ESTUDOS SOBRE DEUS: 11 – DEUS É ONISCIENTE 

“Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas. Mas aquele que se gloria, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” (Jeremias 9.23, 24).

Aprendemos anteriormente que Deus está em todo lugar. Já o ser humano só pode estar em um lugar de cada vez. Porém, muitas vezes acontece de estarmos em um determinado lugar, sem que tenhamos conhecimento do que se passa ao nosso redor. Um paciente, por exemplo, está na sala de cirurgia, mas por causa da anestesia não tem ciência do que está acontecendo consigo e ao redor de si. Um cego, por outro lado, ainda que não esteja anestesiado, não sabe de tudo o que se passa ao seu redor por não possuir o sentido da visão. Mesmo um indivíduo, que aparentemente não possua qualquer dificuldade, não sabe de todas as coisas que acontecem simultaneamente à sua volta. Isto porque só podemos tomar ciência das coisas à medida que as observamos. Para o ser humano, o conhecimento vem da observação e cresce por meio dos sentidos. Isto equivale a dizer que o nosso conhecimento é adquirido e mediato.

Quando a Escritura apresenta o conhecimento que Deus tem das coisas, mostra-nos de forma límpida que Deus é ONISCIENTE, isto é, Ele conhece todas as coisas de forma inata e imediata. Deus conhece todas as coisas em Si mesmo, por Si mesmo e na totalidade destas coisas, sem aumentar nem diminuir o conhecimento que delas tem, e independentemente de qualquer sentido.

“Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou, como seu conselheiro, o ensinou? Com quem ele se aconselhou, para que lhe desse compreensão? Quem lhe ensinou a vereda da justiça ou quem lhe ensinou sabedoria? E quem lhe mostrou o caminho de entendimento?” (Isaías 40.13, 14).

A – O DEUS TRIÚNO CONHECE TODAS AS COISAS NA NATUREZA

“Pare e pense nas maravilhas de Deus. Será que você sabe como Deus comanda as nuvens e como faz resplandecer o relâmpago da sua nuvem? Será que você sabe algo sobre o equilíbrio das nuvens e sobre as maravilhas daquele que é perfeito em conhecimento?” (Jó 37.14-16).

Deus tem ciência de tudo o que se passa na natureza:

  • Estrelas“Conta o número das estrelas, chamando-as todas pelo seu nome. Grande é o Senhor nosso e mui poderoso; o seu entendimento não se pode medir” (Salmo 147.4, 5).
  • Animais“Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Entretanto, nenhum deles cairá no chão sem o consentimento do Pai de vocês” (Mateus 10.29). “Pois são meus todos os animais do bosque e o gado aos milhares sobre as montanhas. Conheço todas as aves dos montes, e são meus todos os animais que vivem no campo” (Salmo 50.10, 11).
  • Cabelos – “Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados” (Lucas 12:7).

Estrelas, aves, animais e até fios de cabelos, e todos os acontecimentos que a eles pudermos relacionar, estão debaixo do conhecimento de Deus e do controle que Ele exerce sobre o universo.

B – O DEUS TRIÚNO CONHECE TODAS AS COISAS NO TEMPO

            “Lembrem-se das coisas passadas, das coisas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim. Desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade revelo as coisas que ainda não sucederam. Eu digo: o meu conselho permanecerá em pé, e farei toda a minha vontade” (Isaías 46.9, 10).

Deus conhece todas as coisas do passado, do presente e do futuro. Para Deus não há diferença entre passado, presente e futuro. Portanto, quando os homens mataram a Jesus Cristo, “o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos” (Atos 3.15), sabemos que “Deus, assim, cumpriu o que tinha anunciado anteriormente pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo havia de padecer” (Atos 3.18).

Diante de Deus, como o apóstolo Pedro escreveu, o “precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula … foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês” (1 Pedro 1.19, 20).

C – O DEUS TRIÚNO CONHECE TODAS AS COISAS NO HOMEM

“Os olhos de Deus estão sobre os caminhos do homem e veem todos os seus passos. Não há trevas nem sombra profunda o bastante, onde os que praticam a iniquidade possam se esconder. Pois Deus não precisa observar o homem por muito tempo antes de o fazer comparecer em juízo diante dele. Deus arrasa os poderosos, sem os inquirir, e põe outros em seu lugar. Porque ele conhece as obras deles …” (Jó 34.21-25).

A Bíblia descreve maravilhosamente como Deus conhece tudo sobre os seres humanos:

  • Seus pensamentos e imaginações“Senhor, tu me sondas e me conheces … de longe conheces os meus pensamentos” (Salmo 139.1, 2). “O Senhor esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento” (1 Crônicas 28.9).
  • Seus caminhos e ações“Senhor, tu me sondas e me conheces … Observas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos” (Salmo 139.1, 3).
  • Suas palavras – “Senhor, tu me sondas e me conheces … A palavra ainda nem chegou à minha língua, e tu, Senhor, já a conheces toda” (Salmo 139.1, 4).
  • Sua formação no ventre materno – “Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no ventre de minha mãe … Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe …” (Salmo 139.13, 15, 16).
  • Seu futuro“… No teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles ainda existia” (Salmo 139.16).

Bem faremos em atender à palavra do Senhor: “Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas. Mas aquele que se gloria, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” (Jeremias 9.23, 24).

D – O DEUS ONISCIENTE REVELA UM SEGREDO AO HOMEM

            Meditemos, diante de Deus, em oração, no mais antigo livro da Escritura Sagrada, o livro de Jó. Examinemos o texto de Jó 28.1-28 e, maravilhados diante de Sua Onisciência, aprendamos o segredo que Deus quer nos ensinar:

01. Na verdade, a prata tem as suas minas, e o ouro, que se refina, tem o seu lugar.
02. O ferro é tirado da terra, e da pedra se funde o cobre.
03. Os homens põem termo à escuridão e até os últimos confins procuram as pedras ocultas nas trevas e na densa escuridão.
04. Abrem entrada para minas longe da habitação dos homens; são esquecidos pelos que passam por cima; e, assim, longe de todos, dependurados em cordas, balançam de um lado para outro.
05. Da terra procede o alimento, mas embaixo ela é revolvida como que pelo fogo.
06. Nas suas pedras se encontra safira, e há pó que contém ouro.
07. Essa vereda, a ave de rapina a ignora, e os olhos do falcão nunca a viram.
08. Feras majestosas nunca pisaram essa vereda, e nenhum leão passou por ali.
09. O homem estende a sua mão contra o rochedo e revolve os montes desde as suas raízes.
10. Abre canais nas pedras, e os seus olhos veem tudo o que há de mais precioso.
11. Tapa os veios de água, e nem uma gota sai deles; e traz à luz o que estava escondido.
12. Mas onde se achará a sabedoria? E em que lugar estará o entendimento?
13. O ser humano não conhece o valor da sabedoria, e ela não se encontra na terra dos viventes.
14. O abismo diz: ‘Ela não está em mim.’ E o mar diz: ‘Não está comigo.’
15. Não se compra a sabedoria com ouro fino; ela também não pode ser paga com prata.
16. O seu valor não pode ser avaliado pelo ouro de Ofir, nem pelo precioso ônix, nem pela safira.
17. O ouro não se iguala a ela, nem o cristal; não se pode trocá-la por joias de ouro fino.
18. Ela faz esquecer o coral e o cristal; o preço da sabedoria é maior que o das pérolas.
19. O topázio da Etiópia não se compara com ela; não se compra a sabedoria nem com ouro puro.
20. Mas de onde vem a sabedoria? E em que lugar estará o entendimento?
21. Está encoberta aos olhos de todos os seres vivos, e oculta às aves do céu.
22. O abismo e a morte dizem: ‘Ouvimos com os nossos ouvidos a sua fama.’
23. Deus lhe entende o caminho, e ele é quem sabe o seu lugar.
24. Porque o seu olhar alcança as extremidades da terra; ele vê tudo o que há debaixo dos céus.
25. Quando Deus regulou o peso do vento e fixou a medida das águas;
26. quando determinou leis para a chuva e caminho para o relâmpago dos trovões,
27. então ele viu a sabedoria e a manifestou; estabeleceu-a e também a examinou.
28. E disse ao ser humano: ‘Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e afastar-se do mal é o entendimento.’

            Bendito seja o Deus Triúno Onisciente!

O apóstolo Paulo, na carta que escreveu aos Romanos, demonstra a realidade de que todos os seres humanos nascem e vivem no pecado, e desta forma ofendem ao Eterno Criador. Paulo deixa evidente o fato de que haverá um “dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus”, irá “julgar os segredos das pessoas, de acordo com o … evangelho” (Romanos 2.16). O autor da carta aos Hebreus, depois de afirmar que “a palavra de Deus é viva e eficaz … e é apta para julgar os pensamentos e propósitos do coração”, prossegue: “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e expostas aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4.12, 13). Como nos apresentaremos diante de Deus, que conhece todos os segredos dos nossos corações?

Em seu Amor, Deus providenciou a vinda de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna, como lemos em João 3.16. Jesus, o perfeito e santo Filho de Deus, é “Aquele que não conheceu o pecado”, e que por Deus foi feito “pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5.21).

“Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam, porque estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (Atos 17.30-32).

Hoje é o dia da oportunidade. Apresente-se diante de Deus, não escondendo nada, arrependido de seus pecados, confiando somente em Jesus Cristo, que concede a todo que nEle crê, uma nova vida. “Se com a boca você confessar Jesus como Senhor e em seu coração crer que Deus o ressuscitou dentre os mortos, você será salvo” (Romanos 10.9). Jesus prometeu enviar o Espírito Santo para ensinar os salvos a viver essa nova vida: “… o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse ensinara a vocês todas as coisas …” (João 14.26). E então, pelo Espírito Santo, atenda à recomendação de Deus: “Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e afastar-se do mal é o entendimento”.

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Esta série foi preparada em 1977 por Gilberto Celeti e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz (este já está na presença do Senhor). Ela foi ministrada originalmente nas escolas públicas aos alunos do Ensino Médio. Com pequena revisão, estou postando agora na expectativa de que o SENHOR a use para bênção de muitos e para Sua glória¹

Gilberto Celeti

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ARREPENDIMENTO

Necessário é alcançar a consciência:
Ao juízo nós seremos conduzidos,
E o Juiz, que é Justo, em Sua onisciência,
Não tem como nos deixar absolvidos.

Por andar em nossa vil concupiscência
Ao pecado somos sempre atraídos.
A injustiça tem a nossa preferência
E com ela estamos sempre envolvidos.

Há um lago de terrível incandescência
Reservado aos que a Deus têm ofendido.
Ó desperte da profunda sonolência
Pra não ser, na morte eterna, sucumbido.

Veio Cristo e demonstrou Sua excelência,
Nunca foi nEle o pecado percebido;
E viveu na mais perfeita obediência,
Pra morrer por nós e pra nos ver remidos.

No Seu sangue há total suficiência,
Pra pagar nossos pecados, foi ferido.
Em Jesus há uma completa transferência
E por Ele fomos substituídos.

Há em Cristo gloriosa abrangência:
Da justiça dEle somos revestidos,
Alcançamos do Juiz real clemência,
E por Deus somos, assim, favorecidos.

Venha a Cristo, venha logo, com urgência,
Confessando seu pecado, arrependido.
Creia em Cristo e tenha a doce experiência:
De Deus Pai tornar-se um filho bem-querido.

Gilberto Celeti

salmo 119 – verso 67

“Antes de ser afligido, eu andava errado, mas agora guardo a tua palavra.” (Salmo 119:67).

Estamos considerando este grupo de oito versículos (65 a 72) iniciados com a 9ª letra do alfabeto hebraico, a letra “Têt”, como que significando a ciclo da vida, onde desde a gestação, nascimento, passando pelas diversas fases de desenvolvimento, acabamos chegando ao final, voltando ao pó. Em todo este período, vamos colocando no “cesto, ou cofre” de nossa vida, tudo quanto pensamos, sentimos, fazemos, falamos e, cada um haverá de prestar contas ao Criador. Este assunto de julgamento não é popular e nem mencionado, mas é necessário que seja trazido ao coração para nossa meditação. Veja, por exemplo, pelo menos em três textos, o que a Palavra de Deus fala sobre ele:

  • Eclesiastes 12:13,14 – “De tudo o que se ouviu, a conclusão é esta: tema a Deus e guarde os seus mandamentos, porque isto é o dever de cada pessoa. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.”
  • Mateus 25:31-46 – “Quando o Filho do Homem vier na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. Todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos: porá as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua esquerda.  Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Venham herdar o Reino que está preparado para vocês desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; eu era forasteiro, e vocês me hospedaram; eu estava nu, e vocês me vestiram; enfermo, e me visitaram; preso, e foram me ver.’ Então os justos perguntarão: ‘Quando foi que vimos o senhor com fome e lhe demos de comer? Ou com sede e lhe demos de beber? E quando foi que vimos o senhor como forasteiro e o hospedamos? Ou nu e o vestimos? E quando foi que vimos o senhor enfermo ou preso e fomos visitá-lo?’ O Rei, respondendo, lhes dirá: ‘Em verdade lhes digo que, sempre que o fizeram a um destes meus pequeninos irmãos, foi a mim que o fizeram.’ Então o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastem-se de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e vocês não me deram de beber; sendo forasteiro, vocês não me hospedaram; estando nu, vocês não me vestiram; achando-me enfermo e preso, vocês não foram me ver.’ E eles lhe perguntarão: ‘Quando foi que vimos o senhor com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não o socorremos?’ Então o Rei responderá: ‘Em verdade lhes digo que, sempre que o deixaram de fazer a um destes mais pequeninos, foi a mim que o deixaram de fazer.’ E estes irão para o castigo eterno, porém os justos irão para a vida eterna.”
  • Apocalipse 20:11-15 – “Vi um grande trono branco e aquele que está sentado nele. A terra e o céu fugiram da presença dele, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, que estavam em pé diante do trono. Então foram abertos livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos livros. O mar entregou os mortos que nele estavam. A morte e o inferno entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo.”

Voltando ao Salmo 119:67, o salmista fala de uma mudança significativa ocorrida em sua via, ao afirmar: “Antes de ser afligido, eu andava errado, mas agora guardo a tua palavra.” Esta tem sido a experiência de milhares de homens e mulheres, que reconheceram que andavam num caminho errado, não seguiam numa boa direção, que na verdade reconheceram que estavam perdidos, que caíram em si, deram meia-volta e seguiram para o caminho certo, reto. São todos quantos se converteram de seus erros, de seus maus caminhos, do seu pecado. Você já sabia que “errar o alvo” é uma das mais excelentes definições sobre o pecado? O salmista reconheceu que havia “errado o alvo”.

No caso do salmista sua percepção foi alcançada após ter ele experimentado aflição. Que tipo de angustia atingiu seu coração? Que o deixou inquieto, agoniado? Deus permite que perdas venham sobre uma pessoa: de saúde, de bens, de amigos, de esperanças. Não é fácil suportar doenças, dificuldades financeiras, separações, luto, desemprego, problemas com relacionamentos, perseguições, ações más e violentas.

Deus conhece o modo mais apropriado para levar um coração a “cair em si”, e começar a pensar: ‘Eu tenho andado longe de Deus, o estilo de vida que adotei é errado e mau, estou sendo negligente para com a realidade espiritual, estou totalmente tomado pelas ambições e pela busca de prosperidade, tenho confiado em tantas coisas, menos em Deus, tenho falhado com os meus hábitos pecaminosos, tenho sido orgulhoso, prepotente, não tenho demonstrado calma, nem gentileza, nem generosidade.’ Veja que texto precioso do profeta Jeremias: “Tu me castigaste, e fui castigado como novilho ainda não domado. Converte-me, e serei convertido, porque tu és o Senhor, o meu Deus. Na verdade, depois que eu me afastei, eu me arrependi; depois que fui instruído, bati no peito; fiquei envergonhado.” (Jeremias 31:18,19).

O salmista poderia muito bem fazer suas as palavras proferidas pelo rei Ezequias, quando acometido por uma doença mortal, em extrema aflição, obteve a cura e um acréscimo de mais quinze anos de vida. Ezequias orou e sua oração ficou registrada no livro de Isaías, onde em certo momento ele declarou: “Eis que foi para a minha paz que eu tive grande amargura; tu, porém, amaste a minha alma e a livraste da cova da corrupção, porque lançaste para trás de ti todos os meus pecados.” (Isaías 38:17).

A história do filho pródigo é o mais precioso e impactante exemplo de conversão. Imagine a sua aflição após ter perdido todos os seus bens, ter sido abandonado por todos os seus amigos, ter sido humilhado com a atividade tão degradante a ser exercida num chiqueiro de porcos. Ele ficou de fato angustiado, extremamente deprimido. Ali foi quando ele “caiu em si” e pode dizer para si mesmo “eu andava errado”, como o salmista se expressou. E voltou para o trilho certo, voltou para o seu pai. Igual ao filho pródigo há milhões de indivíduos ao longo da história, em todo o mundo.

No tempo do salmista, quando o pecador reconhecia o seu pecado, ela sabia que precisava ser castigado e para obter o perdão e voltar ao trilho certo, precisava trazer um cordeiro para ser castigado em seu lugar. O livro de Levítico mostra claramente como estes sacrifícios devam ser realizados. Havia a consciência que “a vida da carne está no sangue. Eu o tenho dado a vocês sobre o altar, para fazer expiação pela vida de vocês, porque é o sangue que fará expiação pela vida.” (Levítico 17:11). A Palavra de Deus é clara sobre este assunto: “e sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hebreus 9:22). E uma das mais preciosas mensagens, tão curta, mas tão profunda, foi pregado por João Batista, quando apontou para Jesus e afirmou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29). E Jesus Cristo “se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado.” (1 João 3:4,5). Por isso Jesus foi até a morte e morte de cruz. Por isso está escrito que o sangue de Jesus, o Filho de Deus, “nos purifica de todo pecado.” (1 João 1:7). Ele morreu, foi sepultado, mas ressuscitou e está vivo. Ele é o único que pode salvar o pecador perdido.

Hoje, podemos dizer que as boas novas da salvação estão sintetizadas nesta porção bíblica: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus. A condenação é esta: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal detesta a luz e não se aproxima da luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” (João 3:16-21).  Observe bem que diante do julgamento que haverá, quando cada um prestará contas de si mesmo diante do Eterno Deus, todos que se arrependeram de seus pecados e creram em Jesus Cristo, podem confiar na Palavra de Deus: “Agora, pois, já não existe nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus.” (Romanos 8:1).

Fica aqui um convite para você, que está lendo a mensagem de hoje. Trata-se do hino 297 de Salmos e Hinos, com letra de Elisha Albright Hoffman (1839-1929) e música de Philip Paul Bliss (1838-1876):

A todo o que crê no Filho de Deus,
Que para remir-nos veio dos céus,
Ao que vem, contrito, a Deus se chegar,
Jesus está pronto sempre a salvar.

Sim, ouve a Jesus; oh, vem, pecador!
Aceita o convite do Seu amor!
Na cruz padeceu em nosso lugar
E pode, hoje mesmo e agora, salvar.

Quem, arrependido, busca perdão,
Abrindo a Jesus o seu coração,
A paz hoje mesmo pode gozar,
Pois Ele está pronto sempre a salvar.

Há um outro exemplo que podemos considerar, de Asafe, que também escreveu diversos salmos. Num deles lemos: “De fato, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo. Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos maus. Para eles não há preocupações, o seu corpo é forte e sadio. Não partilham das canseiras dos mortais, nem são afligidos como os outros. Por isso, a soberba os cinge como um colar, e a violência os envolve como um manto. Os olhos saltam-lhes de tanta gordura; do coração deles brotam fantasias. Zombam e falam com maldade; falam da opressão com arrogância. Abrem a boca para falar contra os céus, e a língua deles percorre a terra. Por isso, o seu povo se volta para eles e os tem por fonte da qual bebe com avidez. Eles dizem: “Como Deus ficará sabendo? Por acaso o Altíssimo tem algum conhecimento?” Eis que estes são os ímpios; e, sempre tranquilos, aumentam as suas riquezas. Com certeza foi inútil conservar puro o meu coração e lavar as minhas mãos na inocência. Pois o dia inteiro sou afligido e cada manhã sou castigado. Se eu tivesse pensado em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos, ó Deus. Em só refletir para compreender isso, achei que a tarefa era pesada demais para mim; até que entrei no santuário de Deus e descobri qual seria o fim deles. (Salmo 73:1-17).

Qual foi a experiência de Asafe? Ele afirma que “por um triz”, ele escapou de cair e agir erradamente. Sua aflição diária era perceber que certas pessoas vivem muito bem, com tranquilidade, muito prósperas e aumentando sempre suas riquezas, sem problemas de saúde, que inclusive zombam da própria existência de Deus. Na sua compreensão, Asafe considerava isso muito errado, pois ele, que procurava andar de coração limpo diante de Deus, estava passando por dificuldades e pensando que era inútil confiar no Senhor. Refletir sobre esta situação lhe pareceu uma tarefa pesada demais.

O que impediu Asafe de realmente se afastar do Senhor? Ele deixou claro que foi a sua atitude de entrar na presença de Deus e pensar no final de todas as coisas. Isto é muito significativo. Em vez de Asafe olhar para o aqui e o agora, ele levantou os seus olhos e contemplou o final de tudo? Ele os viu caindo “na destruição. Como são destruídos num instante! São totalmente aniquilados de terror! Como acontece com o sonho, quando alguém acorda, assim, ó Senhor, ao despertares, desprezarás a imagem deles.” (Salmo 73:18-20). Ele foi totalmente consolado quando pode perceber ao seu próprio respeito: “estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. Quem tenho eu no céu além de ti? E quem poderia eu querer na terra além de ti? Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre. Os que se afastam de ti certamente perecerão; tu destróis todos os que são infiéis para contigo. Quanto a mim, bom é estar perto de Deus; faço do Senhor Deus o meu refúgio, para proclamar todas as suas obras.” (Salmo 73:23-28).

Jesus contou, certa vez, a seguinte história: “Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que se alegrava todos os dias com grande ostentação. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de feridas, que ficava deitado à porta da casa do rico. Ele desejava alimentar-se das migalhas que caíam da mesa do rico, e até os cães vinham lamber-lhe as feridas. E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos, o rico levantou os olhos e viu ao longe Abraão, e Lázaro junto dele. Então, gritando, disse: ‘Pai Abraão, tenha misericórdia de mim! E mande que Lázaro molhe a ponta do dedo em água e me refresque a língua, porque estou atormentado neste fogo.’ Mas Abraão disse: ‘Filho, lembre-se de que você recebeu os seus bens durante a sua vida, enquanto Lázaro só teve males. Agora, porém, ele está consolado aqui, enquanto você está em tormentos. E, além de tudo, há um grande abismo entre nós e vocês, de modo que os que querem passar daqui até vocês não podem, nem os de lá passar para cá.’ Então o rico disse: ‘Pai, eu peço que mande Lázaro à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.’ Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos.’ Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for até lá, eles irão se arrepender. Abraão, porém, lhe respondeu: ‘Se não ouvem Moisés e os Profetas, também não se deixarão convencer, mesmo que ressuscite alguém dentre os mortos.” (Lucas 16:19-31).

Os poderosos no tempo de Asafe e o próprio Asafe, o rico e o Lázaro, olhavam para o aqui e o agora, ou contemplavam o final de tudo? Eu e você, temos no horizonte os dias da nossa vida, aqui na Terra, que “sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Salmo 90:10), ou consideraremos a eternidade? Pense nisso: 70 anos X eternidade!

Que ouçamos bem na exortação deste salmo 90, escrito por Moisés: “Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido? Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.” (Salmo 90:11,12).

O salmista alcançou um coração sábio quando afirmou: “Antes de ser afligido, eu andava errado, mas agora guardo a tua palavra.” (Salmo 119:67).

O maior desejo do salmista, agora, era guardar a Palavra de Deus. Não pediu para ser próspero, ou para receber benefícios que pudesse esbanjar no seu próprio prazer, do qual Tiago nos adverte no capítulo 4:2-4. O salmista quer crescer no conhecimento dos mandamentos e dos estatutos do Senhor e guardar a Palavra no seu coração para não se afastar do caminho reto.

Tenhamos o mesmo propósito do salmista: guardar a Palavra de Deus, e oremos, uns pelos outros, como o apóstolo Paulo, nestas orações registradas no livro de Efésios:

  • Efésios 1:17 – “Peço ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, que conceda a vocês espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele.
  • Efésios 1:18 – “Peço que ele ilumine os olhos do coração de vocês, para que saibam qual é a esperança da vocação de vocês, qual é a riqueza da glória da sua herança nos santos.”
  • Efésios 3:16,17 – “Peço a Deus que, segundo a riqueza da sua glória, conceda a vocês que sejam fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito, no íntimo de cada um. E assim, pela fé, que Cristo habite no coração de vocês, estando vocês enraizados e alicerçados em amor.

Louvado e bendito seja Deus, porque “antes de ser afligido, eu andava errado, mas agora guardo a tua palavra.” (Salmo 119:67). E tudo isso, tão somente pela graça do Senhor!

Salmo 119 – verso 60

Apresso-me, não me demoro a praticar os teus mandamentos.” (Salmo 119:60).

O salmista decidiu fazer o que tinha que fazer, e isto mais rapidamente. Ele acelerou o processo, mostrou-se ativo, inclusive totalmente decidido a não atrasar-se. E a sua decisão não foi de impulso, o que seria errado, pois “não é bom agir sem pensar; quem se precipita acaba pecando.” (Provérbios 19:2). Já estudamos o que ele disse no versículo anterior: “Penso nos meus caminhos e volto os meus passos para os teus testemunhos.” Qual a razão para retardar-se e não realizar o que precisa ser feito?   

Se há um gigante que nos atrapalha, e muito, na caminhada da vida, é o gigante chamado “Procrastinação”, que sempre quer prorrogar para o futuro o que pode ser feito no presente. O seu “prazer” é adiar, protelar, retardar. Está sempre “atrasado”, cheio de delongas. Este “Golias” pode ser derrubado com uma pedrinha chamada “Diligência”, que uso de zelo e de velocidade sempre para, com todo empenho, fazer o que tem de ser feito com presteza. A diligência sempre vence a procrastinação, a apatia, o desleixo, a indiferença.

É preciso tomar o máximo de cuidado para com os atrasos. Há uma demora que é fatal e tem levado milhões à perdição eterna, quando a consciência é iluminada e o indivíduo reconhece o seu próprio pecado, sendo chamado a arrepender-se, no entanto, decide que fará isso no dia seguinte. Amanhã pode ser muito tarde. É preciso apressar-se HOJE! HOJE, não se demore!

  • 2 Coríntios 6:1,2 – “E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também exortamos a que vocês não recebam em vão a graça de Deus. Porque ele diz: ‘No tempo aceitável escutei você e no dia da salvação eu o socorri.’ Eis agora o tempo oportuno! Eis agora o dia da salvação!”
  • Hebreus 3:7,8 – “Por isso, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirem a sua voz, não endureçam o coração.”
  • Hebreus 3:12,13 – “Tenham cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha um coração mau e descrente, que se afaste do Deus vivo. Pelo contrário, animem uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama “hoje”, a fim de que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado.”
  • Hebreus 3:15 – “Hoje, se ouvirem a sua voz, não endureçam o coração.”

Muitos ficam fazendo perguntas: O que? – Por quê? – Como? Ao negligenciar a voz interior de sua própria consciência e ao fazer adiamento para o “depois” isto vai deixando o coração endurecido e a consciência cauterizada, pois pouco a pouco a pessoa vai perdendo a noção do que é certo e errado. E numa sociedade onde o “relativismo” predomina no modo de perceber o mundo, a ruína é certa. E não só nas questões mais fundamentais da vida, como é o caso do livramento do pecado e do recebimento da vida eterna, que há em Cristo, mas em dezenas de outras áreas da vida, há pessoas que sempre farão alguma coisa no amanhã. Sempre estão adiando. Sempre acham que terão tempo quem sabe no último ano, no último mês, na última semana, do último dia de suas vidas. Veja alguns textos onde a diligência é necessária:

  • Provérbios 3:27,28 – “Não deixe de fazer o bem aos que dele precisam, estando em sua mão o poder de fazê-lo. Não diga ao seu próximo: “Vá e volte mais tarde; amanhã eu terei algo para dar”, se você tem isso em suas mãos agora.”
  • Eclesiastes 9:10 – “Tudo o que vier às suas mãos para fazer, faça-o conforme as suas forças, porque na sepultura, que é para onde você vai, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.”
  • Eclesiastes 11:1,4,6 – “Lance o seu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias você o achará…Quem somente observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca fará a colheita…Semeie a sua semente de manhã e à tarde não fique de braços cruzados, porque você não sabe qual irá prosperar: se esta, se aquela ou se ambas serão igualmente boas.

O salmista convicto e decidido seguiu em frente com disposição para obedecer ao Senhor, em confiança à Palavra do Senhor. Deixou de lado o pecado da procrastinação e avançou. Uma observação, no entanto, precisa ser feita:  para certas ações, o mais correto é não apressar-se. Veja algumas destas situações:

  • Provérbios 1:10,15,16 – “Meu filho, se os pecadores quiserem seduzir você, não consinta. Meu filho, não se ponha a caminho com eles; fique com os seus pés longe das suas veredas! Porque os pés deles correm para o mal E SE APRESSAM a derramar sangue.”
  • Provérbios 6:16-19 – “Seis coisas o Senhor Deus odeia, e uma sétima a sua alma detesta: olhos cheios de orgulho, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que faz planos perversos, pés que SE APRESSAM a fazer o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia discórdia entre irmãos.”
  • Provérbios 28:20 – “O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas QUEM TEM PRESSA de enriquecer não ficará sem castigo.”
  • Eclesiastes 7:9 – “NÃO SE APRESSE em ficar irado, porque a ira se abriga no íntimo dos tolos.”

O fato é que há mandamentos negativos, indicados pelo NÃO de Deus, e há mandamentos positivos, aos quais devemos, a ambos, obedecer, pois está escrito: “Aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando.” (Tiago 4:17). O fato também é que o tempo é muito curto, a vida é breve, tudo passa muito rapidamente, não se pode perder tempo. As oportunidades precisam ser muito bem aproveitadas. Para o salmista, assim como deve ser também para com todos que pertencem a Deus, a vida é uma missão. Não dá para viver aqui neste mundo como se fossemos viver aqui para sempre. Não, nosso viver é de quem está em missão, como um soldado em serviço que não se “envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é agradar aquele que o recrutou.” (2 Timóteo 2:4). Temos uma missão urgente a ser realizada, temos uma tarefa a desempenhar, e como nos recomendou Jesus Cristo: “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.” (João 9:4).

E como foi que Jesus reuniu os seus discípulos? Cada um deles ao ser convocado demonstrou prontidão imediata e absoluta, como vemos neste registro em Mateus 4:17-22: “Jesus começou a pregar e a dizer: Arrependam-se, porque está próximo o Reino dos Céus. Caminhando junto ao mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André. Eles lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. Jesus lhes disse: Venham comigo, e eu os farei pescadores de gente. Então eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. Pouco mais adiante, Jesus viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, o irmão dele. Eles estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e Jesus os chamou. Então eles, no mesmo instante, deixaram o barco e seu pai e seguiram Jesus.”

Mateus também foi um que abandonou tudo para seguir a Cristo e ele registra que estava sentado na coletoria quando Jesus lhe disse: “Siga-me! Ele se levantou e o seguiu.” (Mateus 9:9). Há também o registro de outros que não tiveram a mesma prontidão: “Enquanto seguiam pelo caminho, alguém disse a Jesus: Vou segui-lo para onde quer que o senhor for. Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm as suas tocas e as aves do céu têm os seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. A outro Jesus disse:  Siga-me! Mas ele respondeu:  Senhor, deixe-me ir primeiro sepultar o meu pai. Mas Jesus insistiu:  Deixe que os mortos sepultem os seus mortos. Você, porém, vá e anuncie o Reino de Deus. Outro lhe disse: Senhor, quero segui-lo, mas permita que antes disso eu me despeça das pessoas da minha casa. Mas Jesus lhe respondeu:  Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus.” (Lucas 9:57-62). E assim acontece até os dias de hoje. Poucos são os que fazem como o salmista: “Apresso-me, não me demoro a praticar os teus mandamentos.” (Salmo 119:60).

Lembram-se de como Jesus servia?  Tanto ele como seus discípulos “não tinham tempo nem para comer, visto serem muitos os que iam e vinham.” (Marcos 6:31). O apóstolo Paulo ao falar da ressurreição de Cristo, e de como Jesus o chamou faz este registro muito importante: “Porque eu sou o menor dos apóstolos, e nem mesmo sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou. E a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã. Pelo contrário, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim vocês creram.” (1 Coríntios 15:9-11). Quão maravilhoso foi o trabalho dos apóstolos, e o de Paulo, então, foi extraordinário, embora ele afirme que tudo quanto realizou o fez pela graça de Deus.

Onde estão os “Paulos” na história da igreja? Quantos locais e cidades ele passou pregando o evangelho e formando grupos de cristãos em suas viagens missionárias? Como estamos obedecendo aos mandamentos de Cristo? E o último deles foi muito claro: “… serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.” (Atos 1:8). Por que ainda não completamos esta missão? Sim faltam servos de Deus que possam fazer como o salmista: “Apresso-me, não me demoro a praticar os teus mandamentos.” (Salmo 119:60). Inclusive tendo a plena convicção deste tempo final que se aproxima, e rapidamente, não se pode perder mais tempo:

  • Sofonias 1:14-18 – “Está perto o grande Dia do Senhor; ESTÁ PERTO E VEM CHEGANDO DEPRESSA. Atenção! O Dia do Senhor é amargo, e nele clamarão até os poderosos. Aquele dia será um dia de ira, dia de angústia e tribulação, dia de ruína e destruição, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e densas trevas…… Trarei angústia sobre as pessoas, e elas andarão como se estivessem cegas, porque pecaram contra o Senhor……. Nem a prata nem o ouro poderão livrá-las no dia da ira do Senhor, mas, pelo fogo do seu zelo, a terra será consumida. Porque ele certamente fará destruição total e repentina de todos os moradores da terra.”
  • 2 Pedro 3:10-14 – “Porém, o Dia do Senhor virá como um ladrão. Naquele dia os céus passarão com grande estrondo, e os elementos se desfarão pelo fogo. Também a terra e as obras que nela existem desaparecerão. Uma vez que tudo será assim desfeito, vocês devem ser pessoas que vivem de maneira santa e piedosa, ESPERANDO E APRESSANDO a vinda do Dia de Deus. Por causa desse dia, os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos se derreterão pelo calor. Nós, porém, segundo a promessa de Deus, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça. Por essa razão, amados, esperando estas coisas, esforcem-se para que Deus os encontre sem mácula, sem culpa e em paz.”

Em nosso caso, que vivemos no tempo da graça, que nos foi trazida por Jesus Cristo, após a conversão (arrependimento e fé), feitos novas criaturas, tendo experimentado o novo nascimento, há necessidade de seguir a mesma recomendação do Salmo 119:60: “Apresso-me, não me demoro a praticar os teus mandamentos.”

Uma grande tragédia, que tem sido percebida em todo o período da história da Igreja, é o estado de “infância espiritual prolongado” dos cristãos, de uma maneira geral. E este estado tem a ver com a:

  •  “Preguiça” espiritual dos próprios crentes, como lemos na carta aos Hebreus: “A esse respeito temos muitas coisas a dizer, coisas difíceis de explicar, porque VOCÊS FICARAM COM PREGUIÇA DE OUVIR. Pois, quando já deviam ser mestres, levando em conta o tempo decorrido, vocês têm, novamente, necessidade de alguém que lhes ensine quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus. Passaram a ter necessidade de leite e não de alimento sólido.” (Hebreus 5:11-12).
  • “Preguiça” espiritual da parte de alguns obreiros chamados pelo Senhor “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro.” (Efésios 4:11-14). A triste realidade é exatamente esta falta de maturidade que prevalece.
  • “Procrastinação” espiritual para crescer na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo, pois lemos que: “Pelo poder de Deus nos foram concedidas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. Por meio delas, ele nos concedeu as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vocês se tornem coparticipantes da natureza divina, tendo escapado da corrupção das paixões que há no mundo. Por causa disso, CONCENTRANDO TODOS OS SEUS ESFORÇOS, acrescentem à fé que vocês têm a virtude; à virtude, o conhecimento; ao conhecimento, o domínio próprio; ao domínio próprio, a perseverança; à perseverança, a piedade; à piedade, a fraternidade; à fraternidade, o amor. Porque essas qualidades, estando presentes e aumentando cada vez mais, FARÃO COM QUE VOCÊS NÃO SEJAM NEM INATIVOS, NEM INFRUTÍFEROS no pleno conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele que não tem estas coisas é cego, vendo só o que está perto, e se esqueceu da purificação dos seus antigos pecados. Por isso, irmãos, PROCUREM, COM EMPENHO CADA VEZ MAIOR, confirmar a vocação e a eleição de vocês; porque, fazendo assim, vocês jamais tropeçarão. Pois desta maneira é que lhes será amplamente suprida a entrada no Reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” (2 Pedro 1:3-11).

Vamos lançar fora a apatia que nos aprisiona, e que não sejamos culpados por retardar o avanço da missão de Deus, deixando de orar, meditar, crescer na graça e no conhecimento do Senhor, pregar as boas novas a todos com os quais nos encontrarmos, como muito bem orientou-nos Paulo: “Pregue a palavra, insista, quer seja oportuno, quer não, corrija, repreenda, exorte com toda a paciência e doutrina……. seja sóbrio em todas as coisas, suporte as aflições, faça o trabalho de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério.” (2 Timóteo 4:2,5).

Que na plena certeza que fomos salvos pela graça, por meio da fé, sendo esta salvação dom de Deus, sim, conscientes que “somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:10) façamos nossas as palavras do salmista: “Apresso-me, não me demoro a praticar os teus mandamentos.” (Salmo 119:60), e a andar nas obras que o Senhor “de antemão”, preparou para mim!

salmo 119 – verso 59

Penso nos meus caminhos e volto os meus passos para os teus testemunhos.” (Salmo 119:59).

Perceba as duas ações indicadas pelos verbos “pensar” e “voltar”. Pensar tem a ver com submeter algo ao processo de raciocínio lógico, exercendo a capacidade de refletir, considerar, ponderar, meditar. Voltar tem a ver com mudar de direção dando uma meia volta, regressar, retornar.

Na ação de pensar, há dois temas a serem bem refletidos e considerados: 1. como eu estou andando, vivendo (meus caminhos) e 2. como Deus, meu Criador, quer que eu ande e viva, de acordo com a Sua Palavra (Seus testemunhos).  

Na ação de voltar, é bem clara a decisão de uma mudança de direção por parte do salmista. Sua reflexão séria, comparando seus caminhos com os preceitos do Senhor, o fizeram mudar a sua caminhada (meus passos) para o caminho de Deus.

O fato é que a Palavra do Senhor é o mapa que indica o caminho em que devemos andar. Ela também pode ser comparada a uma bússola Há um hino (e lamento que hinos como este não são mais conhecidos e cantados atualmente) com uma preciosa mensagem:

Eu tenho de andar neste mundo
Qual barca vogando no mar;
Mas sei o segredo profundo
De nele jamais naufragar.

A bússola que me dirige,
A santa Palavra de Deus,
Desvios e faltas corrige,
Mostrando o caminho dos céus.

Cristo é piloto para me guiar
Da vida a barca até nos céus entrar
.

Letra e música de Henri Abraham César Malan (1787-1864), adaptado por Alfredo Henrique da Silva (1872-1950). Este hino é o 418 de Salmos e Hinos e consta também em outros hinários evangélicos. Há outras estrofes além destas citadas.

Bússola é um aparelho composto de um mostrador, onde se indicam os pontos cardeais, e no qual gira uma agulha magnética que aponta sempre para o norte, servindo assim de orientação, sobretudo em navegação. A bússola do cristão é a Bíblia. É ela que norteia nossa vida e nos orienta qual direção tomar.

Talvez hoje seria melhor falar do GPS, que usa de uma avançada tecnologia com o propósito de indicar o caminho correto para um determinado destino. Estou disposto a usar a Bíblia como o GPS divino para fazer a correção e andar no caminho certo? Estou disposto a considerar os meus caminhos, comparando-os com a vontade de Deus exposta em Sua Palavra? Como eu penso, sinto e faço? Como uso as minhas mãos, os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca e a minha língua? Onde pisam os meus pés? Onde está o interesse do meu coração? Estou dentro do padrão de Deus? Não existe, em todo o mundo, nenhum livro que se assemelhe à Bíblia, a Palavra de Deus, que mostre a realidade do pecado tão claramente:

  • Gênesis 6:5 – “O Senhor viu que a maldade das pessoas havia se multiplicado na terra e que todo desígnio do coração delas era continuamente mau.”
  • Isaías 1:4-6 – “Ai desta nação pecadora, deste povo carregado de iniquidade! São descendência de malfeitores, filhos que praticam o mal. Rejeitaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel, voltaram para trás. Por que vocês insistem em ser castigados? Por que continuam em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração está enfermo. Desde a planta do pé até o alto da cabeça não há nada são, a não ser feridas, contusões e chagas abertas, umas e outras que não foram limpas, nem atadas, nem tratadas com azeite.”
  • Isaías 59:1-3 – “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; e o seu ouvido não está surdo, para não poder ouvir. Mas as iniquidades de vocês fazem separação entre vocês e o seu Deus; e os pecados que vocês cometem o levam a esconder o seu rosto de vocês, para não ouvir os seus pedidos. Porque as mãos de vocês estão manchadas de sangue, e os seus dedos, de iniquidade; os lábios de vocês falam mentiras, e a sua língua profere maldade.”
  • Marcos 7:21-23 – “Porque de dentro, do coração das pessoas, é que procedem os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as maldades, o engano, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, o orgulho, a falta de juízo. Todos estes males vêm de dentro e contaminam a pessoa.”
  • Romanos 3:10-18 – “Como está escrito: “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua enganam, veneno de víbora está nos seus lábios. A boca, eles a têm cheia de maldição e amargura; os seus pés são velozes para derramar sangue. Nos seus caminhos, há destruição e miséria; eles não conhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.”
  • 2 Timóteo 3:1-5 – “Mas você precisa saber disto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis. Pois os seres humanos serão egoístas, avarentos, orgulhosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, convencidos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo forma de piedade, mas negando o poder dela. Fique longe também destes.”

Como estou vivendo? Em quais destes pecados estou aprisionado? Como ando na minha vida pessoal (sexo, dinheiro, status, interesses, entretenimento etc.) e nos meus relacionamentos com a família, com as pessoas ao meu redor (trabalho, escola, negócios etc.), na esfera chamada religiosa, enfim, em todos os contextos?

O fato é que “há caminho que ao ser humano parece direito, mas o fim dele é caminho de morte.” (Provérbios 14:12). Pensar nos próprios caminhos é o que há de mais importante e valioso. Pensar nos próprios caminhos é um “cair em si mesmo”, reconhecer os seus pecados, os seus erros, ter consciência de estar enganado, de estar desgostoso por ter entrado no caminho errado, de desejar “voltar”, que na verdade significa ARREPENDER-SE. É deixar o caminho de morte para entrar no caminho de vida.

Uma das mais preciosas histórias contadas por Jesus tem a ver com o filho que deixou a casa do seu pai e seguiu por um caminho de sua escolha pessoal, e que num determinado momento, se deu conta da vida miserável que estava experimentando, e “então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui estou morrendo de fome! Vou me arrumar, voltar para o meu pai e lhe dizer: ‘Pai, pequei contra Deus e diante do senhor; já não sou digno de ser chamado de seu filho; trate-me como um dos seus trabalhadores.’ E, arrumando-se, foi para o seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou e, compadecido dele, correndo, o abraçou e beijou. E o filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e diante do senhor; já não sou digno de ser chamado de seu filho.’ O pai, porém, disse aos servos: ‘Tragam depressa a melhor roupa e vistam nele. Ponham um anel no dedo dele e sandálias nos pés. Tragam e matem o bezerro gordo. Vamos comer e festejar, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.’ E começaram a festejar.” (Lucas 15:17-24). Eu e você já nos identificamos com este filho?

Jesus Cristo deixou isto muito claro: “Entrem pela porta estreita! Porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela. Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que o encontram.” (Mateus 7:13,14). Jesus não disse isso apenas uma vez, pois em outra ocasião lemos que: “Jesus passava por cidades e aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. E alguém lhe perguntou: Senhor, são poucos os que são salvos? Jesus respondeu:  Esforcem-se por entrar pela porta estreita! Pois eu afirmo a vocês que muitos procurarão entrar, mas não conseguirão.” (Lucas 13:22-24).

É urgente considerar que o arrependimento é crucial para encontrar o caminho estreito! “Penso nos meus caminhos e volto os meus passos para os teus testemunhos.” (Salmo 119:59). Veja como tem início as boas novas da salvação que indicam a porta estreita: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Como está escrito na profecia de Isaías: “Eis que envio o meu mensageiro adiante de você, o qual preparará o seu caminho. Voz do que clama no deserto: Preparem o caminho do Senhor, endireitem as suas veredas.” E foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados. E toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam até ele. E, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.” (Marcos 1:1-5). João Batista foi o precursor, aquele que veio para mostrar o Salvador prometido por Deus.

E Marcos continua o seu registro dizendo que depois de João ter sido preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o evangelho de Deus. Ele dizia: “O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo; arrependam-se e creiam no evangelho.” (Marcos 1:14,15). A mesma mensagem de João Batista é pregada por Jesus: Arrependimento e Fé.

Depois de sua ressurreição, instantes antes de seu Ascenção, Jesus reuniu os seus discípulos e disse-lhes: “Assim está escrito que o Cristo tinha de sofrer, ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia, e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando em Jerusalém. Vocês são testemunhas destas coisas.” (Lucas 24:46-48). Vejam bem qual é a mensagem para ser pregada a todas as nações: ARREPENDIMENTO PARA REMISSÃO DE PECADOS.

E qual foi a conclusão da primeira mensagem pregada por Pedro, cheio do Espírito Santo? Está registrada em Atos 2:36-38: “Portanto, toda a casa de Israel esteja absolutamente certa de que a este Jesus, que vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo. Quando ouviram isso, ficaram muito comovidos e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Pedro respondeu: Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos seus pecados, e vocês receberão o dom do Espírito Santo.

Paulo defendendo-se diante do rei Agripa deu o seguinte testemunho: “E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em língua hebraica: ‘Saulo, Saulo, por que você me persegue? É duro para você ficar dando coices contra os aguilhões!’ Então eu perguntei: “Senhor, quem é você?” Ao que o Senhor respondeu: ‘Eu sou Jesus, a quem você persegue. Mas levante-se e fique em pé. Eu apareci a você para constituí-lo ministro e testemunha, tanto das coisas em que você me viu como daquelas pelas quais ainda lhe aparecerei. Vou livrar você do seu próprio povo e dos gentios, para os quais eu o envio, para abrir os olhos deles e convertê-los das trevas para a luz e do poder de Satanás para Deus, a fim de que eles recebam remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim.’ Assim, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial, mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judeia, e também aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento.”

Como é necessário lembrar da necessidade do arrependimento, da conversão. Veja como Paulo se dirige aos cristãos de Tessalônica: “Porque, no que se refere a nós, as pessoas desses lugares falam sobre como foi a nossa chegada no meio de vocês e como, deixando os ídolos, vocês se converteram a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro e para aguardar dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura.” (1 Tessalonicenses 1:9,10).

E quando meditamos na revelação que Jesus Cristo entregou para João, que escreveu assim o livro de Apocalipse, lemos nas cartas que foram endereçadas às sete igrejas da Ásia, a exortação do Senhor: ARREPENDAM-SE, que foi endereçada para cinco destas igrejas:

  • ÉFESO – “Ao anjo da igreja em Éfeso escreva:… Tenho, porém, contra você o seguinte: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se, pois, de onde você caiu. ARREPENDA-SE E VOLTE à prática das primeiras obras. Se você não se arrepender, virei até você e tirarei o seu candelabro do lugar dele. (Apocalipse 2:1a,4-5).
  • PÉRGAMO – “Ao anjo da igreja em Pérgamo escreva:… Tenho, porém, contra você algumas coisas: estão aí em seu meio os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para que comessem coisas sacrificadas aos ídolos e praticassem a prostituição. Além disso, estão também aí em seu meio os que seguem a doutrina dos nicolaítas. Portanto, ARREPENDA-SE! Se não, irei até aí sem demora e lutarei contra eles com a espada da minha boca.” (Apocalipse 2:12a,14-16).
  • TIATIRA – “Ao anjo da igreja em Tiatira escreva:… Tenho, porém, contra você o fato de você tolerar que essa mulher, Jezabel, que se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticar a prostituição e a comer coisas sacrificadas aos ídolos. Dei-lhe tempo para QUE SE ARREPENDESSE, porém ela não quer se arrepender da sua imoralidade. Eis que farei com que fique acamada, e trarei grande tribulação aos que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita.” (Apocalipse 2:18a, 20-22).
  • SARDES – “Ao anjo da igreja em Sardes escreva:… verifiquei que as obras que você realiza não são íntegras na presença do meu Deus. Lembre-se, pois, do que você recebeu e ouviu; guarde-o e ARREPENDA-SE. Se você não vigiar, virei como ladrão, e você de modo nenhum saberá em que hora virei contra você.” (Apocalipse 3:1a,3)
  • LAODICÉIA – “Ao anjo da igreja em Laodicéia escreva:… Você diz: ‘Sou rico, estou bem de vida e não preciso de nada.’ Mas você não sabe que é infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho que você compre de mim ouro refinado pelo fogo, para que você seja, de fato, rico. Compre vestes brancas para se vestir, a fim de que a vergonha de sua nudez não fique evidente, e colírio para ungir os olhos, a fim de que você possa ver. Eu repreendo e disciplino aqueles que amo. Portanto, seja zeloso e ARREPENDA-SE.” (Apocalipse 3:14ª,17-19).

Penso nos meus caminhos e volto os meus passos para os teus testemunhos.” (Salmo 119:59). Que versículo precioso! E podemos considerar esta promessa também preciosa: “Quando vocês se desviarem para a direita ou para a esquerda, ouvirão atrás de vocês uma palavra, dizendo: ‘Este é o caminho; andem nele.’” (Isaías 30:21). O Espírito Santo de Deus nos guia para andarmos limpos diante do Senhor, ensinando-nos que: “Se andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:7-9).

E concluindo, para atender a recomendação de Jesus: “Entrem pela porta estreita! Porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela. Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que o encontram.” (Mateus 7:13,14) é preciso reconhecer e entrar por esta porta e caminho estreito é exclusivamente JESUS CRISTO, que afirmou categoricamente: “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA; NINGUÉM VEM AO PAI SENÃO POR MIM.” (João 14:6).

Sua encarnação, expiação, ressurreição, ascenção, glorificação são os pilares de nossa fé, da fé que “uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3). E tendo reconhecido os nossos pecados e deles nos arrependido, e tendo crido e recebido a Cristo como nosso Senhor e Salvador pessoal, andemos nEle como nos recomenda a Sua Palavra: “Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, estando enraizados e edificados nele, e confirmados na fé, como foi ensinado a vocês, crescendo em ação de graças. Tenham cuidado para que ninguém venha a enredá-los com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.” (Colossenses 2:6-8).

“Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês. E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:1,2). AMÉM!

Salmo 119 – verso 58

“De todo o coração, imploro a tua graça; compadece-te de mim, segundo a tua palavra.” (Salmo 119:58).

Os versículos 57 a 64, do Salmo 119, todos iniciados com a letra “Chet” ou “Heth”, contém as ideias de vida, espírito, bondade, sabedoria, graça, e significam a vida de alguém que reconhece sua falha, seu pecado e busca ficar limpo, puro diante de Deus. Trata-se de uma vida devotada a Deus, uma vida com qualidade devocional para com Deus e Sua Palavra,

Pense bem como o salmista se apresenta diante do Senhor, neste verso 58: “De todo o coração imploro”. Esta “expressão “todo coração” mostra a inteira disposição de seu ser, no pensamento, no sentimento, na vontade. Nada de coração dividido, inseguro, com metade de seus interesses no “mundo” e a outra metade “em Deus”. No Novo Testamento há um texto que trata deste grande obstáculo para a resposta de Deus à oração, a falta de integralidade no coração: “Vocês cobiçam e nada têm; matam e sentem inveja, mas nada podem obter; vivem a lutar e a fazer guerras. Nada têm, porque não pedem; pedem e não recebem, porque pedem mal, para esbanjarem em seus prazeres. Gente infiel! Vocês não sabem que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus.” (Tiago 4:2-4). Veja outros textos importantes:

  • Salmo 44:20,21 – “Se tivéssemos esquecido o nome do nosso Deus ou se tivéssemos estendido as mãos a um deus estranho, será que Deus não teria descoberto isso, ele, que conhece os segredos dos corações?”
  • Salmo 78:8 – “Que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus.”
  • 1 Samuel 16:7 – “Porém o Senhor disse a Samuel: — Não olhe para a sua aparência nem para a sua altura, porque eu o rejeitei. Porque o Senhor não vê como o ser humano vê. O ser humano vê o exterior, porém o Senhor vê o coração.”
  • Jeremias 17:9 – “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto. Quem poderá entendê-lo?”
  • Jeremias 29:12,13 – “Então vocês me invocarão, se aproximarão de mim em oração, e eu os ouvirei. Vocês me buscarão e me acharão quando me buscarem de todo o coração.”

De todo coração imploro”. Implorar é pedir com lágrimas, com insistência. É pedir encarecidamente e humildemente. É implorar. É como que rogando: “Das profundezas clamo a ti, Senhor. Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas. Se tu, Senhor, observares iniquidades, quem, Senhor, poderá escapar?” (Salmo 130:1-3). E qual é o pedido, como que chorando, do salmista? “IMPLORO A TUA GRAÇA!”

Os santos do Antigo Testamento, embora não tivessem uma compreensão clara da Graça de Deus, porque efetivamente a graça foi revelada com a vinda do Senhor Jesus Cristo ao mundo, como lemos em João 1:17: “Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”; no entanto, tinham consciência que todos os atos de bondade, de misericórdia, de fidelidade da parte de Deus, eram simplesmente demonstrações do Seu imenso amor e favor, e não porque eles mesmos fosses merecedores.  Davi podia cantar: “Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam.” (Salmo 63:3).

Temos a primeira demonstração da GRAÇA DE DEUS quando, na queda do homem, ouve-se no jardim do Édem aquela voz: “Onde você está?” (Gênesis 3:9). Era o Senhor Deus chamando o homem, e em seguida anunciando a vinda de um descendente que eliminaria a tragédia causada pelo pecado. Bendito DEUS, que como disse o apóstolo Pedro é o “Deus de toda a graça.” (1 Pedro 5:10).

Aos santos do Antigo Testamento, cabia-lhes a obediência à Lei de Deus, no entanto, havia uma preciosa provisão para todos os pecadores, que confiavam na Palavra de Deus: o sangue de um cordeiro sem defeito, sendo derramado, significava que os seus pecados eram cobertos. Tudo isto apontava para Aquele, que ao vir ao mundo foi identificado pelo profeta João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29).

A promessa graciosa da vinda do redentor finalmente se cumpriu. O Evangelista João registrou: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez…… O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o conheceu…… E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai……. Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu Deus; o Deus unigênito, que está junto do Pai, é quem o revelou.” (João 1:1-3,10,14,16-18).

Desde a vinda de Cristo, que morreu como o Cordeiro de Deus na cruz do Calvário, derramando o seu sangue, que nos purifica de todo pecado, que foi sepultado, que ressuscitou e retornou para a presença do Pai, inaugurou-se a Era da Graça. “Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8,9). E também: “Porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé.” (Romanos 3:22-25).

Esta Era da Graça chegará o fim. O Senhor está agindo com toda longanimidade, mostrando a Sua Graça, como disse o apóstolo Pedro: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a julguem demorada. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pedro 3:9). Mesmo no Antigo Testamento há textos tocantes onde o Senhor, cheio de misericórdia, avisa “Portanto, eu os julgarei, cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Convertam-se e afastem-se de todas as suas transgressões, para que a iniquidade não lhes sirva de tropeço. Livrem-se de todas as transgressões que vocês cometeram e façam para vocês um coração novo e um espírito novo. Por que vocês haveriam de morrer, ó casa de Israel? Eu não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertam-se e vivam.” (Ezequiel 18:30-32). Sim, Deus que “amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16) espera que ainda muitos se aproximem diante dele dizendo: “Das profundezas clamo a ti, Senhor. Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas. Se tu, Senhor, observares iniquidades, quem, Senhor, poderá escapar? Mas contigo está o perdão, para que sejas temido.” (Salmo 130:1-4). Sim, que orem como o salmista: “De todo o coração, imploro a tua graça; compadece-te de mim, segundo a tua palavra.” (Salmo 119:58).

E para os que já têm experimentado desta SUBLIME GRAÇA, da salvação em Cristo Jesus, nunca jamais se esqueçam que “a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos. Ela (esta maravilhosa GRAÇA) nos educa para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste mundo de forma sensata, justa e piedosa, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Ele deu a si mesmo por nós, a fim de nos remir de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, dedicado à prática de boas obras.” (Tito 2:11-14).

E enquanto estamos aqui neste mundo, para fazer o que Jesus efetivamente nos convocou a fazer, isto é: “que em seu nome preguemos arrependimento para remissão de pecados a todas as nações” (Lucas 24:47), nunca nos esqueçamos, que seja quais forem as circunstâncias, continuaremos a orar: “compadece-te de mim, segundo a tua palavra” (Salmo 119:58b), “porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para julgar os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e expostas aos olhos daquele a quem temos de prestar contas. Tendo, pois, Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que adentrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas; pelo contrário, ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno.” (Hebreus 4:12-16).

Graça que salva, graça que santifica, graça que nos socorre. Bendito seja o Deus de toda graça!

Salmo 119 – verso 53

“De mim se apoderou a indignação, por causa dos pecadores que abandonaram a tua lei” (Salmo 119:53).

A indignação é um sentimento muito forte de raiva que é despertado em nós por ações desprezíveis, repulsivas até, que são praticadas cada vez mais intensamente. O salmista diz que apoderou-se dele a indignação. Ele foi invadido por este sentimento. A dignidade tem a ver com decência, honestidade, respeitabilidade, verdade que parece terem desaparecido.

Hoje a sexomania desenfreada, que estimula a ideologia de gênero, o aumento dos grupos LGBT, a produção “artística” fundamentada na imoralidade e a corrupção e a desonestidade corroendo todos os alicerces da sociedade, faz surgir uma geração “sem vergonha na cara”, sem capacidade de indignar-se, que pode ser identificada com as características descritas por Paulo ao escrever sua última carta:

Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis. Pois os seres humanos serão egoístas, avarentos, orgulhosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, convencidos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo forma de piedade, mas negando o poder dela. Fique longe também destes” (2 Timóteo 3:1-5). O mais triste desta descrição que todas estas tristes características são exercidas sobre um manto de “forma de piedade”, isto é dentro da própria religiosidade. Que terrível!

Este quadro horroroso de atos iníquos e perversos, tem sido visto também em outras épocas, e sempre que os homens abandonam a Deus e a Sua palavra, o que é colhido é exatamente isso. Esta atitude de abandonar o Senhor e de proceder corruptamente contra Deus, faz surgir uma geração perversa e deformada.

A realidade da civilização humana, em todos os contextos, foi retratada perfeitamente pelo profeta Isaías: “Escutem, ó céus, e ouça, ó terra, porque o Senhor é quem fala: “Criei filhos e os fiz crescer, mas eles se revoltaram contra mim. O boi conhece o seu dono, e o jumento, o lugar onde lhe dão comida, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.” Ai desta nação pecadora, deste povo carregado de iniquidade! São descendência de malfeitores, filhos que praticam o mal. Rejeitaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel, voltaram para trás. Por que vocês insistem em ser castigados? Por que continuam em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração está enfermo. Desde a planta do pé até o alto da cabeça não há nada são, a não ser feridas, contusões e chagas abertas, umas e outras que não foram limpas, nem atadas, nem tratadas com azeite” (Isaías 1:2-6).

E diante desta realidade é tocante esta oração do profeta Jeremias: “Ó Senhor, Esperança de Israel! Todos aqueles que te abandonam serão envergonhados; o nome dos que se afastam de ti será escrito no chão, porque abandonam o Senhor, a fonte das águas vivas. Cura-me, Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo, porque tu és o meu louvor” (Jeremias 17:13,14).

E como vem esta cura, esta salvação? Medite bem na Palavra do Senhor: “Quando vocês estendem as mãos, eu fecho os meus olhos; sim, quando multiplicam as suas orações, não as ouço, porque as mãos de vocês estão cheias de sangue. Lavem-se e purifiquem-se! Tirem da minha presença a maldade dos seus atos; parem de fazer o mal! Aprendam a fazer o bem; busquem a justiça, repreendam o opressor; garantam o direito dos órfãos, defendam a causa das viúvas. O Senhor diz: Venham, pois, e vamos discutir a questão. Ainda que os pecados de vocês sejam como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, eles se tornarão como a lã. Se estiverem dispostos e me ouvirem, vocês comerão o melhor desta terra. Mas, se recusarem e forem rebeldes, vocês serão devorados pela espada; porque a boca do Senhor o disse” (Isaías 1:15-20).

“De mim se apoderou a indignação, por causa dos pecadores que abandonaram a tua lei” (Salmo 119:53)?

Quando somos tomados por este mesmo sentimento do salmista, é precioso meditar nestas palavras de Davi: “Não se irrite por causa dos malfeitores, nem tenha inveja dos que praticam a iniquidade. Pois em breve eles secarão como a relva e murcharão como a erva verde. Confie no Senhor e faça o bem; habite na terra e alimente-se da verdade. Agrade-se do Senhor, e ele satisfará os desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor, confie nele, e o mais ele fará. Fará com que a sua justiça sobressaia como a luz e que o seu direito brilhe como o sol ao meio-dia. Descanse no Senhor e espere nele; não se irrite por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do que realiza os seus maus desígnios. Deixe a ira, abandone o furor; não se irrite; certamente isso acabará mal. Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no Senhor possuirão a terra. Mais um pouco de tempo, e já não existirão os ímpios; você procurará no lugar onde eles estavam e não os encontrará” (Salmo 37:1-10).

Esta realidade da ira de Deus que virá sobre os que praticam a iniquidade é muito clara na Escritura Sagrada. O profeta Sofonias, por exemplo, registrou: “Está perto o grande Dia do Senhor; está perto e vem chegando depressa. Atenção! O Dia do Senhor é amargo, e nele clamarão até os poderosos. Aquele dia será um dia de ira, dia de angústia e tribulação, dia de ruína e destruição, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e densas trevas, dia de toque de trombeta e gritos de guerra contra as cidades fortificadas e contra as torres altas. Trarei angústia sobre as pessoas, e elas andarão como se estivessem cegas, porque pecaram contra o Senhor. O sangue dessas pessoas será derramado como pó, e a sua carne será espalhada como esterco. Nem a prata nem o ouro poderão livrá-las no dia da ira do Senhor, mas, pelo fogo do seu zelo, a terra será consumida. Porque ele certamente fará destruição total e repentina de todos os moradores da terra” (Sofonias 1:14-18).

Quando a indignação se apodera daqueles que amam ao Senhor e a Sua Palavra por causa dos pecadores que abandonam a Deus, é preciso que os olhos se abram para a eternidade, e não fiquem apenas olhando para o aqui e agora. Sem dúvida o aqui e o agora é terrível e angustiante, no entanto, e a eternidade? Que surja também o sentimento de uma santa compaixão por estes que agem indignamente e que ficarão fora da presença do Senhor, condenados à morte eterna, num lago de fogo, caso não se arrependam dos seus pecados e voltem-se para Deus, por meio do Salvador Jesus Cristo.

E o mais assustador é ver que há milhões, que aparentemente vivem uma vida até respeitável, mas que ainda não se arrependeram de seus pecados e nem creram em Cristo como Seu Senhor e Salvador. São pessoas que vivem focados apenas nas coisas da presente vida. Quão poucos chegam até os 70 anos e já partem para a eternidade. A verdade é clara: “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus…… Não há temor de Deus diante de seus olhos.” (Romanos 3:10-18). O fato é que todos pecaram! Há alguns que se julgam respeitáveis por viverem uma vida um pouco mais digna, aos seus próprios olhos, mas que correm o mesmo perigo de se perderem eternamente “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:23,24). Sem o reconhecimento do seu estado pecaminoso, sem o arrependimento dos seus próprios pecados, sem crer no Redentor Jesus Cristo, recebendo-O como Seu Senhor e Salvador, correrão o mesmo perigo que aguarda, igualmente, todos os que abandonam a Palavra de Deus.

SIM, neste tempo de pandemia, com a perversidade e a maldade crescendo, podemos muito bem afirmar como o salmista: “De mim se apoderou a indignação, por causa dos pecadores que abandonaram a tua lei” (Salmo 119:53). Mas, o mais triste mesmo, é este abandono da Palavra de Deus. Este crescimento da apostasia (que quer dizer exatamente afastamento de Deus). Este é um dos mais significativos sinais da volta do Senhor.

E lembremos destas palavras do apóstolo Pedro: “Porque chegou o tempo de começar o juízo pela casa de Deus; e, se começa por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, se é com dificuldade que o justo é salvo, que será do ímpio e do pecador?” (1 Pedro 4:17,18).

Leiamos novamente o Salmo 37 em oração e atendamos os seus mandamentos: “Confie no Senhor…… Agrade-se do Senhor……. Entregue o seu caminho ao Senhor, confie nele…… Descanse no Senhor e espere nele; não se irrite por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do que realiza os seus maus desígnios”.

E que façamos desta orientação do apóstolo Paulo, na dependência do Espírito Santo, o nosso estilo de vida: “Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, estando enraizados e edificados nele, e confirmados na fé, como foi ensinado a vocês, crescendo em ação de graças. Tenham cuidado para que ninguém venha a enredá-los com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Colossenses 2:6-8).

QUE EU SEJA UMA OLIVEIRA VERDEJANTE

Bem mostra a sua face a impiedade
Amando o mal, antes que a bondade;
Com mente que pra destruir faz planos,
Com língua hábil pra propor enganos.

Pessoas que andam fraudulentamente,
Que nos seus bem confiam, tão somente,
Que se gloriam na sua hediondeza,
Que não fazem de Deus sua fortaleza,

De Deus terão, um dia, o julgamento,
Que lhes trará o eterno sofrimento.
No entanto, é um bem aventurado
Aquele que em Deus tem confiado!

Quem pode entender como acontece,
Que alguém, diante de Deus, faça uma prece,
Mostrando-se, de fato, arrependido,
E que em Jesus tem crido, e O recebido?

Mistério de um milagre admirável,
No coração de um ser abominável!
É como surdo que agora escuta,
Ou cego que o belo vê e desfruta;

Cada pessoa está na encruzilhada
E há de ser responsabilizada,
Se quer pra sua vida a desgraça,
Ou quer do Deus Triúno a eterna graça.

Em Sua misericórdia confiando
E com os fiéis, em Deus sempre esperando.
Que eu seja uma oliveira verdejante
Olhando pra Jesus, seguindo avante!

Gilberto Celeti

Salmo 52.1-9:
Por que te glorias na maldade, ó homem poderoso? Pois a bondade de Deus dura para sempre.
A tua língua urde planos de destruição; é qual navalha afiada, ó praticadora de enganos!
Amas o mal antes que o bem; preferes mentir a falar retamente.
Amas todas as palavras devoradoras, ó língua fraudulenta!
Também Deus te destruirá para sempre; há de arrebatar-te e arrancar-te da tua tenda e te extirpará da terra dos viventes.
Os justos hão de ver tudo isso, temerão e se rirão dele, dizendo:
Eis o homem que não fazia de Deus a sua fortaleza; antes, confiava na abundância dos seus próprios bens e na sua perversidade se fortalecia.
Quanto a mim, porém, sou como a oliveira verdejante, na Casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para todo o sempre.
Dar-te-ei graças para sempre, porque assim o fizeste; na presença dos teus fiéis, esperarei no teu nome, porque é bom.