“Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” (Salmo 119:123)
No hebraico este versículo inicia com a letra “ ע Ayin” formando a palavra עֵינַי “EYNAY”, (os meus olhos). Já mencionamos que o nome desta letra também significa olho, visão e que a letra em si não tem som. Isto traz a ideia que embora seja uma letra muda, no entanto vê; indicando compreensão, percepção. Todos os versículos deste bloco (121 a 128) começam com “Ayin”, letra que não tem correspondente na língua portuguesa.
Jeremias ao escrever o livro de Lamentações, nos capítulos 1 a 4, também usou o mesmo método do escritor do Salmo 119, fazendo com que os 22 versículos de cada capítulo iniciassem com as letras do alfabeto hebraico. No capítulo 3, Jeremias usa as letras de três em três versículos, contendo então este capítulo 66 versículos. Veja como Jeremias destaca os “OLHOS” ao escrever os versículos iniciados com a letra “Ayin”:
- “Por estas coisas, eu choro; os MEUS OLHOS, os MEUS OLHOS se desfazem em lágrimas. Porque o consolador, que devia restaurar as minhas forças, se afastou de mim. Os meus filhos estão desolados, porque o inimigo prevaleceu” (Lamentações 1:16).
- “O Senhor fez o que tinha EM VISTA; cumpriu a ameaça que pronunciou desde os dias da antiguidade. Derrubou sem dó nem piedade; deixou que os inimigos se alegrassem por causa de você e exaltou o poder dos seus adversários” (Lamentações 2:17).
- “Os MEUS OLHOS choram, não cessam, e não há descanso, até que o Senhor atenda e VEJA lá do céu. O que VEJO entristece a minha alma: o sofrimento de todas as filhas da minha cidade” (Lamentações 3:49-51).
- “OS NOSSOS OLHOS ainda desfalecem, esperando socorro que nunca chega; de nossas torres, temos OLHADO para um povo que não nos pode livrar” (Lamentações 4:17).
Perceba que no versículo 123 do Salmo 119, o sentimento e a percepção do salmista são idênticas as de Jeremias: “Os meus OLHOS desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” Jeremias afirma: “esperando socorro que nunca chega”, “OLHANDO para um povo que não nos pode livrar”, e vendo que “o inimigo prevaleceu”.
Quando a expectativa do cumprimento da promessa de Deus está prestes a desaparecer, o que fazer? Foi Jeremias também, que expressou esta espera angustiante por uma libertação que não chega, ao registrar: “Ó Esperança de Israel e Redentor do teu povo no tempo da angústia, por que serias como estrangeiro na terra e como viajante que fica só uma noite? Por que serias como homem que foi pego de surpresa, como valente que não pode salvar? Mas tu, ó Senhor , estás em nosso meio, e nós somos chamados pelo teu nome. Não nos abandones!” (Jeremias 14:8,9). O fato é que embora sem enxergar uma saída, ou a luz no fim do túnel, apesar dos olhos desfalecerem de tanto chorar, não há razão para desistir da esperança. Quantas vezes o futuro, na história dos servos de Deus, pode ser comparado com um beco sem saída, mas mesmo assim aquela expectativa santa manteve a confiança nas promessas da Palavra de Deus.
Os olhos (indicando a capacidade de perceber, de compreender, de avaliar os acontecimentos, de considerar o certo e o errado, o bem e o mal, apesar de todas as circunstâncias hostis) continuam esperando pela salvação e confiando na Palavra de Deus, continuam confiando nas Suas promessas, e firmados na esperança, continuam mantendo a atitude de louvor e adoração a Deus. Há um paradoxo aqui: um desfalecimento na espera tão demorada e ao mesmo tempo um descanso, no Eterno.
Davi registra isto de maneira extraordinariamente maravilhosa: “Não se irrite por causa dos malfeitores, nem tenha inveja dos que praticam a iniquidade. Pois em breve eles secarão como a relva e murcharão como a erva verde. CONFIE no Senhor e faça o bem; habite na terra e alimente-se da verdade. AGRADE-SE do Senhor , e ele satisfará os desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor, CONFIE nele, e o mais ele fará. Fará com que a sua justiça sobressaia como a luz e que o seu direito brilhe como o sol ao meio-dia. DESCANSE no Senhor e ESPERE nele; não se irrite por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do que realiza os seus maus desígnios. Deixe a ira, abandone o furor; não se irrite; certamente isso acabará mal. Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que ESPERAM no Senhor possuirão a terra. Mais um pouco de tempo, e já não existirão os ímpios; você procurará no lugar onde eles estavam e não os encontrará. Mas os mansos herdarão a terra e terão alegria na abundância de paz” (Salmo 37:1-11).
E este salmo termina assim: “O perverso espreita o justo e procura tirar-lhe a vida. Mas o Senhor não o deixará nas mãos do perverso, nem o condenará quando for julgado. ESPERE no Senhor e ANDE nos seus caminhos; ele o exaltará para que você herde a terra; você verá quando os ímpios forem exterminados. Vi um ímpio prepotente expandir-se como um cedro do Líbano. Passei, e eis que havia desaparecido; procurei-o, e já não foi encontrado. Observe aquele que é íntegro e reto; porque o futuro dele será de paz. Quanto aos transgressores, serão todos destruídos; a descendência dos ímpios será exterminada. Mas a salvação dos justos vem do Senhor; ele é a fortaleza deles em tempos de angústia. O Senhor os ajuda e os livra; livra-os dos ímpios e os salva, porque nele buscam refúgio” (Salmo 37:32-40).
Nas Escrituras, em todo o período da história coberto pelo Antigo Testamento, destaca-se firmemente a promessa do Eterno Deus, de que a justiça se estabelecerá, e a história perseverante de homens e mulheres que viveram a espera da concretização desta promessa. São décadas, séculos e milênios de história que ficam resumidos num único capítulo, o capítulo onze de Hebreus, com alguns nomes que são conhecidos como a galeria dos heróis da fé. Que histórias estupendas estão ali registradas, e todos eles poderiam ter escrito o versículo 123 do salmo 119: “Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” E o escritor da carta aos Hebreus, afirma que: “O mundo não era digno deles. Andaram errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. Todos estes, mesmo tendo obtido bom testemunho por meio da fé, não obtiveram a concretização da promessa” (Hebreus 11:38,39).
Em todo o período do Antigo Testamento, destacam-se momentos em que a promessa, que pela primeira vez fora dada por Deus, ainda no Jardim do Édem, de que viria um descendente da mulher que esmagaria a cabeça de satanás, foi novamente firmada, por meio de alianças, como as que foram feitas com Noé, com Abraão, com Moisés, com Davi. Quando se cumpriria? E os profetas anunciavam: “Eis aí vêm dias, diz o Senhor , em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não segundo a aliança que fiz com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; pois eles quebraram a minha aliança, apesar de eu ter sido seu esposo, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no seu coração as inscreverei; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: “Conheça o Senhor !” Porque todos me conhecerão, desde o menor até o maior deles, diz o Senhor . Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.” (Jeremias 31:31-34).
Muitos profetas, servos de Deus, passaram por momentos angustiantes, sempre na expectativa que a promessa se cumpriria e deixaram registradas suas palavras, que sempre animaram os fiéis em cada geração:
- Habacuque 2:3 – “Porque a visão ainda está para se cumprir no tempo determinado; ela se apressa para o fim e não falhará. Mesmo que pareça demorar, espere, porque certamente virá; não tardará.”
- Habacuque 3:16-19 – “Ouvi isso, e o meu íntimo se comoveu; os meus lábios tremeram ao ouvir a sua voz. A podridão entrou nos meus ossos, e os meus joelhos vacilaram, pois, em silêncio, devo esperar o dia da angústia, que virá contra o povo que nos ataca. Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na videira; ainda que a colheita da oliveira decepcione, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas desapareçam do aprisco, e nos currais não haja mais gado, mesmo assim eu me alegro no Senhor , e exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza. Ele dá aos meus pés a ligeireza das corças, e me faz andar nas minhas alturas.”
- Miquéias 7:7 – “Eu, porém, olharei para o Senhor e esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá.”
- Isaías 40:29-31 – “Ele fortalece o cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços, de exaustos, caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.”
- Isaías 49:23 – “Então você saberá que eu sou o Senhor e que os que esperam em mim não serão envergonhados.”
- Isaías 64:4 – “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.”
E é importante lembrar que em todas as épocas, mesmo nas mais desanimadoras, há uma realidade que precisa ser considerada e que Deus revelou ao profeta Elias, que se encontrava extremamente desesperançado: “Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou.” (1 Reis 19:18). Sim, Deus sempre teve um remanescente fiel! Foi o que também deixou registrado o profeta Isaías: “Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado alguns sobreviventes, já nos teríamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra.” (Isaías 1:9).
Quando chegamos ao tempo do Novo Testamento, é muito importante notar a maneira como Lucas apresenta o seu evangelho, fazendo a seguinte introdução: “Visto que muitos já empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra, igualmente a mim pareceu bem, depois de cuidadosa investigação de tudo desde a sua origem, dar-lhe por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que você tenha plena certeza das verdades em que foi instruído.” (Lucas 1:1-4).
Lucas mencionas duas pessoas, provavelmente deste grupo de sete mil desconhecidos que Deus conserva. Homens e mulheres que aguardavam o cumprimento da promessa da vinda do Salvador. Homens e mulheres que fariam suas as palavras do Salmista: “Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” (Salmo 119:123):
- Simeão – “Em Jerusalém havia um homem chamado Simeão. Este homem era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Ele tinha recebido uma revelação do Espírito Santo de que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: ‘Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.’” (Lucas 2:25-32).
- Ana – “Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Ela era bem idosa, tendo vivido com o marido sete anos desde que tinha se casado. Agora era viúva de oitenta e quatro anos. Ela não deixava o templo, mas adorava noite e dia, com jejuns e orações. E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.” (Lucas 2:36-38).
Foi Lucas também que no final do Evangelho conta o fato ocorrido no caminho de Jerusalém para Emaús, quando dois discípulos iam conversando e Jesus, ressurreto, se aproximou deles sem ser reconhecido. E na conversa um deles assim se expressou: “Nós ESPERÁVAMOS que fosse ele quem havia de redimir Israel. Mas, depois de tudo isto, já estamos no terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.” (Lucas 24:21).
Lucas escreveu o seu segundo livro, Atos, com o mesmo critério que havia usado ao escrever o primeiro, e logo no início registrou os últimos instantes de nosso Senhor Jesus Cristo aqui no mundo: “Depois de ter padecido, Jesus se apresentou vivo a seus apóstolos, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas relacionadas com o Reino de Deus. E, comendo com eles, deu-lhes esta ordem: — Não se afastem de Jerusalém, MAS ESPEREM A PROMESSA do Pai, a qual vocês ouviram de mim. Porque João, na verdade, batizou com água, mas vocês serão batizados como Espírito Santo, DENTRO DE POUCOS DIAS. Então os que estavam reunidos com Jesus lhe perguntaram: Será este o tempo em que o Senhor irá restaurar o reino a Israel? Jesus respondeu: NÃO CABE A VOCÊS CONHECER TEMPOS OU ÉPOCAS QUE O PAI FIXOU PELA SUA PRÓPRIA AUTORIDADE. Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra. Depois de ter dito isso, Jesus foi elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fixos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois homens vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Homens da Galileia, por que vocês estão olhando para as alturas? Esse Jesus que foi levado do meio de vocês para o céu VIRÁ DO MODO COMO VOCÊS O VIRAM SUBIR.” (Atos 1:3-11).
Vivemos neste período que é identificado como “os últimos dias”. Desde o Pentecostes, registrado em Atos 2 até hoje, o Espírito Santo é que vem atuando com poder em todo o mundo. Jesus, numa conversa especial com seus discípulos já lhes havia ensinado sobre o que estava para acontecer, dizendo: “Mas eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vocês; mas, se eu for, eu o enviarei a vocês. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque eles não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.” (João 16:7-11).
Já estamos com dois mil anos de história e neste período, em todos os continentes, o Espírito Santo, por meio de suas testemunhas, tem realizado, no coração de muitos, exatamente o que Paulo escreveu a Tito: “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos. Ela nos educa para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste mundo de forma sensata, justa e piedosa, AGUARDANDO A BENDITA ESPERANÇA e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Ele deu a si mesmo por nós, a fim de nos remir de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, dedicado à prática de boas obras.” (Tito 2:11-14).
Não há privilégio maior do que este: ser um cristão! E ao longo destes dois mil anos de história, há uma história que ainda está em andamento, pois o livro de Atos ficou incompleto. Está sendo escrito. E há capítulos inteiros que mostram incontáveis homens e mulheres cristãos que foram usados para levar a mensagem do evangelho até aos confins da terra. Há ainda etnias a serem alcançadas. E há milhares que foram perseguidos, aprisionados e martirizados, unicamente por serem crentes no Senhor Jesus Cristo e servos de Deus. O autor da carta aos Hebreus escreveu-lhes desta maneira: “Em certos momentos vocês foram transformados em espetáculo, tanto para serem insultados quanto para serem maltratados; em outros vocês se tornaram coparticipantes com aqueles que foram tratados assim. Porque vocês não apenas se compadeceram dos encarcerados, mas também aceitaram com alegria a espoliação dos seus bens, porque sabiam que tinham um patrimônio superior e durável. Portanto, não percam a confiança de vocês, porque ela tem grande recompensa. Vocês precisam perseverar, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcancem a promessa. ‘Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não irá demorar; mas o meu justo viverá pela fé; e, se retroceder, dele a minha alma não se agradará.’ Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição, mas somos da fé, para a preservação da alma.” (Hebreus 10:33-39). Que estejamos sempre atentos a esta porção tão preciosa da carta aos Hebreus!
Se você ainda não leu o LIVRO DOS MÁRTIRES, escrito por John Foxe, procure ler. É extraordinário. Você conhecerá a história de milhares que por sua fé e por sua esperança em Cristo, disseram o mesmo que disse o salmista: “Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” (Salmo 119:123). E mesmo desfalecendo e sendo torturados e mortos partiram para a eternidade com santa expectativa. É sobre estes que lemos no livro de Apocalipse: “Quando o Cordeiro quebrou o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. Clamaram com voz forte, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então a cada um deles foi dada uma veste branca, e lhes foi pedido que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como eles tinham sido.” (Apocalipse 6:9-11). Estaremos eu e você prontos para fazer parte destes? Em muitos países hoje e em cada século, isto vem acontecendo.
Como cristãos falemos como o salmista: “Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.” (Salmo 119:123). Oremos como o Senhor Jesus Cristo nos ensinou: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o Teu Reino” (Mateus 6:9,10). Exclamemos: MARANATA, palavra aramaica que quer dizer: “Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22:20).
Como cristãos, concordemos com estas palavras do apóstolo Paulo: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação AGUARDA a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não por sua própria vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será libertada do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, AGUARDANDO a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. Porque NA ESPERANÇA FOMOS SALVOS. Ora, ESPERANÇA QUE SE VÊ NÃO É ESPERANÇA. Pois quem espera o que está vendo? Mas, SE ESPERAMOS O QUE NÃO VEMOS, COM PACIÊNCIA O AGUARDAMOS.” (Romanos 8:18-25).
E podemos concluir relembrando que “agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior deles é o amor.” (1 Coríntios 13:13). E também desejando e orando para “que o próprio Jesus Cristo, nosso Senhor, e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, console o coração de vocês e os fortaleça em toda boa obra e boa palavra.” (2 Tessalonicenses 2:16,17).
AGUARDANDO VIGILANTE O ESPOSO
Que noite longa, demorada, tão comprida,
Tão perigosa, traiçoeira, bem escura;
Vigia atento o sentinela na guarida,
Compenetrado e bem armado na postura.
Por todo lado há inimigos traiçoeiros,
As heresias se aproximam numerosas,
Pecados mostram-se, sempre alvissareiros,
São atraentes as mentiras religiosas.
Oh! Como cresce a ímpia infidelidade!
Oh! Como é forte a vil e tola idolatria!
Oh! Como é sempre desprezada a verdade!
Oh! Como aumenta e ganha força a apostasia!
Já está brilhando, ó guarda, a estrela matutina?
Que um novo dia, de esperança, sinaliza?
Que venha logo o sol que tudo ilumina,
Com toda força e de forma tão precisa;
Que afasta as trevas tão escuras deste mundo,
Que traz à Igreja do Senhor o real gozo,
Pois ama a Cristo com amor puro e profundo,
Como uma noiva esperançosa aguarda o esposo!
Gilberto Celeti
“Guarda, falta muito para acabar a noite? Guarda, falta muito?” (Isaías 21:11)