-se de que você foi escravo na terra do Egito e que o Senhor, seu Deus, o tirou de lá com mão poderosa e braço estendido. Por isso o Senhor, seu Deus, ordenou que você guardasse o dia de sábado.
(05)— Honre o seu pai e a sua mãe, como o Senhor, seu Deus, lhe ordenou, para que você tenha uma longa vida e para que tudo vá bem com você na terra que o Senhor, seu Deus, lhe dá.
(06)— Não mate.
(07)— Não cometa adultério.
(08)— Não furte.
(09)— Não dê falso testemunho contra o seu próximo.
(10)— Não cobice a mulher do seu próximo. Não deseje a casa do seu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao seu próximo.

“São estas as palavras que o Senhor falou a toda a congregação de vocês, junto ao monte. Ele falou do meio do fogo, da nuvem e da escuridão, com voz forte, e nada acrescentou. Ele escreveu essas palavras em duas tábuas de pedra, e as deu para mim. Quando ouviram a voz que vinha do meio das trevas, enquanto o monte estava em chamas, vocês se aproximaram de mim, todos os chefes das tribos e os anciãos, e disseram:

“Eis que aqui o Senhor, nosso Deus, nos mostrou a sua glória e a sua grandeza, e ouvimos a sua voz do meio do fogo. Hoje vimos que Deus fala com as pessoas e que elas permanecem vivas. Agora, pois, por que morreríamos? Pois este grande fogo nos consumirá! Se continuarmos a ouvir a voz do Senhor, nosso Deus, morreremos. Afinal, de toda a humanidade, quem é que ouviu a voz do Deus vivo falar do meio do fogo, como nós ouvimos, e permaneceu vivo? Aproxime-se você e ouça tudo o que o Senhor, nosso Deus, disser. Você nos dirá tudo o que o Senhor, nosso Deus, lhe disser. Nós ouviremos e cumpriremos o que for dito.

“Quando o Senhor ouviu o que vocês disseram, quando falavam comigo, o Senhor me disse: Eu ouvi as palavras que este povo lhe falou, e em tudo eles falaram muito bem. QUEM DERA que eles sempre tivessem tal coração, e sempre me temessem e guardassem todos os meus mandamentos! Assim tudo iria bem para eles e para os filhos deles, para sempre! Vá e diga-lhes que voltem para as suas tendas. Mas você fique aqui comigo, e eu lhe direi todos os mandamentos, estatutos e juízos que você lhes ensinará, para que os cumpram na terra que eu lhes darei para que seja deles.

“Tenham o cuidado de fazer como o Senhor, seu Deus, lhes ordenou. Não se desviem, nem para a direita nem para a esquerda. Andem em todo o caminho que o Senhor, seu Deus, lhes ordenou, para que vocês vivam, para que tudo lhes vá bem, e para que se prolonguem os seus dias na terra que irão possuir.” (Deuteronômio 5:4-33).

Sim, sem nenhuma sombra de dúvida, o salmista tinha conhecimento da história de seu povo que, lamentavelmente, como dissera o próprio DEUS: “QUEM DERA que eles sempre tivessem tal coração, e sempre me temessem e guardassem todos os meus mandamentos!” (Deuteronômio 5:29). A história aponta exatamente esta falha, e o salmista então mostra o seu desejo, de ter um coração diferente, que possa temer a Deus: “Quem dera fossem firmes os meus passos, para que eu observe os teus decretos.” (Salmo 119:5). O salmista sabe que a SANTIDADE VEM EM PRIMEIRO LUGAR.

O fato é que desde Caim e Abel, entre o caminho da impiedade e o caminho da santidade, a inclinação natural, devido ao pecado, tem sido pelo caminho da impiedade. E qual foi a diferença entre Caim e Abel? Foi que Abel, embora pecador, buscou a Deus oferecendo um cordeiro em sacrifício. Esta consciência de que, “sem derramamento de sangue não há remissão” (Hebreus 9:22), vai acompanhar todos os que seguem por este caminho e lemos a seu respeito que “pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício mais excelente do que Caim, pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas.” (Hebreus 11:4).

Ao formar o povo de Israel, o Senhor desejava, em primeiro lugar, que fosse uma nação santa, e a lei dada por Deus ao seu povo, da mesma maneira que expunha um coração inclinado para a desobediência e ao pecado, mostrava também, e isto fica evidente no livro de Levítico, a necessidade do sangue purificador. Podemos afirmar que os “santos” do tempo do Antigo Testamento, não foram os que cumpriram a lei, o que é impossível, mas sim os que confiaram na provisão de um cordeiro que os substituísse, derramando seu sangue em favor dos seus próprios pecados. Os santos do Antigo Testamento, tinham esta consciência para dizer de maneira contrita ao Senhor: “Quem dera fossem firmes os meus passos, para que eu observe os teus decretos.” (Salmo 119:5). Reconheciam suas faltas, se apropriavam do perdão e buscavam andar sempre de acordo com os princípios da Palavra de Deus.

Davi, no salmo 53 registra de maneira admirável o estado corrompido do coração humano e clama pela cumprimento da promessa da chegada do Redentor e Salvador prometido, desde a queda de Adão e Eva. O fato é que Deus formou uma nação para que este desejo fosse mantido e o padrão de santidade de Deus só mostrava mesmo a necessidade deste Salvador. Medite no que está escrito neste precioso salmo: “Diz o insensato no seu coração: ‘Não há Deus.’ Corrompem-se e praticam iniquidade; já não há quem faça o bem. Do céu Deus olha para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. Será que não entendem nada esses que praticam a iniquidade, que devoram o meu povo como se comessem pão e que não invocam a Deus? Ficam tomados de grande pavor, onde não há o que temer; porque Deus dispersa os ossos daqueles que cercam você; você faz com que fiquem envergonhados, porque Deus os rejeita. QUEM DERA QUE DE SIÃO VIESSE JÁ A SALVAÇÃO DE ISRAEL! Quando Deus restaurar a sorte do seu povo, Jacó exultará e Israel se encherá de alegria”.

Agora, que vivemos nos tempos do Novo Testamento, temos o privilégio de saber que “quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao nosso coração, e esse Espírito clama: “Aba, Pai!” Assim, você já não é mais escravo, porém filho; e, sendo filho, também é herdeiro por Deus”. (Gálatas 4:4-7). Sim, Jesus Cristo é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”! (João 1:29). E Jesus afirmou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6). Crendo que Jesus morreu em nosso lugar, pelos nossos pecados, como está escrito: “Aquele (Jesus Cristo) que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. (2 Coríntios 5:21), somos feitos novas criaturas, perdoados, libertados, reconciliados com Deus, adotados como filhos de Deus, habitados pelo Espírito Santo, e herdeiros de Deus. É o milagre dos milagres!

E nesta condição não só oramos como o salmista: Ó Senhor, “oxalá fossem firmados os meus caminhos para guardar os teus estatutos”, mas buscamos também, no poder do Espírito Santo, andar em novidade de vida, em santidade, reconhecendo que o próprio Senhor nos desafia para que desenvolvamos a nossa salvação, com temor e tremor, como está registrado em Filipenses 2:12-16: “Porque Deus é quem efetua em vocês tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Façam tudo sem murmurações nem discussões, para que sejam irrepreensíveis e puros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual vocês brilham como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida”.

E, juntamente com todos os servos de Deus que viveram antes da vinda de Cristo, como os que viveram depois e com aqueles que estão vivos hoje, chegaremos todos a mesma conclusão do profeta: “Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao ser humano determinar o seu caminho, nem cabe ao que anda dirigir os seus passos”. (Jeremias 10:23).

AMANDO OUVIR A DEUS

É a vida, na verdade, um absurdo
Para aquele que com Deus se mostra surdo;
Pois embora tenha ouvidos não escuta,
E da direção de Deus jamais desfruta.

E Deus bem que se revela, e claramente,
A quem à Sua Palavra é obediente.
Necessário é ouvi-lo cada dia;
E amar Sua Palavra, que alegria!

Outras vozes permaneçam bem caladas,
Pois nos levam para direções erradas.
Seja o nosso compromisso com a verdade,
E vivamos sempre em graça e santidade.

Sim, são tantos os barulhos, os ruídos,
Mas somente à Tua voz damos ouvidos!
Teu ensino sempre aponta para a cruz,
E Tua poderosa voz diz: Só Jesus!

Gilberto Celeti

“Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi… Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus.” (Mateus 17:5b e 8).

“Quanto amo a tua lei! É a minha meditação todo o dia!” (Salmo 119:97).

SALMO 119 – VERSO 123

“Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” (Salmo 119:123)

No hebraico este versículo inicia com a letra “ ע  Ayin” formando a palavra עֵינַי “EYNAY”, (os meus olhos). Já mencionamos que o nome desta letra também significa olho, visão e que a letra em si não tem som. Isto traz a ideia que embora seja uma letra muda, no entanto vê; indicando compreensão, percepção. Todos os versículos deste bloco (121 a 128) começam com “Ayin”, letra que não tem correspondente na língua portuguesa.

Jeremias ao escrever o livro de Lamentações, nos capítulos 1 a 4, também usou o mesmo método do escritor do Salmo 119, fazendo com que os 22 versículos de cada capítulo iniciassem com as letras do alfabeto hebraico. No capítulo 3, Jeremias usa as letras de três em três versículos, contendo então este capítulo 66 versículos. Veja como Jeremias destaca os “OLHOS” ao escrever os versículos iniciados com a letra “Ayin”:

  • “Por estas coisas, eu choro; os MEUS OLHOS, os MEUS OLHOS se desfazem em lágrimas. Porque o consolador, que devia restaurar as minhas forças, se afastou de mim. Os meus filhos estão desolados, porque o inimigo prevaleceu” (Lamentações 1:16).
  • “O Senhor fez o que tinha EM VISTA; cumpriu a ameaça que pronunciou desde os dias da antiguidade. Derrubou sem dó nem piedade; deixou que os inimigos se alegrassem por causa de você e exaltou o poder dos seus adversários” (Lamentações 2:17).
  • “Os MEUS OLHOS choram, não cessam, e não há descanso, até que o Senhor atenda e VEJA lá do céu. O que VEJO entristece a minha alma: o sofrimento de todas as filhas da minha cidade” (Lamentações 3:49-51).
  • “OS NOSSOS OLHOS ainda desfalecem, esperando socorro que nunca chega; de nossas torres, temos OLHADO para um povo que não nos pode livrar” (Lamentações 4:17).

Perceba que no versículo 123 do Salmo 119, o sentimento e a percepção do salmista são idênticas as de Jeremias: “Os meus OLHOS desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” Jeremias afirma: “esperando socorro que nunca chega”, “OLHANDO para um povo que não nos pode livrar”, e vendo que “o inimigo prevaleceu”.

Quando a expectativa do cumprimento da promessa de Deus está prestes a desaparecer, o que fazer? Foi Jeremias também, que expressou esta espera angustiante por uma libertação que não chega, ao registrar: “Ó Esperança de Israel e Redentor do teu povo no tempo da angústia, por que serias como estrangeiro na terra e como viajante que fica só uma noite? Por que serias como homem que foi pego de surpresa, como valente que não pode salvar? Mas tu, ó Senhor , estás em nosso meio, e nós somos chamados pelo teu nome. Não nos abandones!” (Jeremias 14:8,9). O fato é que embora sem enxergar uma saída, ou a luz no fim do túnel, apesar dos olhos desfalecerem de tanto chorar, não há razão para desistir da esperança. Quantas vezes o futuro, na história dos servos de Deus, pode ser comparado com um beco sem saída, mas mesmo assim aquela expectativa santa manteve a confiança nas promessas da Palavra de Deus.

Os olhos (indicando a capacidade de perceber, de compreender, de avaliar os acontecimentos, de considerar o certo e o errado, o bem e o mal, apesar de todas as circunstâncias hostis) continuam esperando pela salvação e confiando na Palavra de Deus, continuam confiando nas Suas promessas, e firmados na esperança, continuam mantendo a atitude de louvor e adoração a Deus. Há um paradoxo aqui: um desfalecimento na espera tão demorada e ao mesmo tempo um descanso, no Eterno.

Davi registra isto de maneira extraordinariamente maravilhosa: “Não se irrite por causa dos malfeitores, nem tenha inveja dos que praticam a iniquidade. Pois em breve eles secarão como a relva e murcharão como a erva verde. CONFIE no Senhor e faça o bem; habite na terra e alimente-se da verdade. AGRADE-SE do Senhor , e ele satisfará os desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor, CONFIE nele, e o mais ele fará. Fará com que a sua justiça sobressaia como a luz e que o seu direito brilhe como o sol ao meio-dia. DESCANSE no Senhor e ESPERE nele; não se irrite por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do que realiza os seus maus desígnios. Deixe a ira, abandone o furor; não se irrite; certamente isso acabará mal. Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que ESPERAM no Senhor possuirão a terra. Mais um pouco de tempo, e já não existirão os ímpios; você procurará no lugar onde eles estavam e não os encontrará. Mas os mansos herdarão a terra e terão alegria na abundância de paz” (Salmo 37:1-11).

E este salmo termina assim: “O perverso espreita o justo e procura tirar-lhe a vida. Mas o Senhor não o deixará nas mãos do perverso, nem o condenará quando for julgado. ESPERE no Senhor e ANDE nos seus caminhos; ele o exaltará para que você herde a terra; você verá quando os ímpios forem exterminados. Vi um ímpio prepotente expandir-se como um cedro do Líbano. Passei, e eis que havia desaparecido; procurei-o, e já não foi encontrado. Observe aquele que é íntegro e reto; porque o futuro dele será de paz. Quanto aos transgressores, serão todos destruídos; a descendência dos ímpios será exterminada. Mas a salvação dos justos vem do Senhor; ele é a fortaleza deles em tempos de angústia. O Senhor os ajuda e os livra; livra-os dos ímpios e os salva, porque nele buscam refúgio” (Salmo 37:32-40).

Nas Escrituras, em todo o período da história coberto pelo Antigo Testamento, destaca-se firmemente a promessa do Eterno Deus, de que a justiça se estabelecerá, e a história perseverante de homens e mulheres que viveram a espera da concretização desta promessa. São décadas, séculos e milênios de história que ficam resumidos num único capítulo, o capítulo onze de Hebreus, com alguns nomes que são conhecidos como a galeria dos heróis da fé. Que histórias estupendas estão ali registradas, e todos eles poderiam ter escrito o versículo 123 do salmo 119: “Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” E o escritor da carta aos Hebreus, afirma que: “O mundo não era digno deles. Andaram errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. Todos estes, mesmo tendo obtido bom testemunho por meio da fé, não obtiveram a concretização da promessa” (Hebreus 11:38,39).

Em todo o período do Antigo Testamento, destacam-se momentos em que a promessa, que pela primeira vez fora dada por Deus, ainda no Jardim do Édem, de que viria um descendente da mulher que esmagaria a cabeça de satanás, foi novamente firmada, por meio de alianças, como as que foram feitas com Noé, com Abraão, com Moisés, com Davi. Quando se cumpriria? E os profetas anunciavam: “Eis aí vêm dias, diz o Senhor , em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não segundo a aliança que fiz com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; pois eles quebraram a minha aliança, apesar de eu ter sido seu esposo, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no seu coração as inscreverei; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: “Conheça o Senhor !” Porque todos me conhecerão, desde o menor até o maior deles, diz o Senhor . Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.” (Jeremias 31:31-34).

Muitos profetas, servos de Deus, passaram por momentos angustiantes, sempre na expectativa que a promessa se cumpriria e deixaram registradas suas palavras, que sempre animaram os fiéis em cada geração:

  • Habacuque 2:3 – “Porque a visão ainda está para se cumprir no tempo determinado; ela se apressa para o fim e não falhará. Mesmo que pareça demorar, espere, porque certamente virá; não tardará.”
  • Habacuque 3:16-19 – “Ouvi isso, e o meu íntimo se comoveu; os meus lábios tremeram ao ouvir a sua voz. A podridão entrou nos meus ossos, e os meus joelhos vacilaram, pois, em silêncio, devo esperar o dia da angústia, que virá contra o povo que nos ataca. Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na videira; ainda que a colheita da oliveira decepcione, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas desapareçam do aprisco, e nos currais não haja mais gado, mesmo assim eu me alegro no Senhor , e exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza. Ele dá aos meus pés a ligeireza das corças, e me faz andar nas minhas alturas.”
  • Miquéias 7:7 – “Eu, porém, olharei para o Senhor e esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá.”
  • Isaías 40:29-31 – “Ele fortalece o cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços, de exaustos, caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.”
  • Isaías 49:23 – “Então você saberá que eu sou o Senhor e que os que esperam em mim não serão envergonhados.”
  • Isaías 64:4 – “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.”

E é importante lembrar que em todas as épocas, mesmo nas mais desanimadoras, há uma realidade que precisa ser considerada e que Deus revelou ao  profeta Elias, que se encontrava extremamente desesperançado: “Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou.”  (1 Reis 19:18). Sim, Deus sempre teve um remanescente fiel! Foi o que também deixou registrado o profeta Isaías: “Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado alguns sobreviventes, já nos teríamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra.” (Isaías 1:9).

Quando chegamos ao tempo do Novo Testamento, é muito importante notar a maneira como Lucas apresenta o seu evangelho, fazendo a seguinte introdução: “Visto que muitos já empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra, igualmente a mim pareceu bem, depois de cuidadosa investigação de tudo desde a sua origem, dar-lhe por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que você tenha plena certeza das verdades em que foi instruído.” (Lucas 1:1-4).

Lucas mencionas duas pessoas, provavelmente deste grupo de sete mil desconhecidos que Deus conserva. Homens e mulheres que aguardavam o cumprimento da promessa da vinda do Salvador. Homens e mulheres que fariam suas as palavras do Salmista: “Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” (Salmo 119:123):

  • Simeão – “Em Jerusalém havia um homem chamado Simeão. Este homem era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Ele tinha recebido uma revelação do Espírito Santo de que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: ‘Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.’” (Lucas 2:25-32).
  • Ana – “Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Ela era bem idosa, tendo vivido com o marido sete anos desde que tinha se casado. Agora era viúva de oitenta e quatro anos. Ela não deixava o templo, mas adorava noite e dia, com jejuns e orações. E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.” (Lucas 2:36-38).

Foi Lucas também que no final do Evangelho conta o fato ocorrido no caminho de Jerusalém para Emaús, quando dois discípulos iam conversando e Jesus, ressurreto, se aproximou deles sem ser reconhecido. E na conversa um deles assim se expressou: “Nós ESPERÁVAMOS que fosse ele quem havia de redimir Israel. Mas, depois de tudo isto, já estamos no terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.” (Lucas 24:21).

Lucas escreveu o seu segundo livro, Atos, com o mesmo critério que havia usado ao escrever o primeiro, e logo no início registrou os últimos instantes de nosso Senhor Jesus Cristo aqui no mundo: “Depois de ter padecido, Jesus se apresentou vivo a seus apóstolos, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas relacionadas com o Reino de Deus. E, comendo com eles, deu-lhes esta ordem: — Não se afastem de Jerusalém, MAS ESPEREM A PROMESSA do Pai, a qual vocês ouviram de mim. Porque João, na verdade, batizou com água, mas vocês serão batizados como Espírito Santo, DENTRO DE POUCOS DIAS. Então os que estavam reunidos com Jesus lhe perguntaram: Será este o tempo em que o Senhor irá restaurar o reino a Israel? Jesus respondeu: NÃO CABE A VOCÊS CONHECER TEMPOS OU ÉPOCAS QUE O PAI FIXOU PELA SUA PRÓPRIA AUTORIDADE. Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra. Depois de ter dito isso, Jesus foi elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fixos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois homens vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Homens da Galileia, por que vocês estão olhando para as alturas? Esse Jesus que foi levado do meio de vocês para o céu VIRÁ DO MODO COMO VOCÊS O VIRAM SUBIR.” (Atos 1:3-11).

Vivemos neste período que é identificado como “os últimos dias”. Desde o Pentecostes, registrado em Atos 2 até hoje, o Espírito Santo é que vem atuando com poder em todo o mundo. Jesus, numa conversa especial com seus discípulos já lhes havia ensinado sobre o que estava para acontecer, dizendo: “Mas eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vocês; mas, se eu for, eu o enviarei a vocês. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque eles não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.” (João 16:7-11).

Já estamos com dois mil anos de história e neste período, em todos os continentes, o Espírito Santo, por meio de suas testemunhas, tem realizado, no coração de muitos, exatamente o que Paulo escreveu a Tito: “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos. Ela nos educa para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste mundo de forma sensata, justa e piedosa, AGUARDANDO A BENDITA ESPERANÇA e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Ele deu a si mesmo por nós, a fim de nos remir de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, dedicado à prática de boas obras.” (Tito 2:11-14).

Não há privilégio maior do que este: ser um cristão! E ao longo destes dois mil anos de história, há uma história que ainda está em andamento, pois o livro de Atos ficou incompleto. Está sendo escrito. E há capítulos inteiros que mostram incontáveis homens e mulheres cristãos que foram usados para levar a mensagem do evangelho até aos confins da terra. Há ainda etnias a serem alcançadas. E há milhares que foram perseguidos, aprisionados e martirizados, unicamente por serem crentes no Senhor Jesus Cristo e servos de Deus. O autor da carta aos Hebreus escreveu-lhes desta maneira: “Em certos momentos vocês foram transformados em espetáculo, tanto para serem insultados quanto para serem maltratados; em outros vocês se tornaram coparticipantes com aqueles que foram tratados assim. Porque vocês não apenas se compadeceram dos encarcerados, mas também aceitaram com alegria a espoliação dos seus bens, porque sabiam que tinham um patrimônio superior e durável. Portanto, não percam a confiança de vocês, porque ela tem grande recompensa. Vocês precisam perseverar, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcancem a promessa. ‘Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não irá demorar; mas o meu justo viverá pela fé; e, se retroceder, dele a minha alma não se agradará.’ Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição, mas somos da fé, para a preservação da alma.” (Hebreus 10:33-39). Que estejamos sempre atentos a esta porção tão preciosa da carta aos Hebreus!

Se você ainda não leu o LIVRO DOS MÁRTIRES, escrito por John Foxe, procure ler. É extraordinário. Você conhecerá a história de milhares que por sua fé e por sua esperança em Cristo, disseram o mesmo que disse o salmista: “Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” (Salmo 119:123). E mesmo desfalecendo e sendo torturados e mortos partiram para a eternidade com santa expectativa. É sobre estes que lemos no livro de Apocalipse: “Quando o Cordeiro quebrou o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. Clamaram com voz forte, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então a cada um deles foi dada uma veste branca, e lhes foi pedido que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como eles tinham sido.” (Apocalipse 6:9-11). Estaremos eu e você prontos para fazer parte destes? Em muitos países hoje e em cada século, isto vem acontecendo.

Como cristãos falemos como o salmista: “Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” (Salmo 119:123). Oremos como o Senhor Jesus Cristo nos ensinou: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o Teu Reino” (Mateus 6:9,10). Exclamemos: MARANATA, palavra aramaica que quer dizer: “Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22:20).

Como cristãos, concordemos com estas palavras do apóstolo Paulo: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação AGUARDA a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não por sua própria vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será libertada do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, AGUARDANDO a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. Porque NA ESPERANÇA FOMOS SALVOS. Ora, ESPERANÇA QUE SE VÊ NÃO É ESPERANÇA. Pois quem espera o que está vendo? Mas, SE ESPERAMOS O QUE NÃO VEMOS, COM PACIÊNCIA O AGUARDAMOS.” (Romanos 8:18-25).

E podemos concluir relembrando que “agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior deles é o amor.” (1 Coríntios 13:13). E também desejando e orando para “que o próprio Jesus Cristo, nosso Senhor, e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, console o coração de vocês e os fortaleça em toda boa obra e boa palavra.” (2 Tessalonicenses 2:16,17).

AGUARDANDO VIGILANTE O ESPOSO

Que noite longa, demorada, tão comprida,
Tão perigosa, traiçoeira, bem escura;
Vigia atento o sentinela na guarida,
Compenetrado e bem armado na postura.

Por todo lado há inimigos traiçoeiros,
As heresias se aproximam numerosas,
Pecados mostram-se, sempre alvissareiros,
São atraentes as mentiras religiosas.

Oh! Como cresce a ímpia infidelidade!
Oh! Como é forte a vil e tola idolatria!
Oh! Como é sempre desprezada a verdade!
Oh! Como aumenta e ganha força a apostasia!

Já está brilhando, ó guarda, a estrela matutina?
Que um novo dia, de esperança, sinaliza?
Que venha logo o sol que tudo ilumina,
Com toda força e de forma tão precisa;

Que afasta as trevas tão escuras deste mundo,
Que traz à Igreja do Senhor o real gozo,
Pois ama a Cristo com amor puro e profundo,
Como uma noiva esperançosa aguarda o esposo!

Gilberto Celeti

“Guarda, falta muito para acabar a noite? Guarda, falta muito?” (Isaías 21:11)

SALMO 119 – VERSO 122

“Sê fiador do teu servo para o bem; não permitas que os soberbos me oprimam.” (Salmo 119:122).

A letra “AYIN” que estamos considerando neste bloco de oito versículos (121 a 128) traz, em si, a ideia de “percepção”, um olhar profundo em todas as dimensões da vida e da realidade. Na oração que o salmista faz neste versículo, ele tem a consciência de ser um servo de Deus que vem experimentando opressão, da qual deseja ficar livre. Ele demonstra também uma consciência de sua completa incapacidade de fazer o que é bom, e o que é certo, ao iniciar este versículo com a palavra עָשִׂיתִי – AROV=Fiador (Fica por fiador). Ele súplica que DEUS fique por seu fiador.

Fiador é aquele que assegura o cumprimento dos deveres e obrigações de outro, que se responsabiliza em pagar a conta que o outro não consegue pagar. A dívida será paga sem problema porque o fiador garante.

Temos o exemplo muito precioso de Jó, um servo de Deus diferenciado. A seu respeito o próprio Senhor assim falou, ao perguntar a Satanás: “Você reparou no meu servo Jó? Não há ninguém como ele na terra. Ele é um homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal.” (Jó 1:8). As aflições e os sofrimentos por ele experimentados, o oprimiram como nunca se viu igual. O salmista também orava: “não permitas que os soberbos me oprimam”. E no caso de Jó ele foi oprimido pelo soberbo maior, o próprio diabo.

Jó chegou a desejar nunca ter nascido e chegou a dizer estas palavras: “O meu espírito vai se consumindo, os meus dias vão se apagando, e só tenho diante de mim a sepultura. Estou cercado de zombadores, e os meus olhos são obrigados a contemplar as suas provocações.” E qual foi a sua oração? Jó pediu: “Dá-me, ó Deus, um penhor, e sê o meu fiador diante de ti; quem mais haverá que possa se comprometer comigo?” (Jó 17:1-3). Será que o salmista estava pensando em Jó ao  escrever o versículo 122 do salmo 119?

Temos também “o cântico que Ezequias, rei de Israel, escreveu depois de ter estado doente e se ter restabelecido: Eu disse: ‘Em pleno vigor de meus dias, hei de passar pelas portas do além; fui privado do resto dos meus anos. Eu disse: já não verei o Senhor , o Senhor na terra dos viventes; jamais verei homem algum entre os moradores do mundo. A minha habitação foi arrancada e removida para longe de mim, como a tenda de um pastor. Como tecelão, enrolei a minha vida; ele me cortará do tear; do dia para a noite darás cabo de mim. Esperei com paciência até a madrugada, mas ele, como leão, quebrou todos os meus ossos; do dia para a noite darás cabo de mim. Eu sussurrava como a andorinha ou o grou e gemia como a pomba; os meus olhos se cansaram de olhar para cima. Ó Senhor, ando oprimido! Sê tu o meu fiador!’” (Isaías 38:9-14).

O rei Ezequias foi atendido e restabelecido em sua saúde, tendo Deus lhe concedido mais quinze anos de vida. Quanto a Jó, também foi totalmente restaurado tendo o Senhor lhe dado o dobro de tudo o que antes possuíra. Temos em Tiago 5:10,11 uma palavra muito encorajadora: “Irmãos, tomem como exemplo de sofrimento e de paciência os profetas, que falaram em nome do Senhor. Eis que consideramos felizes os que foram perseverantes. Vocês ouviram a respeito da paciência de Jó e sabem como o Senhor fez com que tudo acabasse bem; porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão.” (Tiago 5:10,11). Sim Deus foi o seu fiador!

O fato é que Jó, Ezequias e o Salmista chegaram ao “fim de si mesmos”, reconhecendo não ter as condições de serem vitoriosos sem a intervenção do Senhor e pediram: “Sê tu o meu fiador”. O apóstolo Paulo também expressou esta consciência ao escrever: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim, mas não o realizá-lo. Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei: quando quero fazer o bem, o mal reside em mim. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:18-24).

A realidade de sermos pecadores nos deixa sempre “devedores”. Encontramo-nos falidos e endividados completamente diante de Deus Santo, Justo, Perfeito. Este é o quadro geral: “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua enganam, veneno de víbora está nos seus lábios. A boca, eles a têm cheia de maldição e amargura; os seus pés são velozes para derramar sangue. Nos seus caminhos, há destruição e miséria; eles não conhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos………. e todo o mundo seja culpável diante de Deus.” (Romanos 3:10-19”. “Todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23). E ainda: “Porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23).

Neste estado de pecado, e totalmente impossibilitados de quitar esta dívida, precisamos de alguém que se comprometa conosco e tenha condições para fazer o acerto devido. É muito significativo a história de Onésimo, um escravo que provavelmente havia roubado seu dono chamado Filemom, e fugitivo, acabou sendo preso. Na prisão deve ter sido levando a Cristo por Paulo, também prisioneiro, que conhecia também Filemom, na verdade um cristão. Onésimo, ao ser libertado e retornando para o seu senhor leva uma carta do apóstolo Paulo, onde esta ideia do fiador é muito significativa. Diz Paulo a Filemom: Talvez Onésimo “tenha sido afastado de você temporariamente, a fim de que você o receba para sempre, não como escravo, mas, muito mais do que escravo, como irmão caríssimo, especialmente de mim e, com maior razão, de você, quer como ser humano, quer como irmão no Senhor. Portanto, se você me considera companheiro, receba-o como receberia a mim. E, se ele causou algum dano a você ou lhe deve alguma coisa, ponha tudo na minha conta. Eu, Paulo, de próprio punho, escrevo isto: Eu pagarei.” (Filemom 1:15-19).

De uma certa forma o que Paulo disse a Filemom a respeito de Onésimo, Cristo pode afirmar ao Juiz Supremo e Perfeito do Universo, a respeito de todo aquele que nEle creu e O recebeu: “Todo dano que este pecador causou e toda a sua dívida, ponha tudo na minha conta”. Jesus Cristo é o único que pode realizar esta maravilhosa e estupenda transação. Foi Cristo quem obedeceu a Lei por nós, foi Ele quem entregou a sua vida e morreu por nós; foi Ele quem foi feito maldição por nós; foi Ele quem deu a Si mesmo por nós; foi Ele quem foi feito pecado por nós, o justo pelos injustos, como está escrito: “Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir vocês a Deus.” (1 Pedro 3:18). Ele é “Aquele que não conheceu pecado, (e que) Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21). Foi Ele quem ressuscitou por nós; foi Ele quem assentou-se nas regiões celestiais por nós. Jesus Cristo – o Perfeito Fiador.

O autor do livro de Hebreus ao mostrar Cristo como sacerdote da ordem de Melquisedeque afirma que: “Por isso mesmo, JESUS SE TORNOU FIADOR de superior aliança. Ora, os outros são feitos sacerdotes em maior número, porque a morte os impede de continuar; Jesus, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável. Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se aproximam de Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Porque nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e exaltado acima dos céus, que não tem necessidade, como os outros sumos sacerdotes, de oferecer sacrifícios todos os dias, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo ofereceu. Porque a lei constitui homens sujeitos a fraquezas como sumos sacerdotes, mas a palavra do juramento, que foi posterior à lei, constitui o Filho, perfeito para sempre.” (Hebreus 7:22-28).

“Sê fiador do teu servo para o bem; não permitas que os soberbos me oprimam.” (Salmo 119:122).

O fiador, Jesus Cristo se comprometeu por nós, totalmente endividados, e fez o devido acerto diante de DEUS quitando completa e eternamente a nossa dívida. É exatamente isto que está escrito: “E quando vocês estavam mortos nos seus pecados e na incircuncisão da carne, ele lhes deu vida juntamente com Cristo, perdoando todos os nossos pecados. Cancelando o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz. E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando sobre eles na cruz.” (Colossenses 2:13-15).

Bem que podemos cantar um dos hinos mais preciosos conhecidos pelos cristãos, o hino Castelo Forte, de Martinho Lutero:

Castelo forte é nosso Deus, espada e bom escudo,
Com seu poder defende os seus em todo transe agudo,
Com fúria pertinaz, persegue Satanás,
Com artimanhas tais e astúcias tão cruéis que iguais não há na terra.

A nossa força nada faz estamos, sim, perdidos,
Mas nosso Deus socorro traz e somos protegidos.
Defende-nos Jesus o que venceu na cruz,
Senhor dos altos céus e sendo o próprio Deus triunfa na batalha.

Se nos quisessem devorar demônios não contados
Não nos podiam assustar nem somos derrotados;
O grande acusador dos servos do Senhor
Já condenado está vencido cairá por uma só palavra.

Sim, que a palavra ficará sabemos com certeza
E nada nos assustará com Cristo por defesa,
Se temos de perder os filhos, bens, mulher,
Embora a vida vá por nós Jesus está e dar-nos-á seu Reino.

Todos quanto já fizeram esta oração: “Sê fiador do teu servo para o bem; não permitas que os soberbos me oprimam.” (Salmo 119:122), sabem muito bem que pertencem agora inteiramente ao Senhor como está escrito: “Mas vocês são dele, em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e redenção, para que, como está escrito, ‘aquele que se gloria, glorie-se no Senhor’”. (1 Coríntios 1:30,31).

E como não nos gloriarmos nele, o nosso Senhor “Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio para todo o sempre. Amém!” (Apocalipse 1:5,6). Bendito seja o Deus Triúno, o Pai, o Filho e o Espírito Santo!

DEUS, EM CRISTO NOSSO FIADOR, CANCELOU A NOSSA DÍVIDA

Aos que mortos nos delitos e pecados
E que andavam desobedientemente,
Com o curso deste mundo afinados,
E com satanás estando coerentes,
Pela própria carne, então subjugados,
Impelidos pelos desejos da mente,
Eram filhos da ira considerados.

Muitos deles foram por Deus alcançados,
Que com Sua misericórdia surpreendente,
Demonstrou o quanto que os havia amado;
E de forma justa, santa e consistente,
Fez com que seus crimes fossem cancelados
Em Seu Filho, que na cruz, tão plenamente,
Pelos Seus foi duramente castigado.

Com Jesus morreram e estão ressuscitados
E é Cristo sua vida tão somente,
E nos céus estão com ele assentados.
Neste mundo ainda vivem, mas sua mente,
Tem em Deus sua fonte, andam centralizados,
Na Palavra, que os guia diariamente,
Num agir e num falar santificado.

Peregrinos que caminham animados,
Tendo em Cristo gozo, e dele dependentes,
Olham o porto querendo ser ancorados,
E quais barcos seguem apressadamente.
Sua vida é Cristo e só nele firmados,
Vão ficando até mais semelhantemente
Parecidos com Jesus, Seu Mestre amado
.

Gilberto Celeti

SALMO 119 – VERSO 121

“Tenho praticado juízo e justiça; não me entregues aos meus opressores.” (Salmo 119:121)

Com a 16a letra do alfabeto hebraico “AYIN” tem início uma nova divisão do Salmo. Trata-se de uma letra muda, que não tem som próprio, que não fala. Não existe uma letra correspondente a ela em português. No entanto, o nome da letra “AYIN” é o mesmo nome para a palavra “OLHO”. Resumindo é uma letra muda, não fala, mas pode ver. Indica percepção, isto é: capacidade de compreender o sentido de algo, de avaliar coisas ou seres a partir de um julgamento, compreendendo o sentido de algo, percebendo o certo e o errado, percebendo o bem e o mal.

Neste bloco todo da letra “AYIN”, (versículos 121 a 128), o salmista mostra a sua percepção da justiça que há nos decretos, testemunhos e preceitos de Deus e expressa o seu sofrimento por ver a maneira como a Palavra de Deus é rejeitada e violada. Ele fala também do seu repúdio à mentira e à injustiça e suplica por maior entendimento para com os mandamentos do Senhor, que ele considera, em tudo, retos e que ele ama mais do que qualquer outra coisa.

Há uma realidade muito evidente na Escritura Sagrada: a queda do homem que, dando ouvidos a satanás, ocasionou a entrada do pecado no mundo. Desde então, as palavras que abrem o livro de Eclesiastes, são de uma atualidade impressionante: “Palavras do Pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém. Vaidade de vaidades, diz o Pregador. Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.” (Eclesiastes 1:1,2). E Salomão, que registrou: “Dediquei-me a investigar e a me informar com sabedoria a respeito de tudo o que se faz debaixo do céu”. (Eclesiastes 1:13), chegou numa conclusão: “Foi isto, porém, que descobri: Deus criou os seres humanos para serem justos, mas eles buscaram todo tipo de maldade.” (Eclesiastes 7:29).

No período dos primeiros dois mil anos da história humana, o aumento da maldade, da injustiça, da violência foi tão grande que Deus interviu com o juízo. Está escrito que: “O Senhor viu que a maldade das pessoas havia se multiplicado na terra e que todo desígnio do coração delas era continuamente mau. Então o Senhor ficou triste por haver feito o ser humano na terra, e isso lhe pesou no coração. O Senhor disse: Farei desaparecer da face da terra o ser humano que criei. Destruirei não apenas as pessoas, mas também os animais, os seres que rastejam e as aves dos céus; porque estou triste por havê-los feito. Porém Noé encontrou favor aos olhos do Senhor. São estas as gerações de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus.” (Gênesis 6:5-9).

Quantas vezes Noé deve ter feito a mesma oração do Salmo 119:121: “Tenho praticado juízo e justiça; não me entregues aos meus opressores.” Quanta zombaria, quanta oposição, quanta maldade deve ter experimentado por andar com Deus? E Pedro o chamou de pregador da justiça, quando registrou que Deus “não poupou o mundo antigo, mas preservou Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios.” (2 Pedro 2:5).

Após o dilúvio, Deus separa um homem, Abraão, para por meio dele formar uma nação que se tornasse “pregoeira da justiça”. A história da criação de Israel é extraordinária. Foram vários séculos até que finalmente saíram do Egito com manifestações grandiosas do poder de Deus. Quando o povo chegou diante do Monte Sinai, onde finalmente receberiam a Lei que os constituiria numa nação lemos: “Moisés subiu para encontrar-se com Deus. E do monte o Senhor o chamou e lhe disse: Assim você falará à casa de Jacó e anunciará aos filhos de Israel: ‘Vocês viram o que fiz aos egípcios e como levei vocês sobre asas de águia e os trouxe para perto de mim. Agora, pois, se ouvirem atentamente a minha voz e guardarem a minha aliança, vocês serão a minha propriedade peculiar dentre todos os povos. Porque toda a terra é minha, e vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.’ São estas as palavras que você falará aos filhos de Israel. Moisés foi, chamou os anciãos do povo e expôs diante deles todas estas palavras que o Senhor lhe havia ordenado. Então todo o povo respondeu a uma só voz: Tudo o que o Senhor falou faremos. E Moisés relatou ao Senhor as palavras do povo.” (Êxodo 19:3-8).

Temos em seguida a entrega dos Dez Mandamentos. E lemos no Salmo 147:19,20: que Deus “anuncia a sua palavra a Jacó, as suas leis e os seus preceitos, a Israel. Não fez assim com nenhuma outra nação; todas ignoram os seus preceitos. Aleluia!”

O povo de Israel após ter sido constituído com nação, continuou por quarenta anos peregrinando pelo deserto e foi somente os filhos daqueles que saíram do Egito que puderam entrar, de fato, na Terra Prometida. Durante os quarenta anos surgiu uma nova geração e a geração anterior foi sepultada no deserto, com exceção de Josué e Calebe.

Vale a pena lembrar que eles fizeram parte do grupo de doze espias enviados para percorrer a terra de Canaã e ali entrarem em seguida, no entanto dez destes espias se colocaram contra, não confiando que poderiam ali entrar. Josué e Calebe, ao contrário “rasgaram as suas roupas e falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pela qual passamos para espiar é terra muitíssimo boa. Se o Senhor se agradar de nós, então nos fará entrar e nos dará essa terra, que é uma terra que mana leite e mel. Tão somente não sejam rebeldes contra o Senhor e não tenham medo do povo dessa terra, porque, como pão, os podemos devorar; a proteção que eles tinham se foi. O Senhor está conosco; não tenham medo deles. Apesar disso, toda a congregação disse que Josué e Calebe deviam ser apedrejados…” (Números 14:6-10).

Sem dúvida estes dois servos de Deus devem ter orado naquele instante como o salmista: “Tenho praticado juízo e justiça; não me entregues aos meus opressores.”

No livro de Deuteronômio, que são registros de discursos de Moisés, um pouco antes da entrada de Israel em Canaã, ele conta a história de Israel para todos. Moisés mesmo não entrará. E ao fazer a recordação dos fatos, há certas afirmações que Moisés faz que são muito importantes. Por exemplo, após recordar a entrega dos Dez Mandamentos, e da atitude dos israelitas dizendo: “Tudo o que o Senhor falou faremos.” (Êxodo 19:8), Moisés, no livro de Deuteronômio acrescentou algo que não está no livro de Êxodo: “Quando o Senhor ouviu o que vocês disseram, quando falavam comigo, o Senhor me disse: Eu ouvi as palavras que este povo lhe falou, e em tudo eles falaram muito bem. Quem dera que eles sempre tivessem tal coração, e sempre me temessem e guardassem todos os meus mandamentos! Assim tudo iria bem para eles e para os filhos deles, para sempre!” (Deuteronômio 5:28,29).

Lemos também um apelo até dramático feito por Moisés, também em Deuteronômio: “Se derem ouvidos à voz do Senhor, seu Deus, guardando os seus mandamentos e os seus estatutos, escritos neste Livro da Lei, se vocês se converterem ao Senhor, seu Deus, de todo o coração e de toda a alma. Porque este mandamento que hoje lhes ordeno não é demasiadamente difícil, nem está longe de vocês. Não está no céu, para que tenham de dizer: ‘Quem subirá até o céu por nós, para nos trazer o mandamento e anunciá-lo a nós, para que o cumpramos?’ Nem está do outro lado do mar, para que tenham de dizer: ‘Quem irá atravessar o mar por nós, para nos trazer o mandamento e anunciá-lo a nós, para que o cumpramos? Pois esta palavra está bem perto de vocês, na sua boca e no seu coração, para que vocês a cumpram. Vejam! Hoje coloco diante de vocês a vida e o bem, a morte e o mal. Se guardarem o mandamento que hoje lhes ordeno, que amem o Senhor, seu Deus, andem nos seus caminhos e guardem os seus mandamentos, os seus estatutos e os seus juízos, então vocês viverão e se multiplicarão, e o Senhor, seu Deus, os abençoará na terra em que estão entrando para dela tomar posse. Mas, se o coração de vocês se desviar, e não quiserem ouvir, mas forem seduzidos, se inclinarem diante de outros deuses e os servirem, então hoje lhes declaro que, certamente, perecerão; não permanecerão muito tempo na terra na qual, passando o Jordão, vocês vão entrar para dela tomar posse. Hoje tomo o céu e a terra por testemunhas contra vocês, que lhes propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolham, pois, a vida, para que vivam, vocês e os seus descendentes, amando o Senhor, seu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-se a ele; pois disto depende a vida e a longevidade de vocês. Escolham a vida, para que habitem na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar aos pais de vocês, a Abraão, Isaque e Jacó.” (Deuteronômio 30:10-20).

Infelizmente a história de Israel é marcada pelo desvio dos preceitos de justiça do Senhor, pela violação da lei de Deus, pela escolha de um caminho de falsidade e hipocrisia, o que levou Deus a enviar em cada período da história Seus profetas para advertir o povo do erro que estavam cometendo e apelando para que se arrependessem. Há palavras duras em relação ao estado do povo de Deus, como esta mensagem do profeta Isaías:  

“Escutem, ó céus, e ouça, ó terra, porque o Senhor é quem fala: “Criei filhos e os fiz crescer, mas eles se revoltaram contra mim. O boi conhece o seu dono, e o jumento, o lugar onde lhe dão comida, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.” Ai desta nação pecadora, deste povo carregado de iniquidade! São descendência de malfeitores, filhos que praticam o mal. Rejeitaram o Senhor , desprezaram o Santo de Israel, voltaram para trás. Por que vocês insistem em ser castigados? Por que continuam em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração está enfermo. Desde a planta do pé até o alto da cabeça não há nada são, a não ser feridas, contusões e chagas abertas, umas e outras que não foram limpas, nem atadas, nem tratadas com azeite.” (Isaías 1:2-6) E mais adiante Isaías afirma: “Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado alguns sobreviventes, já nos teríamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra.” (Isaías 1:9).

Ao fazer esta afirmação: “Tenho praticado juízo e justiça; não me entregues aos meus opressores” (Salmo 119:121), o salmista demonstra ser um destes abençoados sobreviventes conservado por Deus. Um daqueles, em cada época, cujos “joelhos não se dobram a Baal” (1 Reis 19:18). Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Josué, Calebe, Isaías, Elias e a imensa lista dos que têm seus nomes registrados em Hebreus 11 tiveram esta percepção.

No entanto precisamos perceber (“AYIN”) que, esta oração: “Tenho praticado juízo e justiça; não me entregues aos meus opressores” só pode ter sido feita, em sua plenitude, pelo nosso Senhor Jesus Cristo. Ele sim, foi o único que praticou o juízo e justiça. Ele é o único sem pecado. Ele é o perfeito Filho de Deus!

Quem pode sondar o que significou aqueles momentos agonizantes no Jardim do Getsêmani, pouco antes de sua crucificação, quando ele “começou a sentir-se tomado de pavor e de angústia” (Marcos 14:33)? Era como se orasse: “não me entregues aos meus opressores”!

E o que significou o seu clamor: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua. Então lhe apareceu um anjo do céu que o confortava. E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o suor dele se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.” (Lucas 22:42-44). Que sofrimento, só de imaginar que sua alma pura, receberia o pecado de todos que viriam a crer nEle. Que Ele seria morto, separado do Pai, condenado como substituto dos pecadores. Era mesmo com se dissesse: “não me entregues aos meus opressores”. Mas Jesus suportou todo o sofrimento e a cruz, tornando-se pecado em nosso lugar.  Que maravilha! “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21). De fato, “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.” (Romanos 5:8).

E então, nos tempos do Novo testamento, podemos observar Estevão, os apóstolos e uma lista imensurável de cristãos, que também oraram: “Tenho praticado juízo e justiça; não me entregues aos meus opressores”, mas que tiveram a mesma percepção dos que os precederam, de que é “através de muitas tribulações, que nos importa entrar no Reino de Deus.” (Atos 14:22). Sim e até os nossos dias, os que são de Cristo sabem o que significa esta palavra apostólica: “Na verdade, todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2 Timóteo 3:12). O apóstolo João também afirmou: “Se sabem que ele é justo, reconheçam também que todo aquele que pratica a justiça é nascido de Deus.” (1 João 2:28,29).

E os cristãos só podem viver piedosamente e praticar a justiça por uma única razão: É que “agora, sem lei, a justiça de Deus se manifestou, sendo testemunhada pela Lei e pelos Profetas. É a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem. Porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé. Deus fez isso para manifestar a sua justiça, por ter ele, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos, tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, a fim de que o próprio Deus seja justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Romanos 3:21-26).

No livro de Jó, considerado o mais antigo da Bíblia, encontramos esta afirmação: “Quanto ao Todo-Poderoso, não o podemos compreender. Ele é grande em poder, porém não perverte o juízo e a plenitude da justiça. Por isso, as pessoas o temem; ele não olha para os que se julgam sábios.” (Jó 37:23,24).

Todos quantos receberam a Cristo, sabem que Deus é justo e justificador. Ele não perverte o juízo e a plenitude da justiça. E tendo recebido a Cristo, eles agora sabem que “são dele, em Cristo Jesus, o qual se tornou para eles, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e redenção, para que, como está escrito, ‘aquele que se gloria, glorie-se no Senhor’”. (1 Coríntios 1:18-31).

QUEM É ESTE?

Quem é este que não cometeu pecado,
E que dolo nos seus lábios não se achou?
Quem é este que mesmo sendo ultrajado
Nunca, nunca, com outro ultraje revidou?

Quem é este duramente maltratado
Que a ninguém, em sua aflição ameaçou?
Este é Cristo, que sofreu, foi castigado.
Sobre a cruz os meus pecados carregou.

E assim estando eu morto pra o pecado
Vivo agora em justiça e retidão,
Por suas chagas fui liberto e sarado
Para andar na luz e não na escuridão.

E bem sei que para isto fui chamado:
Pra seguir nos passos do Senhor Jesus!
Tudo o que sou e faço foi deixado
Nas mãos do Eterno Deus e tomo a cruz!

Gilberto Celeti