salmo 119 – verso 66

Ensina-me bom juízo e conhecimento, pois creio nos teus mandamentos.” (Salmo 119:66).

Esta oração do salmista me leva a fazer duas perguntas:

  1. Creio nos Seus mandamentos, na Sua Palavra, que é verdadeira, ontem, hoje e sempre? Foi exatamente isso que afirmou o Senhor Jesus Cristo: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.” (Mateus 24:35).
  2.  Se creio nos mandamentos e na Palavra de Deus, já fiz, de todo coração, esta oração ao Eterno Deus: “Ensina-me bom juízo e conhecimento”?

Trata-se de uma oração para ter “bom juízo”, que significa aprender a julgar corretamente, examinando demorada e atentamente todos os lados de uma determinada questão, com toda prudência, ponderação e de forma criteriosa. Interessante verificar que algumas pessoas, que residiam na cidade de Bereia, foram consideradas “nobres”, por procederem exatamente assim ao ouvirem a mensagem anunciada pelo apóstolo Paulo, como está escrito: “Ora, estes de Bereia eram mais nobres do que os de Tessalônica, pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. Com isso, muitos deles creram, mulheres gregas de alta posição social e muitos homens.” (Atos 17:11,12). Que bênção é ter “bom juízo”!

Senhor Deus, “ensina-me bom juízo e conhecimento”, é o pedido a ser feito, para atravessar todo o ciclo da vida, desde o nascimento. Trata-se de pedir também “bom conhecimento”, que significa receber as ideias, as informações com discernimento. Provavelmente o salmista fazia sua oração atendendo a orientação sábia que se encontra no Livro de Provérbios 2:1-15:

“Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no seu coração os meus mandamentos; se você der ouvidos à sabedoria e inclinar o seu coração ao entendimento; sim, se você pedir inteligência e gritar por entendimento; se buscar a sabedoria como a prata e a procurar como se procuram tesouros escondidos, então você entenderá o temor do Senhor e achará o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e a inteligência. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo para os que andam com integridade, guardando as veredas da justiça e conservando o caminho dos seus santos. Então você entenderá a justiça, o juízo e a equidade — todas as boas veredas. Porque a sabedoria entrará no seu coração, e o conhecimento será agradável à sua alma. O discernimento o guardará e o entendimento o protegerá. A sabedoria o livrará do caminho do mal e do homem que diz coisas perversas; dos que abandonam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas; dos que têm prazer em fazer o mal e se alegram com as perversidades dos maus, cujas veredas são tortuosas e que se desviam em seus caminhos.” (Provérbios 2:1-15).

O discernimento, esta faculdade de julgar as coisas de maneira clara e sensata, é imprescindível para todos os ciclos da vida. O discernimento que conduz uma pessoa a ter cautela e prudência em toda e qualquer circunstância. O discernimento que conduz uma pessoa a ter bom senso, com habilidade para discernir entre o verdadeiro e o falso, e que lamentavelmente está ausente no dia a dia das pessoas, que tão facilmente são enganadas e ficam sujeitas a seguir por caminhos tortuosos, em vez de andar na vereda da retidão. Este aprendizado do bom juízo e do conhecimento é eminentemente prático e não teórico. Leva a um viver de obediência ao Senhor, concordando com o que Deus concorda, aprovando o que Deus aprova. A grande falha dos líderes do povo de Deus no Antigo Testamento foi a falta de obediência. O profeta Ezequiel ao anunciar a futura restauração de Israel, refere-se a reformas que aconteceriam e menciona, entre tantas outras que: “os sacerdotes ensinarão o meu povo a distinguir entre o santo e o profano e lhe darão entendimento quanto à diferença entre o impuro e o puro.” (Ezequiel 44:23). Finalmente chegaria um tempo de ministério com discernimento.

Já nos tempos do Novo Testamento, o autor da carta aos Hebreus falou da incapacidade de muitos, para compreenderem a verdade da Palavra de Deus, por terem preguiça de ouvir. Nos dias de hoje, observamos não só a preguiça de ouvir como também de pensar e raciocinar. Muitos não se desenvolvem e nem buscam terem “bom juízo e conhecimento”. Talvez nunca tenham pedido a Deus por isto. Para estes fica a exortação: “Pois, quando já deviam ser mestres, levando em conta o tempo decorrido, vocês têm, novamente, necessidade de alguém que lhes ensine quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus. Passaram a ter necessidade de leite e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.” (Hebreus 5:11-14).

Senhor Deus, “ensina-me bom juízo e conhecimento”, é o pedido a ser feito, para que deixemos de ser crianças, avancemos na vida de fé e saibamos diferenciar cada vez mais claramente a diferença entre o santo e o profano, entre o puro e o impuro, entre bem e o mal, entre o certo e o errado, entre o justo e o injusto; no meio de uma sociedade madura para o juízo de Deus, e que não sabe “distinguir entre a mão direita e a mão esquerda.” (Jonas 4:11).

Há um passagem do apóstolo João muita elucidativa, onde ele refere-se aos crentes como sendo “filhinhos”, “jovens” e “pais”. Pensemos por uns instantes neste texto, perguntando-nos a nós mesmos, em qual destas categorias nos encontramos? Diz o texto: “FILHINHOS, escrevo a vocês, porque os seus pecados são perdoados por causa do nome de Jesus. PAIS, escrevo a vocês, porque conhecem aquele que existe desde o princípio. JOVENS, escrevo a vocês, porque vocês têm vencido o Maligno. FILHINHOS, escrevi a vocês, porque conhecem o Pai. PAIS, escrevi a vocês, porque conhecem aquele que existe desde o princípio. JOVENS, escrevi a vocês, porque são fortes, e a palavra de Deus permanece em vocês, e vocês já venceram o Maligno.” (1 João 2:12-14). Resumindo temos:

  • FILHINHOS – porque os seus pecados são perdoados por causa do nome de Jesus e porque conhecem o Pai
  • PAIS – porque conhecem aquele que existe desde o princípio.
  • JOVENS – porque vocês têm vencido o Maligno e porque são fortes, e a palavra de Deus permanece em vocês, e vocês já venceram o Maligno.

A continuação deste capítulo dois de João é de uma preciosidade sem igual, quanto a este tema de alcançarmos o discernimento, o “bom juízo e conhecimento”. Leia com atenção 1 João 2:15-29.  Veja só os alertas dados por João:

  • 1 João 2:18-19 – “…esta é a última hora. E, como vocês ouviram que o anticristo vem, também agora muitos anticristos têm surgido; por isso sabemos que é a última hora. Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos.”
  • 1 João 1:21,22 – …nenhuma mentira procede da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho.”
  • 1 João 2:26 – “Isto que acabo de escrever para vocês é a respeito dos que estão tentando enganá-los.”

O espaço não permite considerar de forma completa este texto de João, mas veja só as fontes de conhecimento que estão à nossa disposição:

  • 1 João 2:20,21 – “Mas vocês têm a unção que vem do Santo e todos têm conhecimento. Não escrevi a vocês porque não conhecem a verdade, mas porque vocês a conhecem, e porque nenhuma mentira procede da verdade.”
  • 1 João 2:24 – “Permaneça em vocês o que vocês ouviram desde o princípio. Se o que ouviram desde o princípio permanecer em vocês, também vocês permanecerão no Filho e no Pai.”
  • 1 João 2:27 – “Quanto a vocês, a unção que receberam dele permanece em vocês, e não precisam que alguém os ensine. Mas, como a unção dele os ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permaneçam nele, como também ela ensinou a vocês.”

É necessário lembrar que todos os que se tornaram cristãos, “foram regenerados não de semente corruptível, mas de semente incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Porque ‘toda a humanidade é como a erva do campo, e toda a sua glória é como a flor da erva. A erva seca, e a flor cai; mas a palavra do Senhor permanece para sempre.’ Esta palavra é o evangelho que foi anunciado a vocês.” (1 Pedro 1:23-25).

E qual é este evangelho? “Irmãos, venho lembrar-lhes o evangelho que anunciei a vocês, o qual vocês receberam e no qual continuam firmes. Por meio dele vocês também são salvos, se retiverem a palavra assim tal como a preguei a vocês, a menos que tenham crido em vão. Antes de tudo, entreguei a vocês o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15:1-4)

Regenerados, convertidos, tendo recebido a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, como filhinhos, como jovens, ou como pais, todos precisam orar sempre para terem bom juízo e conhecimento, por que amam ao Senhor e à Sua Palavra. Todos os cristãos precisam ter o devido discernimento desta palavra: “Não amem o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo — os desejos da carne, os desejos dos olhos e a soberba da vida — não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como os seus desejos; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:15-17).

“Ensina-me bom juízo e conhecimento, pois creio nos teus mandamentos.” (Salmo 119:66). Só tendo Jesus, “o qual se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e redenção” (1 Coríntios 1:30”, é que todo o ciclo de nossa vida agradará o Senhor. É pelo Espírito de Cristo, que está em nós e que nos leva a permanecer em Cristo, que o discernimento se torna possível. E João conclui o capítulo dois com esta palavra: “Mas, como a unção dele os ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permaneçam nele, como também ela ensinou a vocês. E agora, filhinhos, permaneçam nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos envergonhados, tendo de nos afastar dele no dia da sua vinda. Se sabem que ele é justo, reconheçam também que todo aquele que pratica a justiça é nascido de Deus.” (1 João 2:27-29).

Salmo 119 – verso 38

“Confirma ao teu servo a tua promessa feita aos que te temem” (Salmo 119:38).

Esta é uma oração preciosa, feita por um servo. Esta condição com a qual o salmista se apresenta diante de Deus, revela sua consciência de servo, que nada mais é do que a percepção de ser alguém que não tem direitos, que não dispõe de sua própria pessoa para fazer o que bem entende, pelo contrário, alguém que na condição de um escravo, presta serviços.

A maneira como Jesus fez e ensinou exemplifica muito bem o que significa ser um servo. É só lembrar da ceia que antecedeu a sua prisão e crucificação, quando ele levantou-se, “tirou a vestimenta de cima e, pegando uma toalha, cingiu-se com ela. Em seguida Jesus pôs água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido …………. Depois de lhes ter lavado os pés, Jesus pôs de novo as suas vestimentas e, voltando à mesa, perguntou-lhes: Vocês compreendem o que eu lhes fiz? Vocês me chamam de Mestre e de Senhor e fazem bem, porque eu o sou. Ora, se eu, sendo Senhor e Mestre, lavei os pés de vocês, também vocês devem lavar os pés uns dos outros. Porque eu lhes dei o exemplo, para que, como eu fiz, vocês façam também. Em verdade, em verdade lhes digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Se vocês sabem estas coisas, bem-aventurados serão se as praticarem” (João 13:4,5,12-14).

Outra ocasião quando houve uma discussão entre os seus discípulos sobre qual deles parecia ser o maior, Jesus lhes disse: “Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados de benfeitores. Mas vocês não são assim; pelo contrário, o maior entre vocês seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve. Pois qual é maior: aquele que está à mesa ou aquele que serve? Não é verdade que é aquele que está à mesa? Pois, no meio de vocês, eu sou como quem serve” (Lucas 22:24-27).

E qual é a oração do salmista servo? Consciente de andar no temor do Senhor ele pede a Deus que confirme a sua promessa. Que seja mostrada a veracidade e a exatidão da Promessa de Deus. A promessa de Deus é a palavra de Deus. Toda a palavra de Deus é uma promessa. O que Deus fala tem garantia absoluta. Deus é o Único que garante que aquilo ou algo que fará ou dará realmente acontecerá. Deus é sempre o doador com poder de conceder favores ou poderes a um recebedor. Ele é o Único que pode garantir, declarando com total segurança o que fará e dará. Sua Palavra se cumprirá, seja aquela que anuncia a bem-aventurança eterna, seja aquela que anuncia a perdição eterna. Isto é muito solene!

De fato Deus cumpre sua palavra e sua promessa:

  • Josué 21:45 – “Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor havia falado à casa de Israel; tudo se cumpriu”.
  • 1 Reis 8:56 — “Bendito seja o Senhor, que deu repouso ao seu povo de Israel, segundo tudo o que havia prometido! Nem uma só palavra falhou de todas as boas promessas que fez por meio de Moisés, seu servo”
  • Neemias 9:7,8 – “Tu és o Senhor, o Deus que escolheste Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste por nome Abraão. Achaste o seu coração fiel diante de ti e com ele fizeste aliança, para dares à descendência dele a terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos ferezeus, dos jebuseus e dos girgaseus; e cumpriste as tuas promessas, porque és justo”.
  • Lucas 1:37 – Porque para Deus não há nada impossível.

Todo o desdobramento da história, a partir da queda do homem, tem a ver com a palavra-promessa proferida por Deus quando dirigiu-se à serpente que havia enganado a Eva, dizendo: “Por causa do que você fez, você é maldita entre todos os animais domésticos e entre todos os animais selvagens. Você rastejará sobre o seu ventre e comerá pó todos os dias da sua vida. Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela. Este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar” (Gênesis 3:14,15). Este descendente da mulher ferindo a cabeça da serpente é o tema central de toda a Palavra de Deus, de Gênesis à Apocalipse.

Nós que vivemos numa época posterior à vinda do descendente da mulher, o Senhor Jesus Cristo, o Verbo (a Palavra) encarnado, que ferido no calcanhar ao ser colocado na cruz do Calvário, feriu a cabeça de Satanás, e ressuscitou vitoriosamente e subiu aos céus gloriosamente sabemos como esta promessa de Gênesis 3:15 se concretizou, e nós os que cremos e recebemos a Cristo como nosso Senhor e Salvador, temos uma palavra importante que nos foi deixada na primeira carta de Pedro, ao nos falar de Jesus Cristo: “Mesmo sem tê-lo visto vocês o amam. Mesmo não o vendo agora, mas crendo nele, exultam com uma alegria indescritível e cheia de glória, obtendo o alvo dessa fé: a salvação da alma. Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e investigaram. Eles profetizaram a respeito da graça destinada a vocês, investigando qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas que eram indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao predizer os sofrimentos que Cristo teria de suportar e as glórias que viriam depois desses sofrimentos. A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vocês, ministravam as coisas que, agora, foram anunciadas a vocês por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, lhes pregaram o evangelho, coisas essas que anjos desejam contemplar” (1 Pedro 1:8-12).

Os que viveram nos tempos do Antigo Testamento, e aguardavam o cumprimento da promessa de Deus mencionada em Gênesis, indagavam sobre qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas para a vinda do Salvador, e tantas vezes desejaram que esta promessa se cumprisse, em seus próprios dias. Seria este o desejo do salmista: “Confirma ao teu servo a tua promessa feita aos que te temem” (Salmo 119:38)?

Jesus Cristo, o Supremo Comandante do Universo, ao retornar para o céu, deixou uma ordem para que a mensagem da salvação fosse anunciada para todos os povos, no poder do Espírito Santo, até o Seu retorno. Vivemos para obedecer ao Senhor nisto e vivemos aguardando este Glorioso momento de sua segunda vinda. Pode ser que muitos, à semelhança do salmista, estejam também orando: “Confirma ao teu servo a tua promessa feita aos que te temem” (Salmo 119:38).

É possível, no entanto, entender o porque desta demora do retorno de Cristo meditando neste texto: “Mas há uma coisa, amados, que vocês não devem esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos são como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a julguem demorada. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. Porém, o Dia do Senhor virá como um ladrão. Naquele dia os céus passarão com grande estrondo, e os elementos se desfarão pelo fogo. Também a terra e as obras que nela existem desaparecerão. Uma vez que tudo será assim desfeito, vocês devem ser pessoas que vivem de maneira santa e piedosa, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus. Por causa desse dia, os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos se derreterão pelo calor. Nós, porém, segundo a promessa de Deus, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça” (2 Pedro 3:8-13).

O ensino para os servos de Deus, que como o salmista servo andava no temor do Senhor é muito claro, quanto ao modo como precisam esperar o cumprimento da promessa: “Devem ser pessoas que vivem de maneira santa e piedosa, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus” (2 Pedro 3:11,12). Como é a vida de quem espera e apressa a vinda do Dia de Deus?

Aquele que ESPERA vive na perspectiva e na expectativa que o Senhor voltará a qualquer momento, atento às Suas recomendações: “Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o Senhor de vocês. Porém, considerem isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso, estejam também vocês preparados, porque o Filho do Homem virá à hora em que vocês menos esperam. Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor deixou encarregado dos demais servos, para lhes dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim” (Mateus 24:42-46).

Aquele que APRESSA vive na perspectiva e na expectativa de anunciar a mensagem do evangelho no poder do Espírito Santo, sendo testemunha de Jesus Cristo “tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” (Atos 1:8). É alguém com consciência e dedicação missionária tanto em (ao seu redor), como em (nos locais ainda não alcançados).

E a vida santa e piedosa? Atendamos ao ensino da Palavra de Deus que afirma: “Pelo poder de Deus nos foram concedidas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. Por meio delas, ele nos concedeu as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vocês se tornem coparticipantes da natureza divina, tendo escapado da corrupção das paixões que há no mundo. Por causa disso, concentrando todos os seus esforços, acrescentem à fé que vocês têm a virtude; à virtude, o conhecimento; ao conhecimento, o domínio próprio; ao domínio próprio, a perseverança; à perseverança, a piedade; à piedade, a fraternidade; à fraternidade, o amor. Porque essas qualidades, estando presentes e aumentando cada vez mais, farão com que vocês não sejam nem inativos, nem infrutíferos no pleno conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele que não tem estas coisas é cego, vendo só o que está perto, e se esqueceu da purificação dos seus antigos pecados. Por isso, irmãos, procurem, com empenho cada vez maior, confirmar a vocação e a eleição de vocês; porque, fazendo assim, vocês jamais tropeçarão. Pois desta maneira é que lhes será amplamente suprida a entrada no Reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 1:3-11).

Deus, pelo Seu poder, nos concedeu as suas PRECIOSAS E MUI GRANDES PROMESSAS. Uma vida santa e piedosa concentra todos os seus esforços para não sermos nem inativos e nem infrutíferos. Há um crescimento quando se acrescenta à FÉ, A VIRTUDE; à virtude, O CONHECIMENTO; ao conhecimento, O DOMÍNIO PRÓPRIO; ao domínio próprio, A PIEDADE; a piedade, A FRATERNIDADE; a fraternidade, O AMOR.

“Confirma ao teu servo a tua promessa feita aos que te temem” (Salmo 119:38).

São tantas as preciosas e mui grandes promessas de Deus para os que o temem e os servos de Deus se regozijam ao cantar este hino:

Firme nas promessas do meu Salvador,
Cantarei louvores ao meu Criador,
Fico pelos séculos no Seu amor
Firme nas promessas de Jesus
.

Firmes nas promessas não irei falhar,
Vindo as tempestades a me consternar,
Pelo Verbo Eterno eu hei de trabalhar
Firme nas promessas de Jesus.

Firme nas promessas, sempre vejo assim,
Purificação no sangue para mim,
Plena liberdade eu provarei sem fim
Firme nas promessas de Jesus.

Firme nas promessas do Senhor Jesus,
Em amor ligado com a Sua cruz,
Cada dia mais alegro-me na luz,
Firme nas promessas de Jesus.

Firme, firme, firme
nas promessas de Jesus, meu Mestre!
Firme, firme, sim, firme
nas promessas de Jesus!

Finalmente, é precioso considerar o texto de 2 Coríntios 1:20: “Porque todas as promessas de Deus têm nele o “sim”. Por isso, também por meio dele se diz o “amém” para glória de Deus, por meio de nós”. Novamente percebemos a centralidade de Jesus Cristo, em toda a Escritura Sagrada.

Jesus é o VERBO, como está escrito: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens…… E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1:1-4, 14).

O apóstolo Paulo escrevendo aos cristãos de Colossos lhes disse: “Cristo em vocês, a esperança da glória. Este Cristo nós anunciamos, advertindo a todos e ensinando a cada um em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos cada pessoa perfeita em Cristo. É para esse fim que eu me empenho, esforçando-me o mais possível, segundo o poder de Cristo que opera poderosamente em mim” (Colossenses 1:27-29). E ele continua dizendo: “Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, estando enraizados e edificados nele, e confirmados na fé, como foi ensinado a vocês, crescendo em ação de graças. Tenham cuidado para que ninguém venha a enredá-los com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Colossenses 2:6-8).

Sim, ser um cristão que vive de maneira santa e piedosa, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, como servo de Deus, é viver em Cristo, pois nele estão todas as preciosas promessas mui grandes e preciosas. Por isso oremos como o salmista: “Confirma ao teu servo a tua promessa feita aos que te temem” (Salmo 119:38).

MORRER EM CRISTO FAZ TODA A DIFERENÇA

É a vida caminhada que se finda
Quando a estrada chega na quarta parada*,
Cemitério onde vale o critério:
Sepultado fica um dos condenados!

Alguém chora, outros não, mas vão-se embora;
E, sozinho, lá é o fim do meu caminho.
Esquecido, eu não volto, fui tolhido;
Encontrado, foi agora, o meu passado.

Fato duro é este: não há mais futuro;
Se há memória, para alguns, da minha história,
Não demora, essa lembrança vai se embora.
Nasce, cresce, amadurece, envelhece.

Ninguém pensa que é a morte a recompensa,
Do pecado que nos têm contaminado.
Mas por isto, por amor foi Jesus Cristo,
Do universo Criador, como homem, imerso.

Encarnado, homem-Deus, crucificado,
Impoluto, para ser substituto
Do que, crente, O recebe, tão-somente!
Pra o perdido, que por Ele foi remido

Seu pecado está em Cristo, castigado,
E em Cristo é que, por Deus, agora é visto:
Sepultado, mas também ressuscitado.
Tem sua vida, na verdade, escondida

Com Jesus, que está na glória em plena luz,
Aguardando quando Ele, retornando,
A ventura de sair da sepultura
Pra o Deus Trino exaltar com eterno hino!

Gilberto Celeti

*nome de um cemitério na cidade de São Paulo

Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno, no terceiro dia ressuscitou dos mortos, subiu ao céu, e está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Cristã – a comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na Vida Eterna. Amém.

CRISTO – O SEGREDO DE DEUS!

Estar de coração agradecido
Por tudo quanto tem acontecido
Produz na alma alegre melodia
Que ao DEUS ETERNO exalta cada dia.

As obras do SENHOR são grandiosas,
As suas leis são justas e bondosas,
O ALTÍSSIMO domina em santidade,
Não tem lugar, com ELE, a iniquidade.

Feliz é quem, pra o seu CRIADOR, se volta,
Estulto quem, com ELE, se revolta.
Ineptos! Este é o veredito,

Da boca do JUIZ, bem proferido,
Pra todos quantos não compreendem isto:
De tudo, o segredo está em CRISTO!

Gilberto Celeti

“O inepto não compreende, e o estulto não percebe isto: ainda que os impíos brotam com a erva, e florescem todos os que praticam a iniquidade, nada obstante, serão destruídos para sempre; tu, porém, SENHOR, és o ALTÍSSIMO eternamente”. (Salmo 92:6-8)

A VIDA COMO CAMINHADA

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O que é a vida? Uma caminhada
Neste imenso universo em movimento
E ligeiro, como é ligeiro o vento
Cada um desaparece na jornada.

Cada vida é como um conto, é uma história,
É escrito dia a dia, o enredo
E no hoje, e no agora, está o segredo
De o futuro ter de mim boa memória.

O presente é, de fato, um presente.
O que faço agora é o que determina
Se o amanhã será de benção ou de ruína.
Que eu ande hoje, então bem sabiamente!

E que eu tenha sempre em mente, claro, isto:
Que o caminho, a verdade e a vida
Que compensa e vale a pena ser vivida
É estar cada momento em Jesus Cristo!

Gilberto Celeti

“Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”. (Salmo 90:12)

Se possível coloque mais abaixo o seu comentário. Muito obrigado.


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Tenho dois livros publicados pela Bunker Editorial

O Mistério do Natal
Sonetos para o Século 21

DEUS GUIA O CEGO

Perplexo com o desconhecido,
Sem enxergar, de fato, o caminho,
Com a Palavra Eterna eu me alinho,
Firmado no que Deus tem prometido.

Num mundo em que a mudança é constante,
E onde prevalece a insegurança,
Desfruto o privilégio da esperança,
Porque fiel é Deus, meu comandante.

As trevas, sim, ele transformará,
As coisas tortas endireitará,
A Sua proteção não falhará,

A luz sobre o caminho brilhará
E louvarei a Deus sempre por isto:
Sou filho seu, amado em Jesus Cristo!

Gilberto Celeti

“E guiarei os cegos por um caminho que nunca conheceram, fá-los-ei caminhar por veredas que não conheceram; tornarei as trevas em luz perante eles, e as coisas tortas farei direitas. Estas coisas lhes farei e nunca os desampararei” (Isaías 42.16)

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LIVROS – sugestões de livros que edificam e transformam.
POESIAS – sobre os mais variados temas teológicos.
PENSAMENTOS – baseados em textos bíblicos, especialmente nos versículos do Salmo 119.
REFLEXÕES – sobre a importância e a urgência da evangelização e discipulado das crianças.

O BOM PERFUME DA FELICIDADE

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Por que andar assim angustiado,
Sempre abatido, desencorajado,
Com ar tão triste de quem vai cansado?

Na consciência os sons acusativos,
Com pensamentos que são negativos,
Com sentimentos que são depressivos?

Pelo Espírito de Deus agora,
Seja a tristeza lançada pra fora
Do coração de quem a Deus adora,

Pois crê que Cristo trouxe a liberdade!
E o bom perfume da felicidade,
Toda a sua alma com alegria invade,

Pois já conhece o Verbo encarnado,
Que lá na cruz quitou todo o pecado,
O vencedor do mal, ressuscitado!

Nasceu de novo, vive nova história,
E mostra a todos, de Jesus, a glória,
Com Cristo segue firme, em vitória!

Gilberto Celeti

“O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim… a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê ornamento por cinza, óleo de gozo por tristeza, vestido de louvor por espírito angustiado” (Isaías 61.1-3).