salmo 119 – versos 110

“Os ímpios armam ciladas contra mim, mas eu não me desvio dos teus preceitos.” (Salmo 119:110).

Chegamos ao versículo 110, iniciado também com a letra “Nun” como os demais versículos desse bloco (105 a 112). Aqui, a palavra usada pelo salmista é NÅTËNU, que significa algo armado para provocar a queda: “os ímpios armam ciladas contra mim.”

Já observamos, no exame do verso 105, que a palavra serpente no hebraico é NÅCHÅSH, iniciada também com a letra “Nun”, e ela foi o instrumento de satanás, para levar o homem e a mulher à queda, uma vez que a entrada do pecado desencadeou dores, sofrimentos e morte.

 Com esta palavra NÅTËNU, o salmista, com toda certeza, tem em mente os testes, as provas, as tentações pelas quais tem passado, sentindo-se como um pobre animal que está sendo perseguido e caçado e diante do qual, astutamente os “caçadores” deixam armadas as arapucas e armadilhas, com objetivos bem maldosos e cruéis.

 Esta situação, angustiante até, tem sido já exposta pelo salmista em outros versículos deste salmo, e também como o faz em todo este salmo, ele mostra que todo o seu amparo e firmeza são encontrados no fato de que ele não se desvia dos preceitos do Senhor. Como é importante e vital para ele a Palavra de Deus!

O que podemos ter como um princípio fundamental é que, em última análise, o que importa é que nossos ouvidos estejam bem abertos para ouvir a Palavra de Deus, e “bem fechados” para a voz da “serpente”. É esta voz da serpente que arma arapucas, ciladas, armadilhas e covas que nos levam à morte e à separação de Deus.

No “Jardim do Éden”, Adão e Eva foram enganados e ocorreu a queda. Quão diferente foi com Jesus Cristo, que no “deserto”, ouvindo também a voz do tentador, do diabo, não caiu na cilada, porque não se desviou dos preceitos da Palavra de Deus.

E Jesus Cristo, veio a este mundo, exatamente para tirar o pecado e destruir as obras do diabo. Jesus veio no momento certo, como está registrado na Palavra de Deus: “Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. “Gálatas 4:4,5).

E esse resgate aconteceu quando Jesus na cruz do Calvário, derramou o seu sangue, que nos purifica de todo pecado, e entregou-se à morte, para que pudéssemos ser reconciliados com Deus, que quem éramos inimigos. Isso mesmo, ali na cruz, “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21).  

Nos tempos anteriores à vinda de Jesus Cristo, embora as marcas inegáveis da tragédia que veio sobre toda a raça humana sejam notórias, em consequência de terem Adão e Eva admitido a mentira e o engano de satanás, de maneira excepcional, só explicada pela ação de Deus no coração, há o fato de determinados homens e mulheres confiarem em Deus e O buscarem. Foram homens e mulheres que creram na promessa dada por Deus, quando Adão e Eva ainda estavam no Jardim do Éden, que viria um descendente da mulher para esmagar a cabeça da serpente, do diabo, e tirar a maldição trazida pelo pecado. Conhecemos algo sobre Abel, Sete, Enoque, Matusalém, Noé e após o dilúvio sobre Abraão, a quem Deus separou para formar uma nação, que preservasse, inclusive por escrito, a Palavra de Deus.

Estes homens por confiarem no Senhor e na Sua Palavra foram preservados do engano e ficaram firmes na esperança da vinda do Redentor. Eles também foram aqueles que confiaram na provisão dada por Deus, de trazerem uma oferta, conforme as orientações do Senhor, pois tinham bem firme a verdade de que “sem derramamento de sangue, não há remissão.” (Hebreus 9:22). Todos os sacrifícios que encontramos nas páginas do Antigo Testamento, tipificam e apontam para Aquele que viria e que foi perfeitamente identificado por João Batista, quando apontou para Jesus Cristo que se aproximava e disse: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. (João 1:29).

A formação da nação de Israel e o fato desta nação receber diretamente de Deus as suas leis e os seus preceitos, é surpreendente. O salmista deixou registrado este precioso texto: “Anuncia a sua palavra a Jacó, as suas leis e os seus preceitos, a Israel. Não fez assim com nenhuma outra nação; todas ignoram os seus preceitos. Aleluia!” (Salmo 147:19,20).

A história deste povo evidencia também o quanto eles foram enganados pelo inimigo e caíram em muitas ciladas, afastando-se do Senhor e de Sua Palavra. Faltou-lhes a obediência. Poucos foram, os que, à semelhança do salmista, puderam dizer: “Os ímpios armam ciladas contra mim, mas eu não me desvio dos teus preceitos.” (Salmo 119:110). Mas o fato é que Deus sempre teve, em cada geração, aqueles que o obedeceram, porque Ele mesmo os reservou para isso.

Para nós que vivemos neste tempo após a vinda de Cristo, e que já confiamos nele como nosso Senhor e Salvador, nos é dirigida esta palavra da parte do apóstolo Pedro: “Sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhes legaram, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula. Ele foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês. Por meio dele, vocês creem em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, para que a fé e a esperança de vocês estejam em Deus.” (1 Pedro 1:18-21).

E o fato é que, mesmo estando dentro desta realidade tão extraordinária, precisamos estar atentos para não cairmos nas ciladas, nas armadilhas, nos ardis que sempre são colocados diante de nós. Pense bem nestas recomendações:

  • As intenções do diabo: “…para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não ignoramos quais são as intenções dele.” (2 Coríntios 2:11)
  • As ciladas do diabo: “Vistam-se com toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo. Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais.” (Efésios 6:11,12).
  • Os poderes enganosos da mentira do diabo: “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a ação de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que estão perecendo, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo que Deus lhes envia a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça.” (2 Tessalonicenses 2:9-12).

Satanás fará de tudo para prender os homens em seus laços, ele vai apresentar o pecado como algo atrativo, forjando situações que parecerão favoráveis para a prática de ações pecaminosas, ele vai muitas vezes atrair-nos para causas que parecerão boas e nobres, mas que nos afastarão do nosso posicionamento como testemunhas de Jesus Cristo, da Sua morte e da Sua ressurreição, levando-nos a estar envolvidos em questões políticas, educacionais, filosóficas, teológicas, religiosas que nos tirarão do foco de anunciar o Evangelho. Como precisamos aprender com o apóstolo Paulo e ter a coragem de dizer:

“Irmãos, quando estive com vocês, anunciando-lhes o mistério de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vocês. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a fé que vocês têm não se apoiasse em sabedoria humana, mas no poder de Deus.” (1 Coríntios 2:1-5).

Acima de tudo, como precisamos adotar a mesma atitude do salmista: “Os ímpios armam ciladas contra mim, mas eu não me desvio dos teus preceitos.” (Salmo 119:110). No texto de 2 Tessalonicenses 2:9-12, colocado um pouco acima, há uma afirmação reveladora: A falta de uma atitude acolhedora para com a verdade é fatal. Quando não se agarra com firmeza a Palavra da Verdade, a Palavra de Deus, o coração fica motivado para dar crédito à mentira, ao que é chamado de a “Operação do Erro”.

Esta “operação do erro”, esta apostasia está em curso. Estes “muitos evangelhos da atualidade” – da cura, da prosperidade, da busca de saúde física, da busca de moralidade, da busca de sistemas e ideologias partidárias que nos pareçam bons, da cristianização da sociedade, da adaptação à ciência e à filosofia da atualidade, da luta pelas questões sociais, do envolvimento com as cada vez mais fortes e envolventes opções de entretenimento que a tecnologia coloca em nosso caminho, do tempo exagerado que nos é exigido para estar presente em todas as mídias sociais, enfim são avassaladoras as demandas que podem se tornar verdadeiras armadilhas, distraindo-nos da razão principal pela qual o Senhor nos deixa neste mundo.

É tempo de atendermos a recomendação do autor da carta aso Hebreus: “…importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos.” (Hebreus 2:1).

Que possamos estar identificados com o anjo da igreja em Filadélfia, a quem o Senhor dirigiu, entre outras coisas, as seguintes palavras: “… Sei que você tem pouca força, mas guardou a minha palavra e não negou o meu nome……. Você guardou a palavra da minha perseverança. Por isso, também eu o guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Conserve o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa……. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Apocalipse 3:7-13).

Pela graça de Deus e pela ação do Espírito Santo em nossos corações, instruindo-nos na Palavra da Verdade, poderemos orar como o salmista: “Os ímpios armam ciladas contra mim, mas eu não me desvio dos teus preceitos.” (Salmo 119:110).

AMANDO OUVIR A DEUS

É a vida, na verdade, um absurdo
Para aquele que com Deus se mostra surdo;
Pois embora tenha ouvidos não escuta,
E da direção de Deus jamais desfruta.

E Deus bem que se revela, e claramente,
A quem à Sua Palavra é obediente.
Necessário é ouvi-lo cada dia;
E amar Sua Palavra, que alegria!

Outras vozes permaneçam bem caladas,
Pois nos levam para direções erradas.
Seja o nosso compromisso com a verdade,
E vivamos sempre em graça e santidade.

Sim, são tantos os barulhos, os ruídos,
Mas somente à Tua voz damos ouvidos!
Teu ensino sempre aponta para a cruz,
E Tua poderosa voz diz: Só Jesus!

Gilberto Celeti

“Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi… Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus” (Mateus 17:5b e 8).

“Quanto amo a tua lei! É a minha meditação todo o dia!” (Salmo 119:97).

A BUSCA DOS PERDIDOS

Há vidas
Pela serpente seduzidas,
Atadas
Pela mentira, enganadas,
São presas
Pelo diabo, com firmeza,
Buscá-las
E do inimigo arrebatá-las,
Soltá-las,
Somente se em Cristo ganhá-las.

Não tendo
As condições, nada podendo,
Buscando
A Deus e nele confiando,
O justo
É árvore que dá bom fruto,
Comprado
Por sangue, foi justificado,
Se alinha
E com o Senhor assim caminha.

Unido
A Cristo e dele revestido,
Proclama
O Evangelho porque ama,
É sábio,
Usa com graça o seu lábio,
Amando
Os pecadores anunciando
Só isto:
Que a salvação está em Cristo!

Gilberto Celeti

“O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas sábio é.” (Provérbios 11.30).

Salmo 119 – verso 53

“De mim se apoderou a indignação, por causa dos pecadores que abandonaram a tua lei” (Salmo 119:53).

A indignação é um sentimento muito forte de raiva que é despertado em nós por ações desprezíveis, repulsivas até, que são praticadas cada vez mais intensamente. O salmista diz que apoderou-se dele a indignação. Ele foi invadido por este sentimento. A dignidade tem a ver com decência, honestidade, respeitabilidade, verdade que parece terem desaparecido.

Hoje a sexomania desenfreada, que estimula a ideologia de gênero, o aumento dos grupos LGBT, a produção “artística” fundamentada na imoralidade e a corrupção e a desonestidade corroendo todos os alicerces da sociedade, faz surgir uma geração “sem vergonha na cara”, sem capacidade de indignar-se, que pode ser identificada com as características descritas por Paulo ao escrever sua última carta:

Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis. Pois os seres humanos serão egoístas, avarentos, orgulhosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, convencidos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo forma de piedade, mas negando o poder dela. Fique longe também destes” (2 Timóteo 3:1-5). O mais triste desta descrição que todas estas tristes características são exercidas sobre um manto de “forma de piedade”, isto é dentro da própria religiosidade. Que terrível!

Este quadro horroroso de atos iníquos e perversos, tem sido visto também em outras épocas, e sempre que os homens abandonam a Deus e a Sua palavra, o que é colhido é exatamente isso. Esta atitude de abandonar o Senhor e de proceder corruptamente contra Deus, faz surgir uma geração perversa e deformada.

A realidade da civilização humana, em todos os contextos, foi retratada perfeitamente pelo profeta Isaías: “Escutem, ó céus, e ouça, ó terra, porque o Senhor é quem fala: “Criei filhos e os fiz crescer, mas eles se revoltaram contra mim. O boi conhece o seu dono, e o jumento, o lugar onde lhe dão comida, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.” Ai desta nação pecadora, deste povo carregado de iniquidade! São descendência de malfeitores, filhos que praticam o mal. Rejeitaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel, voltaram para trás. Por que vocês insistem em ser castigados? Por que continuam em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração está enfermo. Desde a planta do pé até o alto da cabeça não há nada são, a não ser feridas, contusões e chagas abertas, umas e outras que não foram limpas, nem atadas, nem tratadas com azeite” (Isaías 1:2-6).

E diante desta realidade é tocante esta oração do profeta Jeremias: “Ó Senhor, Esperança de Israel! Todos aqueles que te abandonam serão envergonhados; o nome dos que se afastam de ti será escrito no chão, porque abandonam o Senhor, a fonte das águas vivas. Cura-me, Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo, porque tu és o meu louvor” (Jeremias 17:13,14).

E como vem esta cura, esta salvação? Medite bem na Palavra do Senhor: “Quando vocês estendem as mãos, eu fecho os meus olhos; sim, quando multiplicam as suas orações, não as ouço, porque as mãos de vocês estão cheias de sangue. Lavem-se e purifiquem-se! Tirem da minha presença a maldade dos seus atos; parem de fazer o mal! Aprendam a fazer o bem; busquem a justiça, repreendam o opressor; garantam o direito dos órfãos, defendam a causa das viúvas. O Senhor diz: Venham, pois, e vamos discutir a questão. Ainda que os pecados de vocês sejam como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, eles se tornarão como a lã. Se estiverem dispostos e me ouvirem, vocês comerão o melhor desta terra. Mas, se recusarem e forem rebeldes, vocês serão devorados pela espada; porque a boca do Senhor o disse” (Isaías 1:15-20).

“De mim se apoderou a indignação, por causa dos pecadores que abandonaram a tua lei” (Salmo 119:53)?

Quando somos tomados por este mesmo sentimento do salmista, é precioso meditar nestas palavras de Davi: “Não se irrite por causa dos malfeitores, nem tenha inveja dos que praticam a iniquidade. Pois em breve eles secarão como a relva e murcharão como a erva verde. Confie no Senhor e faça o bem; habite na terra e alimente-se da verdade. Agrade-se do Senhor, e ele satisfará os desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor, confie nele, e o mais ele fará. Fará com que a sua justiça sobressaia como a luz e que o seu direito brilhe como o sol ao meio-dia. Descanse no Senhor e espere nele; não se irrite por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do que realiza os seus maus desígnios. Deixe a ira, abandone o furor; não se irrite; certamente isso acabará mal. Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no Senhor possuirão a terra. Mais um pouco de tempo, e já não existirão os ímpios; você procurará no lugar onde eles estavam e não os encontrará” (Salmo 37:1-10).

Esta realidade da ira de Deus que virá sobre os que praticam a iniquidade é muito clara na Escritura Sagrada. O profeta Sofonias, por exemplo, registrou: “Está perto o grande Dia do Senhor; está perto e vem chegando depressa. Atenção! O Dia do Senhor é amargo, e nele clamarão até os poderosos. Aquele dia será um dia de ira, dia de angústia e tribulação, dia de ruína e destruição, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e densas trevas, dia de toque de trombeta e gritos de guerra contra as cidades fortificadas e contra as torres altas. Trarei angústia sobre as pessoas, e elas andarão como se estivessem cegas, porque pecaram contra o Senhor. O sangue dessas pessoas será derramado como pó, e a sua carne será espalhada como esterco. Nem a prata nem o ouro poderão livrá-las no dia da ira do Senhor, mas, pelo fogo do seu zelo, a terra será consumida. Porque ele certamente fará destruição total e repentina de todos os moradores da terra” (Sofonias 1:14-18).

Quando a indignação se apodera daqueles que amam ao Senhor e a Sua Palavra por causa dos pecadores que abandonam a Deus, é preciso que os olhos se abram para a eternidade, e não fiquem apenas olhando para o aqui e agora. Sem dúvida o aqui e o agora é terrível e angustiante, no entanto, e a eternidade? Que surja também o sentimento de uma santa compaixão por estes que agem indignamente e que ficarão fora da presença do Senhor, condenados à morte eterna, num lago de fogo, caso não se arrependam dos seus pecados e voltem-se para Deus, por meio do Salvador Jesus Cristo.

E o mais assustador é ver que há milhões, que aparentemente vivem uma vida até respeitável, mas que ainda não se arrependeram de seus pecados e nem creram em Cristo como Seu Senhor e Salvador. São pessoas que vivem focados apenas nas coisas da presente vida. Quão poucos chegam até os 70 anos e já partem para a eternidade. A verdade é clara: “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus…… Não há temor de Deus diante de seus olhos.” (Romanos 3:10-18). O fato é que todos pecaram! Há alguns que se julgam respeitáveis por viverem uma vida um pouco mais digna, aos seus próprios olhos, mas que correm o mesmo perigo de se perderem eternamente “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:23,24). Sem o reconhecimento do seu estado pecaminoso, sem o arrependimento dos seus próprios pecados, sem crer no Redentor Jesus Cristo, recebendo-O como Seu Senhor e Salvador, correrão o mesmo perigo que aguarda, igualmente, todos os que abandonam a Palavra de Deus.

SIM, neste tempo de pandemia, com a perversidade e a maldade crescendo, podemos muito bem afirmar como o salmista: “De mim se apoderou a indignação, por causa dos pecadores que abandonaram a tua lei” (Salmo 119:53). Mas, o mais triste mesmo, é este abandono da Palavra de Deus. Este crescimento da apostasia (que quer dizer exatamente afastamento de Deus). Este é um dos mais significativos sinais da volta do Senhor.

E lembremos destas palavras do apóstolo Pedro: “Porque chegou o tempo de começar o juízo pela casa de Deus; e, se começa por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, se é com dificuldade que o justo é salvo, que será do ímpio e do pecador?” (1 Pedro 4:17,18).

Leiamos novamente o Salmo 37 em oração e atendamos os seus mandamentos: “Confie no Senhor…… Agrade-se do Senhor……. Entregue o seu caminho ao Senhor, confie nele…… Descanse no Senhor e espere nele; não se irrite por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do que realiza os seus maus desígnios”.

E que façamos desta orientação do apóstolo Paulo, na dependência do Espírito Santo, o nosso estilo de vida: “Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, estando enraizados e edificados nele, e confirmados na fé, como foi ensinado a vocês, crescendo em ação de graças. Tenham cuidado para que ninguém venha a enredá-los com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Colossenses 2:6-8).

salmo 119 – verso 21

Tu repreendes os soberbos, os malditos, que se desviam dos teus mandamentos” (Salmo 119:21).

Este versículo é inquietante. A expressão “Tu repreendes”, também traduzida “Tu increpaste”, significa uma censura áspera, severa e enérgica. Não têm como serem tolerados os soberbos, que aqui são chamados de malditos. Esta soberba percebemos no orgulho arrogante do desprezo a Deus e à Sua Palavra, que sempre questiona: “É verdade que Deus disse: “Não comam do fruto de nenhuma árvore do jardim”? (Gênesis 3:1).

É exatamente este orgulho que traz a maldição, a desgraça, o infortúnio, o tormento da condenação. Em Provérbios 16:5 está registrado: “O Senhor detesta todo aquele que é orgulhoso; é evidente que este não ficará impune. Pela misericórdia e pela verdade se expia a culpa; e pelo temor do Senhor se evita o mal” (Provérbios 16:5,6).

O salmista tinha consciência que “o caminho dos retos é desviar-se do mal; quem guarda o seu caminho preserva a sua vida. Antes da ruína vem a soberba, e o espírito orgulhoso precede a queda” (Provérbios 16:17,18). Foi essa soberba que levou Lúcifer a queda e ele tornou-se Satanás. Um dos pais da igreja disse: “A humildade faz de homens anjos, o orgulho faz de anjos (e também homens), demônios”.

Reflitamos na palavra DESVIAR, que significa mudar de direção, afastar, desgarrar, apostatar. Esse desvio da Palavra de Deus tem sido a grande tragédia em todas as épocas, e para esta falha sempre houve advertência do Senhor: “Tenham o cuidado de fazer como o Senhor, seu Deus, lhes ordenou. Não se desviem, nem para a direita nem para a esquerda. Andem em todo o caminho que o Senhor, seu Deus, lhes ordenou, para que vocês vivam, para que tudo lhes vá bem, e para que se prolonguem os seus dias na terra que irão possuir” (Deuteronômio 5:32,33).

Não há espaço para registrar como o desvio da Palavra de Deus é o que se constata nos livros históricos, é o grande tema nos livros poéticos, e é o grande alerta feito por todos os profetas maiores e menores no Antigo Testamento. Veja uma amostra: “Diga-lhes mais: Assim diz o Senhor: Quando as pessoas caem, será que não se levantam? Quando alguém se desvia do caminho, não torna a voltar? Por que, então, este povo de Jerusalém se afasta, em contínua rebeldia? Persiste no engano e não quer voltar. Eu escutei e ouvi, mas eles não falam o que é reto. Ninguém se arrepende da sua maldade. Ninguém pergunta: ‘O que foi que eu fiz de errado?’ Cada um se afasta e segue o seu caminho como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha. Até a cegonha no céu conhece as suas estações, e a rolinha, a andorinha e o grou observam o tempo da sua migração. Mas o meu povo não conhece o juízo do Senhor” (Jeremias 8:4-7).

E o grande tema da apostasia, do afastamento de Deus e de Sua Palavra, é também muito patente em cada um dos livros do Novo Testamento. “Por que persistir no engano e não querer voltar?” Foi a pergunta feita por Jeremias. No livro aos Hebreus este também é o grande desafio: “Tenham cuidado e não se recusem a ouvir aquele que fala. Pois, se os que se recusaram a ouvir quem divinamente os advertia na terra não escaparam, muito menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que dos céus nos adverte” (Hebreus 12:25).

Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. Porque, se a palavra falada por meio de anjos se tornou firme, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós, se não levarmos a sério tão grande salvação” (Hebreus 2:1-3).

E qual será o fim dos soberbos, dos malditos? Foi Jesus Cristo quem falou estas palavras: “Quando o Filho do Homem vier na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. Todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos: porá as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Venham, benditos de meu Pai! Venham herdar o Reino que está preparado para vocês desde a fundação do mundo. Então o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: “Afastem-se de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mateus 25:31-34,41).

O que mais o salmista almeja é exatamente não se desviar dos mandamentos do Senhor, porque os que se desviam mostram que são soberbos, malditos. Leia o Salmo 101 e verifique que a cidade do Senhor será limpa dos que praticam a iniquidade. Ali quem tem olhar arrogante e coração orgulhoso não será suportado.

Que seja o nosso dia a dia atender a seguinte exortação “Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, estando enraizados e edificados nele, e confirmados na fé, como foi ensinado a vocês, crescendo em ação de graças. Tenham cuidado para que ninguém venha a enredá-los com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Colossenses 2:6-8). O segredo é Cristo em nós, a esperança da glória (Colossenses 1:27). Jesus Cristo é o caminho, a verdade, a vida; vivamos nele, por meio dele e para ele.

a criança num tempo de apostasia – Parte 2

No número anterior (pode acessar aqui) verificamos que a nossa época está marcada por uma apostasia impressionante. Apostasia significa “afastamento” da verdade das Escrituras Sagradas e terminamos afirmando que num tempo assim há necessidade urgente de AMAR A VERDADE, escondendo-a no coração e também de BATALHAR DILIGENTEMENTE PELA VERDADE, isto é, pela “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3).

Precisamos batalhar quais soldados diligentes, bem equipados e esforçados, para manter a sã doutrina, e é urgente ensinar as crianças a serem bons soldados de Cristo. As crianças precisam conhecer todas as peças que compõem a Armadura de Deus, para que possam estar firmes para repelir os enganos da época atual.

Vejamos neste artigo algumas verdades que precisamos ensinar as crianças e pelas quais elas precisam aprender a batalhar:

1) A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS. Nela Ele se revela aos homens. Ela é Autoridade sobre nossas vidas.
Os falsos mestres não creem na Bíblia, citam-na fora do contexto, colocam outros escritos com autoridade superior aos da Bíblia.
Os verdadeiros mestres ajudam a criança a colocar a Bíblia no lugar central em sua vida. Mostram a importância de a criança memorizar o máximo de versículos que for possível e trabalham para que ela conheça os fatos gerais sobre a ordem dos livros na Bíblia.

2) DEUS É UMA PESSOA. Ele é o Criador de tudo o que existe. Ele domina sobre tudo e sobre todos. Ele é Espírito, Eterno, Santo, Justo e Amor. Ele é o Deus Triúno: Pai, Filho e Espírito Santo.
Os falsos mestres sempre falarão de Deus como uma força ou energia impessoal, ou que Deus é tudo e tudo é Deus. No fundo está a ideia de que todos são deuses.
Os verdadeiros mestres ajudam a criança a conhecer cada um dos atributos de Deus. Isto, para eles, tem a prioridade máxima no trabalho que realizam com crianças.

3) JESUS CRISTO É O FILHO DE DEUS. O Verbo encarnado, Perfeito, Sem pecado, que revelado em forma humana entregou sua vida para ser o Senhor e Salvador de todos os que nEle creem. Ele é o único caminho para o Pai e a vida eterna.
Os falsos mestres negam que Jesus Cristo seja Deus. Para eles é apenas um dos vários mestres de religião e que toda pessoa é filho de Deus.
Os verdadeiros mestres ajudam a criança a ver a singularidade da Pessoa de Cristo, a se alegrar com o grande milagre da Encarnação, com a Sua vida diferente revelando ser o Filho Perfeito de Deus e Sua maravilhosa salvação feita na Cruz, deixando depois o túmulo vazio e voltando para o Pai, na ascensão.

4) O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA. É Ele quem convence o mundo do pecado e atrai os incrédulos para a fé salvadora. Ele é quem habita, orienta e capacita o salvo.
Os falsos mestres ensinam que o Espírito Santo é apenas uma influência, ou então que existem muitos espíritos que podem se tornar guias das pessoas que os buscam.
Os verdadeiros mestres ajudar a criança a descobrir que o Espírito Santo é uma Pessoa Divina em contraste com os falsos espíritos que estão atuando no mundo.

5) O HOMEM FOI CRIADO À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS. Por isto o homem é diferente de todas as demais criaturas, tendo plena consciência de sua própria existência e a capacidade de pensar, de sentir e de agir.
Os falsos mestres negam a própria existência de Deus, ensinando que o universo surgiu por acaso e que o ser humano, como tudo o mais que existe, é resultado de um processo evolutivo desconhecido. O homem é simplesmente um animal como todos os demais.
Os verdadeiros mestres ajudam a criança a compreender que ela é produto do poder criador de Deus, responsável pelos seus atos e que por isso mesmo, deverá prestar contas ao Criador.

6) O PECADO SEPARA O HOMEM DE DEUS. Por causa da desobediência de Adão e Eva, todos nascem com uma natureza pecaminosa e por isso pecam. O que o pecado merece é a morte.
Os falsos mestres negam a existência do pecado, consideram o homem como possuidor de uma natureza boa que precisa ser desenvolvida, tendo como que um deus dentro de si. Por negarem o pecado afirmam não existir o juízo final. Enfatizam que o único problema é a ignorância do homem, sendo que o mesmo pode ir melhorando através de sucessivas vidas (reencarnação), ou também por melhoria das realidades sociais.
Os verdadeiros mestres ajudam a criança e descobrir que o pecado é real, é contra Deus e tem de ser castigado com a morte. Deus é Santo e odeia o pecado.

7) A SALVAÇÃO É UM DOM GRATUITO DE DEUS. Toda pessoa que crê em Cristo, recebendo-O como seu Salvador, tem a vida eterna. A Bíblia chama este ato de novo nascimento.
Os falsos mestres mostram que somente por meio de boas realizações o homem pode conseguir a sua salvação, bastando para isso que se esforce ao máximo para ser bondoso.
Os verdadeiros mestres ensinam a criança que não há absolutamente nada que ela possa fazer para merecer a salvação, pois o coração é mau e enganoso. A salvação é na verdade um presente do imenso amor de Deus, que enviou o Seu Filho Jesus Cristo para que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

8) A MENTE PODE SER CONTROLADA PELO ESPÍRITO SANTO. É Ele quem ajuda o novo nascido, que recebeu Jesus como seu Salvador, a conhecer melhor a Palavra de Deus, a orar e a ser mais semelhante a Cristo.
Os falsos mestres orientam a pessoa para que fique com a sua mente vazia para que seja penetrada e controlada por poderes superiores, que são, na verdade, espíritos demoníacos.
Os verdadeiros mestres, pelo contrário, ensinam a criança a nunca deixar a sua mente vazia, em hipótese alguma. Pelo contrário, ensinam que a mantenham sempre bem ocupada, especialmente no aprendizado da Palavra de Deus.

9) A VIDA COM PLENA REALIZAÇÃO É SÓ POR MEIO DE CRISTO. Os que em Cristo confiam é que experimentam vitórias.
Os falsos mestres ensinam que a chave do sucesso é a confiança em si mesmo. Eles fazem do “eu” um senhor que determina e que exige vitórias. Levam as pessoas a pensar que têm a força dentro de si.
Os mestres verdadeiros, mostram a criança que é confiando no Senhor, e deixando Cristo viver por meio dela, que se experimenta uma vida de vitória, contentamento e abençoada.

CONCLUSÃO

O escritor Warren W. Wiersbe, na apresentação que faz da Bíblia de Recursos para o Ministério com Crianças, escrita pela APEC®, cuja edição em português foi feita em parceria com a Editora Hagnos, diz o seguinte:
“Uma geração apenas, separa a igreja da extinção. Se não ganharmos crianças para Cristo e discipularmos as crianças salvas nas doutrinas bíblicas, o futuro da igreja e da civilização estará em jogo”.
Diante disso que pastores, líderes, professores, pais, assumam o compromisso de, no trato com as crianças, evangelizá-las, discipulá-las e integrá-las no Corpo de Cristo, para que assim, na dependência do Espírito Santo, fiquem firmes nesta época de apostasia.
E que, amando e lutando pela verdade, experimentemos a preciosa promessa registrada por Judas 24,25: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!”

Gilberto Celeti

Continua no próximo número…

NINGUÉM VOS ENGANE COM PALAVRAS VÃS

Quero hoje compartilhar uma palavra de John Charles Ryle

É bom entender que servir a Cristo nunca foi e nunca será, uma garantia contra todos os males dos quais a nossa carne é herdeira. Se você é crente, deve considerar a possibilidade de ter a sua quota de doenças e de dor, de tristezas e de lágrima, de perdas e de cruzes, de mortes e de privações, de despedidas e de separações, de ignomínia e de desapontamentos, enquanto você estiver nesse corpo. Cristo nunca prometeu que você iria para o céu sem passar por essas coisas. Ele prometeu que todo aquele que vem a Ele terá todas as coisas que conduzem à vida e à piedade; entretanto, Ele nunca prometeu que os faria prósperos ou ricos, ou saudáveis, e que a morte e as tristezas nunca chegariam à sua família.

Tenho o privilégio de ser um dos embaixadores de Cristo. Em Seu nome, posso oferecer vida eterna a todo homem, mulher ou criança, que deseja obtê-la. Em Seu nome, posso oferecer perdão, paz, graça, glória a qualquer filho ou filha de Adão que lê estas linhas. Contudo, não ouso oferecer prosperidade a essa pessoa como sendo parte e uma porção do evangelho. Não ouso oferecer vida longa, um salário mais alto e libertação da dor. Não ouso prometer ao homem que toma sua cruz e segue a Cristo que ele nunca encontrará uma tempestade em seu caminho.

Bem sei que os homens não se agradam dessas condições. Eles preferem ter a Cristo e boa saúde, Cristo e muito dinheiro, Cristo e nenhuma morte na família, Cristo e nenhuma preocupação desgastante, Cristo e uma eterna manhã sem nuvens. Porém, eles não gostam de Cristo e a cruz, Cristo e tribulação, Cristo e conflitos, Cristo e ventoso uivantes, Cristo e tempestade.

Ao destacar esta palavra do Pr. John Charles Ryle, o faço pedindo que compare com o que normalmente muitos que se apresentam como pastores e mestres estão falando. Você consegue perceber que o número de falsos mestres é muito grande? Vamos atender bem a recomendação bíblica: “Ninguém vos engane com palavras vãs” (Efésios 5:16).

Quem foi John Charles Ryle (1816-1900)

Nascido na Inglaterra, numa família que lhe permitiu ter uma excelente educação. Destacou-se como atleta e alcançou alto nível em História e Filosofia Greco-Romana tanto antiga quanto moderna. Ele não aceitou atuar na área do ensino e tudo indicava que seguiria uma carreira política, no entanto foi despertado espiritualmente com o texto de Efésios 2 (se puder separe uns minutos para meditar neste texto), vindo a tornar-se ministro cristão.

Ryle estabeleceu igrejas fortes e bem alimentadas da palavra de Deus, mantendo sempre a pregação fiel do Evangelho, destacando-se pela defesa vigorosa da verdade com graciosidade e entusiasmo. Dedicou-se também a escrever material para que o povo pudesse compreender as doutrinas cristãs evangélicas. Seus livros: “Comentários aos Evangelhos” e “Santidade” são extraordinários e até hoje ainda nos falam e de maneira insuperável.

O texto de John Charles Ryle foi extraído do livro SANTIDADE SEM A QUAL NINGUÉM VERÁ O SENHOR, uma publicação da Editora Fiel (http://www.editorafiel.com.br). Este livro é um CLÁSSICO! Insuperável neste tema. Procure adquirir e ler este livro.

A CRIANÇA NUM TEMPO DE APOSTASIA – 1

28/10/

Em todas as épocas, ao longo dos séculos, os servos fieis do SENHOR têm enfrentado as mais variadas lutas em favor da preservação da sã doutrina. Mesmo em todo o Novo Testamento, ao observarmos atentamente os evangelhos, o livro de Atos, as cartas paulinas e dos demais apóstolos e o próprio livro de Apocalipse, um tema que se destaca sobremaneira, é o perigo do afastamento da verdade (apostasia). Não é diferente este nosso tempo. Como agir com as crianças no contexto de apostasia? Saberemos guiá-las de tal maneira que aprendam a escolher o Caminho, que é Cristo, sem desviarem-se?

Uma das marcas desta época é o fascínio por tudo o que é misterioso, sobrenatural, místico e esotérico. Há uma busca intensa de visões esotéricas, êxtases fascinantes, maravilhas, sinais, meditações transcendentais, contatos com seres angelicais, contatos com seres extraterrestres, experiências paranormais, percepções divinas, revelações especiais, desenvolvimento intuitivo, etc.

O grande interesse por religião, facilitado pelos meios de comunicação, permite um intercâmbio cada vez maior de práticas religiosas entre as pessoas. Por meio da televisão, do rádio, dos jornais, das revistas, da internet, são divulgados os mais variados cultos e tradições religiosas de todas as partes do mundo.

O sincretismo e o proselitismo são muito fortes, e muitos grupos lançam suas redes para conseguir o maior número de adeptos. No afã de crescer e de fazer um “nome” é comum a prática de uma ou mais formas de “espiritualidade mística”. Parece que há uma busca de algo que “funcione”, que dê certo e que promova uma determinada “experiência”.

O fato estarrecedor em tudo isto é que não existe o mínimo interesse com a VERDADE. Até porque, quem é que aceita hoje os absolutos de Deus e de Sua Palavra? O que passa a existir é uma série imensa de “verdades”, cada uma delas “boa” no seu próprio contexto, onde o importante é ter uma experiência religiosa, não importa onde, nem como.

Os grupos que mais crescem são os que mais se afastam da verdade da Palavra de Deus. Quando o desejo é apenas crescer e obter poder, não é difícil constatar que certos líderes gostam de ser reconhecidos como seres especiais:

  • Que têm uma intimidade com Deus superior aos demais
  • Que têm uma força na oração inigualável
  • Que têm capacidade de identificar doenças e ministrar a cura
  • Que têm habilidade no lidar com os demônios
  • Que têm a capacidade de ministrar a libertação, cura, perdão e prosperidade.
  • Que se apresentam, enfim, como seres quase sobrenaturais e que chegam a ser idolatrados pelos seus fiéis. Esta auréola de “espiritualidade” impressiona e atrai as multidões.

Toda essa tendência para o que é místico e sobrenatural causa forte impacto nas crianças! Esses pequeninos são “alimentados” com brinquedos, livros, jogos e filmes em que o ocultismo, nas suas três principais dimensões: a magia, a adivinhação e o espiritismo, se interligam ao cotidiano das crianças para influenciá-las e causar uma verdadeira lavagem cerebral.

Hoje há propostas oferecidas por certos acampamentos de férias para crianças, onde o tema é exatamente o misticismo, a magia, a busca de um “alto astral”. É surpreendente como os pais enviam seus filhos para este tipo de programação.

Hoje os filmes que estão em exibição quase que, sem exceção, têm nos seus enredos o sobrenatural, o mágico, o esotérico. E quantas crianças passam um tempo considerável do seu dia acessando as mais variadas mídias, e/ou brincando com os games. Não há escapatória. Parece que há um acordo bem elaborado para que de alguma maneira as crianças sejam alcançadas com alguma forma de misticismo.

Hoje os jogos de RPG são grandemente apreciados e usados pelas crianças e adolescentes. São jogos de personificação onde o jogador escolhe um personagem que irá representar, e adota o modo de pensar, o jeito de ser e a força do personagem. Já pensou no perigo deste tipo de jogo? O jogador deixa de ser ele mesmo e incorpora outra identidade. O fato é que os personagens a serem vivenciados pelos jogadores praticam maldades e em determinados pontos da brincadeira só conseguem seguir adiante rumo à vitória no jogo, se praticarem magias, se conversarem com uma pessoa que já morreu e assim por diante. As crianças aprendem o ocultismo simplesmente brincando.

Estes jogos, via de regra, dão mais vantagens aos personagens que praticam mais maldades. Há diversos casos de crianças e adolescentes que ficam possuídos pelos demônios. Alguns, sem distinguir a realidade da fantasia, acabam, na vida real, praticando crimes horríveis, como faziam na brincadeira.

Hoje também certos livros exercem uma influência muito grande nas crianças. Um exemplo recente é o grande interesse despertado nas crianças pela leitura dos livros sobre Harry Potter, da escritora J. K. Rowling. As crianças devoram com avidez, livros com mais de 500 páginas, onde instruções sobre feitiçaria são passadas. Por que este fascínio pela história de um menino inexpressivo, infeliz e insatisfeito que, ao descobrir a bruxaria, encontra a alegria e a razão para viver?

Que nome dar para uma época como esta? Nova era? Misticismo? Neo-esoterismo? O fato é que, em todos os níveis da sociedade, se observa uma real sedução como que preparando toda a humanidade para participar de uma religião mundial, onde o filho da perdição há de ser adorado, aquele que “se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2 Tessalonicenses 2:4).

Arrisco dar um nome para esta época: a época da apostasia. Esta época foi devidamente anunciada na Palavra de Deus: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios” (1 Timóteo 4:1).

A Bíblia deixa também bem claro que a volta de Cristo será antecedida por uma época de apostasia, que é um dos sinais bem claros da volta do Senhor Jesus: “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá (a volta de Cristo) sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição” (2 Tessalonicenses 2:3).

O que marca este tempo de apostasia? Sem nenhuma sombra de dúvida é o fato de estar em curso a chamada “operação do erro”, mandada por Deus, e que atrai a todos que não acolhem o amor da verdade para serem salvos, vindo estes, então, a dar crédito à mentira. Todo este período que antecede o aparecimento do iníquo, é marcado por poder, e sinais, e prodígios da mentira, mas que causam impacto por serem segundo a eficácia de Satanás. Leia o texto completo em 2 Tessalonicenses 2:7-12.

O que fazer numa época de apostasia como esta?

  1. Ter amor à verdade

A Palavra de Deus, a Bíblia, precisa ser amada, meditada, estudada, vivida e pregada. Todos hoje querem apenas ouvir mensagens confortadoras, que produzam alegria, bem estar, satisfação, uma sensação agradável, um senso de triunfo, algo sensacional. Muitas vezes se usa a Bíblia apenas para estimular a autoestima e proporcionar um certo bem-estar psicológico.

Como é raro ouvir a Palavra de Deus sendo fielmente anunciada, agindo como uma real espada de dois gumes, conforme Hebreus 4:12,13, que penetra no mais íntimo do ser para mostrar o erro, o pecado, o engano, levando ao arrependimento e à mudança que Deus espera. Só a Palavra de Deus consegue expor com clareza aquilo que o homem é, não deixando nada encoberto. Só a Bíblia aponta o mal e a sua raiz. As mensagens, não pautadas pela Bíblia, acobertam o pecado. As mensagens bíblicas o expõem. A Bíblia é um espelho que mostra o defeito, mas também tem o poder de corrigi-lo e de purificar o coração.

É preciso acolher a Palavra da Verdade, que produz uma transformação no íntimo. É somente escondendo a Palavra no coração que podemos ter vitória sobre o pecado. Se há algo que as crianças de hoje precisam, com urgência, é de um ensino bíblico sério e profundo. Elas precisam de pais, professores e pastores com visão e responsabilidade, que saibam transmitir-lhes as lições bíblicas, que os levem a memorizar versículos e a serem vitoriosos diante dos erros religiosos que assolam nossa época.

  1. Batalhar diligentemente pela verdade

Numa época de apostasia, infestada de falsos mestres e falsos ensinos, que comprometem a mensagem bíblica, é preciso reagir como um soldado. A Bíblia está sendo atacada assim como “a fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 1:3). A doutrina que está colocada nas escrituras sagradas, está sendo alvo de difamação e de distorção. Isto não pode ficar assim. Precisamos batalhar quais soldados diligentes, bem equipados e esforçados, para manter a sã doutrina.

Há que se denunciar os erros e os enganos. Há de se desmascarar aqueles que se introduzem no meio dos cristãos, com dissimulação e fingimento. Pessoas que acabam transformando a graça de Deus em libertinagem e que são chamados por Judas em sua pequenina carta de “sonhadores alucinados” (Judas 8).

Gilberto Celeti

Continua no próximo número…

CUIDADO COM OS ÍDOLOS!

consumismo 2As mídias sociais de hoje em dia
Revelam bem a imbecilidade,
De gente que demonstra a idolatria,
Em suas postagens, está é a realidade.

O estômago tornou-se divindade
De tanto que se fala de comida;
Glutonaria ou dieta, na verdade,
Assumem proporção que é desmedida.

É deus também o entretenimento,
A busca de prazer que é insaciável.
Pra muitos é só o endinheiramento
O que importa, e o que é mais adorável.

As selfies bem revelam o narcisismo,
É tempo de multiplicarem-se as imagens.
Há sempre um “deus” por trás de cada “ismo”,
No corpo e n’alma veem-se as tatuagens.

O culto aos heróis está em alta
Na religião, ciência, arte e esporte;
O homem a si mesmo se exalta
E na superstição busca sua sorte!

A idolatria, entenda, é uma loucura,
Que afronta ao Deus vivo e verdadeiro,
O Criador Eterno e que procura
Quem O adore e O honre por inteiro.

Fujamos deste mundo de vaidade,
De todo coração busquemos isto:
Crescer na fé, na graça e na verdade,
Andar, servir e amar somente a Cristo!

Gilberto Celeti

“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado, porque quem é nascido de Deus guarda a si mesmo, e o Maligno não pode tocar nele.”
“Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno.”
“Também sabemos que o Filho de Deus já veio e nos tem dado entendimento para reconhecermos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.”
“Filhinhos, cuidado com os ídolos!”

1 João 5:18-21

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